As federações partidárias dominam a cena

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por Luiz Carlos Azenha

Tudo indica que o PSDB vai se juntar ao DEM. Para o Marco Aurélio Mello, do Doladodelá, para formar um partido de direita clássico. Tenho lá minhas dúvidas, mas não é animadora a interpretação dada ao artigo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (leia aqui): o foco na nova classe média, que em tese tem tudo para votar em quem promoveu a sua ascensão, pode facilmente descambar para a reedição do que vimos na campanha de 2010, com muito moralismo e oportunismo na exploração de propostas obscurantistas.

Os tais “valores”, que os republicanos exploram tão bem nos Estados Unidos quando querem jogar brancos contra negros, cristãos contra muçulmanos, o povão contra a elite intelectual — sem correr o risco de parecerem o que são: preconceituosos.

Do lado governista há indícios de uma leve guinada ao centro, refletindo o fato de que o vice pertence ao PMDB. Dos “três porquinhos” que comandaram a campanha de Dilma Rousseff, dois se tornaram ministros e o sindicalista, José Eduardo Dutra, aparentemente ficou a ver navios. O Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social agora fica subordinado ao ministro Moreira Franco, do PMDB, nos informa a Carta Maior. São mudanças tênues em relação ao governo Lula, bastante cautelosas, talvez num reflexo de uma conjuntura econômica bastante complexa e agudos desafios internacionais.

O partido de Gilberto Kassab pode servir tanto aos futuros planos políticos do prefeito quanto para o desembarque de candidatos presidenciais que não encontrem espaço nas coalizões PT + PMDB = PSDB + DEM. Um veículo ideal para capturar aqueles 20 milhões de votos da Marina Silva no primeiro turno.

Há quem veja neste quadro a reedição, à brasileira, de republicanos vs. democratas, com diferenças às vezes tão tênues que a gente não sabe exatamente quem é quem.

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