Altamiro Borges: Censura tucana em Goiás. Cadê a SIP?

Tempo de leitura: 2 min

Marconi Perillo conseguiu impedir que seu nome seja citado pela jornalista Lênia Soares, autora de matérias sobre relações obscuras do governador tucano com o bicheiro Carlinhos Cachoeira

por Altamiro Borges, em seu blog

Saiu ontem na coluna de Ilimar Franco, no jornal O Globo:

O governador Marconi Perillo (PSDB-GO) conseguiu liminar na Justiça proibindo uma jornalista de seu estado de escrever seu nome, sob pena de pagar multa diária. A decisão é da juíza Luciana Silva. Marconi se sentiu ofendido por textos de Lênia Soares, críticos à sua gestão e às relações obscuras com o contraventor Carlos Cachoeira.

Esta não é a primeira vez que o tucano persegue jornalistas e golpeia a liberdade de expressão. Conforme lembra Altair Tavares, do blog Diário de Goiás, a prática já é comum no estado, que virou o território da censura. Mas neste caso, porém, a ação beira o ridículo. “Ele conseguiu uma liminar que proíbe a jornalista de citar o nome do governador nas redes sociais e em outros locais, em qualquer situação: positiva, negativa ou neutra. A decisão é inédita em Goiás, por causa de conteúdo divulgado nas redes sociais”.

Marconi Perillo já era conhecido por silenciar a mídia local com milionários anúncios publicitários e a nomeação de jornalistas para cargos no governo. Ele também já perseguia repórteres. Mas, com a eclosão do escândalo que revelou suas “relações obscuras” com o mafioso Carlinhos Cachoeira, ele recrudesceu na sua postura autoritária. O grão-tucano, que posava de paladino da ética e até nutria o sonho da candidatura presidencial, passou a ser apontado como “laranja” da quadrilha. Daí o seu ódio aos jornalistas críticos.

Conforme lista Altair Tavares, desde a revelação do caso, o tucano já processou vários jornalistas e ativistas das redes sociais. Em meados do ano passado, em plena CPI do Cachoeira, ele tentou calar três repórteres no estado: “A jornalista de O Popular, Fabiana Pulcinelli, foi acionada por uma interpelação judicial no dia 22 de maio. Henrique Morgantini, do jornal O Anápolis, foi processado com pedido de indenização, no dia 29 de maio”. Ele também abriu processos contra blogueiros e twitteiros e censurou programas de rádio.

Diante desta escalada autoritária, qual a atitude das entidades dos barões da mídia, como Abert e ANJ, que adoram bravatear sobre a liberdade de expressão? E a Sociedade Interamericana de Prensa (SIP)?

De 8 a 11 de março, ela estará novamente reunida no México. Já estão confirmadas as presenças do ex-presidente FHC e da dissidente cubana Yoani Sánchez. Seria uma excelente oportunidade para a SIP emitir uma dura nota contra a censura do governador tucano de Goiás e em defesa da liberdade de expressão. A conferir.

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