Central e bases do SAMU: Em vídeo publicitário, Covas esconde problemas; dono do edifício vai receber R$ 4,6 mi pelo aluguel de 60 meses; confira

Tempo de leitura: 3 min
Fotos: Govesp e Sindsep-SP

Por Conceição Lemes

Desde o dia 1º outubro de 2020, o governo do prefeito Bruno Covas (PSDB) está divulgando o vídeo publicitário abaixo.

É da nova sede da Central de Regulação do SAMU-192, à rua rua Jaraguá, 846, no bairro do Bom Retiro, capital paulista.

Central de Regulação é para onde vão todas as chamadas de urgência feitas ao SAMU-192.

A partir daí, são direcionadas as equipes de socorro do SAMU, que variam de acordo com a complexidade do caso

O governo Covas produziu o vídeo na entrega do prédio na quinta-feira da semana passada, 1º outubro.

Assistiu?

A realidade não é tão limpinha e colorida, como mostra esse vídeo de propaganda.

”No vídeo publicitário, o governo Bruno Covas esconde problemas da Central de regulação e das bases do SAMU”, denuncia o Sindsep-SP- Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública e Autarquias no Município de São Paulo.

Nessa quarta-feira, 07/10,  o Sindsep-SP teve acesso a imagens que mostram problemas no alojamento e no banheiro dos funcionários da nova Central de Regulação do Samu.

O vídeo abaixo, do Sindsep, desmacara o quadro cor de rosa anunciado.

O vídeo publicitário esconde também a falta de EPIs (equipamentos de proteção individual) e de condições inadequadas de trabalho para profissionais que estão nas bases.

Por exemplo, botas furadas e rasgadas. Faz mais de 4 anos que não recebem novas.

Locais para descanso nas bases parecem quartinhos de bagunça, depósitos de coisas velhas.

”Assim como escondem os resultados do projeto de desestruturação das bases do SAMU na cidade”, afirma o Sindsep-SP.

EXCELENTE NEGÓCIO PARA QUEM ALUGA O PRÉDIO

Já para o dono do imóvel é um excelente negócio.

O  846 da rua Jaraguá foi alugado e reformado para abrigar na nova Central de Regulação do SAMU.

Segundo o Diário Oficial da Cidade de São Paulo, em despacho de 30 de setembro de 2020, custará R$ 78.101 por mês aos cofres do município.

Desse valor, R$ 48 mil são a título de aluguel e R$ 30.101, pela reforma e adaptação. Tudo sem licitação.

Considerando que o contrato tem 60 meses de duração, o dono do edifício embolsará R$ 4.686.060.

Detalhe 1: nesse mesmo 846 da rua Jaraguá funcionava antes o setor administrativo do SAMU.

Em setembro de 2018, a gestão Covas começou a esvaziá-lo, como parte da ”reorganização” do serviço promovida pela prefeitura.

Reportagem de Leonardo Zvarick, no Agora de 29 de junho de 2019, informou que o prédio daria lugar a outro  serviço de saúde do município.

Na sequência, não foi o que aconteceu.

O prédio está abrigando a nova central de Regulação do próprio SAMU.

Detalhe 2: mesmo após o prédio ficar vazio em setembro de 2018, gestão Covas continuou a pagar aluguel dele.

Em junho de 2019, o Sindsep-SP denunciou:

Gestão Covas paga aluguel de prédio vazio deixado pelo SAMU, há quase 9 meses.

Mesmo após realocar o setor administrativo do SAMU gestão Bruno Covas, continua pagando aluguel do prédio em que o departamento ficava, no Bom Retiro.

Segundo funcionários, a gestão não pode se desfazer do edifício, pois é de lá que saem as ligações de água, luz e esgoto do prédio contíguo, que abriga a central de regulação do serviço.

Além disso, a antena de telecomunicação também está no prédio vazio.

“Hoje, nos quatro andares do prédio do Bom Retiro, só trabalham duas ou três pessoas, na operação da antena”, disse  servidor municipal.

”Na prática, portanto, não se sustenta a justificativa do governo Covas de que a desestruturação do SAMU seria para  economizar recursos públicos”,  observa o Sindsep-SP.

O desmonte do SAMU na capitak foi levado a cabo pela portaria municipal 190/2019.


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