Previsível, repetitiva, chata: nossa mídia em coma intelectual

Tempo de leitura: 4 min

por Luiz Carlos Azenha

O professor Jay Rosen foi mencionado na coluna do Glenn Greenwald, da revista eletrônica Salon, como tendo dito que a imprensa-empresa dos Estados Unidos está morta, diante dos fracassos que promoveu em anos recentes, especialmente no período que antecedeu a invasão do Iraque.

Como eu morava, então, em Nova York, vi tudo muito de perto. Se existe uma repórter que, individualmente, promoveu a invasão do Iraque, foi a veterana Judith Miller, no New York Times (desde então demitida).

Ela foi “cavalgada” de forma espetacular pelas forças que pregavam a invasão do Iraque baseadas na teoria das “armas de destruição em massa” de Saddam Hussein.

Eu me lembro perfeitamente de ler no Times sobre os tubos de metal que seriam indício de que Saddam montava centrífugas clandestinas para enriquecer urânio; eu me lembro perfeitamente de ler sobre os laboratórios móveis para produção de armas químicas; sobre os aviões não tripulados que dariam ao ditador iraquiano a possibilidade de espalhar veneno sobre cidades americanas.

Tudo isso culminou, obviamente, com aquele teatro de fazer corar os ficcionistas de Hollywood que nos foi proporcionado pelo então secretário de Estado Colin Powell nas Nações Unidas (eu estava lá, cobrindo pela TV Globo), quando ele apresentou as “provas” contra Saddam.

A grande dificuldade para todos os leitores, hoje em dia, é separar o jornalismo do lobismo implícito ou explícito. No Brasil, o caso recente do banqueiro Daniel Dantas deixou explícitas (graças a gente como o Luís Nassif, por exemplo) essas conexões.

Mas o lobby, muitas vezes, não é específico. Trata-se da defesa de dogmas. No Brasil, qualquer tentativa de regulamentar a mídia, por exemplo, é vista como “censura”. Na política externa, qualquer questionamento ao status quo é visto como antiamericanismo. Na economia, a pregação pela ortodoxia sobreviveu à crise econômica internacional.

Deriva daí a previsibilidade dos grandes jornais brasileiros e a completa incapacidade que eles desenvolveram de genuinamente surpreender os leitores (para além dos truques fáceis, como o de publicar a foto de um colunista vestido de mulher).

Eu juro que bocejo ao ler a Folha, o Estadão, o Valor e o Globo diariamente (já me livrei deste último). Repetitivos e, francamente, chatos. Acabou a relação custo-benefício. Eu me surpreendo muito mais navegando e lendo (de graça) blogs e sites na internet.

Quando me surpreendo nos jornais, é com algo que não foi escrito por um jornalista.

Neste caso, de um empresário que identificou o “coro das vozes da ortodoxia” que se expressa na mídia brasileira:

O risco da mão pesada

por Benjamin Steinbruch*, na Folha de S. Paulo

O coro das vozes da ortodoxia canta alto nestes dias entre a eleição e a posse do novo governo. Vibra com os anúncios de que vem aí um forte ajuste fiscal, com cortes profundos nos gastos públicos. Vibra também com a proximidade de uma nova rodada de aumentos dos juros internos, uns prevendo a primeira etapa dessa elevação já na reunião de amanhã do Copom e outros esperando isso para janeiro. E ainda aplaude o aperto no crédito anunciado pelo Banco Central.

Ninguém pode, em sã consciência, ser contra austeridade fiscal ou combate à inflação, recomendáveis em qualquer situação e em qualquer país. São corretos, portanto, os alertas sobre o aumento dos gastos públicos correntes no ano eleitoral. Dados do Banco Central comprovam a deterioração das contas públicas. Mesmo com manobras contábeis que somaram R$ 35 bilhões – entre essas, principalmente, o reforço de R$ 32 bilhões decorrente da capitalização da Petrobras -, o superávit primário ficou abaixo da meta no período de janeiro a outubro.

Apesar da importância do esforço para buscar o equilíbrio das contas públicas, o tom alarmista na abordagem desse tema é inadequado e exagerado. O País precisa de mais austeridade e de firmeza no combate à inflação, mas não está à beira do abismo nessa matéria.

O Brasil está saindo de um período em que foi preciso elevar o gasto público para injetar adrenalina numa economia deprimida por fatores externos. Como a crise atingiu a todos, é relevante comparar nossa situação com a de outros países. O déficit público nominal, aquele que inclui também os gastos com juros da dívida pública, está em torno de 2,5% do PIB nos 12 meses findos em outubro, ou R$ 87,8 bilhões.

Expurgando-se todas as maracutaias contábeis, esse déficit ficaria ainda em torno de 3,5% do PIB, um pouco abaixo do nível da saudável Alemanha e muito aquém do observado em outras poderosas nações desenvolvidas (10,1% no Reino Unido, 9,0% nos Estados Unidos, 7,5% no Japão, 7,8% na França, 9,7% na Espanha e 37% na Irlanda). Em toda a zona do euro, o déficit nominal médio alcança 6,5% do PIB.

Não é correto, portanto, examinar a situação difícil das contas públicas sem colocá-la no contexto da conjuntura mundial, que mostra esses déficits espetaculares nas grandes nações industrializadas.

Além disso, é necessário considerar um segundo aspecto: o déficit nominal brasileiro decorre em grande parte de uma equivocada política de juros internos. Só três países – Venezuela, Argentina e Paquistão – praticam hoje taxa de juros mais alta que a brasileira. Nossa Selic de 10,75% tem um enorme impacto nas contas públicas. Nos últimos 12 meses, os juros nominais pagos para o carregamento da dívida pública de R$ 1,5 trilhão alcançaram R$ 187 bilhões, ou 5,37% do PIB.

Uma redução de dois pontos percentuais na taxa básica de juros poderia representar economia de uns R$ 30 bilhões – quase 1% do PIB – para os cofres públicos.

Preocupa o dominante olhar conservador lançado sobre essas questões. Nenhum destaque e nenhuma ênfase têm sido dados ao volume astronômico de gasto público decorrente da taxa de juros desajustada, que se pretende elevar ainda mais. Se a dívida exibe uma fatura de juros de R$ 187 bilhões em 12 meses, haja esforço fiscal para pagá-la.

Para resumir, diria que a situação difícil das contas públicas exige austeridade e a inflação precisa de cuidado, mas esses problemas não são dramáticos. Além disso, no médio prazo, a redução da taxa de juros básica para níveis civilizados é necessária e possível. Se essas ressalvas não forem levadas em conta, há o risco de que, ao usar uma mão pesada demais, o novo governo acabe por abortar o crescimento que, pela primeira vez em décadas, parece ter tomado um ritmo sustentado, a despeito da crise internacional.

Vários sinais indicam que estão em curso medidas para puxar a economia para baixo: corte de gastos do governo, inclusive de investimentos, aumento de juros, aumento de impostos e restrições ao crédito. Segurar a economia é fácil. Difícil será reanimá-la depois.

*Diretor-presidente da CSN, presidente do conselho de administração da empresa e primeiro vice-presidente da Fiesp


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Comentários

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Geysa Guimarães

Toda razão, Azenha, a MESMICE tomou conta da mídia. Até quando os meios de comunicação vão trabalhar em pool?
Criatividade, originalidade e Verdade foram quase totalmente esquecidas. Ô coisa enfadonha!

Will

Azenha, esses mesmos tubos de metal também foram "vistos" no Irã. Uns dizem até que são os mesmos tubos iraquianos. http://digbysblog.blogspot.com/2009/10/roll-out-a
Talvez seja uma desculpa para invadir o Irã, do mesmo modo que foi feito com o Iraque…

Baixada Carioca

Lendo este artigo me lembrei da Míriam Leitão na CBN com o Sardemberg. Eles pegam toda boa notícia do governo federal, como o resultado do PISA da educação, por exemplo, e tentam tranformar em tragédia para o Brasil.

Dia desses uma âncora da CBN convidou um economista para confirmar a NOTÍCIA a cada meia hora que informava que a caderneta de poupança deu cano nos brasileiros. Aí o economista falou que não, que se descontada a inflação, era um negócio mais rentável que nos países da Europa. Ela ficou sem o que dizer e tratou de dispensar logo o economista, mas a emissora continuou com a cantilena de dizer que a poupança tinha sido um fiasco no mês.

O que me agrada em ouvi-los é perceber o contorcionismo que fazem tentando fazer desgraça quando se tem uma boa notícia. Eu adoro!

Ouvir a Míriam gaguejar então… Não tem preço!

mariazinha

Estranhas são essas palavras vindas desse senhor Steinbruch, um velho conhecido dos brasileiros nas privatizações de fh; aliás parece que os Benjamins estão para todo lado, por aqui. Agora, tem um como presidente do tcu.
Eu, hem? http://acertodecontas.blog.br/economia/steinbruch

Agora, AZENHA, essa mídia aí, já sabemos: está morta, fedendo, podre.

Lucas Cardoso

"Eu juro que bocejo ao ler a Folha, o Estadão, o Valor e o Globo diariamente (já me livrei deste último). "

E faz bem. Honestamente, não sei como você aguenta os outros. Eu não leio nenhum desses, mas só a capa do Globo me dá ânsias de vômito.

J.L.Brandão Costa

Steinbruch é persona non grata em Volta Redonda. Perguntem aos trabalhadores da gloriosa CSN, uma empresa do Rio de Janeiro, cuja sede era nessa cidade. Quando assumiu, fez uma política de contenção de custos, uma das mais ferozes depois da privataria, como sempre, às expensas dos operários e funcionários., sem falar do mais absoluto descaso com as medidas anti-poluição -CSN – recordista de multas do IBAMA. Transferiu a sede da Empresa para São Paulo. Ele não é vice-Presidente da FIESP por nada.

trombeta

Hoje, pela manhã, liguei o rádio e procurei uma estação para saber o resultado do jogo do Goiás, como colorado fiquei, repentinamente, apaixonado pelo esmeraldino. Bem, cai na band news, falava um certo Ricardo Boechat, fiquei abismado com a vulgaridade, o reacionarismo e o ódio do tal ser pela esquerda. Para me liquidar o verme ainda anunciou para semana que vem entrevistas com Lobão e Gabeira. É mole?

Você tem toda a razão Azenha, o PIG é a repetição de si mesmo e fala sempre para si próprio, enfadonho é pouco!

Quanto ao Goiás, infelizmente não deu.

Gustavo

Azenha, concordo com vc… dá sono ler os jornais do PIG… agora o texto desse mané ai que vc publicou é outra chatice…. esse Steinbruch só sabe ver número na frente, mais nada….aqui em Volta Redonda, cidade sede da CSN, vemos o descaso dele com o lado social, ambiental, tributário. Então será que é isso que é bom??? É só observar os números e tomar as decisões??? Eu não daria crédito a esse senhor…

Carlos

Se Lula nunca tivesse sido eleito Presidente da República, nenhum desses que compra carros em 72 vezes teria condições de imaginar que um dia poderia ter condições de adquirir veículos. Importante: o sonho não acabou. Apenas, ocasionado por fatores circunstanciais (aumento da taxa inflacionária), ficou um pouquinho mais caro. Apenas isso !

Luci

É que os que só liam agora também escrevem, é maravilhoso por exemplo ler os comentários dos seguidores de seu blog. São mensagens, inteligentes e que demonstra a consciência política dos leitores. As notícias no PIG estão atrasadas, a sociedade está mais crítica que o PIG. E Paulo Henrique Amorim deu a tacada final quando batizou a turma do atraso de PIG. Este batismo foi o fim. Quem vai querer acompanhar uma imprensa chamada até internacionalmente de PIG Partido da Imprensa Golpísta.
O empresário que escreveu suas preocupações no jornal deveria colaborar com o Brasil e convocar seus pares mais ricos da Nação e pagar mais impostos para colaborar com as questões sociais do país. Esta será uma grande notícia para o jornal que ele escreve.

Luci

O título já diz tudo.Azenha em 2005 eu mandei uma carta ao ombudsman da Folha afirmano que deixaria de ser assinante e que não me interessaria mais pela leitura por não encontrar nas páginas o respeito à diversidade e por ler sómente os mesmos de sempre o que caracterizava unilateralidade. Foi publicada minha carta. E nunca mais li e me arrependo das vezes que li.Os outros seguem a mesma tendência e solenemente ignoro. A Internet Infelizmente no Brasil algumas faculdades formam profissionais para o mercado, e não profissionais conscientes de nossa realidade, que tenham espírito crítico e que com suas informações queiram transformar .Há honrosas exceções voce é uma delas. Salve os blogs independentes, que está proporcionando notícias com conteúdo, respeitando a diversidade, dando voz aos excluídos, e sendo um veículo de informação transformador. Azenha Parabéns.

Benedito

Como toda unanimidade é burra (segundo escreveu o Nelson Rodrigues inspirado no dramaturgo Ibsen), vou discordar. O PIG não é chato. O PIG é cômico. Só não é digno de dó porque não se deve ter pena dos mal intencionados. O PIG, então, é uma grande piada de mau gosto que só vale ser lido gratuitamente pendurado na banca da esquina.

Davi Sensu

Não sei se o problema está na agenda da imprensa ou na do governo, mas concordo com o Benjamin que só se ouve falar de corte nos gastos e aumento da selic. Olha só, se votei na Dilma e elegi o FHC, eu quero indenização pelo meu voto e por todo o tempo que gastei defendendo a candidata do PT. Botar uma dose de recessão na economia e segurar a inflação até o FHC faz (e fez), isso é mole. Votei no PT para manter o país crescendo E controlar a inflação, pra ficar só com o último poderia ter votado em qualquer um (menos no Plinio). Ah e antes que eu me esqueça, ceteris paribus, erradicar a miséria até 2014 também é mole e qualquer um deles faria. Vai precisar mais do que isso pra fazer um bom governo.

Marcelo

Ótimo texto, que vem ao encontro da entrevista da Maria da Conceição Tavares na TV Brasil ontem, em linhas gerais a atual política do BC é errônea e os caminhos que se desenham de um maior afinamento entre a a Fazenda e o BC podem ser a solução em muitas áreas, dentre elas o câmbio e o fantasma da desindustrialização.
Com bons textos assim, até eu que sou da área de saúde, acabo entendendo de economia.
Parabéns.

Oscar Ferreira

Internet? Está cheia de Noblats.

Fabio_Passos

"Uma redução de dois pontos percentuais na taxa básica de juros poderia representar economia de uns R$ 30 bilhões – quase 1% do PIB – para os cofres públicos."

Este é o corte de gastos que o governo precisa fazer.
Uma vergonha o governo se render aos rentistas e cortar gastos / investimentos fundamentais para a população.

Hans Bintje

Azenha:

Eu fui uma das pessoas que mais festejou quando o Luis Nassif resolveu "ousar", publicando uma excelente entrevista com o professor Ladislau Dowbor. E também quando publicou um texto de Michael Hudson, que escreve regularmente para o site CounterPunch.

As mudanças, se acontecerem, vão derivar desses pequenos gestos.

No Viomundo, a série de reportagens da Conceição Lemes com o Nicolelis também impressiona. Terá continuidade?

E o documentário "Nova África", haverá novos episódios?

caramujo

Azenha, eu concordo com você, o PIG dá sono na melhor das hipóteses. Na pior, dá ânsias de vômito. Mas não dá p'ra deixar de ler, há uns quarenta anos eu leio o PIG não para me informar dos fatos, mas sim para saber em que é que o PIG quer que eu acredite. Esse dado é importante, a melhor maneira de combater o inimigo é estudar como é que e com quem ele trabalha. Agora, com Blogosfera, WikiLiks e que tais, o PIG irá pouco a pouco se transformar num pig.

Roberto Locatelli

Previsível e repetitivo o PIG sempre foi. Mas agora ficou, além de tudo, chato. Para os negócios, ser um veículo chato é mortal.

Armando do Prado

E a nossa mídia é macaca de auditório dessa mídia da guerra (EUA).

sergio

O PIG beira ao ridículo, só os incautos lêem e acreditam.

René Amaral

Experimente assistir aos 'Especiais' recheados de 'especialistas' apresentados na GROBONIUS! Previsibilidade só surpreendida quando os 'jornalistas' não fazem direito o dever de casa e levam alguém para dizer uma coisa e ele diz outra, como ocorreu recentemente com a vênus tedesca Mônica Valdwogel.

Ou em atos falhos como o do ex embaixador Marcos Azambuja, convidado para falar mal da política externa em relação às aspirações brasileiras de mediar conflitos no OM, que, ao final de uma tortuosa entrevista encabrestada pela Leilane Neugbart e pelos obscuros manipuladores do ponto eletrônico, ao se despedir da Leilane disse, ao invés de, 'foi uma honra'_"foi um horror". Ri muito!
É claro que essa parte foi cortada, mas eu vi, pena não ter uma placa de captura de vídeo!

Roberto Locatelli

Que o Governo Dilma ouça vozes como essa. Em hipótese alguma deveríamos puxar a economia para baixo.

sergio

Isso mesmo, a mídia corporativa é horrível, partidária e com qualidade intelectual baixíssima.

Gerson Carneiro

Os primeiros sintomas dessa previsibilidade, repetitividade, chatice, e desse coma intelectual da nossa mídia se manifestou já nos ditos programas de humor. Há muito tempo nossa mídia anda mesmo de péssimo humor.

Houve até um tempo em que eu, e acredito que mais pessoas, que não tinha nem parabólica e não viajava, acreditei que o que estava vendo na tv era fruto da inteligência do "show man" que se apresentava por volta da meia noite. Nada disso. Era apenas uma cópia trazida dos EUA. Descobri anos depois que até o cenário era idêntico.

Talvez todo o diagnóstico de previsibilidade, repetitividade, chatice, e coma intelectual da nossa mídia , se dê em função de hoje não ser mais possível apresentar cópias como se "novidades" fossem.

Leonardo Câmara

Excelente o texto, pena que tenhamos tão poucos destes circulando por aí. Em sua última entrevista, Maria da Conceição Tavares foi categórica: "Você abaixa os juros para diminuir o déficit e não o contrário. Isso é obvio".

Pois é, isso é de uma obviedade ululante e nossos economistas ainda não entenderam isso. E olha que não precisa nem saber Cálculo para isso. Nesse quesito nem Dilma, nem Mantega parecem estar entendendo bulhufas, para mim infeliz surpresa.

Desta vez, não aumentaram a taxa selic e aumentaram o compulsório, o que já é um progresso. Sou capaz de apostar que se aumentasse ainda mais o compulsório e abaixasse a taxa selic em dois (2) pontos percentuais numa tacada só a economia não sentiria o menor tranco.

O Brasil já é um mercado atrativo, não precisa de juros altos para atrair investimento, tem é que evitar o especulativo que aprecia por demais nossa moeda.

Os motivos desses juros altos são outros, muito menos nobres do que a mídia alardeia, diga-se de passagem. Basta de bolsa especulador!

Jorge

Previsível, repetitiva, chata; bons adjetivos, mas gostaria de acrescentar um mais – incestuosa.
Tempos atrás, e olha que não estamos falando de muito tempo assim, digamos 15 anos, estas mídias que citou eram percebidas por seus leitores diferentemente, a ponto de haverem até discussões de seus públicos sobre o posicionamento político de seus colunistas, editores, quase ligando estas por assim dizer vertentes à própria instituição. E olha que neste mesmo passado recente, houve até discussões de cá e de lá, até sobre este ou aquele jornal em seus novos formatos, diagramação, cores, colunas, etc.
Hoje não se vê mais estas separações, não existem mais discussões, não se percebem diferenças editoriais, estão todos no mesmo balaio. Lembro-me de uma banca na Paulista que mantinha até alguns destes jornais em pontos opostos da banca e lá podia-se perceber o público de cada um dos jornais, OESP / Globo por senhores com pouco mais de idade, bem vestidos, formais, pastas na mão; FSP sempre por leitores mais jovens, roupas mais casuais, mais descolados, ouvindo Diskman, mochilas. Eu entrava para o trabalho no escritório e sempre, em meio a 40 mesas e funcionários, era comum ver 5 ou 6 jornais sobre as mesas. Também Veja's e Época's; muitas vezes até trocávamos exemplares ou cadernos. A pouco tempo, passando para rever velhos amigos, os poucos que ainda estão por lá, não ví um jornal sequer, algumas revistas sim e mesmo assim, sobre tecnologias e fofocas; sabe como é, muitos mais jovens.
Não acredito que esta relação / aproximação entre eles tenha ocorrido por um reordenamento ocorrido entre leitores, algo que pudessemos dizer tratar-se de metodologia para enfrentar esta revolução digital que está aí e com isto retardar ao máximo a final da existência de jornal – papel. Acredito(é minha opinião) sim que ocorreu mais pelo fato deles, incestuosamente, terem permitido esta união na busca de um mesmo ideal que foi o de promover todo e qualquer partido em oposição ao Lula e o petismo. Que existem ganhos laterais, com certeza existem, talvez até para disputarem leitores do concorrente, ainda que de uma mesma faixa etária, algo como já dessem como "jogo perdido" disputar os mais jovens.
Como você Azenha, acredito que nada como blogs para oferecer diferentes opiniões, diferentes pontos de vista e acessar diferentes jornalistas sobre um mesmo assunto. É tão dinâmico consultar blogs e acessar informações que não raras vezes, vejo que abri abas demais, estou acessando tanta coisa ao mesmo tempo que até chego a perder meu começo, tenho de recomeçar.
No meu modo de ver, ainda que estes jornais e revistas mudem radicalmente de uma hora para outra, não mais existe possibilidades deles retomarem números passados de assinantes e leitores; internet, tablets e mecanismos de busca estão matando o PiG, junto com toda a mídia impressa que acredita ainda poder formar opinião.

Marcio

Na hora de reanimar a economia, medidas tomadas têm um prazo de maturação de, em média cinco anos. Então porque os que se consideram jornalistas de fato ( e não blogueiros sujos) risos.., não abordam o problema? Tendo a achar que é inconveniente para o jornal, afinal os patrões são rentistas, os leitores são rentistas, e se bobear também eles ( os jornalistas) ganham um extra nos cdb's da vida.
Ah! Azenha nessa você me decepcionou. Só agora percebeu que a internet é melhor e mais democrática que o globo? A fila anda companheiro.

gonçalves

belo discurso muito esclarecedor uma pena q venha um mes apos as eleiçoes aquele eleitor encantado com o crescimento nunca antes visto neste pais o brasileiro q iria comprar seu carrinho em 72 x acordou do sonho e viu q a princesa virou perereca ou sapa ou ainda presidenta fala de um eleitor q votou em LULA todas as vezes mesmo quando ele ainda comia criancinha vamos esperar q parem por ai

@Adir00

"Eu juro que bocejo ao ler a Folha, o Estadão, o Valor e o Globo diariamente (já me livrei deste último). Repetitivos e, francamente, chatos. Acabou a relação custo-benefício. Eu me surpreendo muito mais navegando e lendo (de graça) blogs e sites na internet."

Só busco notícias na internet, adeus jornalões!

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