

Da Redação
“Descendo a ladeira” foi dito literalmente e com um certo prazer, no Bom Dia Brasil. Confirmado por gráficos com previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI) e, segundo a analista, por gente de todos os institutos do planeta, inclusive do próprio governo Dilma (citou o Banco Central).
E nós vamos dizer que não?
Porém, cabe lembrar a campanha eleitoral de 2006, aquela em que sumiram da tela da Globo as reportagens sobre os recordes de vendas de material de construção, etc. Isso dito pelo editor de economia do Jornal Nacional em São Paulo, Marco Aurélio Mello. Uma repórter baseada em São Paulo, especializada em economia, vaticinava continuamente nos bastidores da emissora as previsões que trazia do mercado. “Dólar a 4”, repetia. “Dólar a 4”. Sugeria, inclusive, que colegas investissem em dólar. O fato é que Lula foi reeleito, o dólar nunca chegou a 4 e ela se tornou correspondente internacional!
Nosso ponto: estamos em plena campanha eleitoral e ninguém vai se lembrar das previsões do FMI quando entrar 2015.
Aparentemente, o governo Dilma discorda:
Cenário | 08/04/2014 20:42
FMI olha para trás na análise do País, diz governo
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Segundo Márcio Holland, avaliação faz com que instituição subestime a capacidade de crescimento do país neste ano
Cláudia Trevisan, do Estadão, na Exame
Washington – O Fundo Monetário Internacional (FMI) está olhando “para trás” em suas análises sobre o Brasil, o que faz com que a instituição subestime a capacidade de crescimento do país neste ano, afirmou nesta terça-feira, 08, em Washington o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland. Em sua opinião, as projeções pessimistas do Fundo não refletem a melhoria dos indicadores e fundamentos brasileiros registrada em fevereiro e março, depois de um início de ano turbulento.
“É difícil um órgão ter a capacidade de observação de todos os países do mundo com a propriedade que temos domesticamente. Provavelmente, o FMI nem sequer abriu os dados de janeiro a março de 2014”, disse Holland, para quem as projeções foram baseadas em resultados do último trimestre de 2013.
O Brasil sofreu o segundo maior corte nas projeções de crescimento apresentadas pelo FMI no documento Perspectiva Econômica Mundial, ficando atrás apenas da Rússia. A organização internacional espera que o PIB brasileiro tenha expansão de 1,8% em 2014. Em janeiro, a expectativa era de 2,3%. A equipe do Ministério da Fazenda projeta 2,5%.
Holland citou uma série de dados para justificar a estimativa mais otimista, entre os quais a queda da inadimplência e do desemprego e o aumento da massa salarial e da confiança das famílias. Ao lado da redução da inflação de alimentos e bebidas, esses indicadores devem gerar aumento do consumo e, por tabela, do investimento, sustentou.
Além da projeção baixa de crescimento, o FMI criticou a deterioração da situação fiscal do Brasil, os gargalos de infraestrutura e a inflação persistentemente alta, que continuará a exigir aumento da taxa de juros. Em tese, o aperto monetário tem impacto negativo sobre o investimento, o que provoca a redução do ritmo de crescimento.
O secretário disse que o rebaixamento da classificação de risco do Brasil pela agência Standard & Poor’s não impediu a melhoria da percepção do País pelos investidores, que olham para a rentabilidade e o tamanho do mercado doméstico. Holland lembrou que o Investimento Estrangeiro Direto (IED) no acumulado de 12 meses chegou em fevereiro a US$ 65,8 bilhão, comparados a US$ 64,05 bilhões registrados em dezembro.
Segundo ele, a primeira quinzena de janeiro foi marcada por uma série de incertezas, geradas pelo início do processo de retirada de estímulos monetários nos Estados Unidos, sinais de desaceleração na China e o dilema europeu entre crescimento e consolidação fiscal.
O cenário hoje está mais claro, observou. O Federal Reserve deve começar a elevar os juros em 2015, mas a taxa deve encerrar o ano em um patamar ainda baixo, de 1%. E, na Europa, a percepção é de que é necessário manter os estímulos ao crescimento. “Grande parte das fontes de incerteza foi minimizada.”
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