
Um ano depois, o massacre contínua
por Luiz Leduíno, especial para o Viomundo
Hoje, 14 de junho de 2013, completa um ano uma das ações mais violentas e repressivas contra estudantes num campus universitário no Brasil desde o fim da ditadura.
Em 14 de junho de 2012 pouco mais de 20 estudantes do campus Guarulhos da Unifesp foram agredidos com tiros de borracha, bombas e presos quando faziam uma manifestação no campus contra a prisão, na semana anterior, de 40 estudantes que estavam em greve por melhores condições de ensino e permanência. Muitos ainda respondem, injustamente, processo na Justiça Federal.
A reitoria da Unifesp recentemente manifestou, em nota, ser “contrária a qualquer medida repressiva contra manifestações de membros da comunidade acadêmica.” E defende que “a instauração de processos criminais contra aqueles que lutavam em defesa de reivindicações para a Unifesp como um todo não é o caminho para resolver conflitos de caráter político no âmbito da universidade”.
Eis que um ano depois os agressores adotam os mesmos procedimentos com o mesmo objetivo: cessar e criminalizar o movimento. Mas agora são milhares, e amanhã será ainda maior, certamente.
O prefeito Hadadd, que teve a coragem de expandir o ensino superior público no país enquanto ministro da educação, deve esquecer seus assessores de gabinete e ouvir o grito das ruas: abra, urgentemente, uma mesa de negociação com o movimento Passe Livre!
Luiz Leduíno de Salles Neto é professor e diretor do campus São José dos Campos da Unifesp.
PS do Viomundo: O professor Luiz Leduíno era pró-reitor de Assuntos Estudantis (PRAE) da Unifesp, quando 22 estudantes do campus Guarulhos foram agredidos pela PM.
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