Maria Izabel Noronha: Devemos ajudar a proteger Isadora Faber

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NOTA À IMPRENSA DA APEOESP, via e-mail

Em nome da  APEOESP – Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado — de São Paulo quero manifestar minha indignação com relação às ameaças e agressões que vem sofrendo a estudante Isadora Faber, de Santa Catarina, bem como sua família.

A estudante, que criou uma página em uma rede social para denunciar o sucateamento da escola pública em que estuda, na cidade de Florianópolis, já teve sua casa apedrejada e recebeu ameaça de morte pela mesma rede social que utiliza para reivindicar melhorias na sua escola. A autora da denúncia exige que a estudante delete a página na internet, sob pena de sofrer um atentado.

Assinalo que a responsabilidade pela situação das escolas é do Poder Público, que deve prover os meios para que professores e estudantes possam desenvolver de forma tranquila o processo educativo. Sem valorização profissional do magistério e condições de trabalho para os professores e de ensino-aprendizagem para os estudantes não será possível melhorar a qualidade do ensino.

A ameaça à estudante se inscreve no quadro geral de violência presente no Estado de Santa Catarina há vários meses. A população catarinense vive em permanente insegurança, sem que as autoridades locais sejam capazes de controlar a situação. O Governo Federal acaba de enviar tropas da Força Nacional para aquele estado, num esforço para combater o crime organizado e reestabelecer a ordem social.

Autoridades federais, estaduais e toda a sociedade não podem assistir passivamente a este tipo de situação. Devemos assegurar que nada aconteça a esta jovem, que exerce com coragem seu direito de cidadã, denunciando a precariedade da educação pública em seu estado e cobrando das autoridades competentes providências para melhorá-la.

Devemos disseminar a participação social na gestão democrática da educação pública, como forma de construir um sistema educacional que atenda verdadeiramente os anseios e necessidades de todos. Devemos nos orgulhar do trabalho de Isadora Faber e ajudar a protegê-la das forças obscurantistas que querem calar a sua voz. Cabe ao Estado, no seu sentido mais amplo, garantir a segurança e a vida desta pequena cidadã brasileira.

Maria Izabel Azevedo Noronha
Presidente da APEOESP

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