por Luiz Carlos Azenha
Na política, vazamentos parciais servem, muitas vezes, como moeda de troca no início de uma negociação.
Frequentemente, há recados embutidos nos vazamentos.
Como se um dos lados avisasse: tenho mais chumbo para trocar.
Conversamos com o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) sobre o uso de dossiês, grampos ilegais e grampos legais (obtidos pela PF com autorização da Justiça) na política brasileira.
Ele acha, por exemplo, que se deve punir com mais rigor quem produzir “provas” ilegalmente. O problema é que tais provas muitas vezes formam a base do que se convencionou chamar de “jornalismo investigativo” no Brasil. Não sabemos, até hoje, por exemplo, como foram feitas as imagens no corredor do hotel Naoum, de autoridades que tinham se encontrado ou iam se encontrar com o ex-ministro José Dirceu. Sabemos, pelos grampos, que foi o araponga Jairo Martins, que teria feito acordo de delação premiada e poderá esclarecer tudo durante seu depoimento à CPI.
Somos por esclarecer tudo: Lista de Furnas, Satiagraha, Castelo de Areia, Banestado, Vegas, Monte Carlo e assim por diante.
Hoje, na Folha, Melchiades Filho diz: “Milhares de conversas não foram anexadas ao lote entregue à CPI. Não há quase nada, por exemplo, de um longo período de 2010. Justamente aquele em que a campanha presidencial pegava fogo. Esse material está represado em algum degrau da pirâmide investigativa — Polícia Civil, PF, Ministério Público, Procuradoria-Geral da República, Ministério da Justiça… Alguém anda negociando o vazamento a conta-gotas desse conteúdo. Ou o não vazamento em bloco”.
Como ele, acredito que, se é para vazar, que se divulgue tudo.
Abaixo, a reportagem do Domingo Espetacular, da TV Record, que rompeu o pacto de silêncio e expôs o assunto para milhões de brasileiros (foi o pico de audiência do programa, com 15 pontos na Grande São Paulo):
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