Bresser-Pereira, fundador do PSDB: “Impeachment da Dilma nasce morto”

Tempo de leitura: 3 min

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‘Impeachment da Dilma nasce morto’

por Luiz Guilherme Gerbelli, no Estadão

O ex-ministro da Fazenda Luiz Carlos Bresser-Pereira acredita que a presidente Dilma Rousseff vai superar o processo de impeachment. “Esse pedido de impeachment nasce de uma chantagem feita pelo Eduardo Cunha (presidente da Câmara dos Deputados), e é moralmente muito prejudicado”, afirma. Na avaliação dele, quando Dilma superar o atual momento turbulento, deve se beneficiar de maior governabilidade. “Acredito que (esse processo) vai terminar bem para a Dilma e ela vai poder governar mais tranquilamente”, diz. A seguir, os principais trechos da entrevista ao Estado.

Como o sr. viu esse movimento do Eduardo Cunha?

Primeiro, em relação ao impeachment, eu acho que ele nasce morto. Já sabíamos que ele não tinha base jurídica razoável. A presidente tem muitos defeitos e dificuldades, mas não cometeu crime nenhum. É uma mulher de alta dignidade. Esse pedido de impeachment nasce de uma chantagem feita pelo Eduardo Cunha e, portanto, é moralmente muito prejudicado. Segundo, eu nunca acreditei que o impeachment viesse a acontecer.

Por quê?

Porque o Brasil é uma democracia absolutamente consolidada. O Brasil já é um país capitalista. Já fez a sua revolução capitalista, tem uma grande classe de empresários, de classe média, uma grande classe trabalhadora. E as pessoas participam da renda nacional através do mercado e não do controle do Estado. Nas sociedades pré-capitalistas, você precisa mandar no Estado para ter vantagens.

E qual será o impacto dessa decisão na economia?

A crise foi agravada quando, diante da baixa popularidade da presidente, algumas pessoas e a oposição – a meu ver, de maneira irresponsável – resolveram discutir a ideia do impeachment. Agora a coisa está iniciada. Acredito que vai terminar bem para a Dilma e ela vai poder governar mais tranquilamente. Está muito difícil governar o Brasil porque estamos numa recessão muito grave e profunda.

O sr. acha que, se a Dilma passar por esse processo, ganha mais condição de governabilidade e as medidas do ajuste podem ser aprovadas?

Eu acho que sim. O Congresso vai se sentir melhor. Eles já fizeram uma bela coisa (aprovação da meta fiscal que prevê déficit de R$ 119 bilhões). O Congresso já se deu conta de que estamos todos numa crise e, numa hora como essa, é fundamental que a sociedade se una. É por isso que eu entendo que esse impeachment vai morrer. Tentar fazer um impeachment é criar uma comoção social, muita briga. Se for para rua, eu, que não vou para rua por nada, vou para protestar porque o impeachment é uma ameaça para a democracia brasileira.

O sr. acha que o País deixa a recessão?

Eu acho que o País vai sair dela porque o mercado já fez o ajuste cambial. Com essa taxa de câmbio a R$ 3,80, as empresas competentes se tornaram competitivas. E, com uma taxa de câmbio a R$ 2,50, que é a taxa que vigia na média dos últimos anos, não havia possibilidade de se investir nelas. Hoje, estamos passando por uma fase intermediária porque, quando há uma depreciação, o primeiro impacto deixa todos mais pobres em dólares, o que faz todo mundo diminuir o consumo, e as empresas restringem a produção. Mas, quando as empresas percebem que se tornaram competitivas, elas passam a investir e a economia começa a sair da crise.

O sr. imagina quando a recuperação econômica virá?

A recuperação vem no segundo semestre do ano que vem. Nós vamos ter sinais de aumento de investimento das empresas, da indústria, basicamente.

Com essa possível retomada, o sr. acha que a situação fiscal do País melhora?

A situação melhora relativamente porque o governo conseguiu segurar algumas despesas. Mas o essencial é que a economia volte a crescer.

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Ciro Gomes: Hora de lancetar o tumor da chantagem 


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Comentários

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FrancoAtirador

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Notícias da Casa* do Cunha
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PSDB QUER IMPÍXI…
DEPOIS DO REVEIÔM
EM ANGRA DOS REIS
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O Líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP),
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afirmou que o Partido defende a Manutenção
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do Recesso Parlamentar de 23/12/2015 a 1º/02/2016.
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(http://www2.camara.leg.br/comunicacao/assessoria-de-imprensa/recesso-dos-deputados)
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Lafaiete de Souza Spínola

Surreal!
Um processo de impedimento posto em andamento por um deputado com acusações graves, concretas, com contas na suissa e sendo acusado pelo MP.
O infeliz, metido a esperto, está sendo usado como atalho por outros que pensam entregar as empresas brasileiras às multinacionais.
Juntando todos eles, temos uma seleção de colaboracionistas, verdadeiros testas de ferro, uma verdadeira classe especializada a serviço de potências estrangeiras que tudo fizeram e fazem para evitar que nosso país se torne uma potência industrial e permaneça como um simples fornecedor de matérias primas.
Para evitar a manipulação do nosso povo, precisamos: https://www.facebook.com/LafaieteDeSouzaSpinola/posts/376383689185712

Isaías Albuquerque do Nascimento

Os golpistas e reacionários (os que destilam ódio e intolerância), já marcaram suas manifestações de rua para derrubar a nossa presidenta Dilma: 13 de dezembro (um DOMINGO).

Espero que aqueles que estão ao lado de Dilma e do projeto que ela representa (justiça e inclusão social), sejam um pouco mais competentes desta vez, e marquem a nossa manifestação também para um DOMINGO, afinal qual trabalhador pode participar de uma manifestação em dia útil? Sugiro o DOMINGO seguinte: 20 de dezembro.

Não participei de nenhuma das últimas manifestações de rua (contra ou a favor do impeachment), mas não me furtarei de participar da próxima, a favor de Dilma e contra o golpe!

Nas ruas, nas redes sociais e junto aos nossos amigos e familiares estaremos (pacificamente, mas com muita energia) defendendo a democracia e o nosso voto! À luta companheiros!

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