Antônio David: A direita quer desemprego

Tempo de leitura: 2 min

por Antônio David

A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), foi divulgada nesta quinta-feira, 5, pelo Banco Central.

Destaco  este trecho:

O Copom destaca a estreita margem de ociosidade no mercado de trabalho e pondera que, em tais circunstâncias, um risco significativo reside na possibilidade de concessão de aumentos de salários incompatíveis com o crescimento da produtividade.

Para manter o emprego, o governo até agora tem sido “tolerante” tanto com a inflação um pouco acima da meta como com o aumento dos juros.

No fundo, quando a direita dá ênfase para a necessidade de conter a inflação (como se houvesse risco de hiperinflação!), defende o aumento dos juros e ataca a “gastança” do governo. Na prática, essa ênfase, essa defesa e esse ataque são meios para forçar o aumento de desemprego.

As consequências seriam duas: na economia, inibição das greves e, consequentemente, maior porção da renda para o empresariado e menor porção da renda para o trabalhador; eleitoralmente, criar uma janela para a derrota de Dilma.

Além de críticas sutis ao governo — como na expressão “O Comitê considera oportunas iniciativas no sentido de moderar concessões de subsídios” — há vários trechos do documento que não deixam dúvida: a política de aumentos dos juros vai continuar.

Resta saber se o governo vai continuar elevando os gastos, oferecendo subsídios, valorizando o salário mínimo etc., a fim de preservar o emprego e, p or conseguinte, o processo aberto em 2003 de distribuição (lenta) da renda e redução (lenta) da desigualdade.

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Eis a disputa real.

Antônio David é estudante de pós-graduação pelo Departamento de Filosofia da FFLCH/USP

 

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