Cebes: É preciso retomar radicalmente já as bases da Reforma Sanitária. VÍDEOS

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Ana Costa: ”É preciso radicalizar e retomar as bases da Reforma Sanitária”

Cebes: É preciso resistir e retomar as bases da Reforma Sanitária

“O Cebes fala aquilo que ninguém quer — ou pode — falar”, provocou a vice-presidente, Lenaura Lobato. Encontro no 14º Abrascão discutiu a atual conjuntura política

Por Clara Fagundes, no site Cebes 

O encontro do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes), nesta sexta, 28/11, foi marcado pela resistência aos retrocessos que afetam o direito à saúde no país.

Aberto ao público, o debate reuniu núcleos temáticos, regionais, diretoria e sanitaristas durante o pré-Congresso do 14º Abrascão, em Brasília, unindo fundadores à nova geração.

Para os cebianos, o momento exige a produção de conhecimento crítico e retomada das bases políticas da Reforma Sanitária.

O encontro aprovou nota de repúdio contra a decisão do Congresso Nacional pela derrubada de 56 dos 63 vetos do presidenciais ao PL da Devastação (Lei 15.190/2025), ontem.

Os médicos sanitaristas Heleno Corrêa Filho, Ronaldo Costa, Lia Giraldo e Hermano Castro trouxeram para o debate o impacto direto da crise ambiental sobre a saúde. Começa a se delinear um novo núcleo temático, dedicado a Ambiente e Saúde Coletiva.

Ronaldo Costa: ”A crise ambiental é também uma crise de saúde pública. Defender o meio ambiente é defender o SUS, a soberania e o direito à saúde”

O debate foi marcado, também, por discussões sobre o programa Agora Tem Especialistas, o conceito de Saúde Única, e a defesa do Direito Universal à Saúde, que exige o enfrentamento das desigualdades e condições que determinam o processo Saúde/Doença.

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O presidente Carlos Fidelis destacou a necessidade de enfrentar o rentismo, ressalvando, porém, a posição delicada do governo, de frente ampla.

“O Cebes fala aquilo que ninguém quer — ou pode — falar”, provocou a vice-presidente, Lenaura Lobato.

A socióloga reforçou a importância dos núcleos cebianos na produção de conhecimento crítico para subsidiar posicionamentos, em meio a disputas acirradas no campo sanitário.

Lenaura Lobato: O Cebes fala sobre aquilo que querem silenciar. Vamos aprofundar esse debate?

O diretor executivo André Lima lembrou que a relação da entidade com os movimentos sociais não é acessória, mas fundante: “Os movimentos não só lutam — eles produzem conhecimento. O Cebes caminha com eles”, afirmou.

Para a médica Ana Costa, ex-presidente e integrante da atual diretoria, o momento exige firmeza diante das ofensivas que buscam limitar direitos e desmontar políticas públicas.

O debate promovido pelo Cebes assume um papel estratégico: recolocar na agenda pautas contra hegemônicas que setores políticos tentam neutralizar.

Ana Costa responde no vídeo abaixo uma pergunta fundamental para entender a história e o futuro da saúde pública no Brasil: o que é um projeto de saúde de esquerda?

Ana Costa: ”Um projeto de esquerda na saúde coloca a vida acima do lucro, enfrenta desigualdades, protege direitos e compreende que cuidar das pessoas é também cuidar do país. É a luta cotidiana pelo direito universal à saúde”

Encerrado em clima de mobilização, o encontro reforçou que a defesa do SUS passa pela defesa da democracia, do ambiente e da capacidade de enfrentar conflitos — não de apagá-los.

A síntese do debate sinaliza que, sem radicalidade política, não há Reforma Sanitária possível.

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Comentários

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Zé Maria

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“Hoje [1º/12], Dia Mundial de Luta Contra a Aids,
é essencial reafirmarmos nosso compromisso
por políticas públicas e pelo acolhimento às pessoas
que vivem com Aids.

Queremos tratamentos de ponta no SUS.

Queremos políticas de prevenção.

E queremos, sim, PrEP e PEP de graça no postinho de saúde.

Pois a Aids só se tornou o que se tornou, só feriu,
matou e destruiu famílias, justamente pela
estigmatização e o silêncio.

Um silêncio complacente de uma sociedade que
viu a doença vitimar os ‘indesejáveis’.

As pessoas LGBTQIA+, a população empobrecida,
em situação de rua, os dependentes químicos e
as prostitutas.

Hoje, felizmente, essa não é mais a realidade.

As pessoas ‘indesejáveis’ se organizaram, se protegeram
e se acolheram entre si, cuidaram umas das outras
e, mesmo marcadas por um trauma geracional,
foram às ruas, lutaram por políticas de saúde e
obtiveram conquistas importantes.

Hoje, felizmente, a Aids não mata como matava antes,
mas ela ainda representa desafios e riscos, especialmente
para as pessoas que não sabem que convivem com
a doença.

Ou então, para pessoas que, por conta da estigmatização
e do discurso de quatro décadas atrás, pensam
não ser o alvo da doença, como homens heterossexuais,
que lideram as estatísticas recentes de transmissão
do HIV.

E é por isso que, todos os dias, essa luta precisa continuar.
Pois, ao mesmo tempo em que a medicina avança,
os desafios também avançam.

Afinal, a medicina, em si, não basta.

Precisamos de campanhas, de políticas e protocolos.

Precisamos de um país que não tenha medo de falar
da Aids e do HIV, e que tenha orgulho de suas políticas
de prevenção e cuidado.”

ERIKA HILTON
Deputada Federal (PSOL/RJ)
https://x.com/ErikakHilton/status/1995531140476633262
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