O espetáculo da dor psíquica

Tempo de leitura: 2 min

por Luiz Carlos Azenha

Eu estava no restaurante da pequena Chorrochó, no sertão da Bahia, quando entrou o bêbado da cidade. As simpáticas proprietárias mostraram desconforto. Foi como se dissessem com os olhos “agora, não, vai estragar a visita”. Mas elas logo notaram que a gente achava normal ter um bebum perambulando por ali e relaxaram.

A cena me fez lembrar do Barriguinha, personagem da rua Conselheiro Antonio Prado, em Bauru, nos anos 70. Ele morava sozinho, numa casa de fundos, e ia para a esquina com a Saint Martin ver o mundo passar. A molecada do bairro estranhava o Barriguinha, que estranhava de volta, frequentemente atirando pedras. Minha mãe dizia que o Barriguinha tinha sofrido trauma de guerra, que deveríamos deixá-lo sossegado. Mas quando abandonamos definitivamente a brincadeira na esquina alguém ligado ao Barriguinha reclamou: a gente já não dava a ele a atenção que tinha se acostumado a esperar de nós!

Vivíamos, então, numa sociedade altamente hierarquizada, com papéis sociais claramente definidos (socialmente opressivas, diriam as mulheres de hoje, em retrospectiva).

Uma viagem recente pelo Brasil profundo me deixou impressionado com as rápidas mudanças sociais que estão em andamento no país. Jamais esperava constatar que Vitória da Conquista, Jequié, Feira de Santana, Salgueiro, Serra Talhada e Petrolina fossem ficar tão parecidas com o interior de São Paulo.

Em termos históricos, tudo está mudando numa velocidade espantosa, inclusive as hierarquias e os papéis sociais.

O consumo de massas, enfim, chegou ao Brasil.

Há alguns anos desembarquei em Boa Vista, Roraima, e fiquei pasmo de ver a praça central da cidade, à noite, transformada numa gigantesca praça de alimentação. Mas, em vez de gente jogando conversa fora, vi uma cena de hipnose coletiva diante de dezenas de aparelhos de TV, ligados na novela da Globo.

A chegada do Brasil ao consumo de massas vem no bojo de um processo rapidíssimo de urbanização. Uma verdadeira revolução capitalista, de consequências trágicas para as redes de solidariedade tão comuns no campo e nas famílias extensas. As ameaças à hierarquia e aos papéis sociais tradicionais são fontes de insegurança.

Em vez de ouvir os conselhos do vizinho, a gente agora consulta o “especialista” do Jornal Nacional para “aprender” a viver na suposta modernidade. Ela exige rapidez no aprendizado de quem antes apenas assistia: crédito consignado, novos modelos de automóvel, leis que agora nos dizem respeito…

A comunhão em torno da televisão. E das mídias sociais.

Um protagonismo social muitas vezes falso, pois camufla nossa impotência para mudar a realidade oferecendo soluções individuais e decisões inócuas: quem eliminamos do Big Brother? Quem merece ser o novo Ídolo?

Ao mesmo tempo, assistimos à socialização do que antes era íntimo: nossas angústias, medos, inseguranças e dores foram precificadas no Facebook.

Estamos todos disponíveis, o tempo todo. Somos experts em tudo, em tempo integral.

Mesmo a dor psíquica mais intensa, nessa nova sociedade, já não se contém entre quatro paredes: alcançou a dimensão social de um espetáculo.


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Comentários

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Paulo A

Sobre este tema, escrevi um poema certa vez:

como um pobre diabo
o mendigo se alimenta
do que vê por aí

a cidade o acolhe:
dá-lhe nomes, roupas, algum afeto
(até um charme)

"Lá vem o mendigo!"
(totem silencioso que carrega seu passado vivido)

e assim perpetua seu único motivo:
continuar vivo.

Paulo Celso P. de A. Almada

N. Konthyegki

Tendo a concordar com a Anarquista Lúcida. Certamente que há grande perdas na introdução à dita Modernidade – que hoje em dia se resume ao consumo. Entretanto, este é um preço a se pagar por tais "conquistas".
Como sempre digo aos meus alunos e minhas alunas, nas escolhas que as culturas e sociedades fazem há, no mínimo, duas situações. E nesse caso, certamente que as transformações das relações sociais se transformaram, para pior?
Podemos dizer que sim, mas também devemos tomar um cuidado para não se idealizar essas tradições, são transformações, afinal de contas, o que pressupõe que algo fique para trás. Sem entrar em academicismos.
Eu, particularmente, prefiro acreditar numa certa "indigenização" cultural, ou seja, que, por mais que olhemos com olhos de compaixão para essa tradição que se perde, nenhuma cultura é ingênua para aceitar passivamente o que ela incorpora em seu jeito de viver. Nunca se introduz algo de forma completa, ela sempre é transformada pela cultura recebida. São os nossos olhos viciados que têm dó, e não eles que não sabem o que perderam…
Se quisermos olhar para os "avanços" que toda essa Modernidade traz, também haverá coisas que achávamos imprescindíveis para que se derrubasse os seus "arcaísmos"… Não é uma questão de ponto de vista, mas sim de buscar o que se perde e o que se ganha, entre as tantas variáveis que possibilitam o desenvolvimento humano…

Florival

E por que se lamenta tanto a desgraça com a qual se diverte?

Marcia Costa

Você lembrou do Barriguinha, de Bauru, Eu me lembro com clareza de um homem de meia idade cujo apelido era Chá Preto. Morávamos em 1970 próximos aos quartéis da Vila Militar no Rio de Janeiro e essa pessoa vestia sempre botas e calças no estilo militar. Anadava sempre com uma foice na mão e me assutava muito. Meus irmãos, mais intrépidos, viviam a zombar dele e ele corria atrás de todos com atal foice na mão. Sempre assiti à distância os convescotes. Uma vez, quando voltava da escola, dei de cara com ele. Eu meassustei tanto que ele é que correu de mim. Os militares da PE que faziam a ronda local nunca fizeram nada com ele ( o normal era sempre para para todo mundo e revistar). Enfim, era um outro Rio de Janeiro… tão distante e tão diferente dos dias de hoje.

FrancoAtirador

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Lembrei-me deste artigo publicado cerca de 1 ano atrás.
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CASO NARDONI: A ESPETACULARIZAÇÃO DO MEDO

Por Rosivaldo Toscano Jr.*

Vivemos a era da comunicação em massa.

Fatos ocorridos em outra parte do planeta nos são vendidos como se próximos fossem.
Há cerca de um mês enviei um email reclamando da postura do site de um determinado jornal local (Diário de Natal) que colocava manchetes sem especificar a cidade.

Quando você abria a página, verificava que se tratava de algo ocorrido no eixo Rio-São Paulo, que nada tinha a ver com o dia-a-dia local.

Vivemos uma realidade mediada.

A comunicação primária (de pessoa para pessoa) e a secundária (jornais, impressos em geral) foram suplantados pela comunicação terciária (rádio e TV).

Eles penetram em nossa casa com informações massivas, digeridas com apelos para condicionar e persuadir, transmitir as sensações necessárias para atingir o público e fazer com que o mesmo, reforçado pelo medo, o mais importante conteúdo para manter a atenção, dê a audiência almejada.

E a morte vende.

Atinge nosso instinto mais básico, que é o de auto-proteção.

Como há um processo de identificação da vítima como alguém próximo, surge um sentimento irracional de medo, cuja intensidade varia de pessoa para pessoa, pelos seus condicionantes pessoais (personalidade, história de vida, etc.).

Portanto, para os meios de comunicação em massa, quanto mais trágica e aberrante a notícia, melhor. Não vejo solução nisso senão nossa percepção desse padrão de produção de notícia, não nos deixarmos sofrer, influenciados, e nem repassar esse medo a quem nos é próximo.

E falo em produção e não reprodução de notícias, porque o que se transmite não é a realidade, mas sim a filtragem que o repórter, outros jornalistas e até mesmo o editor do veículo fazem antes de publicá-la.

*Juiz de Direito em Natal/RN e membro da Associação Juízes para a Democracia
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Íntegra em:

http://rosivaldotoscano.blogspot.com/2010/03/acom

Anarquista Lúcida

"As ameaças à hierarquia e aos papéis sociais tradicionais são fontes de insegurança". É, mas apesar de tudo o mundo melhorou muito para MULHERES, NEGROS E HOMOSSEXUAIS. Ou seja, a absoluta maioria da humanidade. Nao dá para lamentar essa hierarquia e esses papéis tradicionais… Eles podem parecer OK para homens heterossexuais e brancos, mas nenhuma mulher, gay ou negro pode querer a volta deles…

Gerson Carneiro

É por isso que só comento aqui de vez enquando pra tentar me preservar o máximo possível.

Agora mesmo, o Azenhão foi à Petrolina, certamente passou em Senhor do Bonfim-BA (ex-"Capital do Jegue"), aonde mãinha mora, e já pensou se Azenhão resolvesse parar lá pra tomar um café e desse de cara com mãinha? Poderia contar cada coisa que eu já escrevi aqui. Esse mundo tornou-se pequeno.

Antes mundo era pequeno
Porque Terra era grande
Hoje mundo é muito grande
Porque Terra é pequena
Do tamanho da antena
Parabolicamará

Ê volta do mundo, camará
Ê, ê, mundo dá volta, camará

Antes longe era distante
Perto só quando dava
Quando muito ali defronte
E o horizonte acabava
Hoje lá trás dos montes
dendê em casa camará

Ê volta do mundo, camará
Ê, ê, mundo dá volta, camará

De jangada leva uma eternidade
De saveiro leva uma encarnação…

Parabolicamará
Gilberto Gil

Marcelo de Matos

(parte 2) Na Inglaterra, o escritor George Orwell previu que, no futuro (que seria hoje), seríamos todos vigiados, o que ele dá a entender que seria mal. Entretanto já acostumamos com a perda da privacidade e queremos mais e mais vigilância. As escolas precisam, a meu ver, de um porteiro que faça pelo menos uma ligeira triagem em quem entra. As delegacias, então, precisariam terceirizar o serviço de vigilância, que poderia ser prestado por empresas particulares que vigiariam os prédios do lado de fora. Em geral, os policiais ficam dentro do prédio e não percebem a movimentação externa. Os hospitais, idem. É preciso, também, restaurar a disciplina nas escolas. Do jeito que está nosso ensino continuará de terceiro mundo, mesmo que o Brasil se torne uma grande potência econômica. O inspetor de alunos, se é que ainda existe, deve ter poderes mais amplos. As escolas devem ter o poder de punir até com expulsão os alunos que portem armas e promovam brigas de rua, etc, etc. Só assim não veremos mais a foto desses tipos lombrosiano aqui no blog.

Marcelo de Matos

(parte 1) Talvez eu seja mesmo um otimista incorrigível, embora não esconda meu desencanto com tudo nos comentários. Não vou focar essa tragédia sob o prisma psicológico, falar da espetacularização da violência, da bigbrotherização do cotidiano. Esse tipo de análise já foi feita pelo Azenha, com a leveza e fluidez que caracterizam seus textos. Fico na linha do Monge Scéptico: “a portaria das escolas pode melhorar e muito. Sabem como
fazer; Façam! E Fim”. Em qualquer prédio que visito, em geral para consultar médicos e dentistas, sou fotografado, identificado e filmado. Nas escolas, hospitais e delegacias de polícia, ao contrário, tenho entrado sem qualquer verificação. Outro dia fui ao Hospital Santa Helena para retirar o preparo para colonoscopia e a recepcionista estava falando ao telefone. Passei direto e fui buscar o que queria. Em delegacias de polícia, também, se entra da mesma forma. É preciso corrigir essa cultura. Os EUA já se deixaram dominar pela paranóia da segurança – estão revistando até crianças de 3 anos.

FrancoAtirador

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Revolta dos Dândis II
(Humberto Gessinger)

Já não vejo diferença entre os dedos e os anéis
Já não vejo diferença entre a crença e os fiéis
Tudo é igual quando se pensa
Em como tudo deveria ser
Há tão pouca diferença e tanta coisa a fazer

Esquerda e direita, direitos e deveres,
Os três patetas, os três poderes
Ascensão e queda são dois lados da mesma moeda
Tudo é igual quando se pensa
Em como tudo poderia ser
Há tão pouca diferença e tanta coisa a escolher

Nossos sonhos são os mesmos há muito tempo
Mas não há mais muito tempo pra sonhar

Pensei que houvesse um muro
Entre o lado claro e o lado escuro
Pensei que houvesse diferença
Entre gritos e sussurros
Mas foi um engano, foi tudo em vão
Já não há mais diferença entre a raiva e a razão

Esquerda e direita, direitos e deveres,
Os três porquinhos, os três poderes
Ascensão e queda são dois lados da mesma moeda
Tudo é igual quando se pensa
Em como tudo deveria ser
Há tantos sonhos a sonhar, há tantas vidas a viver

Nossos sonhos são os mesmos há muito tempo
Mas não há mais muito tempo pra sonhar

http://www.youtube.com/watch?v=8l_QPvAYIGg&fe

Pimon

Copiei e colei em meu blog, Azenha.

FrancoAtirador

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Às vezes, eu penso que nós somos

os últimos espécimes vivos dos

serhumanossauros.
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monge scéptico

Hoje 13/04/11 tem um crucificado na porta da escola, tentando uma câmera do PIG e,
conseguiu!. Só que não disse coisa com coisa e, foi abandonado.
A cada "reporcagem" sobre realengo, ouço um tiro no coração dos pais de alunos, ainda
apaviorados. DEIXEM-NOS EM PAZ!
Tal sensacionalismo pode alimentar mentes doentes, com sonhos sinistros. O que ocorreu,
não pode ser previsto; mas a portaria das escolas pode melhorar e muito. Sabem como
fazer; FAÇAM! E FIM.

IEDA

Oi, Azenha…
Sou de Jequié e sinto o mesmo prejuízo que vc.
Obrigada por falar de nossa individualidade.
Seu texto é provocante… todos deveriam ter acesso a ele, pra pensar um pouco.
Valeu!
Parabéns.

Aracy_

Azenha, vou copiar aqui um texto que recebi por correio eletrônico. Cada um de nós pode fazer um pouquinho para melhorar essa realidade.
Havia um viúvo que morava com duas filhas. As meninas sempre faziam muitas perguntas. Algumas ele sabia responder, outras não. Como pretendia oferecer a elas a melhor educação, mandou as meninas passarem férias com um sábio.
As meninas resolveram fazer uma pergunta que o sábio não conseguiria responder. Uma delas apareceu com uma linda borboleta azul.
– Vou esconder a borboleta em minhas mãos e perguntar se está viva ou morta. Se ele disser que ela está morta, vou abrir minhas mãos e deixá-la voar. Se disser que está viva, vou esmagá-la. E assim, qualquer resposta que o sábio nos der estará errada!
As meninas foram ao encontro do sábio, que estava meditando.
– Tenho aqui uma borboleta azul. Diga-me, sábio, ela está viva ou morta?
Calmamente o sábio sorriu e respondeu:
– Depende de você. Ela está em suas mãos.

    Mário SF Alves

    Aracy,
    Até a conclusão da pergunta e imediatamente antes da resposta – com toda a certeza e a não ser que tenha morrido de susto – a borboleta estava viva. É por isso que nunca consegui entender como as pesoas conseguem entender a Bíblia. É tudo muito simbólico.
    Bom, seja como for, depois da resposta, espero, conta-se uma borboletinha a mais no mundo.

    Aracy_

    Olá, Mário
    Acredito que reflexão e conscientização sejam a moral da história. Também acho que a menina poupou a borboleta azul.

Adilson

" Em vez de ouvir os conselhos do vizinho, a gente agora consulta o “especialista” do Jornal Nacional para “aprender” a viver na suposta modernidade."

perfeito!

Roberto Santos

Mais um crime campeão de audiência – parte 2 (final)

Por outro lado, a exploração da dor dos parentes e amigos é outra coisa que se tornou hábito na tv. Closes de câmera procuram avidamente extrair o quanto podem de lágrimas dos olhos marejados de dor. Crianças ainda traumatizadas dão entrevistas. Parentes ainda em choque são procurados para entrevistas, não se respeitando o luto do momento. Parece que estamos tão tolerantes à violência que precisamos cada vez de níveis maiores de violência para nos sensibilizarmos.
Não sei como os parentes das vítimas de Realengo viram o vídeo gravado pelo assassino e divulgado pela Globo, mas a mim parece falta de respeito ao luto e à memória das vítimas. Mas na briga pela audiência tudo é válido, não é mesmo?

Roberto Santos

Mais um crime campeão de audiência – parte 1

O crack destrói famílias Brasil adentro e isto não rende mais manchete, chacinas se tornaram crime comum em São Paulo. Já a chacina na escola em Realengo é um fato inédito e escandaloso e por isso rende altos índices de audiência, tal como foi com o caso de Isabela Nardoni.
Na disputa por audiência, a Rede Globo realizou o desejo póstumo do atirador de ter sua mensagem em vídeo veiculada para todo o país. Aparecer na tv é um desejo narcísico de celebridades e também de criminosos que querem aparecer sob as luzes da ribalta. Sabemos que para ficar famoso, basta um doente mental cometer um crime hediondo ante a lente de uma câmera e isto ser divulgado na mídia, ou então dar uma entrevista exclusiva. Assim todo tipo de agressor e assassino têm a mídia como grande meio de divulgação de sua imagem em função de atos que em suas mentes distorcidas é heróico e motivo de orgulho. Certamente a foto de Wellington foi mais divulgada do que as das vítimas.

francisco p. neto

O interessante que essa mudança Azenha que vc observa no nordeste (as cidades se parecendo cada vez mais com as de São Paulo) nos dá idéia de como o país está avançando em regiões onde a pobreza era crônica.
Em contra partida em São Paulo, eu não vejo evolução no seu desenvolvimento. Está tudo parado, estagnado, esperando os outros estados nos superarem.
O lamentável dessa história é que São Paulo deveria acompanhar o desenvolvimento do país, partindo do que ele já é para um patamar superior. Mas não. O que eu sinto é o estado parado vendo a banda passar.
Aí vem os idiotas me dizerem que Lula não fez nada, só roubou, não fez obra nenhuma…
A lógica dessa história só se encaixa na cabeça de quem não sai de São Paulo.

Gasparetto

Prezado Azenha, quando ainda era graduando escrevi um texto na Revista Contemporâneos que discute interessantemente com o seu:
http://www.revistacontemporaneos.com.br/principal

maria paula

É verdade que a sociedade não suporta enfrentar a dor, as perdas etc.Necessita que "os entendidos de tudo" a conforte, "esclareça" e a cegue.
Azenha, você falou do principal – dor psíquica. Compartilhar com os vizinhos, os amigos seria uma grande saida.

Eduardo

A substituição do modelo rural pelo urbano diz respeito ao passado que é tido como algo sem valor. Incomoda a quem viveu o modelo antigo porque sabíamos que ele necessitava de ajustes mas era infinitamente superior ao atual. Sonho com o dia em que iremos ajuntar à frase, "O Comunismo Está Morto", esta: "O Capitalismo Também!" E que venha um novo tempo, JÁ!

edv

Bye bye Brasil…
(e mundo…)

Luis

As ameaças à hierarquia e aos papéis sociais tradicionais são fontes de insegurança.

Destaquei esse frase, pelo fato de que queria que me respondesse, qual é melhor, uma hierarquia especialista ou um especialista da globo?

Para mim tanto faz. Eu acho que a unica insegurança que temos é a falta de uma educação forte, para conseguir lidar com a globalização que chegou no Brasil nos anos oitenta. O verdadeiro consumo de massas. E que agora estamos no auge.

A chegada do Brasil ao consumo de massas vem no bojo de um processo rapidíssimo de urbanização. Uma verdadeira revolução capitalista, de consequências trágicas para as redes de solidariedade tão comuns no campo e nas famílias extensas.

Na minha opinião Azenha; O capitalizamo Chinês é pior de todos os capitalismo, porque que é uma ditadura.
Algo tão novo e insuportável. Aqui no Brasil Temos a liberdade de opinar, criticar, e credibilizar ou não tal formador de opinião. E a solidariedade, é uma questão de educação.

Como em meio a essas diversidades de idéias podemos ser mais solidários? Temos que educar o povo para estar preparado para uma revolução que está no Brasil desde os anos Oitenta e ainda pendura.

paulo augusto

azenha,

parabens. você consegue mostrar novas possibilidades e sentidos para sua profissão, mesmo dentro dos cruéis limites dados pela formatação que o mercado impôs à "informação" (pra mim uma coisa muito mal definida) e para nossa "percepção" (pra mim uma coisa indefinível, pra azar de muita gente ruim), que nos condicionam a frases curtas, coordenadas, sintéticas e assépticas.
seu texto mostra que é possível transgredir essa camisa de força na direção de uma outra "informação" (ou outra coisa ainda não nomeada). é até díficil acreditar que você seja mesmo jornalista desse nosso tempo. acho que seu tempo e e de outros assim como você ainda virá, espero que seja logo.

Caracol

Toda noite eu deito na cama que eu mesmo arrumei de dia.

Danilo

o triste é notar que o enorme investimento da record em sua novela se baseia no mesmo principio da rede globo. O consumismo nelas se expressa pela aparencia, replicando a logica individualista, na busca por corpos sarados, rostinhos esbeltos, e grana no bolso, de preferencia fazendo parte da "ELITE".
A tragedia de realengo nao esta dissociada disso!

Precisamos de uma revolucao do livro.
A literatura tem que competir com a dramaturgia, pra quem sabe influencia la.

Gustavo Pamplona

Ah… meu querido Azenha… ao ver você falando de Boa Vista me lembrou deste artigo datado de 14 de junho de 2008 em que você disse quase a mesma coisa acima.
http://www.viomundo.com.br/arquivo/opiniao/em-boa

    Gerson Carneiro

    É isso, Smurf Ogênio, o Azenha está plagiando ele mesmo.

    Werner_Piana

    Bela lembrança, Pamplona. Grato.

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