Jandira convoca: ‘Por favor, mulheres se levantem e levantem outras! Nós e os jovens vamos virar votos e ganhar as eleições’; vídeo

Tempo de leitura: 4 min

Da Redação

Na sexta-feira, 05-08, foi realizada em São Paulo a Conferência Popular, Livre e Democrática de Saúde 2022.

No final da manhã, houve um ato em defesa do SUS com presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB) discursou.

Sua fala durou pouco mais de 8 minutos. Foi excelente. Do começo ao fim.

Jandira começa saudando a Conferência Popular, Livre e Democrática de Saúde que “acontece apesar deste governo”.

Diz que fala em nome da bancada do Partido Comunista do Brasil na Câmara e em nome do partido, como vice-presidenta nacional.

E prossegue:

Vou dizer a vocês que não tem como ter saúde com 33 milhões de famintos nesse país e com mais de metade dos lares em insegurança alimentar.

Só esse dado já é suficiente para dizer que nós temos que derrotar este governo da fome, do desemprego, da precarização. Um governo que não respeitou e não respeita a ciência, o Sistema Único de Saúde e os profissionais da saúde.

Nós já cansamos de dizer que saúde não se faz com robô. Saúde se faz com gente.

E a primeira coisa que se deve fazer no SUS é respeitar e valorizar os profissionais de saúde. Esses profissionais que não podem ser valorizados apenas com aplauso das janelas. Têm que ser valorizados nas suas carreiras, nos seus salários, na sua qualificação permanente e não pode ser rabo de pauta.

Os profissionais de saúde têm que estar na cabeça da pauta, porque são esses e essas que estão na frente da luta salvando vidas no SUS.

E é esse SUS que, apesar de terem tentado retirar todo o tempo da Constituição, foi a sua capilaridade, foi o seu controle social, foi a sua capacidade de atender o povo e foi a resistência no Congresso Nacional que manteve o SUS na nossa Carta Magna de 1988.

Quero dizer mais: nós não vamos conseguir garantir o SUS na Constituição, se a gente não tiver a unidade, a amplitude, a nossa capacidade defendê-lo como está hoje na Constituição, como dever do Estado e direito de todos.

Essa marca na Constituição brasileira de que o SUS é dever do Estado e direito de todos não é anacrônico e nós vamos manter lá na pauta para o presidente Lula que nós queremos um SUS 100% público e universal.

Nós queremos um SUS financiado corretamente. Nós queremos que seja sustada a PEC do teto, porque com a emenda 95 não tem como manter o financiamento correto do Sistema Único de Saúde.

Nós precisamos garantir que nós possamos fazer o controle claro e absoluto do que é a relação do SUS com setor privado, do que é a relação do SUS com o sistema complementar, do que é a relação do SUS com o sistema suplementar.

E foi isso isso que esta semana nós fizemos no Congresso Nacional. Nós aprovamos a lei impedindo o rol taxativos dos planos de saúde para garantir o procedimento para as famílias brasileiras.

E foi isso que nós fizemos ao aprovar e fazer sancionar o piso da enfermagem, porque nós sabemos valorizar as categorias. Foi imenso esforço.

Isso não é benesse desse governo, não. Foi muita luta, luta da enfermagem e luta das bancadas que estão no Congresso Nacional a partir do projeto de Fabiano Contarato.

É preciso a gente entender que não dá mais para falar em saúde sem falar em economia, sem falar em sustentabilidade ambiental e sem falar em ciência e inovação tecnológica.

O complexo econômico-industrial da Saúde precisa ser defendido por todos que defendem o SUS.

Não dá mais para ficar dependente de importação de máscara, de EPI, de medicamentos, de insumos ou de vacinas.

O Brasil precisa produzir. E produzir na indústria nacional, produzir na Fiocruz, produzir no Butantan.

Nós precisamos ter independência e soberania. E para garantir que o Brasil não seja mais vulnerável é preciso a gente ter consciência, maturidade para fazer a defesa do SUS sustentável. Produzindo aqui, garantindo tecnologia aqui para que a gente tenha de fato um SUS que garanta a independência nacional e a soberania desse país.

E acima de tudo vamos sair das cadeiras, vamos nos mexer. Nós temos menos de 50 dias para essas eleições e nós não podemos ficar omissos diante de famílias que não têm o que comer.

E quando alguém não tem o que comer é porque tudo já lhe faltou. E nós não podemos agora ficar olhando para o processo eleitoral passivamente.

Nós somos formadores de opinião. Mas tem dos nossos lados, na nossa vizinhança, no nosso trabalho gente que está olhando para eleição de forma passiva.

Não dá, não. Nós temos que fazer com que as pessoas entendam que a nossa omissão neste momento é a conivência com a fome do nosso vizinho.

Nós precisamos dizer que a omissão e a passividade neste momento é a conivência com a fome, com a morte, com o desemprego dos nossos vizinhos, das mães das famílias que não têm o que comer.

Portanto, nós temos que convocar aqueles que já têm certeza do voto e aqueles que têm dúvida. E nós temos que fazer isso da forma mais acolhedora, generosa e ampla. Porque nós temos que tentar ganhar esta eleição com Luiz Inácio Lula da Silva no primeiro turno.

Nós temos que buscar essa vitória é agora.

Nós não aguentamos mais ver tantas mulheres, particularmente as mulheres negras, sendo topo da violência em todas as estatísticas, da violência obstétrica, da violência da fome e da violência do desemprego.

E são as mulheres pretas que choram seus filhos pretos nas chacinas das periferias urbanas.

Então, mulheres, por favor, se levantem e levantem as outras mulheres. Porque uma mulher puxa a outra e nós não podemos mais ficar silenciadas na violência que todo dia acontece com as mulheres brasileiras.

Então, se levantem e se levantem com força, porque nós, mulheres, e os jovens vão dar o resultado nessas eleições. As mulheres e os jovens vão virar os votos e nós vamos ganhar essas eleições.

Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin é a chapa que nós vamos eleger em primeiro turno nas eleições de 2 outubro de 2022.

Viva o SUS! Viva a saúde brasileira! Viva o povo brasileiro! E viva a Conferência, Popular, Livre e Democrática que nós estamos fazendo nesse momento. Um abraço do Partido Comunista do Brasil


Siga-nos no


Comentários

Clique aqui para ler e comentar

Lídia Ferreira Rodrigues

Estou procurando a palavra “cadeira” na fala dela e não encontro. Essa palavra no título tira av força do discurso e soa como uma crítica, uma censura às mulheres, não um chamamento ou invocação.

Zé Maria

Jandira possui Legitimidade para falar
na Conferência Popular de Saúde 2022,
tanto porque é Médica Social como por
ser Precursora Defensora da criação e
implementação do Sistema Único de
Saúde (SUS) e Brilhante Legisladora na
Proteção à Saúde das Famílias d@s
Trabalhador@s. Portanto, sua Biografia
atesta que Jandira Feghali é a Mulher
Integral no Tempo Certo, no Lugar Certo.

Deixe seu comentário

Leia também