O sigilo fiscal e a lógica: convém não torturá-la

Tempo de leitura: 2 min

por Luiz Carlos Azenha

Como já escrevi anteriormente, repito: há um submundo nas campanhas eleitorais, na intersecção frequentada por arapongas, ex-arapongas, policiais, ex-policiais, “operadores” diversos, leões de chácara etc. No caso da violação de sigilo na delegacia da Receita Federal de Mauá, há uma enorme gama de possibilidades:

1. que de fato tenha sido obra de uma das campanhas políticas;

2. que tenha sido manufaturado para aparecer justamente neste momento eleitoral, como “fato novo” suficiente para gerar escândalo (em tese, eu mesmo poderia ter encomendado aquela procuração falsa);

3. que tenha sido sobra de alguma outra operação, turbinada agora para servir a objetivos eleitorais.

O que não dá para fazer é torturar a lógica sem provas, criar uma cortina de fumaça, bombar um factóide sem base na realidade.

É o que está acontecendo? Parece que sim. Numa das emissoras de rádio da Bandeirantes, Dora Kramer, a comentarista do Estadão, disse que a situação está esquisita porque os governistas conseguiram barrar o depoimento do ministro da Fazenda, Guido Mantega, no Congresso. Ou seja, ela tentou sugerir que pelo fato de o ministro não depor a Dilma é culpada!

Mas o pior, mesmo, foi este argumento de Serra (25% no tracking do Vox Populi) contra Dilma (51%): o motivo para Dilma violar o sigilo fiscal da filha do tucano, Veronica, foi o medo de perder a eleição!

Ora, considerando que a violação aconteceu em setembro de 2009, quando Serra ainda disputava com Aécio Neves a indicação do PSDB, faria muito mais sentido acusar… Aécio de ter patrocinado a violação.

Resta lembrar que Collor, em 1989, quando atacou Lula, corria o risco de perder a eleição!

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Repito: nenhum desdobramento deste caso me surpreenderia. Mas, enquanto a gente não sabe o que de fato aconteceu, convém não torturar a lógica.

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