Marília Campos: Enquanto Bolsonaro desmancha em Brasília, o povo passa fome. “Será que a gente tem governo ainda?”

Tempo de leitura: 3 min

Da Redação

A prefeita Marília Campos (PT-MG), de Contagem, foi pega tão de surpresa pelas últimas notícias de Brasília quanto todos os brasileiros.

Cairam o chanceler Ernesto Araújo e, em seguida, o ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, que incluiu em sua nota de despedida uma frase críptica: Nesse período, preservei as Forças Armadas como instituições de Estado.

A frase repercute porque o presidente Jair Bolsonaro e seu entorno “duro” já falaram muitas vezes, abertamente, sobre o uso do Exército alegadamente para “defender a democracia” contra governadores que executam medidas de isolamento social para tentar conter a pandemia.

A tensão aumentou quando bolsonaristas como o “chanceler” Eduardo Bolsonaro usaram um episódio que envolveu um PM fora de si no Farol da Barra, na Bahia, para tentar provocar um motim.

“Aos vocacionados em combater o crime, prender trabalhador é a maior punição Esse sistema ditatorial vai mudar”, escreveu Eduardo, acusando o governador da Bahia, Rui Costa, do PT, de matar o soldado.

Bia Kicis, a deputada que preside a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, também disparou mensagem, que apagou posteriormente: “Soldado da PM da Bahia abatido por seus companheiros. Morreu porque se recusou a prender trabalhadores. Disse não às ordens ilegais do governador Rui Costa da Bahia. Esse soldado é um herói. Agora a PM da Bahia parou. Chega de cumprir ordem ilegal!” 

O bolsonarismo passou as últimas horas de maneira fervorosa espalhando as fake news.

Mas, de acordo com a PM baiana, o soldado Wesley Soares passou 4 horas disparando para o alto e só foi alvejado depois de três horas e meia de negociação, depois de ter disparado com seu fuzil contra colegas.

Toda esta confusão fez a prefeita de Contagem se perguntar: “Será que temos governo ainda?”

Ela relata o desamparo em que se encontram as prefeituras municipais diante da pandemia: Contagem, com quase 700 mil habitantes, está gastando hoje 30% de todo o seu Orçamento em Saúde, por falta de repasses do governo federal.

Aumentaram a fome e os moradores de rua.

Como medida paliativa, a prefeita criou um vale merenda de 50 reais, sendo que cada família pode receber até dois, para atender a mais de 40 mil estudantes.

A Prefeitura se juntou à iniciativa privada para arrecadar cerca de 2 mil cestas básicas mensalmente, para atender a quem passa fome.

Marília acredita que o novo auxílio emergencial do governo Bolsonaro ficará longe de atender às necessidades sociais.

Ela cortou 20% do IPTU e lançou um Refis cancelando juros e multas para tentar ajudar os empresários endividados.

Agora, pede que o governo estadual de Romeu Zuma faça algo em relação às contas de água e energia elétrica.

A prefeita concorda que só o governo federal dispõe de poder financeiro para dar uma ajuda que cubra não apenas famílias carentes, mas pequenos e médios empresários — como fez Joe Biden, nos Estados Unidos, com um pacote bipartidário de U$ 1,9 trilhão.

A Prefeitura de Contagem, ao mesmo tempo, encaminhou ao consórcio formado pela Frente Nacional de Prefeitos um pedido de 1,5 milhão de doses da vacina Sputnik, que seria suficiente para vacinar toda a população do município.

Marília confessa que não tem o dinheiro para pagar pelas vacinas, mas faria um remanejamento no Orçamento se fosse necessário para o que considera prioritário.

Hoje, a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, anunciou no twitter:

Com o esforço de nossa bancada do PT e outros deputados conseguimos marcar para amanhã de manhã reunião entre o Fundo Soberano Russo, Consórcio Saúde Paraná e o governo do Estado. Não podemos perder as vacinas que eles tem a oferecer. Agradeço ao Consórcio Nordeste pela intermediação.

Sobre o futuro do governo Bolsonaro, Marília, com seus mais de 40 anos de política — está no terceiro mandato como prefeita de Contagem — considera que a base do presidente está esfrangalhada.

Mesmo que o “núcleo duro” tente uma solução fora da institucionalidade, diz ela, falta base social para sustentar qualquer aventura.


Siga-nos no


Comentários

Clique aqui para ler e comentar

Zé Maria

.
Vereador Curitibano Renato Freitas (PT=PR)
e Movimentos Sociais protestam contra tentativa de Higienismo Social pelo Prefeito
de Curitiba que quer proibir Doações de Alimentos [!!!] a Moradores de Rua:

“O sr. Prefeito de Curitiba, alinhado à parte da câmara de vereadores, propôs um projeto de lei ordinária, para votação em caráter emergencial, que pune as organizações da sociedade civil que oferecem alimentação gratuita nas ruas da cidade.
(https://tribunapr.uol.com.br/noticias/curitiba-regiao/projeto-de-greca-quer-multar-quem-doar-alimentos-a-moradores-de-rua-sem-autorizacao).
Ao olhar a proposição, ela se torna muito clara em seu âmago: desde os primeiros meses de 2020 (precisamente no mês de março), ainda no início da crise que se estabeleceu pela pandemia do COVID-19, as organizações da sociedade civil estiveram na linha de frente do cuidado da população em situação de rua, sobretudo, de duas maneiras:
1) instruir e colaborar com o governo municipal em relação às demandas da população em situação de rua frente ao desafio da pandemia/quarentena;
2) auxiliar com a oferta de alimentação, em caráter emergencial, roupas, cobertores e itens como máscara e álcool gel.

As demandas eram simples e diretas:
abertura dos restaurantes populares para oferta de alimentação gratuita para a população em situação de rua, abertura dos banheiros públicos existentes na cidade, oferta de água potável em pontos estratégicos, oferta de serviços que possibilitassem o cadastramento de pessoas em situação de rua ao auxílio emergencial, manutenção dos serviços destinados ao segmento, ampliação de vagas para possibilitar a condição de resguardo e quarentena do máximo de pessoas possíveis.

De todas estas demandas, nenhuma delas foi atendida.
A prefeitura fez, a seu bel prazer, aquilo que lhe pareceu coerente com seus planos e possibilidades, com um diálogo inócuo com a sociedade civil organizada e com os movimentos sociais.

Em meio à crise generalizada e o aumento grotesco da demanda, em virtude do fato de cada vez mais pessoas procurarem os mesmos serviços destinados à população em situação de rua, a crise se estabeleceu em definitivo.
As filas aumentam cada vez mais, as organizações e movimentos sociais não dão conta dessa demanda, muito menos a prefeitura municipal.

É neste contexto que fomos surpreendidos por este projeto de lei absurdo, atitude leviana do Governo Municipal e daqueles vereadores que coadunam com a ideia de tentar coibir aqueles que fazem o que podem para atenuar o sofrimento alheio.
Em meio a tantos problemas, tantas demandas não cumpridas, tantas possibilidades efetivas de resolver de forma eficaz o problema, a atitude é esta: proibir e penalizar quem faz.

Somos completamente a favor da oferta de serviços públicos.
Nossa demanda é esta desde o começo.
Se o governo municipal pretende proibir as organizações da sociedade civil e movimentos sociais que não rezam seus princípios, então que façam por si mesmos de forma integral!

– Imediata abertura dos restaurantes populares de forma gratuita e integral!
– Oferta de espaços em diferentes locais da cidade para oferta de alimentação!
– Vagas individuais para locação social!
– Bolsas e aluguel social para quem precisa!
– Abertura de todos os equipamentos de banheiros públicos da cidade!
– Oferta de água potável em locais diversos da cidade!

Subscrevem a esta carta:

Movimento Nacional da População de Rua – MNPR
Instituto Nacional de Direitos Humanos da População de Rua – INRua
Ação Social Comunidade Levando a Chama
Ajudantes do Bem
Aquecendo Corações – Curitiba
Baque Mulher Curitiba
Café com Fé
Caritas Curitiba
Casa de Acolhida São José
Coletivo Feminista Daisy
Coletivo LGBTI+ Liberte
Comuna – Tendência Interna do Psol
Conselho Regional de Psicologia – PR/08
Cozinha Comunitária do Movimento Nacional da População de Rua – MNPR
CWB Resiste
Desencarcera Paraná
Doar e Receber
Fórum Lixo e Cidadania
Grupo Daniel
Instituto Lixo e Cidadania – ILIX
Intersindical – Central da Classe Trabalhadora
Itinerante Resistência
Juventude Comunista Avançado
Liga Brasileira de Lésbicas
Mandato da Vereadora Carol Dartora
Mandato da Vereadora Maria Letícia
Mandato da Vereadora Professora Josete
Mandato do Verador Renato Freitas
Mandato Goura Deputado Estadual (Membro da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Paraná)
Mandato Vereador Dalton Borba
Mãos Invisíveis
Mãos que Valem
Marcha Mundial das Mulheres
Médicos de Rua – Curitiba
Movimento Esquerda Socialista – PSOL
Movimento Kizomba – Construindo uma nova cultura política
Núcleo Periférico
Partido Socialismo e Liberdade – PSOL
Pastoral do Povo da Rua
PCdoB – Curitiba
Polo Comunista Luiz Carlos Prestes
Projeto Luz
Rango de Rua
Rede de Mulheres Negras – PR
Rede Feminista de Saúde – PR
Rede Nacional de Feministas Antiproibicionistas – PR
SindSaude – Paraná
SINDSEAB
Sindtest – PR
SINPAR – Sindicato dos Nutricionistas do Paraná
Somos Um – Curitiba
Um Lugar ao Sol
UNEGRO – PR
União Brasileira de Mulheres – UBM
União Juventude Socialista – PR
União Paranaense de Estudantes Secundaristas – UPES

https://www.facebook.com/renatoalmeidafreitas/posts/911395949646592?__tn__=K-R
.
.
O Nazi-Fascismo se espalha pelo País.
.
.

Zé Maria

Na realidade, Querida Prefeita, o que existe no Poder Executivo Federal,
é um Presidente Paranóico Apavorado, tentando manter a cabeça.

Zé Maria

.
Revoada Geral
No Mosqueiro Federal.

Três Moscas voaram
pra outro Outeiro;
Outras três pousaram
atraídas pelo Cheiro.
.

Deixe seu comentário

Leia também