Acusado de comprar cobertura positiva da mídia em Israel e prestes a ser indiciado por corrupção, Netanyahu oferece a Bolsonaro tecnologia usada na ocupação de território palestino

Tempo de leitura: 3 min
Fernando Frazão/Agência Brasil

O diário israelense Haaretz reproduziu a foto de Carlos Bolsonaro vestindo camisa do Mossad — a espionagem israelense — e de Eduardo Bolsonaro com a da IDF — Israel Defense Forces, que garante a usurpação de território palestino — durante visita a Israel.

Nas discussões, disse a fonte, respondendo a uma pergunta do Haaretz, Israel não se limitou à possível venda de drones para o setor público, para fazer policiamento. […] A fonte disse que alguns dos drones seriam equipados com tecnologia de reconhecimento facial, ligada a bancos de dados usados para procurar suspeitos. Israel planeja utilizar a tecnologia em janeiro, na área da rodovia 443, que liga a Cisjordânia a Jerusalem. Netanyahu espera que Bolsonaro mova a embaixada do Brasil de Tel Aviv para Jerusalem. Em troca, Israel daria informações e oportunidades importantes para ajudar no projeto principal de Bolsonaro, o de segurança doméstica. Do diário israelense Haaretz

Escritório do promotor recomenda indiciar Netanyahu em dois casos de corrupção

Pagamento de propina nos casos 2000 e 4000. Netanyahu: “Vazamento para a mídia visa aplicar pressão para que eu seja indiciado”

Do diário israelense Haaretz, 19 de dezembro de 2018

Uma equipe de promotores trabalhando em nome da Procuradoria Geral recomendou na quarta-feira que o primeiro ministro Benjamin Netanyahu seja indiciado pelo pagamento de propina em dois casos de corrupção, o 2000 e o 4000.

O promotor estatal possivelmente acusará Netanyahu por quebra de confiança em um terceiro caso de corrupção, o 1000.

Na quarta-feira, o promotor Shai Nitzan disse que a equipe que trabalhou no caso terminou sua avaliação e que nos próximos dias o procurador-geral começará suas deliberações.

No caso 2000, Netanyahu é acusado de oferecer ao editor do jornal Yedioth Ahronoth, Arnon Mozes, uma política governamental favorável em troca de cobertura positiva.

O caso 4000 envolve a suspeita de que Netanyahu, quando ministro das comunicações entre 2014 e 2017, interferiu com reguladores para ajudar o barão das telecomunicações Bezeq num negócio envolvendo o equivalente a R$ 1 bilhão com o empresário Shaul Elovitch.

Em troca, Elovitch, um antigo amigo de Netanyahu, alegadamente deu ordem para que o site de notícias Walla, de Bezeq, desse cobertura positiva ao primeiro ministro e a sua esposa, Sara.

O caso 1000 alega que Netanyahu e sua mulher receberam presentes luxuosos de um magnata israelense de Hollywood, Arnon Milchan e do empresário australiano James Packer, em troca de legislação e favores pessoais*.

De acordo com Nitzan, o procurador geral vai discutir “as complexas questões éticas e legais dos casos baseado nas opiniões que recebeu e vai tomar as decisões”.

Nitzan também disse que o relatório dos promotores tem 800 páginas.

Apesar de as recomendações sobre o Caso 4000 terem sido publicadas há apenas duas semanas, a preparação delas começou muito antes.

Como o Haaretz noticiou anteriormente, nas últimas semanas autoridades tiveram uma série de reuniões para tratar dos casos e chegaram a uma conclusão nos últimos dias.

Nitzan acrescentou que “depois do término das deliberações, a recomendação do procurador geral será publicada,  junto com a minha”.

Uma nota do escritório do primeiro ministro diz: “Os vazamentos e a pressão da mídia representam aplicação de pressão indevida para que o primeiro ministro Benjamin Netanyahu seja indiciado a qualquer custo. Vamos examinar as provas, ignorar o barulho de fundo e provar que não há nada [nas alegações]”.

PS do Viomundo: *Em troca de presentes no valor equivalente a 750 mil reais, Netanyahu teria ajudado Milchan: a conseguir um visto de 10 anos nos Estados Unidos; a marcar uma reunião com o ministro das Comunicações para que Milchan defendesse seus interesses no mercado de TV de Israel; aprovando um negócio envolvendo o empresário indiano Ratan Tata, sócio de Milchan, apesar da oposição do Ministério da Defesa e do próprio escritório do primeiro-ministro; evitando o colapso da TV Canal 10, da qual Milchan era sócio minoritário. Veja aqui a íntegra das acusações a Bibi.

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Comentários

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Jose carlos

Espero que os árabes não se irritem e mandem uns homens bomba para cá.

Nelson

Tudo dentro do script, por pelo menos dois motivos:

Primeiro. A violência cultuada pelos Bolsonaro atrai a violência pratica pelo sionismo israelense. O terrorismo cultuado pelos Bolsonaro atrai o terrorismo praticado pelo sionismo israelense.

Segundo. Se o governo sionista nega, já há mais de 70 anos, o mínimo de dignidade ao povo palestino, tem mais é que investir em tecnologia de vigilância, repressão, castigo e morte. Se o governo do Bozo se propõe vai negar o mínimo de dignidade ao povo brasileiro – obrigação constitucional do Estado -, tem mais é que investir pesado em vigilância. Vigilância para reprimir, castigar e até mesmo matar os recalcitrantes, os que não aceitarem passivamente serem jogados na completa exclusão.

a.ali

resumindo o imbróglio, são todos “irmãos siameses”, se acharam, se juntaram e ñ se descolam… que tempos, que tempos!
um ano novo de RESISTENCIA e LUTAS!

dorival

Mas não é possível hein….onde o Boçal se mete algo fede. E como se não bastassem todos os seus futuros ministros terem processos ou acusações pesadas, agora até o Nethanyaou vai ser indiciado em Israel. Ah, sai dessa, boçal, tente andar com gente honesta….apesar de que os cafajestes se atraem né…..

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