Breno Altman: Segurança pessoal de Lula deve ser reforçada dez vezes; liberais consideram afastar Bolsonaro para chegar ao segundo turno em 2022

Tempo de leitura: 2 min

Da Redação

O jornalista Breno Altman, editor-chefe do site Opera Mundi, é um dos mais argutos analistas políticos do Brasil.

Com vasta experiência sobre os bastidores de Brasília, como o leitor verá na entrevista acima, Breno consegue perceber detalhes da conjuntura que muitas vezes fogem aos comentaristas dos jornalões.

Altman começou nossa entrevista falando sobre o vice-presidente General Hamilton Mourão, que sutilmente tem se colocado como alternativa a Jair Bolsonaro inclusive dentro do estamento militar.

Na opinião de Breno, a súbita reaparição do ex-presidente Lula na cena eleitoral deixou a chamada direita liberal apertada entre o PT e o presidente Jair Bolsonaro.

Por isso, o impeachment do ocupante do Planalto pode ganhar tração entre partidos como o PSDB, o DEM e o MDB. Seria uma forma de garantir uma vaga para a “direita civilizada” no segundo turno das eleições de 2022.

Por este cálculo, Mourão cumpriria seu mandato tampão e um candidato possivelmente alinhado com setores militares seria lançado para enfrentar Lula, que já aparece numericamente à frente de Bolsonaro nas pesquisas.

Não havendo impeachment, Breno acredita que os liberais não terão força eleitoral para chegar ao segundo turno.

Ele nota a resiliência de Bolsonaro, que apesar de 4 mil mortes diárias por causa da covid no Brasil continua com apoio de 30% do eleitorado — 27% disseram que ele faz um governo ótimo ou bom no levantamento mais recente do Ipespe.

Breno diz que Ciro Gomes, do PDT, está se apresentando à direita como um Fernando Henrique Cardoso “turbinado”, mas não vê chances dele tirar a vaga de Lula ou Bolsonaro no segundo turno.

O jornalista também vê como muito remota a composição entre Luciano Huck, que se filiaria ao PSB, com o governador Flávio Dino (PCdoB) de vice.

Breno acredita que Dino tem várias opções melhores para seu futuro político, inclusive como ministro e eventual sucessor de Lula.

Todos os olhos do analista estão voltados para o próximo dia 14 de abril, quando o plenário do Supremo Tribunal Federal analisará a decisão monocrática do ministro Edson Fachin que extinguiu as quatro ações penais movidas contra Lula em Curitiba.

A Globo, que em geral dá o tom e as dicas que guiam o comportamento dos liberais, já sinalizou que Fachin poderia mudar o próprio voto.

Outro sinal veio em entrevista do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que disse que Lula é “mais do mesmo”.

Se o plenário do STF mudar a decisão de Fachin, volta a contar a condenação de Lula no caso do sítio de Atibaia, já que a suspeição do ex-juiz Sergio Moro até agora só vale para o processo do triplex do Guarujá.

Em não havendo mudança, Breno sugere ao entorno do ex-presidente que aumente a segurança pessoal de Lula em até dez vezes, pois não descarta que um atentado mude os rumos de 2022, transformando a disputa pelo Planalto num jogo entre a direita e a extrema-direita, com a possibilidade inclusive de que as “boquinhas” dos militares no governo sejam preservadas.


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Comentários

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Fabri Melo

Restou ao PSDB o que ?
Muito pouco.
1 única opção.
E diria que até isso é difícil.
Se lascaram de verde e amarelo com pato da fiesp com tudo.

Sinval Xarxes

Existe algo que une todos os candidatos da direita e da extrema direita: o NEO-LIBERALISMO.
Não descarto 2 de esquerda no 2° turno.
Se o povo perceber que o neo-liberalismo une todos os candidatos de direita país afora e o que significa isso. Se a esquerda traduzir bem essa palavra no português do povão. A direita não vai nem com reza braba.
Mas o Lula deveria mesmo aumentar a segurança.
O que será que restou para o PSDB subir na carne seca de novo…
Tá aí a esperteza do minerim.

Henrique Martins

https://www.brasil247.com/brasil/mourao-afaga-militares-e-rechaca-eventual-golpe-bolsonarista

Sem entrar no mérito da questão, digo que esse é o homem que governará o país.

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