Eleição na Fiocruz: Médicos pela Democracia exigem respeito à lista tríplice e apoiam reeleição de Nísia Trindade; nota

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Da Redação

Nos dias 17, 18 e 19 de novembro, os servidores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em todo o País elegerão, por via direta, a presidência da instituição para um mandato de quatro anos, de 2021 a 2024.

A eleição direta é uma marca da Fiocruz.

A primeira ocorreu em 1989, junto com os ventos democráticos que quatro anos antes tinham voltado a arejar o Brasil.

O processo democrático, na Fiocruz, acompanhou a redemocratização do país.

Devido à pandemia, a votação, pela primeira vez, a votação será eletrônica e on-line, em processo acompanhado por auditoria externa de TI.

Neste ano, cada eleitor da Fiocruz poderá votar em até três candidatos e deverá indicar a ordem de preferência para primeiro, segundo e terceiro lugares.

A lista tríplice será formada entre os candidatos que tenham obtido votação superior a 30% na soma das três posições do total de votos válidos.

Essa lista será encaminhada pelo Conselho Deliberativo da Fiocruz ao ministro da Saúde e em seguida ao presidente da República, para a nomeação.

Na tarde deste sábado, 07/11, a Coordenação Excecutiva Nacional da Associação Brasileira de Médicas e Médicos pela Democracia (ABMMD), divulgou nota em que reivindica respeito à lista tríplice e apoia Nísia Trindade, atual presidente da Fiocruz e candidata à reeleição.

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Abaixo a íntegra da nota da Coordenação Excecutiva Nacional da ABMMD:

A ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE MÉDICAS E MÉDICOS PELA DEMOCRACIA – ABMMD vem a público manifestar seu apoio ao processo interno democrático de escolha do presidente da FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ – FIOCRUZ.

A FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ é uma instituição pública do Estado Brasileiro, que há mais de trinta anos, após a democratização do país, escolhe seus principais dirigentes  em suas unidades e subunidades, através de um processo democrático, e a cada quatro anos escolhe o presidente da Fundação, num processo interno, conquistado pela democracia brasileira.

Nesse momento, é importante fortalecer o processo democrático para a escolha de uma lista tríplice, na qual os mais votados são apresentados ao Ministério da Saúde para a escolha do presidente para os próximos quatro anos de gestão da FIOCRUZ, que, em respeito à vontade expressa na votação, deve escolher o primeiro da lista.

É importante ressaltar que, ao longo desses trinta anos, a FIOCRUZ sempre defendeu a saúde pública, um SUS para todos, universal, igualitário, e que, nesse momento de pandemia, tem sido uma instituição que se coloca à frente  na defesa da saúde e da vida, no combate à pandemia e na defesa das demandas necessárias ao enfrentamento da pandemia de coronavírus, que pouco se conhecia.

No início da pandemia, mostrou-se como instituição capaz de desenvolver tecnologias e políticas voltadas para o diagnóstico do coronavírus e com capacidade de organizar o país inteiro para uma formação voltada para o diagnóstico do vírus pelo teste RT-PCR.

Mas recentemente, vem se dedicando à luta por uma vacina, buscando produzir milhões de doses para o ano de 2021 como uma das formas, com muita esperança, de combate à pandemia.

Não respeitar ou não reconhecer a FIOCRUZ como uma instituição pública de Estado e não aceitar que a Fundação tem, por tradição, um processo interno democrático de escolha de uma lista tríplice composta pelos melhores nomes para presidir a instituição é colocar em risco a saúde pública e a saúde dos brasileiros.

Temos confiança que a FIOCRUZ estará à frente da produção de vacinas e do combate à pandemia de coronavirus, sob todos os seus aspectos epidemiológicos, contribuindo enormemente para que o SUS se capacite para o enfrentamento dessa pandemia.

Reconhecemos a FIOCRUZ como uma instituição pública de Estado, que se soma às universidades e outras instituições de saúde e pesquisa, capaz de apontar, através da inovação tecnológica, da pesquisa e da formação na área da saúde, as melhores soluções para o diagnóstico laboratorial, o tratamento e a prevenção no enfrentamento da pandemia de coronavirus.

Nesse momento de pandemia, a FIOCRUZ mostrou a importância de se ter uma instituição democrática para a saúde pública do país e para a saúde do povo brasileiro.

Apoiamos o Programa 2021, FIOCRUZ UNIDA PELA VIDA, formatado em conjunto pelos candidatos Nísia Trindade, Rivaldo Venâncio e Mário Moreira, que, tem, como princípios e valores, o direito à vida, ao bem-estar e ao meio ambiente, a equidade social e econômica, o respeito à diversidade, o compromisso com as populações vulneráveis, o acesso universal, equânime e integral à saúde, o SUS como valor nacional, a soberania nacional, o direito ao desenvolvimento, ao conhecimento, à ciência da tecnologia e da informação e à educação, a democracia em todos os níveis, a importância estratégica do Estado e das instituições públicas, a integralidade da FIOCRUZ como modelo exemplar de desenvolvimento e democracia, a valorização do trabalho e dos servidores públicos, bem como seus direitos à participação democrática e à felicidade.

Por tudo isso, a ABMMD apoia o processo democrático interno de escolha de quem irá presidir a próxima gestão, reforçando e apoiando a tradição democrática que tem contribuído para o crescimento e aprimoramento de suas ações em saúde.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE MÉDICAS E MÉDICOS PELA DEMOCRACIA -ABMMD

Fortaleza/CE, 7 de outubro de 2020

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