Ricardo Melo: Pedidos de impeachment de Dilma são uma farsa absoluta

Tempo de leitura: 3 min

congresso e dilma

por Ricardo Melo, na Folha de S. Paulo

“Nós vamos perder, mas vamos sangrar estes caras até de madrugada”. A frase de Aécio Neves, reproduzida em reportagem da sempre atenta Daniela Lima, desta Folha, resume melhor que tudo o programa da oposição ao governo Dilma. Não que seja exatamente original, em se tratando do autor. Ele mesmo, durante a campanha eleitoral, soltou outra pérola de nível parecido aos que aceitavam trocar de candidato como se troca de camisa: “suguem mais um pouquinho e depois venham para nós”.

Por trás do palavreado da alcateia a favor do impeachment da presidente reeleita, existe uma verdade irrefutável. As investigações, mesmo atabalhoadas, da Operação Lava Jato, desnudam um esquema de corrupção que não vem de hoje, nem de ontem. E o principal: revelam o modus faciendi de convivência entre a elite empresarial e o Estado brasileiro. Pode parecer paradoxal, mas esta é a chave que torna os pedidos de impedimento uma farsa absoluta.

O Brasil teve um episódio de impeachment, o de Fernando Collor. Pausa para breve volta ao passado. Quem tinha acesso aos humores do tubaronato percebia o andar da carruagem. “Dez por cento tudo bem, mas o PC Farias está pedindo trinta, quarenta. Assim não dá. ” A lamúria era repetida por dez entre dez ricaços que construíram fortuna à sombra de negócios escusos.

Mas não era o suficiente: além de ir com muita sede ao pote e romper o código do pessoal de cima, a turma de Collor era um fracasso completo em termos populares. Confiscou poupança, perdeu da inflação e foi incapaz de promover qualquer progresso. Conseguiu brigar com todo mundo, tanto com os endinheirados que bancaram sua eleição como com os desavisados que viram o “caçador de marajás” ser o maior de todos os marajás. Sua queda era questão de tempo.

O momento agora é distinto. O que está exposto à execração pública não é a ação de uma camarilha isolada. É o envolvimento do “crème de la crème” do empresariado local –e internacional– com práticas de achaque ao Estado. Nem o tucano mais inflamado, no íntimo, acredita que o esquema começou com administrações petistas. O inquérito sobre a bandalheira no sistema de transporte de São Paulo fala por si só. A operação Castelo de Areia, interrompida por chicanas jurídicas, também ilustra a promiscuidade entre os senhores do dinheiro e os negócios de Estado –seja quem for o gerente de plantão.

São estas as relações que vêm sendo escrutinadas. Não à toa pesquisa Datafolha deste domingo traz resultados aparentemente contraditórios: se muita gente acha que Dilma tem culpa no cartório, outros tantos aprovam a sua gestão. Mais: apontam o governo dela como o que mais combate a corrupção, com larga vantagem sobre os antecessores. Sintomático, não?

Alguém poderia achar que o resultado indica que o brasileiro se acostumou com o “rouba mas faz”. Nada disso. A maioria trabalhadora, honesta, que conta os trocados para sustentar a família, não tem nenhum tipo de conivência com roubalheiras. Mas, da mesma forma, não imagina gente como Aécio Neves, José Serra (que declarou em alto e bom som considerar cartel uma coisa normal) ou Fernando Henrique (que conquistou a reeleição na base do dinheiro vivo) no papel de guardiões da honestidade.

Disse um compositor: “Chove lá fora, e aqui tá tanto frio. Me dá vontade de saber. Aonde está você?”. No sábado, durante mais um protesto de gatos pingados em São Paulo a favor da intervenção militar e impeachment, ouviu-se lamento semelhante da boca do mesmo personagem: “Só tem inimigo aqui. Cadê o Aécio, o Caiado? Se eu passo aqui e vejo esse pessoal, acho que é tudo a mesma coisa. Estou pagando de otário”. É Lobão, a vida não é fácil.

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Comentários

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FrancoAtirador

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É o Pré-Sal, Apedeuta!

QUADRILHA MIDIÁTICA INTERNACIONAL ATACA PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA

Jornal GGN – Em mensagem distribuída à rede de membros do Ministério Público Federal no último sábado (6), Rodrigo Janot disse que vem sofrendo ataques injustos “em razão das funções que exerço como Procurador-Geral da República, por parte da imprensa, possivelmente secundada ou instrumentalizada, de forma irresponsável, por interesses inconfessáveis”.

A carta do PGR a seus pares foi enviada após uma série de reportagens veiculada na grande mídia, indicando que Janot vem encampando uma tentativa de, na prática, livrar o governo federal das acusações envolvendo a Operação Lava Jato contra a Petrobras.

A revista Isto É levantou a tese – com base em fontes anônimas do STF e advogados dos empresários – de que Janot quer selar um acórdão no qual os executivos assumem a culpa por formação de cartel e, assim, delegam ao Palácio do Planalto a possibilidade de dizer que foi vítima de um esquema empresarial.

Após as reportagens replicadas até no Jornal Nacional da Rede Globo,
Janot, por meio de nota à imprensa, reforçou que atua de maneira “técnica, independente e minuciosa”, e rechaçou as “tentativas de desacreditar as investigações” do Ministério Público Federal na Operação Lava Jato.

Na carta, ele reafirma que o MPF é uma instituição forte e indica que não vai se curvar diante das pressões externas.

Leia a mensagem de Janot na íntegra:

“Colegas,

O diálogo, a transparência e o espírito público que têm balizado minha gestão recomendam que, uma vez mais, eu venha à nossa rede para falar diretamente a todos vocês, para manifestar a minha indignação contra os ataques injustos que, em razão das funções que exerço como Procurador-Geral da República, venho sofrendo por parte da imprensa, possivelmente secundada ou instrumentalizada, de forma irresponsável, por interesses inconfessáveis.

Para profunda tristeza dos brasileiros honestos e cumpridores de seus deveres, o País convulsiona com o maior escândalo de corrupção da nossa história. Por dever incontornável, o Ministério Público Federal posicionou-se desde o início do caso como o primeiro combatente dos desmandos que já se afiguravam no horizonte. Cumprindo estritamente o mandato constitucional que a sociedade brasileira nos outorgou em 1988, adotamos posição intransigente na defesa da probidade e no combate à corrupção que se alastrou na gestão da Petrobras. Essa conduta, como é do conhecimento de todos os colegas que fazem do exercício de sua função uma profissão de fé, tem um preço alto, para a instituição e para os seus membros.

Jamais aceitarei qualquer acordo que implique exclusão de condutas criminosas ou impunidade de qualquer delinquente. Não admitirei que interesses externos sejam satisfeitos às custas da credibilidade e honra da nossa Instituição. Temos uma estrada a trilhar, uma “recta ratio” inerente à nossa atuação. Ela é, ao mesmo tempo, nossa sina e o nosso porto seguro. Estou certo de que, se nos mantivermos nela, chegaremos ao final com a consciência do dever cumprido. Os trinta anos de experiência nas trincheiras desta Instituição reforçaram minha convicção de que não podemos nos afastar dessa trilha.

Criei uma Força-Tarefa, sediada em Curitiba, composta por colegas de excepcional valor profissional e com larga experiência em investigações dessa natureza. Concedi a um grupo de nove procuradores todas as condições materiais e humanas para o bom exercício de suas funções. Coloquei, também, membros e assessores do meu gabinete à disposição dos trabalhos e, nos momentos críticos, empenhei a força e a credibilidade do cargo que ocupo em favor das investigações.

Assim prosseguirei e farei o que for necessário para a punição de todos os envolvidos. Nossa Instituição é forte e o grupo que atua neste caso é plural e coeso. Trabalhamos em regime de confiança mútua e de apoio recíproco. Estamos todos juntos na direção correta – fiquem certos disso.”

(http://jornalggn.com.br/noticia/em-mensagem-interna-procurador-da-republica-diz-que-sofre-ataques-da-midia)
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Eduardo Lima

Nas batalhas de antigamente, e creio que até hoje, seja uma legião, ou os regimentos, ou mesmo exércitos inteiros que perdiam seus estandartes sofriam a pior humilhação imposta pelos inimigos. As tropas de César que desembarcaram na Britânia (Inglaterra) recusavam-se a descer dos navios até que o porta estandarte pulou na água, obrigando todos os demais a segui-lo, pois se ele fosse capturado, a legião ficaria humilhada. Depois que o governo vencer o 3º turno, a prorrogação e a cobrança de pênaltis, será hora de impor aos raivosos adversários a derrota definitiva, tomando-lhes as Bandeiras, os símbolos, os estandartes. Óbvio que a intenção, neste caso, não é humilhar ninguém, mas deixá-los sem discurso.

BANDEIRAS DA DIREITA. Algumas delas encontram eco nos medos e anseios da Classe C, que precisa ser reconquistada pelo governo, especialmente a do Centro-Sul do país. O governo pode se apossar de algumas delas como já fez antes? Como fazê-lo? É importante debater a questão? É o que o texto do link abaixo procura fazer: refletir a respeito.

http://reino-de-clio.com.br/Pensando%20BR5.html

`Pedro Ribeiro

Lobão é apenas um otário.Ele mesmo falou.

Mário SF Alves

“Lobão parece um fracassado e que está disposto a qualquer tipo de insanidade para vender sua imagem.”

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Esse extremado, um zero à esquerda em termos de política de verdade, subestima não apenas o povo do Brasil e, por extensão, os demais povos da América Latina e Caribe, mas também a História; inclusive a própria história.

Na construção da lenda pessoal, cada um constrói com o material do qual dispõe; uns constroem com “barro”, mesmo.

leo

O impeachment é um ato político, ainda que consista num julgamento. E o Senado não condenará Dilma, a não ser que a governabilidade corra sérios riscos. Acredito que todo esse movimento contra a Chefe da União tenha o simples propósito de arranhar a tão mal vista imagem da presidente, já que sua administração está eivada de graves erros, em vários aspectos.

O único perigo para Dilma, a meu ver, é a possibilidade dela também ser responsabilizada pelas encrencas da Petrobras, já que o cargo de Presidente do Conselho de Administração não foi dado à toa para a então Ministra-Chefe da Casa Civil. Não podemos apequenar esse cargo para tentar blindá-la e reputo que esse seja, hoje, o pior telhado de vidro do Governo.

Léo

KKKKK
Estão fzendo barulho, a pagina do candidato a repluca que perdeu as eleições de 2014 e já trilha o caminho paratentar em 2018. Aécio Neves parece que é formado em economia mas é um dos politicos mais “fala mansa” que já vi.

Ele (Aécio) o tempo todo ataca o governo federal seja na economia ou corrupção, uma pena ele não lembrar do estado que governou como lembra do “rabo” dos outros.
Existem dois tipos de politicos, o que faz politica e o que pratica politicagem (Aécio se encaixa perfeitamente na politicagem).

Lobão parece um fracassado e que está disposto a qualquer tipo de insanidade para vender sua imagem.

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