Atentado à bomba contra o Instituto Lula: Polícia Federal não está no caso; investigação está sendo feita pela Polícia Civil

Tempo de leitura: 4 min

atentado e lula

por Conceição Lemes

O atentado à bomba contra o Instituto Lula ocorreu às 22h18 de 30 de julho de 2015. Portanto, há 15 dias.

Por telefone e por e-mail, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, solicitou ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que a Polícia Federal (PF) investigasse crime e punisse os responsáveis.

Apesar do pedido de Okamotto e de ter sido muito divulgado na mídia que a Polícia Federal investigaria, curiosamente a PF não está no caso.  A apuração está sendo feita Polícia Civil de São Paulo.

É o que informou ao Viomundo a assessoria de imprensa da PF, em São Paulo, ao questionamento que fizemos esta manhã sobre o andamento das investigações.

Por telefone, a assessora de imprensa da PF deu a seguinte explicação a esta repórter:

“A Polícia Federal só age quando o fato envolve prédio da União. Como o Instituto Lula, é um órgão privado, a apuração está sendo feita  pela Polícia Civil. Nós estivemos lá e oferecemos a nossa colaboração, caso necessitem. Se a Polícia Civil chegar à conclusão que a bomba foi jogada contra o Instituto Lula por questões políticas – o que por enquanto não está provado –, aí, poderemos atuar”.

A investigação está a cargo do 17º Distrito Policial, o do Ipiranga, bairro onde fica o Instituto Lula. O delegado  titular, doutor José Ayres de Araújo, é o responsável.

“Pelas imagens das câmeras no Instituto Lula, não dá para identificar o carro que jogou a bomba”, explica o delegado ao Viomundo. “Porém, numa rua próxima, por onde o carro provavelmente passou tem uma câmera da CET [Companhia de Engenharia de Tráfego], que capta placa e demais detalhes dos veículos que passam por ali.”

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“Nós pedimos à CET as imagens dessa câmera no horário que a bomba explodiu. O CET nos enviou ontem”, informa o delegado. “Agora, vamos confrontar  as imagens da CET com as do carro que aparece nas câmeras do Instituto Lula.”

E se as imagens não derem a resposta, vai ficar por isso mesmo?

Ou será que, lá no fundo, o ministro Cardozo acha que é crime comum, coisa de baderneiros, como alardeou o secretário de Segurança paulista?

Com a palavra o ministro Cardozo, chefe da PF.

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SUPRAPARTIDÁRIO

DEPUTADOS PEDEM APROFUNDAMENTO DAS INVESTIGAÇÕES DO ATENTADO CONTRA O INSTITUTO LULA

da Assessoria de Comunicação da Liderança do PT na Alesp, via e-mail

Por iniciativa da Bancada do PT na Assembleia Legislativa, deputados estaduais dos diversos partidos assinaram manifesto [ao final] pelo aprofundamento das investigações do atentado contra o Instituto Lula.

O documento, assinado por 33 parlamentares, foi entregue ao presidente da Casa, deputado Fernando Capez (PSDB), que encaminhará para o secretário de Segurança Pública, Alexandre de Moraes.

Na noite de 30 de julho uma bomba de fabricação caseira foi arremessada em direção ao Instituto Lula, deixando marcas no portão e no muro.

No manifesto, os deputados  afirmam: “Uma vibrante democracia como a nossa não pode admitir, em nenhuma hipótese, um ataque a bomba contra seus cidadãos, contra sede de instituições públicas ou privadas, sendo intolerável quando o ataque é desferido contra um ex-presidente da república e, mais especificamente, Lula”.

O deputado João Paulo Rillo (PT) fez um pronunciamento em plenário na tarde desta quinta-feira (13/8) e salientou: “Devemos preservar todos os líderes produzidos pela democracia”. Rillo também agradeceu o apoio dos demais deputados e esclareceu que não houve nenhuma recusa e que apenas os parlamentares que não foram encontrados deixaram de assinar o manifesto.

O deputado Coronel Telhada (PSDB), que também assinou o documento, parabenizou a iniciativa e classificou o ataque ao Instituto Lula como crime.

O documento solicita uma apuração eficiente e profunda das circunstâncias, que as testemunhas sejam ouvidas e que haja uma investigação das ameaças contra a vida do ex-presidente Lula nas redes sociais e suas conexões com os acontecimentos.

O líder da Bancada do PT, deputado Geraldo Cruz, lembra que esse não foi um fato isolado. “Em menos de um ano a sede do diretório do PT de Jundiaí foi incendiada e diversos ataques contra militantes do PT foram registrados. O discurso de ódio praticado pelos setores mais reacionários da sociedade está construindo um ambiente perigoso no país”, afirmou o líder petista.

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