Marcelo Auler: Na Lava Jato, R$ 2,9 bilhões sumiram

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Fotos: Eduardo Matysiak e Marcelo Camargo/Agência Brasil

Na Lava Jato, R$ 2,9 bilhões sumiram

 Marcelo Auler, em seu blog

Ao desembarcar em Curitiba, provavelmente na próxima quinta-feira, o ministro Luis Felipe Salomão, corregedor-geral do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), decidido a fazer a correição extraordinária na 13ª Vara Federal da cidade, poderá se assustar com o valor total de recursos que a Operação Lava Jato arrecadou, depositou em uma conta bancária, mas aparentemente desapareceu. São R$ 2,9 bilhões.

Pelas tabelas existentes, apenas parte dos acordos de leniência da Brasken e de delação premiada da Odebrecht foram honrados.

Essa verba, segundo documentos dos processos instaurados a partir da Operação Lava Jato, foi arrecadada ao longo de nove anos (2014/2023), com multas, acordos de leniência (realizado com empresas) e delações premiadas (com pessoas físicas).

Todos esses valores passaram pela conta 0650/005/86404384-3, do Posto de Atendimento Bancário (PAB) da Caixa Econômica Federal (CEF) dentro do fórum da Justiça Federal de Curitiba.

Pelas informações levantadas pelo Blog “Marcelo Auler – Repórter” essa conta atingiu um saldo de R$ 3 bilhões. Em setembro de 2022 o valor depositado era de R$ 842 milhões e em maio desse ano (2023) ali estavam apenas R$ 32,967 milhões.

Em um documento ao qual o Blog teve acesso, nessa conta bancária foram feitos dois depósitos provenientes de acordos assinados com a Brasken S/A (Processo 5022000-13.2017.4.04.7000) no valor de R$ 1.282.463.635,53; e no acordo de Leniência com a Odebrecht S/A (Processo 5020175-34.2017.4.04.7.000): R$ 175.337.296,34.

Esses valores, porém, eram apenas parte do acordado, como descreve o quadro que acessamos. Com a Brasken, o total que deveria ser pago era de R$ 3.131.434.851.37, que à época correspondiam a US$ 957.625.336,81.

Desses três bilhões acordados no processo da Brasken, nada menos do que R$ 2.298 bilhões seriam destinado ao Ministério Público Federal (MPF); outros R$ 310 milhões ficariam com o Departamento de Justiça (DOJ), dos Estados Unidos.

Também receberia R$ 212 milhões a Securities and Exchange Commission (SEC), a agência independente norte-americana que protege e regula o mercado de capitais daquele país.

Uma espécie de Comissão de Valores Mobiliários. Já a Procuradoria Geral da Suíça (Bundesanwaltschaft) faria jus a R$ 310 milhões.

Já no acordo relacionado à Odebrecht o valor acordado era de R$ 3.828.000.000,00 só que o pagamento acertado foi em 23 parcelas anuais, com correção pela Selic, o que totalizaria ao final R$ 8, 512 milhões.

Desse montante, 82,19% seriam repassados ao MPF; 10% à Procuradoria Geral da Suíça e 7,90% ao Departamento de Justiça (DOJ), dos Estados Unidos.

Em março de 2019, na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF 568) proposta pela Procuradora-Geral da República, o ministro Alexandre de Moraes impediu que o MPF recebesse da Petrobras verba referente às multas acordadas com autoridades americanas.

Nas anotações recebidas pelo Blog não há referencia direta à Petrobras como pagadora desses valores.

Também não fica claro que os valores que o MPF foi impedido de receber eram os mesmos que passaram pela conta 0650/005/86404384-3, do Posto de Atendimento Bancário (PAB) da Caixa Econômica Federal (CEF).

Nela, em certo momento o saldo foi de R$ 3 bilhões, resultados de decisões determinadas pela 13ª Vara Federal. Deste valor, hoje restam apenas algo em torno de apenas 200 milhões.

DEPÓSITOS EM DINHEIRO

No extrato da conta judicial, depósitos em dinheiro de valores altos que são debitados no mesmo dia para possíveis Contribuições. Os extratos dessa conta mostram algumas curiosidades.

Embora se trate de conta judicial, há ali depósitos feitos em dinheiro na própria Agência – DP DINH AG. De valores bastante altos.

No dia 17 de outubro de 2022, quatro depósitos em dinheiro totalizaram R$ 2.644.844,90. Curiosamente, no mesmo dia, esses mesmos valores são debitados da conta com a rubrica “DB P CONTR”.

Aparentemente, ao se comparar com outros Extratos da próxima CEF, trata-se de Débito Para Contribuição. Além dos R$ 2,644 milhões que tinham sido depositados como dinheiro, no mesmo dia há um “DB P CONTR” de R$ 147.576.401,91.

MISTÉRIO A SER DESTRINCHADO 

Onde foram parar os R$ 2,8 bilhões? Oficialmente ninguém responde essa pergunta.

Destrinchar isso será um dos desafios a ser resolvido pelo ministro do CNJ Salomão. Ele talvez consiga levantar gastos isolados que apareceram na Vara, também sem muitos detalhes e sem explicações.

Um dos gastos fora R$ 2 milhões enviados à 14ª Vara Federal criminal de Curitiba. Não há nenhuma informação dos motivos que tal verba foi repassada diretamente a outra Vara da mesma seção judiciária.

Curiosamente, houve remessa – também de R$ 2 milhões – para uma vara federal criminal do Rio.

Outros R$ 3 milhões foram remetidos a uma vara federal de Goiás, também sem qualquer explicação.

Trata-se de mais um mistério da malfadada Operação Lava Jato que aguarda por melhores explicações.

Leia também:

Jeferson Miola: O conluio da juíza Gabriela com procuradores delinquentes

Jair de Souza: Todo machão é uma bicha enrustida

Jeferson Miola: Por uma Comissão da Verdade para investigar as graves denúncias sobre a Lava Jato


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Comentários

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Zé Maria

Vazô!

Juiz Appio afirma em Depoimento ao Corregedor Nacional do CNJ que TRF4
o afastou da 13a. Vara Federal de Curitiba
precisamente no momento em que investigava o destino dos valores depositados em juízo pelas
empresas e respectivos Executivos
que fizeram acordos na Operação
Lava Jato. Segundo o Magistrado,
dos mais de R$ 3 Bilhões em Depósitos
Judiciais realizados ainda faltava certificar
junto à Caixa Econômica Federal a
Destinação de aproximadamente Meio
Bilhão. de Reais, quando o Tribunal Regional Federal o afastou da 13a Vara.

[ Reportagem: Mônica Bergamo ]

https://www1.folha.uol.com.br/amp/colunas/monicabergamo/2023/06/juiz-appio-diz-que-investigava-destino-de-r-3-bi-da-lava-jato-quando-foi-afastado-da-13-vara-de-curitiba.shtml

Renato Kern

OS TRAIDORES DA PÁTRIA

Em 2018, a Petrobras fechou com o Departamento de Justiça (DoJ) dos EUA um acordo de US$ 853 milhões (3,5 bilhões de reais à época). Do total, R$ 2,5 bilhões voltaram ao Brasil e foram depositados em uma conta da 13ª Vara Federal de Curitiba, eram a propina que o Governo dos EUA pagou a turma do então procurador Dallagnol e do então juiz Moro por terem traído o Brasil, disfarçada como um programa de anticorrupção que ficaria sob tutela do Ministério Público Federal, o que acabou sendo barrado por Alexandre de Morais.

Tudo ilegalmente pela Lava Jato, obedecendo ordens do Departamento de Justiça (DoJ) dos EUA e da CIA para desmontar a economia brasileira e anular Lula, já que o país estava saindo da tutela dos EUA.

Esta traição foi aplaudida e apoiada pela mídia comercial brasileira, bancos, empresários e partidos de oposição.

Os dois traidores abandonaram, seus cargos na Justiça para entrarem na política, de onde Dallagnol já foi corrido. Moro também corre este risco.

Em 2013 nas Jornadas de Junho, o governo americano início sua guerra contra Lula, Dilma e o PT, disfarçadas de protestos estudantis.
Ao captarem e instruirem Moro e Dallagnol, a Lava Jato prende Lula, destrói as grandes empreiteiras brasileiras e propicia a eleição de Bolsonaro, o que colocou o Brasil definitivamente por terra.

Esperamos que o Governo Brasileiro faça cumprir a lei No 1.802, DE 5 DE JANEIRO DE 1953 julgar e colocar atrás das grades estes tridores.

LEI No 1.802, DE 5 DE JANEIRO DE 1953.
Define os crimes contra o Estado e a Ordem Política e Social, e dá outras providências.
Art. 1º São crimes contra o Estado e a sua ordem política e social os definidos e punidos nos artigos desta lei, a saber:
Art. 2º Tentar:
I – submeter o território da Nação, ou parte dêle, à soberania de Estado estrangeiro;
Pena: – reclusão de 15 a 30 anos aos cabeças, e de 10 a 20 anos ao demais agentes;

Zé Maria

Muitas Emoções,
Muitas Explicações.

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