Levantamento mostra redução de leitos para pacientes SUS em hospitais públicos e privados do Brasil

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Foto: Gilson Teixeira/Secap/Governo do Maranhão

Levantamento do Proadess mostra a redução do número de leitos em hospitais no Brasil

por Graça Portela, Icict/Fiocruz

A equipe do Proadess – Projeto Avaliação do Desempenho do Sistema de Saúde – lançou o seu 4º Boletim Informativo.

Intitulado “Monitoramento da assistência hospitalar no Brasil (2009-2017)”, o documento mostra, dentre outros aspectos, a situação da oferta de leitos à população na rede hospitalar brasileira.

O dado que mais chama a atenção no documento é a queda no número de hospitais gerais e especializados inscritos no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), no período de 2009 a 2017.

Segundo os dados do Proadess, houve uma redução de 3,7%, o que significa que se em 2009 haviam 6.041 hospitais, este número cai para 5.819 unidades oito anos depois.

Já o número de leitos hospitalares (clínicos, cirúrgicos, pediátricos e obstétricos) também acompanhou a queda: de 1,87 por cada mil habitantes para 1,72 por mil habitantes, número inferior ao estabelecido pela Portaria GM/MS n° 1101/2002 (vigente até 1º outubro de 2015), que era de 2,5 a 3,0 leitos por cada mil habitantes.

Outra informação importante do Boletim é a de que a rede hospitalar disponível para o Sistema Único de Saúde – SUS em 2017 era de 4.521 estabelecimentos hospitalares (públicos ou privados conveniados ao SUS), o que correspondeu a 78% do total de hospitais no país. Houve no período uma redução de 5,5%, pois, em 2009, esse número era de 4.783 hospitais.

O boletim do Proadess traz não só informações gerais, mas também dados sobre as grandes regiões do Brasil.

É possível verificar que, no período estudado, a quantidade de leitos de cuidado curativo disponíveis ao SUS – leitos clínicos, cirúrgicos, obstétricos e pediátricos – sofreram redução, como é o caso das regiões Centro-Oeste e Sudeste que apresentam, respectivamente, variação negativa de 17,4% e 15,2%.

A publicação completa está disponível no site do Proadess e pode ser acessada aqui

O Proadess tem como objetivo colaborar para o monitoramento e avaliação do sistema de saúde brasileiro, relativos ao Brasil, Grandes Regiões, estados e regiões de saúde, contribuindo para o planejamento de políticas, programas e ações de saúde para gestores de todas as esferas administrativas e disseminando informações sobre o desempenho do SUS nos seus distintos âmbitos, com suas análises e publicações que contêm séries históricas de indicadores, gráficos e mapas temáticos.

Créditos

Infográficos: Vera Fernandes (Ascom/Icict/Fiocruz)

 


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MARCIO PERY DE C COSTA

Para complementar mais informações:

“UPA – UNIDADE DE PRONTO ATENDIMENTO

Funcionar 24 horas por dia, sete dias por semana e poder resolver grande parte das urgências e emergências, como pressão e febre alta, fraturas, cortes, infarto e derrame. Com isso, ajudam a diminuir as filas nos prontos-socorros dos hospitais. A UPA inova ao oferecer estrutura simplificada, com raio-X, eletrocardiografia, pediatria, laboratório de exames e leitos de observação. Nas localidades que contam com UPA, 97% dos casos são solucionados na própria unidade. Quando o usuário chega às unidades, os médicos prestam socorro, controlam o problema e detalham o diagnóstico. Eles analisam se é necessário encaminhar a um hospital ou mantê-lo em observação por 24 horas.

As UPAs fazem parte da Política Nacional de Urgência e Emergência, lançada pelo Ministério da Saúde em 2003, que estrutura e organiza a rede de urgência e emergência no país, com o objetivo de integrar a atenção às urgências.

São três portes de UPA:

Porte I: tem o mínimo de 7 leitos de observação. Capacidade de atendimento médio de 150 pacientes por dia. População na área de abrangência de 50 mil a 100 mil habitantes.

Porte II: tem o mínimo de 11 leitos de observação. Capacidade de atendimento médio de 250 pacientes por dia. População na área de abrangência de 100 mil a 200 mil habitantes.

Porte III: tem o mínimo de 15 leitos de observação. Capacidade de atendimento médio de 350 pacientes por dia. População na área de abrangência de 200 mil a 300 mil habitantes.”

link: http://www.pac.gov.br/infraestrutura-social-e-urbana/upa-unidade-de-pronto-atendimento/br/320

MARCIO PERY DE C COSTA

Este período, entre 2009 e 2017, coincide com a instalação acelerada das UPA´s no Brasil, que se iniciou após 2007/2008 em convênios do governo federal como os governos estaduais e municipais.

UPA´s: “São responsáveis por concentrar os atendimentos de saúde de média complexidade, compondo uma rede organizada em conjunto com a atenção básica e a atenção hospitalar. As unidades também possuem o objetivo de diminuir as filas nos prontos-socorros dos hospitais, evitando que casos de menor complexidade sejam encaminhados diretamente para as unidades hospitalares, além de ampliar a capacidade de atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS).

As UPa´s são responsáveis pro filtrar 95% do atendimento que antes era enviado direto aos hospitais públicos ou não. As mesmas possuem leitos também para internações curtas de 1 a 4 dias.

Então é provável que estes números mascarem esta nova realidade criada pelas
UPA´s em conjunção com os SAMU´s, e que melhoraram muito o atendimento médico nas grandes e médias cidades do Brasil de 15 anos até hoje.

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