Altamiro Borges: O mensalão tucano morre de inanição midiática

Tempo de leitura: 2 min

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Rindo à toa

O “mensalão tucano” está morrendo

Por Altamiro Borges, em seu blog

Aos poucos, todos os envolvidos no escândalo do “mensalão tucano” – que a mídia insiste em chamar de “mensalão mineiro” – vão escapando de qualquer possibilidade de punição. Diferente dos fuzilados no midiático julgamento do “mensalão do PT”, nenhum deles deve ir para a cadeia.

Nesta semana, o senador Clésio Andrade (PMDB-MG), outro réu no caso, renunciou ao seu mandato como artifício para abortar a conclusão do seu julgamento, em lenta tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF). Ele alegou motivos de saúde, mas até a Folha denunciou, em editorial na quinta-feira (17), a “nova manobra tucana”. Caberia perguntar por que o jornal nunca deu manchete ou apurou seriamente este escândalo.

O diário da famiglia Frias – ativo porta-voz do tucanato – até lembra que “Clésio repetiu a estratégia adotada pelo ex-deputado Eduardo Azeredo (PSDB-MG), que abdicou de seu mandato em fevereiro. Abandonando a função, eles deixam de figurar na lista das autoridades que, segundo a Constituição, devem ser julgadas pelo STF.

O objetivo é transferir o processo para a primeira instância da Justiça, onde o amplo repertório de recursos permite que a análise do caso se estenda. Faz parte desse cálculo a expectativa de eventual prescrição dos crimes”. Em outras palavras, os envolvidos no milionário esquema de Caixa-2 do PSDB de Minas Gerais vão escapando de qualquer punição.

O empresário do ramo de transporte Clésio Andrade foi vice-governador de 2003 a 2006, na gestão de Aécio Neves. Na época, ele era filiado ao PFL – atual DEM. Antes de chegar ao governo, ele se tornou sócio da agência de publicidade de Marcos Valério.

“Essa associação tornou-se peça central da engrenagem do mensalão tucano, que, segundo a Procuradoria-Geral da República, envolveu empréstimos fraudulentos, lavagem de dinheiro e desvio de verbas estatais com vistas a financiar a campanha de Eduardo Azeredo ao governo de Minas, em 1998”, explica a Folha. O jornal apenas deixou de informar que o esquema também bancou as campanhas de Aécio Neves e FHC, segundo confissão de Eduardo Azeredo.

O mensalão tucano é considerado o precursor do mensalão petista, a partir da engrenagem montada pelas agências de publicidade de Marcos Valério. Até hoje nada foi apurado com rigor. O Poder Judiciário, conhecido por seus vínculos com o tucanato, posterga o julgamento do caso.

Já a mídia privada blinda os tucanos envolvidos. Eles não aparecem nas manchetes dos jornalões, não merecem as críticas ácidas dos colunistas da tevê e nem são alvos da caçada implacável do tal “jornalismo investigativo” – sempre tão seletivo nas suas pautas. Graças a estas cumplicidades, todos os envolvidos no “mensalão tucano” ficam impunes. Clésio Andrade era o único réu do caso que ainda tinha o processo tramitando no STF.

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Comentários

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FrancoAtirador

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A Inversão Midiática Empresarial
na Banânia Capitalista Neoliberal:

O que deveria ser Caso Policial
está na Coluna Social;

E o que deveria ser Política Social
está na Página Policial.
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    Tonho

    Ou:
    “A questão social é caso de polícia”

Tonho

Azenha,
Achei estranho não haver nenhuma matéria no “Vi o mundo” sobre o pedido de asilo e as novas prisões de ativistas no RJ. Há uma orquestratação da magistratura, Ministério Público, mídia corporativa, executivo estadual carioca e paulista e, temo eu, executivo federal, mas este ultimo, se fizer parte da orquestração, está debaixo dos panos (através do seu horrendo ministro da injustiça, Zé Cardoso, que chama as prisões brasileiras de “medievais” e faz questão de enchê-las com ainda mais gente):

A declaração que Eloíza Sammy, advogada ativista que virou réu (uma flagrante violação do direito de defesa legal), que se encontra na embaixada do Uruguai: https://www.youtube.com/watch?v=9HcHcCGT_nI

O inquérito capenga. Contraditório, forçado e nitidamente ideológico. http://fritandocoxinhas.wordpress.com/2014/07/20/inquerito-policial-no-218-016462013-mp-rj/

Detalhe: o promotor responsável pela denúncia é o mesmo que mandou a Polícia Civil invadir apartamento da jornalista que supostamente criticava Aécio Neves. https://andradetalis.wordpress.com/tag/luis-otavio-figueira-lopes/

Repúdio das universidades federais cariocas: https://ninja.oximity.com/article/Universidades-federais-do-RJ-repudiam-1

Manifesto dos juristas contra a criminalização das lutas sociais: http://ddh.org.br/juristas-publicam-manifesto-contra-a-criminalizacao-das-lutas-sociais/

    Luiz Carlos Azenha

    Estamos fazendo. abs

FrancoAtirador

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Está na Mídia Empresarial:

Tucanos não são Corruptos,

são Empreendedores do Voto.
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Urbano

A prova contundente de que a moralidade passa a éons… Moral seletiva é canalhice.

    Mauro Assis

    Urbano, não houve mensalão mineiro… veja a minha nota aí embaixo.

    Urbano

    Mas Mauro, eu não citei nem mensalão e muito menos mineiro. Além do mais o tunganato, no seu todo, não é de mesada, merrequinha, não. Com a blindagem existente, a coisa é logo pra torar mesmo. Muitas bocas pra dar de comer…

    Urbano

    Estás vendo Mauro, que não é merrequinha mesmo? Um aeroportozinho quintal de fazenda por mais de quinze milhões de reais? E se juntar os apetrechos como helicóptero, jatinho e mais não sei o quê e não sei que mais, hein? Que beleeeza…

Mardones

Tucano é sempre inocente com ou sem prova. Essa é a máxima no Brasil.

E ainda corremos o risco de ver o Pimenta da Veiga – que recebeu R$ 300.000,00 do Valreioduto – ser eleito governador nas Minas Gerais.

    lulipe

    Mas não sáo os petistas que vivem dizendo que, ao ser eleito, expiam-se as culpas, então se os mineiros o eleger é por que não viram nenhuma culpa nele, portanto, está absolvido.

pedro – bahia

http://www1.folha.uol.com.br/poder/2014/07/1488876-ministerio-publico-vai-abrir-inquerito-para-analisar-obra-em-minas-gerais.shtml.

O mesmo destino deve ter o inquérito acima. Será, na minha opinião, transferido para o estado de Goiás e o acompanhamento ficará a cargo do Procurador reconduzido ao cargo Demóstenes Torres e o o julgamento, se houver recurso no STF, será de competência do Ministro Gilmar Mendes. A mídia nativa não dará seguimento ao noticiário do caso.

Mauro Assis

Só uma coisinha: se o Dudu Azeredo perdeu a eleição para o Governo de Minas pro Itamar, porque ele pagaria um mensalão prá deputado?

Jorge Leite Pinto

É phoda…

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