Marina Lacerda viu a cova do guarani-kaiowa ser cavada: Dor, medo, cartuchos pelo chão

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Marina Lacerda, no Facebook

Única vez na vida que vi uma cova ser cavada.

O corpo que foi enterrado ali estava sendo velado e rezado logo atrás, na tenda de lona, embaixo daquela árvore bonita.

Claudiodi, 20 anos, indígena Guarani Kaiowa, foi assassinado em uma operação brutal de fazendeiros. Deixou uma filha.

Ele era agente de saúde, e levou seu uniforme consigo no caixão.

Outros quatro adultos e uma criança que visitamos ontem (em missão com os valorosíssimos deputados Paulo Pimenta, Padre João e o Zeca do PT , Zeca do PT e Padre João) foram baseados em áreas vitais do corpo (tronco e abdômen), mas conseguiram escapar.

Dezenas de caminhonetes com homens fortemente armados (vimos os cartuchos, enormes, pelo chão); todas as motos quebradas e enterradas em uma vala feita com uma escavadeira; medo e dor.

Mas, como disse o presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM), Padre João, na hora do sepultamento, ali estava sendo enterrado o corpo, não a esperança.

Os povos indígenas são persistentes…

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Assim somos nós todos, cada um no seu lugar de luta.

O latifúndio não é e não será maior que a vida.

Somos todos Guarani Kaiowá.

Marina Lacerda é advogada de direitos humanos e assessora da CDHM da Câmara dos Deputados

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