Alckmin quer partidarizar greve dos professores para não atender reivindicações

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Governo Estadual quer partidarizar a greve  para não atender reivindicações dos professores

da Assessoria de Imprensa da Apeoesp, via e-mail

Conforme alertamos ontem, 21 de abril, o jornal “Diário de S. Paulo” publica hoje, 22 de abril, matéria e editorial destinados a desqualificar a greve dos professores da rede estadual de ensino, acusando-a de ter motivações partidárias.

Na realidade, a reportagem está bem afinada com a intenção do Governo do Estado, do PSDB, de partidarizar a nossa greve como um pretexto para não atender nossas reivindicações, que vão da questão salarial, passando pela aplicação da lei federal sobre a jornada de trabalho, questões profissionais, até a melhoria das condições de trabalho para os docentes e de ensino-aprendizagem para os estudantes.

A greve atinge todas as regiões do estado e conta com apoio dos estudantes, dos pais, de personalidades, artistas e entidades de diversos segmentos da sociedade civil organizada. Na medida em que os meios de comunicação publicam reportagens sérias sobre o assunto, mais claras ficam a justeza e a seriedade de nossos pleitos, como a apresentação de um plano para o cumprimento da meta 17 do Plano Nacional de Educação (equiparação salarial entre os professores e demais categorias com formação de nível superior completo); reabertura de milhares de classes fechadas; fim da superlotação das salas de aula e outras.

O jornal utiliza um tom policialesco para “acusar” diretores da APEOESP (citando nomes e sobrenomes) de terem filiação a partidos de esquerda, sobretudo o PT, como se isto constituísse um crime. Qual é a incompatibilidade entre ser filiado a partido e ser sindicalista? Como sindicalistas que somos, deixamos de ser cidadãos e cidadãs? Por que, então, não se questionam outros sindicalistas que também têm filiação partidária. Será que é porque são aliados do Governo do PSDB no estado de São Paulo?

Devemos todos respeitar e defender o Estado Democrático de Direito, que garante a todos nós os direitos da cidadania. Para nós, sindicalistas, não querem reconhecer esses direitos, mas a reportagem diz que o Governador Alckmin será pré-candidato do PSDB à Presidência da República. É mesmo? Não sabíamos disto e nos espantamos, pois faz apenas seis meses que houve eleições presidenciais no Brasil e o Governador de São Paulo já está em campanha eleitoral.

Talvez o Governador do Estado de São Paulo esteja se utilizando deste tipo de reportagem para atender nossas reivindicações. Não seria novidade, para quem cortou verbas da educação – um setor que diz priorizar; fechou mais de 3.390 classes, superlotando as salas de aula; deixou escolas sem manutenção e sem materiais essenciais, como papel sulfite e papel higiênico; e cometeu outras barbaridades contra professores e estudantes da rede estadual de ensino.  O Governo cortou verbas e agora está sendo vítima de sua própria armadilha. Tudo, porém, é questão de prioridade. Cabe ao Governador defini-las.

A reportagem do “Diário de S. Paulo” diz que nós não valorizamos o bônus pago pelo Governo Estadual. Não valorizamos mesmo, nesta forma. Se R$ 1 bilhão fosse convertido em reajuste salarial, aí sim, haveria razão para o valorizarmos.

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Nossa greve prossegue. Seus rumos são deliberados de forma aberta e transparente em assembleias que reúnem dezenas de milhares de professores à luz do dia, nas ruas e praças da cidade de São Paulo, precedidas de assembleias regionais em todas as regiões do estado de São Paulo. Nessas assembleias não há bandeiras do PT e desde logo deixo claro que nada temos contra a presença de bandeiras de outros partidos, pois não é isto que determina as nossas deliberações.

Não temos o que esconder. Não nos guiam interesses partidários e sim a luta incessante e permanente por uma escola pública de qualidade para todos e todas, com valorização dos profissionais da educação. Não nos intimidaremos. Nossa luta continua.

Maria Izabel Azevedo Noronha
Presidenta da APEOESP

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