
Cartaz com ameaça a muçulmanos colados em praça de Niterói – Reprodução
Cartazes de grupo inspirado na Ku Klux Klan ameaçam homossexuais e muçulmanos em Niterói
Mensagens de intolerância racial, religiosa e sexual foram coladas em praça do Caminho Niemeyer, no Centro
POR GABRIEL CARIELLO, em O Globo, 21/09/2015 11:30 / ATUALIZADO 21/09/2015 11:49
NITERÓI — A Praça Juscelino Kubitschek, no Caminho Niemeyer, que fica no Centro de Niterói, amanheceu no último sábado, dia 19, com mensagens de intolerância racial, religiosa e sexual coladas em seus postes. Os cartazes, que fazem ameaças a muçulmanos, homossexuais e judeus, entre outros grupos, são assinados por uma organização que se denomina “Imperial Klans of America Brasil”. Junto, estão ilustrações de integrantes da Ku Klux Klan, a organização dos Estados Unidos conhecida pelo discurso de supremacia racial.
“Comunista, gay, judeu, muçulmano, negro, antifa, traficante, pedófilo, anarquista. Estamos de olho em você”, diz um dos cartazes.
— Os cartazes apareceram na praça na manhã de sábado. Não se sabe se foram colados na noite de sexta ou no próprio sábado. O local fica bem perto do Plaza Shopping e da estação das barcas. Pertence ao Caminho Niemeyer — explica advogado Rodrigo Mondego, da comissão de Direitos Humanos da OAB, que postou uma das imagens no Facebook (acima).
Em outra mensagem, o grupo afirma que tem “operado nas sombras” e assina como “Soldados e Cavaleiros Invisíveis United Klans of America Brazil”:
“Vocês estão sendo colocados sobre observação e que qualquer ato de agressão em solo brasileiro serão atendidas com a agressão contra vocês. United Klans of America Brazil não vai comprar a esta retórica RACIAL que está sendo espalhados por todo o país que se destina apenas a dividir o povo. Nós vamos caçar qualquer um que desejo nosso país e seus cidadãos mal. Temos operado nas sombras mais do que vocês, então não subestime o que você não entende. Gostaríamos de sugerir que todos os irmãos brancos se unissem contra o inimigo comum. E que todos nós tomamos um juramento de defender(sic)”.
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Nos últimos anos, outras manifestações de intolerância aconteceram em Niterói. No carvanal de 2013, um grupo de neonazistas foi preso após agredir um nordestino no Centro, próximo a estação das barcas. O local fica a poucos metros da Praça Juscelino Kubitschek. Em 2014, a sede do Grupo Diversidade Niterói (GDN), que milita em contra a homofobia, foi atacada. Na ocasião, suásticas foram pichadas na parede.
— Não se pode atribuir todos os episódios ao mesmo grupo, mas com a internet, a gente percebe um crescimento nessas manifestações. Algumas pichações vem aparecendo, principalmente na Zona Norte. Isso demonstra um organização maior desse grupo, já como uma célula — afirma Renato Almada, ex-subsecretário de Direitos Difusos de Niterói e hoje assessor do deputado federal Wadih Damous (PT).
PS do Viomundo: A propósito da recente polêmica envolvendo fardamento nazista utilizado de forma teatral numa universidade de Bauru, nossa caixa de correios se encheu de argumentação de gente que pensa assim:
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