Bebbiano alertou para delegado da Polícia Federal que montaria Abin paralela duas semanas antes de morrer; vídeo

Tempo de leitura: 2 min

Conforme suspeita, suplente de Flavio Bolsonaro confirma que PF alertou-o, entre o 1° e o 2° turno, de que Queiroz seria alvo de operação, que foi postergada para evitar desgaste ao clã durante as eleições. Isso se chama FRAUDE! Fernando Haddad, no twitter

Da Redação

O candidato do PT ao Planalto em 2018, Fernando Haddad, taxou de “fraude” a decisão da Polícia Federal de adiar uma operação que tinha o potencial de prejudicar o candidato Jair Bolsonaro nas eleições daquele ano.

A informação de que a operação Furna da Onça, que deveria acontecer entre o primeiro e o segundo turnos foi adiada — para o dia 8 de novembro — foi dada pelo empresário Paulo Marinho em entrevista à repórter Mônica Bérgamo, da Folha de S. Paulo.

Marinho, um dos organizadores da campanha de Bolsonaro no Rio de Janeiro, hoje é candidato a prefeito pelo PSDB.

Na entrevista, ele contou que Flávio Bolsonaro, posteriormente eleito senador, foi informado por um delegado da Polícia Federal antecipadamente sobre a operação, que focou em corrupção na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, onde Flávio exercia então o cargo de deputado.

Alertado antecipadamente, Flávio Bolsonaro demitiu de seu gabinete o assessor Fabrício Queiroz, suspeito de ter montado um esquema de rachadinhas e de ser o elo entre o clã Bolsonaro e milícias do Rio de Janeiro.

Paulo Marinho não revelou quem foi o delegado que fez o vazamento.

Porém, já se sabe que Alexandre Ramagem era o titular da operação que antecedeu a Furna da Onça, batizada de Cadeia Velha, que apurou o esquema de corrupção no setor de transportes do Rio, envolvendo o governador Sergio Cabral e lideranças da Alerj.

De acordo com o diário carioca Extra, Ramagem também atuou na Furna da Onça, tendo entrado na equipe da Lava Jato do Rio em 2017.

Depois disso, Ramagem foi trabalhar na segurança pessoal do candidato Jair Bolsonaro, de onde saiu para chefiar a Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

A indicação de Ramagem para comandar a Polícia Federal foi o motivo da demissão do ministro da Justiça Sergio Moro.

Foi bloqueada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, mas Ramagem indicou para a vaga Rolando Alexandre de Souza, que imediatamente substituiu o superintendente da PF no Rio de Janeiro — um antigo desejo do clã Bolsonaro.

Hoje, o deputado federal Alexandre Frota resumiu no tweeter:

Ramagem era delegado na operação Furna da Onça. Ramagem tomava café da manhã com Bolsonaro e Carlos todos os dias. Ramagem foi para Abin indicado pelo Carlos. Que queria montar uma Abin particular. Ramagem é o nome que Bolsonaro quer na PF. Bebianno alertou sobre um Delega da PF.

O alerta ao qual se refere Frota foi feita na entrevista que Bebbiano deu ao Roda Viva, da TV Cultura, no dia 2 de março.

No dia 14 de março, Bebbiano morreu em seu sítio de Teresópolis, no Rio de Janeiro, aos 56 anos de idade.

Naquela entrevista, Bebbiano disse que Carlos Bolsonaro pretendia montar uma Abin paralela, o que incluiria um delegado da PF que não identificou.

A ideia teria sido bloqueada pelo próprio Bebbiano e pelo general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ambos posteriormente demitidos do governo por ação de Carlos Bolsonaro nos bastidores.

Bebbiano coordenou a campanha eleitoral de Jair Bolsonaro em 2018.


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Comentários

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Zé Maria

Na Reunião Ministerial de 22/4,
Jair Bolsonaro realmente falou
em ‘aparelhamento da Abin’.
Daí o Bebbiano ter se referido
à intenção do Carluxo, o 02, de
montar uma ‘Abin paralela’,
que na verdade incluiria a PF,
como de fato incluiu o “Ramage”.

Marco Vitis

O governo de militares é isso aí. Alguma surpresa ?
Os bolsonaristas não estão apenas no MP e PF. Lembrem-se de que o próprio Bolsonaro disse em público que o general Villas Boas foi um dos responsáveis por sua eleição. E cercou-se de generais entreguistas.
Os brasileiros, em sua maioria, são escravos voluntários.

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