Marco Brito, defensor do SUS, comenta a Carta aos petistas sobre o ”Agora tem Especialistas”

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Foto: Ascom/CNS

Redação Viomundo

Na quinta-feira, 12 de junho, publicamos a Carta aos petistas sobre o ”Agora tem Especialistas’‘, de Francisco Júnior, Nayara Oliveira, Paulo Mariante e Roberto Farias.

Um debate imprescindível. 

O enfermeiro-sanitarista Marco Paulo Valeriano de Brito, filiado ao PT, postou no artigo o comentário abaixo. 

Com autorização dele, reproduzimos a seguir.

PREZADOS DEFENSORES DO SUS

Amigos e amigas, trabalhadores e usuários do SUS

Meus cumprimentos!

Parabéns pelo seu trabalho, que sei que se multiplica entre os que de fato defendem o SUS e a Saúde Pública no Brasil.

Parcerias Público-Privadas não funcionam na Saúde Pública, e se funcionassem os serviços conveniados filantrópicos e as terceirizações de serviços de saúde, que no Brasil já ultrapassam 70% (setenta porcento), em todo o território nacional, estariam resolvendo a acolhida e a assistência de saúde à toda a população brasileira, sem os gaps (repressão de demanda, falta de profissionais de saúde, baixos salários, ausência de planos de cargos e carreiras, gestão, etc…), que seguem dando combustível às intermináveis filas no SUS e a frustração do povo brasileiro com o nosso Sistema Nacional de Saúde, para a indignação e revolta dos que lutam, trabalham e resistem no SUS e pelo SUS Público-Estatal.

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O governo Lula III está encilhado pelo Congresso Nacional e pela Elite Rentista do Atraso, e vem com mais essa rendição ao Sistema Financeiro, que sempre quis abocanhar para o mercado a Saúde Pública do Brasil.

As Santas Casas e os Planos Privados Populares, que parasitam as doenças do povo, estão agradecendo ao ministro da saúde, ou será da economia de mercado das doenças, Alexandre Padilha.

Nós outros, que de fato defendemos, trabalhamos e usamos o SUS seguiremos resistindo até que de fato e de direito implantemos e desenvolvamos um Sistema Nacional de Saúde Estatal e Público, o ‘SNS do Brasil’, como fizeram os britânicos, que nos inspiraram na nossa Reforma Sanitária, iniciada no fim do século XX e ainda inconclusa, onde o SUS é tão somente uma ferramenta, que infelizmente segue permanentemente agredida e sucateada, desde quando moldado e implantado neste país.

Não recuaremos, camaradas, até que a vitória do SUS e do SNS DO BRASIL seja plena!

Aquele abraço!

Marco Paulo Valeriano de Brito
Enfermeiro-Sanitarista, Professor, Gestor Público e Servidor Público Federal Aposentado do Ministério da Saúde
Filiado ao Partido dos Trabalhadores – Diretório Municipal de Duque de Caxias – RJ

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Marco Paulo Valeriano de Brotp

O BRASIL NÃO VAI PERDER O SUS E HÁ DE TÊ-LO PÚBLICO-ESTATAL

O Reino Unido tem no SNS – Serviço Nacional de Saúde, público-estatal, um dos maiores orgulhos na Nação.
O SNS britânico, embora não imune às crises do capitalismo, subfinanciado e criticado pelos governos conservadores, nunca perdeu o respeito da população e é defendido por seus profissionais de saúde.
O nosso SUS tem como uma de suas inspirações o SNS do Reino Unido, mas sempre foi desrespeitado por todos os nossos governos, desde a sua criação em 1990, apesar de estar garantido como dever de Estado e direito do Povo na Carta Constitucional de 1988.
O SUS sofre com corrupção, improbidade, imperícia, imprudência, negligência, entre gestores e trabalhadores, falta de planejamento, subfinanciamento, fatiamento, patrimonialismo, controle social confuso e pulverizado em diversos interesses, mas o que mais o inviabiliza e o está destruindo é a política canalha e mesquinha que se pratica em todos os partidos políticos brasileiros.
A população é majoritariamente pobre e despolitizada, com deficiência na Educação, são mais de 100 milhões de brasileiros, numa população de cerca de 212 milhões de habitantes (Censo IBGE – 2022), que sobrevivem no fio da navalha, entre o desemprego e o subemprego, baixíssimo poder de compra e muitos estão doentes nessa sobrevivência que lhes é tão perversa.
Como vão defender o SUS que lhes fecha as portas da acolhida e assistência?
Dizer que tanto faz que o SUS seja público ou privado é mais um cinismo brasileiro diante do sofrimento humano, pois quem o diz sabe que o privado é para poucos, caro, seletivo, especulador, rentista, produtivista, meritocrático, de mercado, visa o lucro, portanto, capitalista e incompatível com a Saúde Pública.
Como dizer isso ao povo brasileiro que sofre?
Dizendo, educando politicamente a população, atendendo politicamente os seus direitos humanos, individuais e sociais, e o direito à saúde é inalienável e tem que ser indissociável do controle do Poder Público.
A Esquerda não pode defender a privatização da Saúde Pública e muito menos contribuir para privatizá-la!
O SUS DO BRASIL é do Povo Brasileiro, provavelmente o único patrimônio público que temos e, portanto, tem que ser Estatal.
Parceria Público-Privada é uma excrescência na Saúde Pública e temos que continuar a combatê-la venha de onde vier, inclusive, as que sejam propostas por partidos políticos que se dizem de Esquerda.
O Brasil sequer consolidou o seu Sistema Nacional de Saúde Estatal e Público, a exemplo do Modelo Britânico, a reforma sanitária brasileira ainda está inconclusa, e vamos seguir defendendo e lutando por um SUS Estatal, Público, universal, equitativo, Integralizado, profissionalizado, de qualidade e sob o controle democratizado e popular da sociedade civil organizada brasileira.
Venha de onde vier a traição ao SUS estaremos resistindo até derrotarmos os traidores da Saúde Pública do Brasil.
Quer ter saúde privada que pague por ela, de forma individual, sem incentivo público e renúncia fiscal, e aí quero ver quem poderá pagar por isso?
De certo uma minoria, a elite do atraso associada a uma parcela vendida da classe média, canalhas, canalhas, canalhas, …
Vamos vencê-los, nas urnas ou na revolução popular.

VIVA O SUS PÚBLICO E ESTATAL!

Marco Paulo Valeriano de Brito
Enfermeiro-Sanitarista, Professor, Gestor Público e Servidor Público Federal Aposentado do Ministério da Saúde

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