Instalação da CPI é tentativa de criminalizar o MST e pressionar o governo, denuncia o Movimento; nota

Tempo de leitura: 2 min
De 6 a 8 de março de 2023, aconteceu em todas as regiões do País a Jornada Nacional de Luta das Mulheres Sem Terra. O lema deste ano: o agronegócio lucra com a fome e a violência. Por terra e democracia, mulheres em resistência! Fotos: MST

Instalação de CPI é mais um capítulo da ofensiva contra o MST

Nota oficial do Movimento em resposta à instalação da CPI contra o MST, realizada nesta última quarta-feira (17)
 

Da Página do MST

O MST, por meio desta nota, denuncia a instalação da CPI contra o Movimento, feita nesta última quarta-feira (17).

A Comissão é instalada sem objeto determinado e representa uma tentativa de criminalizar o MST e pressionar o governo.

Ricardo Salles, relator, e Tenente Coronel Zucco, presidente, não possuem legitimidade para conduzir qualquer tipo de investigação contra um Movimento que caminha rumo aos seus 40 anos, levantando a bandeira histórica de combate à concentração de terras no Brasil.

Querer criminalizar nossa luta por meio de uma CPI é estratégia para omitir as reais mazelas do campo brasileiro: crescente desmatamento, grilagem de terra, queimadas, violência no campo, uso de mão de obra análoga à escravidão, destruição e contaminação dos bens naturais pelo uso de agrotóxicos.

Somente neste ano, 918 vítimas de trabalho escravo foram resgatadas, um recorde em 15 anos. Estes são os temas que deveriam ser alvo de investigação.

Defendemos o cumprimento da Constituição Federal (que o bolsonarismo tentou rasgar em 8 de janeiro) na sua integralidade, inclusive no que diz respeito ao cumprimento da função social da propriedade. Tal princípio atende a critérios produtivos, ambientais e trabalhistas e devem ser combinados.

Portanto, segurança jurídica se alcança ao se cumprir a Constituição. As famílias Sem Terra acampadas fazem a luta digna por terra, teto e trabalho, direitos assegurados na Carta Magna.

Portanto, sabendo que nossa luta é justa e que, nesta CPI, não somos nós os criminosos, dela participaremos para apresentar a Reforma Agrária que o Brasil precisa.

Nesta comissão, contaremos com a solidariedade não somente de valorosas e valorosos parlamentares, mas também com o apoio de toda a sociedade.

Juntos, iremos superar mais uma tentativa de criminalizar nossa luta. A CPI passará, a luta do MST seguirá! Venceremos!

Direção Nacional do MST

Brasília, 18 de maio de 2023

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Comentários

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Renato

A convocação de Stedile é mas, um tiro no pé da cpi porque estarão

Zé Maria

Agentes Públicos Criminosos, representando Grileiros Desmatadores

e Incendiários de Florestas, e Assassinos de Indígenas e de Quilombolas,

criminalizando quem busca um pedaço de terra para produzir alimentos.

Essa é a CPI do Ruralista Madeireiro Garimpeiro Salles e do Ceo Zucco.

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