Sindipetro-SP: Sucateamento e redução de funcionários transformam refinaria da Petrobras em bomba-relógio; veja vídeo

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Da Redação, com informações do Sindipetro-SP

Na tarde desta quarta-feira (01/11), a Refinaria de Paulínia (Replan), da Petrobras,  sofreu uma grave parada geral de emergência.

Foram três horas de sufoco.

Inicialmente, com base nas informações recebidas, o Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo (Sindipetro-SP), disse que a origem do problema tinha  sido falha no fornecimento de energia da CPFL paulista.

Porém, após criteriosas apurações, os dirigentes sindicais constataram que a parada foi causada por avarias no sistema de ar comprimido da refinaria.

“Foi a terceira parada emergencial em 30 dias!”, avisa  o Sindipetro-SP.

O alarme demorou mais de 20 minutos para tocar.

Houve muita correria, para tentar controlar a situação,  pois havia risco de explosão.

O acidente liberou fumaça altamente perigosa, que, se não fosse controlada com rapidez, poderia ter causado explosão gigantesca.

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“O constante sucateamento e a redução do efetivo operacional transformaram a Replan em uma bomba relógio, que pode   ocasionar uma tragédia a qualquer momento”, observa o Sindipetro-SP.

No início da noite, Sindipetro-SP publicou a nota abaixo em seu site, dando mais detalhes (os negritos são nossos):

A Replan sofreu na tarde desta quarta-feira (01/11) uma parada operacional de emergência, a terceira registrada em 30 dias.

Uma gigantesca nuvem formada pela mistura de gasolina, GLP e óleo diesel vaporizados, com alto grau de explosividade, foi lançada pelas chaminés da refinaria.

O sucateamento e a redução do efetivo operacional transformaram a Replan em uma bomba relógio, na iminência de uma tragédia. 

Os dirigentes do Unificado foram impedidos de entrar na refinaria, mesmo após o fim da emergência, em mais uma conduta antissindical e suspeita da atual gerência.

O Sindicato foi barrado na entrada da refinaria. Por que não deixaram a gente entrar para apurar o que estava ocorrendo?”, questiona o diretor sindical Arthur Bob Ragusa. 

Do lado de fora, e em contato direto com os trabalhadores dentro da refinaria, a direção do Unificado levantou que a falta de ar comprimido ocasionou o descontrole da unidade de craqueamento.

(…)

A falta de ar comprimido gerou uma perda de referencial no craqueamento e causou um processo chamado reversão, que faz com que a carga do reator desça, ao invés de subir.

As válvulas controladoras, que são hidráulicas, não fecharam e todo o volume de gás e óleo pulverizados saiu na chaminé da caldeira e foi lançado na atmosfera em forma de uma nuvem escura e gigante.

“Essa nuvem é muito perigosa e caso encontre uma fonte de ignição pode haver uma grande explosão”, afirmou o coordenador da Regional Campinas do Unificado, Gustavo Marsaioli.

A nuvem escura se dissipava no ar há quase 30 minutos, quando a empresa tocou o alarme de evacuação das unidades. Os trabalhadores, muitos deles assustados, se deslocaram para o ponto de encontro.

A situação foi controlada duas horas e meia mais tarde. O pessoal do administrativo foi liberado para voltar aos seus postos, mas a área operacional continuou esvaziada.

A situação grave e caótica escancara, mais uma vez, a incompetência da gerência da Replan e a ineficiência do estudo de Organização e Métodos (O&M) da Petrobrás, que implementou a redução do efetivo na Refinaria de Paulínia e em várias outras unidades do país.

“A falta de efetivo amplia demais a dificuldade de controlar uma emergência e de ter sucesso nesse controle. O incidente de hoje é fruto da irresponsabilidade gerencial da Petrobrás”, declarou Bob Ragusa.

A Replan é a maior refinaria da Petrobras em capacidade de processamento de petróleo: 66 mil m³/dia, o equivalente a 415 mil barris.

Sua produção corresponde a 20% de todo o refino de petróleo no Brasil, processando aproximadamente 80% de petróleo nacional, grande parte da Bacia de Campos.

Ela se liga aos terminais de São Sebastião,  Guararema e  Barueri.

Também está interligada aos terminais das Distribuidoras do Pool Paulínia, da Petrobras Distribuidora e da Base da Liquigás para GLP.

Seus principais produtos são diesel, gasolina, GLP, óleos combustíveis, querosene de aviação, asfaltos, nafta petroquímica, fluidos hidrogenados.

Atende os seguinte mercados: interior de São Paulo (55%); Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Acre (20%); sul de Minas Gerais e Triângulo Mineiro (10%); Goiás, Brasília e Tocantins (15%).

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