Vídeo prova que Donald Trump mentiu. Favorito, ele escapa do impeachment, mas não do dano eleitoral

Tempo de leitura: 3 min
Alan Santos/PR, via /Wikimedia Commons

Da Redação

Um vídeo divulgado nos Estados Unidos prova, além de um dúvida razoável, que o presidente Donald Trump mentiu ao dizer que não conhecia personagens obscuros envolvidos no plano para forçar o governo da Ucrânia a investigar o democrata Joe Biden, depois que se tornou óbvio que o ex-vice presidente seria um possível adversário de Trump na corrida presidencial de 2020.

No vídeo, que registra um jantar de Trump com doadores de campanha, o presidente ordena a demissão da embaixadora dos Estados Unidos na Ucrânia, Marie L. Yovanovitch, depois que um dos presentes fofoca que ela acreditava que o presidente seria impichado.

“Livrem-se dela”, disse Trump.

O presidente tem dito que não conhece Lev Parnas ou Igor Fruman, dois lobistas nascidos na extinta União Soviética que se engajaram em negócios em nome dele no Leste Europeu.

Mas Parnas e Fruman estavam no jantar.

Fruman foi quem gravou o vídeo em seu celular.

Fruman foi quem fez a fofoca que levou Trump a dizer que a embaixadora deveria ser demitida.

O jantar aconteceu em abril de 2018.

Aqui, o detalhe mais escabroso da história: o ex-prefeito de Nova York, Rudy Giuliani, não estava presente.

Em entrevista, ele disse que só conheceu Parnas e Fruman meses depois.

Isso leva à possibilidade de que foi Trump quem apresentou os lobistas a Giuliani e não o contrário, como se acreditava até agora.

Tal fato tornaria ainda mais grave o envolvimento do presidente dos Estados Unidos nos acontecimentos subsequentes.

É que, depois que se conheceram, Parnas e Fruman se engajaram na política externa paralela que Rudy Giuliani tocou na Ucrânia, como advogado pessoal de Donald Trump.

Os esforços dos três eram para que o governo ucraniano investigasse Biden. Na verdade, Trump jamais quis que o governo da Ucrânia combatesse a corrupção dos democratas, se ela de fato existiu.

O presidente dos Estados Unidos queria que o presidente eleito da Ucrânia, 
Volodymyr Zelenski, anunciasse publicamente que uma investigação seria aberta contra Joe Biden e o filho, Hunter.

A presença do vice-presidente Mike Pence na posse de Zelenski foi cancelada de última hora, supostamente porque o presidente da Ucrânia não atendeu o pedido de Trump.

O mandatário ucraniano não queria desagradar os democratas, já que depende de apoio bipartidário no Congresso dos Estados Unidos para aprovar a ajuda militar com a qual financia a guerra civil contra militantes apoiados pela Rússia.

Trump, finalmente, suspendeu ajuda militar de quase U$ 400 milhões, já aprovada pelo Congresso, como forma de pressionar Zelenski a investigar Biden.

A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos impichou Donald Trump alegando que ele cometeu crime ao colocar seu interesse pessoal acima do dos Estados Unidos.

Ao Senado cabe afastar o presidente, mas isso não vai acontecer por causa da maioria republicana de 53 votos a 45, com dois independentes.

É pouco provável que o Senado aceite ouvir testemunhas no processo que está em andamento, o que depende de alguns republicanos romperem com a liderança de seu próprio partido.

Isso daria pernas ao espetáculo televisivo.

Como as eleições legislativas acontecem ao mesmo tempo que a presidencial, em novembro próximo, alguns senadores republicanos que concorrem à reeleição podem se sentir particularmente sob pressão em seus distritos para ouvir o delator Lev Parnas, principal acusador de Trump.

Mas isso é improvável. 

Donald Trump assumiu controle do Partido Republicano e especialmente da máquina de destruir reputações que pode esmigalhar parlamentares do partido que se voltarem contra ele.

Trump sozinho tem mais de 71 milhões de seguidores no Twitter.

Ele vai escapar do impeachment, mas não dos danos eleitorais da mentira, cuja prova agora está sendo amplamente disseminada pelas redes sociais.

O vídeo completo do jantar foi postado no You Tube e imediatamente milhares de norte-americanos passaram a confabular sobre os detalhes sórdidos do encontro do presidente com lobistas variados.

Em 2018, Trump venceu apesar de ter 3 milhões a menos de votos que Hillary Clinton.

Foi por conta do Colégio Eleitoral dos Estados Unidos, que permite este fenômeno: eleger um presidente com menor número de votos na contagem total.

Para se reeleger, no entanto, Trump depende de arrastar muitos eleitores independentes, que costumam decidir eleições americanas em estados-chave, votando ora com os republicanos, ora com os democratas.

Eles costumam decidir o voto a partir de questões econômicas, mas são vulneráveis ao discurso democrata de que não caberia reeleger um presidente mentiroso. A mentira descarada, afinal, foi o que derrubou Richard Nixon em 1974.

Donald Trump ainda é o favorito para vencer em novembro, mas a mentira explícita agora o deixa mais vulnerável.

Na média das pesquisas nacionais mais recentes, divulgadas pelo Real Clear Politics, o democrata Bernie Sanders tem 48.2 contra 45 de Trump.


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Zé Maria

Presidente Palestino Rejeita Papel dos EUA
em Processo de Paz no Oriente Médio

Após sua reunião com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em Washington, o presidente Trump anunciou que está programado para declarar seu plano de paz na terça-feira, de acordo com relatos da mídia.

Ramala, 27 jan (Xinhua) – O Presidente palestino, Mahmoud Abbas,
disse na segunda-feira [27] que rejeita qualquer papel dos EUA
no processo de paz [com Israel].

Abbas disse ao secretário das Relações Exteriores britânico, Dominic Raab,
durante uma conversa por telefone que o governo dos EUA “é totalmente
tendencioso em relação a Israel”, informou a Agência de Notícias Palestina WAFA.

O relatório dizia que Abbas falou a Raab que os palestinos estão aderindo
à solução de dois estados com base nas fronteiras de 1967.

“Sem isso, nunca aceitaremos nenhum plano ou acordo de ninguém no mundo”,
afirmou Abbas.
“Estamos prontos para fazer as pazes de acordo com as resoluções internacionais
de legitimidade”.

Segundo o relatório, Raab disse a Abbas as posições de seu país em relação
à solução de dois estados, o acordo e o direito internacional são “claros”.

Enquanto isso, o porta-voz do presidente palestino, Nabil Abu Rudeinah, chamou
os embaixadores árabes e islâmicos, que foram convidados a participarem da
cerimônia de declaração do plano de paz dos EUA em Washington, para boicotá-lo.

“O acordo americano é considerado uma conspiração com o objetivo de eliminar
os direitos do povo palestino e impedir o estabelecimento de um estado
palestino com Jerusalém Oriental como capital”, afirmou Abu Rudeinah.

http://portuguese.xinhuanet.com/2020-01/29/c_138740952.htm

Zé Maria

https://youtu.be/wjXYCrxRWqc

“Privacidade Hackeada” (*) da Netflix não chega no ponto

O verdadeiro ‘hack’ [‘Picareta’] não é a Cambridge Analytica,
o Facebook ou as eleições de 2016.
É o Sistema que tornou nossas tragédias de dados inevitáveis.
O “Grande Hack” não foi o uso mal-intencionado de dados pela Cambridge
ou o fracasso do Facebook em proteger esses dados.
O hack é todo o modelo de negócio do Vale do Silício, que incentiva o uso
de dados pessoais para manipular o comportamento humano em grande escala.

A ex-professora da Escola de Administração de Harvard, Shoshana Zuboff, cunhou um termo para esse fenômeno: Capitalismo de Vigilância (**).
Se o acúmulo infinito de dados é a lógica central da indústria, podemos
mesmo esperar que qualquer coisa seja uma mudança significativa?
Em vez de perguntar como o Facebook poderia ser punido,
não deveríamos nos perguntar se o Facebook deveria mesmo existir?

Por Janus Rose, editora do Motherboard;
Tradução de Marina Schnoor, na Vice.com

(*) Versão no Brasil para o Título Original do Documentário “The Great Hack”.
Em Portugal: “Nada é Privado: o Escândalo da Cambridge Analytica”
(https://www.dn.pt/cultura/the-great-hack-o-documentario-que-vai-mostrar-lhe-o-poder-dos-dados-que-oferece-as-empresas-11139410.html)

(**) A Professora Shoshana Zuboff define “Capitalismo de Vigilância”
como uma “Lógica de Acumulação” Econômica que envolve extrair
dados pessoais de maneira muitas vezes irreconhecível, criando
“novos mercados para previsão, modificação e controle comportamental”
que exploram esses dados como seu principal recurso.
Esse modelo de negócio predominante no Vale do Silício é o modus operandi
de empresas como o Facebook e Google, que dependem dos usuários
fornecendo um fluxo constante de fotos, likes e outros dados úteis que podem
ser usados para mapear relacionamentos, medir respostas emocionais e sim,
direcionar anúncios.
E quando se trata de publicidade, o santo graal da propaganda é conseguir
prever o comportamento das pessoas – e assim manipulá-lo.

Íntegra em: https://www.vice.com/pt_br/article/qv7gbp/privacidade-hackeada-da-netflix-nao-chega-no-ponto

Zé Maria

AUSCHWITZ E O EXÉRCITO VERMELHO

Por Gilberto Maringoni, no FB, via DCM: https://t.co/t6b95K45qm

Há exatos 75 anos era liberado o campo de Auschwitz,
complexo de 40 centros de concentração
e extermínio localizado na Polônia.
A vitoriosa operação foi empreendida pelo Exército Vermelho,
que três meses depois tomaria Berlim, selando a derrota do nazismo
e o fim da II Guerra Mundial.

A URSS emergiu como a grande vitoriosa do conflito,
ganhando forte autoridade moral e política diante do mundo.
Sua contribuição às causas libertárias continuaria nas décadas seguintes,
através do apoio às lutas pela descolonização de países da África e da Ásia.

Era algo absolutamente intragável para o novo imperialismo
que surgia na América do Norte.
A principal tarefa de Washington, a partir de 1947,
foi o de buscar desmoralizar e desafiar militarmente a União Soviética
e a direção comunista.

A máquina de propaganda montada a partir daí demonizava
não apenas o “inferno vermelho”, a versão mais tosca da guerra ideológica,
como tentava igualar socialismo e nazismo.
Era a versão teoricamente mais sofisticada da campanha anticomunista,
que logo se tornou indústria.
Esse último empreendimento contou com a formulação e o apoio
até mesmo de liberais de centroesquerda.

Não existia ainda o “conceito” de fake news.
Mas o aparato montado em todas as mídias viera para confundir
e não para explicar.

Auschwitz é um marco para que nunca mais a humanidade
viva algo semelhante.

Nem mesmo no Brasil.

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1254518441425102&set=a.244087479134875
https://twitter.com/DCM_online/status/1221863165597769734
https://www.diariodocentrodomundo.com.br/ha-75-anos-o-exercito-vermelho-da-urss-libertava-auschwitz-por-maringoni/

Zé Maria

“Nazismo é de ‘esquerda’ na Puta Que Pariu!”

“75 anos que o Exército Vermelho COMUNISTA libertou os prisioneiros de
Auschwitz, maior campo de concentração nazista, vítimas do holocausto.
A história está aí, nazismo é de esquerda na PQP.
Os fatos históricos ninguém muda.”

https://twitter.com/falandoverdes2/status/1221883062000267264

Zé Maria

https://pbs.twimg.com/media/EPTbOM4X4AEcDAS?format=png

Há 75 anos, o Exército Vermelho (URSS) libertava os prisioneiros
– na maioria judeus – do Campo de Extermínio de Auschwitz.

“É importante assinalar esta data e recordar o papel determinante da URSS,
do Povo Soviético e do seu Exército Vermelho, na Derrota do Nazi-Fascismo,
a Expressão Histórica Mais Violenta e Terrorista do Capitalismo.”
https://twitter.com/jcp_pt/status/1221842443261313025

https://pbs.twimg.com/media/EPTXoYPWkAUA-pW?format=jpg

“Há 75 anos o Exército Vermelho libertava Auschwitz,
símbolo maior dos crimes contra a humanidade
promovidos pelo nazi-fascismo.
Apesar dos esforços das forças [neonazistas] revisionistas
para apagar esse fato histórico, nós fazemos questão
de lembrar cada uma de nossas vitórias.”
https://twitter.com/_fidelcatto/status/1221838508261806087

https://t.co/eD9f46CaUX
https://www.odiario.info/ha-75-anos-o-exercito-vermelho/

Morvan

Vivi para ver um democrata, de fato, num átimo de segundo que o seja, estar à frente dos falcões estadunidenses. Vi Mondale em situação similar, mas também o vi a ser destroçado pelos destruidores de reputação do mundo. Mas também vejo Bernie a expor as inconsistências da pseudo democracia. Aguardemos.

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