Vermelho: EUA tentam “exportar” lei para punir Cuba e brasileiros

Tempo de leitura: 2 min

14 DE AGOSTO DE 2012 – 16H21

Deputada quer barrar lei dos EUA que prejudica o Brasil

do Vermelho

A presidenta da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC), quer negociar a não votação, no Senado dos Estados Unidos, de nova legislação que vai proibir os governos locais norte-americanos de fazer contratos com empresas estrangeiras que tenham negócios em alguns países, como Cuba por exemplo. Ela pretende articular com lideranças na Câmara e Senado uma ação do Congresso brasileiro contra a proposta.

O anúncio foi feito durante reunião, nesta terça-feira (14), com representantes de empresas brasileiras que atuam no mercado estadunidense. “Essa medida, caso seja aprovada, segue o caminho inverso da globalização, já que vai impedir o crescimento econômico e o fortalecimento das relações comerciais entre os países. Essa é a hora do Parlamento se posicionar sobre um tema tão relevante para a economia brasileira”, argumentou a parlamentar.

A emenda constitucional, já aprovada pela Câmara, de autoria do republicano Carl Levin, está em debate no Senado e deve ser votada após as eleições. Caso seja aprovada a emenda, o Congresso norte-americano vai abrir novo capítulo nas relações comerciais com o mundo.

Nos Estados Unidos, o primeiro a levantar a polêmica foi o governador da Flórida, Rick Scott, que editou lei proibindo os governos locais de fazer contratos com empresas que mantenham negócios com Cuba, por exemplo. Questionada sobre a constitucionalidade, a lei está sendo revisada no Congresso Nacional. A decisão, adotada de forma preliminar no estado da Flórida, pode prejudicar diretamente empresas brasileiras que atuam em território norte-americano.

Na avaliação das empresas brasileiras que atuam em diversos setores no mercado norte-americano, a medida pode impedir os investimentos estrangeiros no país e limitar o intercâmbio tecnológico e parcerias estratégicas entre Brasil e Estados Unidos. O grupo Odebrecht, que atua no setor de Defesa, tem contratos nos Estados Unidos e em Cuba e pode ser uma das empresas brasileiras prejudicadas com a nova legislação.

Legislação despropositada

“Essa nova legislação é despropositada porque restringe a capacidade do Departamento de Defesa [dos Estados Unidos] de escolher seus parceiros e pode causar impostos aos norte-americanos, já que restringe de forma direta a concorrência”, afirmou o diretor de Relações Internacionais da Odebrecht, João Carlos Nogueira.

Na avaliação da deputada Perpétua Almeida, o intento do governo norte-americano de limitar ações de empresas estrangeiras está em discordância com as intenções declaradas de integração e estreitamento das relações comerciais entre estadunidenses e brasileiros.

“Num momento que o mundo avança para por fim as suas limitações no setor de comércio exterior, os norte-americanos anunciam essa decisão de punir e limitar a atuação de empresas que mantenham negócios em países como Cuba. Hoje, o mundo está preocupado com a paz e a solidariedade entre as nações. Portanto, Cuba não merece essa postura norte-americana e as empresas brasileiras não podem ser boicotadas, perseguidas ou ter restrições na sua atuação num país que se propõe vender caças com transferência de tecnologia ao Brasil”.

Perpétua Almeida disse, ainda, que irá conversar com o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Fernando Collor (PTB-AL), para articular a elaboração de uma carta conjunta entre as duas Comissões, demonstrando a preocupação do Congresso brasileiro com a votação da legislação e alertando sobre as consequências da medida para as relações comerciais entre Brasil e EUA.

Da Redação em Brasília
Com informações da Ass. Dep. Perpétua Almeida

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Comentários

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Teco

Negociar com Cuba não pode. Roubar na cara dura como os gringos fizeram
com o Viagra, que apareceu como efeito colateral de um remédio contra
pressão arterial cubano, aí pode. Eles que pesquisem mais sobre remédios
para o mal de Kreutzfeld, que parece atingir algumas ministras como a
¨Condolência Rice¨ e a Hilary Clinton.

jaime

Pois olha, acho que deviam mesmo votar e aprovar essa lei para que fique bem claro para todos a diferença de interesses entre os Estados Unidos e o resto da América; ainda há muitos iludidos e outros tantos “enrustidos” servindo aos norte americanos e interpretando o papel de brasileiros. Além disso, acho que estão dando um tiro no pé.

Julio Silveira

Taí uma coisa que o Lula fez certissimo, e muita gente torceu o nariz. Diminuir nossa dependência desse país. Deveriamos negociar cada vez menos com eles, buscar alternativas nesse imenso planeta. Sermos independentes. Até como forma de protesto contra esse tipo de interferencia autoritária sobre interesses de países que não lhe dizem respeito. Um tipo de chantagem internacional. Lula deu a largada, devemos continuar fazendo os brasileiros aprenderem o caminho do mundo nos negocios.

Jose Mario HRP

Essa cambada norte americana só vive de energias ruins, ódio e guerras sem fim!
Seria bom mesmo acabar com todas as relações com eles!
E VIVA CUBA LIVRE!!!

André Dantas

“Essa nova legislação é despropositada porque restringe a capacidade do Departamento de Defesa [dos Estados Unidos] de escolher seus parceiros e pode causar impostos aos norte-americanos, já que restringe de forma direta a concorrência”.
É por isso que é despropositada? Por que pode prejudicar os “negócios” dos EUA? Rapaz, a inversão de valores dessa gente é nojenta.
O Direito Internacional não vale pra nada? E a vedação da extraterritorialidade na ONU? E a auto-determinação dos povos? E a soberania da Assembléia Geral da ONU que já condenou incontáveis e incansáveis vezes esse nefasto bloqueio? Quem deu aos EUA esse poder de determinar com quem os outros países podem ou não negociar? Quem deu aos EUA o poder de determinar quem é do “bem” e quem é do “mal”?
E o cara vem dizer que haverá um prejuízo para o Departamento de Defesa do EUA, coitado… Departamento esse que usa seus “lucros” para matar as pessoas com “drones”, evitando assim sujar a farda dos “marines” com o sangue dos “inimigos”.
E o cara vem dizer que há um problema de “restrição à concorrência”… Que porcaria de mundo é esse que a gente vive que cada um tem um valor em dinheiro… Muitos nem isso.

    Renato

    OS EUA não estão proibindo de negociarem com Cuba. A empresa pode ter operações em Cuba. Mas se tiver, está proibida de operar nos EUA.
    Entenderam?
    Pergunto, Para o comércio exterior o que Cuba pode oferecer em vantagens em relação aos EUAs?

    Nelson

    Ao que parece, meu caro Renato, tu aprecias bastante uma boa ditadura.
    O que é que o parlamento dos EUA está propondo s enão uma medida discriminatória e, portanto, ditatorial?

    Ao que parece, também, meu caro Renato, para você tudo deve se resumir a uma questão de cifrões: quem der mais, leva. Ética… nenhuma.

    LEANDRO

    Isso mesmo, Renato. Queria que meu país defendesse o interesse do povo brasileiro como o governo americano defende o povo de lá. Tem gente aqui defendendo a “democracia” cubana, um único jornal, um único partido, uma família que se perpetua no poder sem eleições, sem oposição Quanta hipocrisia dos “democratas” da esquerda.

Elias

Barack Obama está terminando seu 1° mandato sem ter devolvido Guantanamo a Cuba. Barack Obama tenta se reeleger neste ano (2012) e pouco se expressa sobre a paz no mundo (ele recebeu o Nobel da Paz no início de seu mandato). As democracias do continente americano esperaram de Barack Obama uma ação concreta de reciporcidade social e a troca de interesses nos mais variados setores da cultura e do comércio. E nada. Agora, teremos certeza que qualquer movimento estadunidense contra Cuba só vai explicitar um ódio que já dura mais de 50 anos. Barack Obama tem consciência de tudo isso. Mas ele precisa dizer ao mundo que a democracia do seu país é maior que a comunidade anticubana e maior ainda que a direita belicista e amante de toda guerra. Ele precisa dizer e provar.

PS: O ingênuo, muitas vezes, não é tão ingênuo para acreditar piamente em seus sonhos.

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