Noam Chomsky: EUA, indignação mal orientada

Tempo de leitura: 4 min

por Noam Chomsky, Esquerda.net

As eleições intercalares nos EUA registaram um nível de raiva, medo e desilusão no país como não me lembro em toda a minha vida. Desde que estão no poder, os democratas carregam o peso da revolta contra a nossa actual situação socioeconómica e política.

Numa sondagem da Rasmussen, no mês passado, mais de metade dos americanos da corrente dominante disseram que encaram positivamente o movimento Tea Party, um reflexo do espírito de desencanto.

Os ressentimentos são legítimos. Há mais de 30 anos que os rendimentos reais da maioria da população estagnaram ou baixaram, enquanto que as horas de trabalho e a insegurança aumentaram, juntamente com a dívida. Foi acumulada riqueza, mas em muito poucos bolsos, conduzindo a uma desigualdade sem precedentes.

Estas consequências surgiram principalmente da financeirização da economia a partir dos anos 1970 e do correspondente esvaziamento da produção nacional. A impulsionar o processo está a obsessão pela desregulamentação apadrinhada por Wall Street e apoiada por economistas fascinados pelos mitos do mercado eficiente.

As pessoas assistem ao regozijo dos banqueiros, que foram em grande parte responsáveis pela crise financeira e que foram salvos da bancarrota pela comunidade, com os lucros recorde e os enormes bónus. Entretanto, o desemprego oficial permanece em cerca de 10 por cento. A indústria transformadora está nos níveis da Depressão: um em cada seis estão desempregados, os bons empregos têm poucas hipóteses de voltarem.

Os cidadãos querem justamente respostas e não as estão a obter, excepto de vozes que contam histórias com alguma coerência interna para quem suspenda o cepticismo e entre no mundo deles, de irracionalidade e mentira.

Contudo, ridicularizar o Tea Party é um erro grave. É muito mais útil perceber o que está por trás da atracção popular pelo movimento e perguntarmo-nos por que é que são precisamente as pessoas enraivecidas que estão a ser mobilizadas pela extrema-direita e não pelo tipo de activismo construtivo que cresceu durante a Depressão, como o CIO (Congresso das Organizações Industriais).

Agora, os simpatizantes do Tea Party estão a ouvir dizer que todas as instituições, o governo, as empresas e os sectores profissionais, estão podres e que nada funciona.

No meio do desemprego e das execuções de hipotecas, os democratas não se podem queixar das políticas que conduziram ao desastre. O presidente Ronald Reagan e os seus sucessores republicanos podem ter sido os maiores responsáveis, mas essas políticas começaram com o presidente Jimmy Carter e prosperaram sob a presidência de Bill Clinton. Durante a eleição presidencial, a base de apoio eleitoral de Barack Obama eram as instituições financeiras, que adquiriram notável supremacia sobre a economia na geração anterior.

O incorrigível radical do século XVIII Adam Smith, falando da Inglaterra, observou que os principais arquitectos do poder eram os donos da sociedade; na sua época, os comerciantes e os fabricantes, que se certificaram de que a política do governo atenderia escrupulosamente aos seus interesses, por mais “doloroso” que fosse o impacto sobre o povo de Inglaterra, e pior, sobre as vítimas da “injustiça selvagem dos europeus” no exterior.

Uma versão moderna e mais sofisticada da máxima de Smith é a “teoria do investimento na política” do economista político Thomas Ferguson, que encara as eleições como ocasiões em que grupos de investidores se juntam para controlar o estado, seleccionando os arquitectos das políticas que irão servir os seus interesses.

A teoria de Ferguson acaba por ser um indicador muito eficaz da política durante longos períodos. Dificilmente isto surpreende. As concentrações de poder económico procurarão naturalmente alargar a sua influência a todo o processo político. Acontece que a dinâmica é extrema nos EUA.

Pode ainda dizer-se que os grandes especuladores das empresas têm uma defesa válida contra as acusações de “ganância” e desrespeito pelo bem-estar da sociedade. A sua missão é maximizar o lucro e a quota de mercado; na verdade, é a sua obrigação legítima. Se não cumprirem essa função, serão substituídos por alguém que o faça. Eles ignoram também o risco sistémico: a probabilidade das suas operações prejudicarem a economia em geral. Essas “externalidades” não os preocupam, não por serem más pessoas, mas por razões institucionais.

Quando a bolha estoura, os que arriscaram podem fugir para o abrigo do Estado protector. Os resgates financeiros, uma espécie de apólice de seguro governamental, estão entre os muitos incentivos perversos que aumentam as ineficiências do mercado.

“Há um reconhecimento crescente de que o nosso sistema financeiro está a aproximar-se do dia do Juízo Final”, escreveram os economistas Peter Boone e Simon Johnson, no Financial Times, em Janeiro. “Sempre que ele falha, contamos com o dinheiro e as políticas fiscais negligentes para o resgatar. Esta resposta aconselha o sector financeiro: aposta em grande para seres pago regiamente, não te preocupes com os custos, que serão pagos pelos contribuintes” através de resgates e outros mecanismos, e o sistema financeiro “é, assim, ressuscitado para voltar a jogar e voltar a falhar”.

A metáfora do Juízo Final também se aplica fora do mundo financeiro. O Instituto Americano do Petróleo, apoiado pela Câmara de Comércio e outros lobbies empresariais, tem intensificado os seus esforços para persuadir o público a descartar as preocupações sobre o aquecimento global antropogénico, com considerável sucesso, como as sondagens indicam. Entre os candidatos republicanos ao Congresso nas eleições de 2010, praticamente todos rejeitam o aquecimento global.

Os executivos por trás da propaganda sabem que o aquecimento global é real e que as nossas perspectivas são sombrias. Mas o destino da espécie é uma externalidade que os executivos têm de ignorar, na medida em que prevalecem os sistemas de mercado. E o público não conseguirá caminhar para a salvação, quando se desenrola o pior cenário.

Tenho idade suficiente para me lembrar daqueles dias deprimentes e ameaçadores do declínio da Alemanha, da decência para a barbárie nazi, para usar as palavras de Fritz Stern, o ilustre estudioso da história alemã. Num artigo de 2005, Stern refere que tinha o futuro dos Estados Unidos em mente quando reviu “um processo histórico em que o ressentimento contra um mundo secular desencantado encontra alívio no escape extático da irracionalidade.”

O mundo é demasiado complexo para que a história se repita, mas há, todavia, lições a reter à medida que notamos as consequências de mais um ciclo eleitoral. Não faltam tarefas aos que tentam apresentar uma alternativa à raiva e indignação mal orientadas, ajudando a organizar os inúmeros descontentamentos e a mostrar o caminho para um futuro melhor.

Tradução de Paula Coelho para o Esquerda.net


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Comentários

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Luciana

Já estou ficando enojada de tanta propaganda para consumir, agora é o Natal, o mes de novembro está no meio e já estão desesperados para arrancar o dinheiro do povo. Na Argentina as lembranças são distribuidas no Dia de Reis – 6 de janeiro e somente para as crianças.Aqui os "donos do dinheiro" fazem de tudo para esfolar e endividar o povo.Realmente não estão preocupados com o aquecimento global.

Bonifa

Se os "raivosos" dos EUA conseguirem equacionar a tomada completa do poder, não irão procurar nenhuma saída para o país nos marcos do sacrifício e da austeridade. Procurarão por todos os meios, em seguida, o equacionamento de uma gigantesca guerra, para levar o mundo inteiro a uma situação de completo desastre, onde logo em seguida a reconstrução seja comandada pelos EUA, dentro de uma hegemonia econômica absoluta.

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Marcia Costa

Muito interessante. Fiquei bem impressionada com o trecho: "Uma versão moderna e mais sofisticada da máxima de Smith é a “teoria do investimento na política” do economista político Thomas Ferguson, que encara as eleições como ocasiões em que grupos de investidores se juntam para controlar o estado, seleccionando os arquitectos das políticas que irão servir os seus interesses.A teoria de Ferguson acaba por ser um indicador muito eficaz da política durante longos períodos. Dificilmente isto surpreende. As concentrações de poder económico procurarão naturalmente alargar a sua influência a todo o processo político." Temos que nos cuidar.

Fabio_Passos

A mensagem de Fidel Castro alertando o mundo sobre o risco de guerra nuclear:

[youtube 7TNTupjH44E http://www.youtube.com/watch?v=7TNTupjH44E youtube]

Ismar Curi

Vai ser interessante se o pessoal do Tea Party assumir o poder no próximo mandato e levarem definitivamente o país à bancarrota, e, claro, salvarem os ricos, pois, uma das extraordinárias medidas que eles propoêm é diminuir a carga tributária sobre os que ganham mais. Pode? Acho que seria até um bom corretivo para a democracia mundial que uma facção dessas assumisse o poder agora, e, não resolvesse o problema econômico, daí pronto, eles derretiam pra sempre…

Luci

Capitalismo aproveitou as benesses do Estado, cuidou de seus interesses particulares.Prevendo o Juízo Final , as fusões das megaempresas é uma forma de organização para manter-se no poder. É o povo ou o capitalismo.

Kamilla

Os EUA não vão mudar , o mundo é que vai ter que mudar .Parece inverossímel , como os filmes catástrofes que êles produzem ,mas todo uma nação se aproxima irracionalmente do precipício ,determinada a pular e desaparecer no fundo dele .Porém antes que isto aconteça , muita água vai passar por baixo da ponte , melhor dizendo ,muita arma , muita droga , muita guerra pré-fabricada , muito exploração sobre pequenas nações e intimidação sobre as emergentes . Se o Mundo não quiser acompanhar os norte-americanos ao fundo do precipício , vamos ter que promover mudanças . Uma delas seria não permitir que o maior produto de exportação americana atualmente penetre nas nossas casas , não alcance as nossas cidades , não corrompa os nossos jovens : falo da doutrina irracional , preconceituosa , pessimista , suicida , nazista doTea Party .

mariazinha

A verdade é que o fim do mundo é inevitável pelas Leis da Natureza; isto, todo cientista tem plena consciência. Entretanto, só DEUS [a luz infinita] sabe qdo acabará. O homem, pobre homem, trabalha com aproximações, qdo. se trata de muitas partículas. Um dia, tudo sucumbirá mas não quer dizer que seja o FIM! Cabe a nós, humanos, sabermos dessas coisas básicas para não nos deixarmos enganar por palavras ao vento.
O que os EUA/israel sionista querem é perdurar a vida deles por mais tempo; usam tudo sem compartilhar, pretendem aumentar seu tempo. Querem até descobrir novos mundos para perpetuar sua espécie; acham-se os maiorais. Desejam mais do que lhes é concedido e, para isto, mentem e conspiram. Isto não vai acabar bem, para eles; terão o castigo que merecem por suas maldades e mentiras, mais dia, menos dia. A 3a LEI DE NEWTON não me deixa mentir.
NAMASTÊ!

    simas

    Ah!… Mariazinha: adoro vc. Mas… O mundo não vai acabar, coisa alguma. E depois, cuidado com esses loucos, mais loucos q eu, próprio… q se dizem cientistas. Toma cuidado. Relaxa e sinta o prazer q a Santa Natureza nos proporciona, mocinha. Essa Santinha é obra de Deus, em sua plenitude Divina. A ciência vai ficar procurando Deus, e não vai encontrá-Lo, jamais. Simplesmente, pq Ele é a Verdade e não precisa se demonstrar; a ciência, sim, por se obra do homem, precisa ser comprovada. Mariazinha, qdo Jesus fez milagres, os fez por ser Divino… Divino.
    Qto aos Judeus, eu os acho maravilhosos… Pq foi o povo escolhido e disperta a atenção, por isso; Jesus era judeu, tbm… e foi um povo expulso e q nem existia, como nação. Agora, Israel é coisa dos EEUU…. Um interesse geopolítico, apenas. As consequências…. são devidas, convenhamos, aos EEUU, junto. Junto.
    E os EEUU não vão ficar, a vida toda, enganando a todo mundo, Mariazinha… A História mostra q os impérios têm seu fim de hegemonia… e como tal, os EEUU vão cair na vala, comum.
    Mariazinha: as Virtudes não vão sucumbir… Qdo eu olho pra meus filhos, por exemplo, eu me sinto recuperado na Esperança e na Fé.
    Aquele abraço, fraterno

dukrai

Bill Clinton, guru do FHC, foi quem implementou a desregulamentação total do sistema financeiro dos EUA e deu no que deu.
A despolitização do eleitor "americano" leva-o à opção de reagir irracionalmente, em vez de adotar uma postura crítica da política neo-liberal de Obama na dinheirama pro sistema financeiro, joga-se nos braços da extrema direita e o tiro sai pela culatra. Daí vem coisa pior que é desmonte da assistência social aprovada a duras penas pelo Obama e o corte de impostos das classes mais rica.

Rafael

O tea party nos eua nasce de maneira muito semelhante ao nazismo na alemanha. A crise americana vai fazer crescer rapidamente esse movimento quase que nazista. Fico mais preocupado é quando eles chegarem ao poder, o que não vão fazer com o mundo para manter uma falsa hegemonia. Quem tiver muito recursos naturais tem que abrir o olho e se preparar para o pior. Cedo ou tarde vão chegar ao poder.

    Lucas Cardoso

    "Fico mais preocupado é quando eles chegarem ao poder, o que não vão fazer com o mundo para manter uma falsa hegemonia."

    Ah, mas esse que é o lado bom do Tea Party. Ao contrário dos republicanos e dos democratas, ele tem uma vertente isolacionista. Sem falar que eles querem tanto baixar os impostos que teriam que gastar menos dinheiro com o exército.

    Rafael

    Espero que assim seja, mas acredito que é só discurso. Eles são muito nacionalistas, então eles criam inimigos para justificar ações e aumento com gasto militar.

ed.lima

¨Bush,vê meu MARTELO muito ruim,quando um PREGO êle bate no Ocidente,mesmo assim meu MARTELO está valente,contra as UNHAS da ÁGUIA DA MALDADE,e a ESTÁTUA da FALSA LIBERDADE,vai levar MARTELADA brevemente¨.

simas

Hahahahhhhhhhh!!!… Esqueci. O problema ecológico, ao meu ver, atravessado… só interessa, na real, às ONG's tipo "green peace"; q sobrevive, com a grana arrecadada. Pq, claro, se a gente ficar cortando tudo qto for árvore…. vamos sentir mto mais calor, vamos ter menos chuvas, a fauna e a flora vão ser outras…. Claro. Até, eu, em minha santa ignorância…. percebo.
Mas, no fundo… lá no fundo… e acredito, mesmo, q a própria natureza, santa natureza, resolve o problema causado pelos meus pares…. risos
Deus não teria criado o céu e a terra, não seria a fonte e a origem de tudo e esquecido de nos legar a Santa Natureza. Eu sei q cientistas estão afirmando q, apesar de toda a sua ciência, não encontraram à nenhum Deus; eu sei. Tenho escutado q filósofos têm afirmado q eu, por acreditar em Deus, sou um alienado, doente mental, um caso patológico…. Gente!… O Frei Leonardo Boff é um doente mental? E o Frei Beto, um alienado?… Convenhamos.
O problema ecológico tem um alcance… sim. Um certo alcance; pq a própria natureza corrige, cria correções, ao meio ambiente, sim. Qdo não a natureza, o homem arquiteta soluções corretivas… No Brasil Central, o agronegócio promove o fim do lençol d'água existente; se a situação se perpetuar, aquela gente vai ter de mudar de vida, largando o espaço pra natureza se recompor, como se achar. No Haiti se explorou o espaço, ao extremo: estão queimando os últimos gravetos, pra obter carvão, agora… Ora, a natureza está respondendo, firmemente. Vemos de tudo, por lá. A última, é a cólera, dizimando a população. E a natureza não responde, convenientemente?….

simas

O Noam tem uma certa razão, até… Uma certa. Olha, quem sou eu, pra afirmar q republicanos e democratas são a mesma coisa?… Quem sou eu? Um pobre ignaro; verdadeiramente… simples; contrapondo-me ao ordinario blogueiro, aê…. Na verdade, vestido em minha velhice, eu percebi q os EEUU, sempre, inventam uma, pra ficar por sobre… a situação. Eu admiro o povo judeu e acho q os do EEUU herdaram o espírito e determinação do povo judeu, pra sempre ganharem. Não importa como… A gente, agora, se conscientizou como eles foram verdadeiros, inventando q o Iraque possuia armas de destruição em massa, fizeram uma guerra destruidora e largaram, tudo, lá, arrazado, às ordens…. E impunemente. O Obama, eleito, tira o exército do Iraque e não fecha Guantânamo, cfe prometido… assiste a falência, ao golpe financeiro, armado fraudulosamente, por anos, colocando grana do povo, em desacordo com o espírito pregado, religiosamente, pelos sábios da economia… empreende uma série de medidas políticas e as vai desativando, paulatinamente, defraudando suas promessas de campanha. E, agora, perde as eleições, parciais, como não poderia deixar de ser… Ora, a "tea party" foi, apenas, uma guerra suja, necessária… O Noam queria o q? Q os democratass ganhassem as eleições, depois dos fracasso chamado obama?… Não fiquemos tristes. Os do EEUU são capazes de mto, além de pretenderem falir a todo restante do mundo… E não vai permitir, à alguns, se safarem da crise, criada. Deve fazer mto mais…. A História tem demonstrado mto mais, do q eles são capazes de fazer, pra tirar proveito e emergir, vitoriosos,.. Ou eles não têm uma águia, como cromo, renascendo… sempre das cinzas? Botaram toda a sua esquadra naquela ilhazinha do Pacífico, à mercê dos japoneses e, assim, dessa forma inimaginável, mobilizou a toda uma nação pra uma guerra, total… Foram capazes de inventarem uma Guerra nas Estrelas pra falirem a URSS?… Ora, Noam!… Acho q vc é judeu e conta as histórias, pela metade… Não! Perdão! Eu sou um velho, louco e ignaro…. risos

Tiago Tobias

São nos momentos de crise que aventureiros surgem e se apresentam como a "salvação" de um país. Mussolini, Franco e Hitler são exemplos disso. Em 2012, quando uma nova eleição presidencial ocorrerá nos EUA, é possível que o Tea Party se fortaleça ainda mais. Aí meu chapa, se o Obama perde, a vaca vai pro brejo, literalmente.

Nilva

Mais um belo texto do Chomsky.

Quanto à classe média, por exemplo, grande parte dos funcionários públicos de São Paulo votaram no Serra, apesar do Pior Salário Do Brasil, e grande parte dos funcionários públicos federais também votaram nele apesar de terem ficado oito anos sem aumento, durante o gdesgoverno do FHC. As viúvas dos precatórios, que ele disse que não existem, pricipalmente as de Santos também votaram nele. Os aposentados pelo INSS, que também ficaram sem aumento nos anos tucanos e cujos salários foram reajustados por Lula, assim como receberam ou estão recebendo as revisões salariais, vivem imitando o PIG e também foram de tucanos. A classe média do Lula não vota no PT , pelo menos em São Paulo e algumas pessoas com quem conversei votaram no Mercadante, na Marta, no Netinho, mas não votaram na Dilma porque os professores das faculdades deles dissecaram o suposto currículo dela em sala de aula, como na UNIP, em que alguns cursam pelo PROUNI. Eu desisti de entender a tal classe média.

Daniel Alves

Sou homem de pouca ciência e de pouca pesquisa. Porém dos últimos 22 anos, 10 eu vivi em Rondônia, e os outros 12 são de viagens constantes que faço a trabalho e por lá fico normalmente 60 dias por ano. Com o desmatamento que houve por lá esquentou pra caramba!!
Na pele dá para sentir um grande aquecimento local.

Wilma

Como sempre, Chomsk muito lúcido em suas leituras acerca do famigerado CAPITALISMO. Também é meu "GURU"!!!

valdinei vieira

É novidade para alguém que a humanidade anda no fio da navalha entre o desenvolvimento e a aniquilação?

waldez

Sempre bom ler Chomski, não concordo com quase nada do que ele escreve, mas o que ele pretende defender é sempre importante.
Contudo, só para esclarecer: de fato, não existe tal coisa, aquecimento global; se os senhores puderem pesquisar no Google o nome de Daniela de Souza Onça vão poder ler uma série de estudos que demonstram a inexistencia do fenomeno, isso não quer dizer, claro, que não haja desatres naturais causado por ação humana.

    yacov

    Se não há aquecimento global, o derretimento das calotas polares e aumento do nível dos oceanos se deve a que???? Estão todos loucos?!?!? Da 2º guerra mundial para cá, o homem lançou mais CO2 na atmosfera do que em todas a sua história pregressa… O Clima está mudando, os oceanso estão subindo e se acidificando. Quem fala contra o aquecimento global ou tem muito$ intere$$e$ a zelar, e portanto,está mal-intencionado, ou é um completo TOLO. O planeta não aguenta tanta depredação e poluição. O Esquema consumista irresponsável em que se assenta o capitalismo tem que ser revisto e é isso que os EUA, enquanto país empresarial e industrial, e centro do acapitalismo mundial, não querem. Simples assim, OU não iriam atrás do petróleo dos árabes, causando gueeras e desequilíbrios para manter seus altos níveis de produção.

    O "BRASIL PARA TODOS não pasas an glOBo – Oque passa na gLoOB ér um braZil para TOLOS"

    tomas

    Ótima argumentação 'científica'!
    E só para esclarecer:
    "Pesquise no google" o conceito 'aquecimento global', e vc vai poder ler uma série de estudos que demonstram a existência do fenômeno….

Baixada Carioca

Teve um debate na faculdade sobre aquecimento global. Eu estava de posse de um jornal que fora censurado em 1968 e nele tinha uma tirinha de HQ com o Papai Noel e um outro personagem visitando o Pólo Norte e reclamando que a geleira estava derretendo e que em poucos anos, não haveria mais geleira.

Só pra constar. Acho que ainda tenho acesso ao jornal se desejarem vê-lo.

Já são 42 anos.

    FrancoAtirador

    .
    O outro personagem seria o FERNANDO GABEIRA ?
    .

    vinícius

    Tem como você disponobilizar a imagem do texto no seu blog?
    Aliás, visitei seu espaço virtual. Fui até lá em razão de um texto sobre o Rio Guandu e a postura de críticos a transposição do São Franciso.

Silvio

Azenha:
Tenho minhas duvidas, com respeito ao assunto médio ambiente. Acredito que seja um negocio a mais, esse do carbono. A terra está cada dia, mais fria. Não aquecendo! Não sabemos si a galáxia, a qual per tecemos está passando por algum lugar do universo, que produzam essas mudanças no clima. Caminhamos para uma nova era glacial, seguro ela não vai a ser amanha. Agora os EUA, estão caminhando a passos agigantados a um fascismo, ou nazismo, ou um ismo qualquer, que vai a terminar com as liberdades, que ficam ao povo americano. Ademais de uma ditadura, perigosa para o resto do mundo.

    daniel

    Mas essa é a chave do problema. Quando ouve-se aquecimento global, a primeira reação é achar que a terra vai ficar quente. Mas acontece justamente ao contrário! Resumindo a teoria de Lovelock, a terra possui um mecanismo que equilibra o meio ambiente. Se a terra começar a esquentar, o mecanismo no clima irá tentar compensar isto, esfriando tudo. Por isso vamos ter verões escaldantes e invernos congelantes! É como uma bússola que foi balançada, o ponteiro vai de um lado para o outro até descansar. Só que isto pode durar milhares de anos (vide a última era glacial).

    Silvio

    Daniel :
    Todo em o universo vai perdendo calor. O sol y as estrelas queimam u hidrogênio e forma Helio que se encontra no espaço. E como conseqüência a contração. Estamos-nos em um planeta que queima internamente, e também se vai a contrair. Já se tem feito medições de temperatura, nos oceanos a profundidades de 2000 a 3000 metros e se tem confirmado que a água está mais fria.

    claudio anael

    Vc não entendeu bem a coisa… Certamente que há mecanismos que tendem ao equilibrio, porém há outros que podem levar ao colapso completo…A atitude prudente seria evitar aumento de emissões de carbono….. Esse otimismo vazio, essa fé quase irracional de que sempre haverá algum fator compensador é extremamente ingênua (beira os ditames da "mão que regula o mercado de Adan Smith")

Sergio José Dias

O que me assusta é que estes caras com todo este poder bélico nas mão acreditam na teoria religiosa do arrebatamento, e que, portanto, seriam salvos por Deus caso houvesse um holocausto nuclear. O declínio estadunidense, pelo poder das trevas que está em suas mãos, causa-me um frio na espinha. A humanidade pode vir a ser vítima de uma hecatombe pelos desvarios fundamentalistas de neoconservadores ensandecidos. Neste sentido, sua capacidade de destruição é incomparavelmente superior a qualquer Al Qaeda. Os piores pesadelos nos assombram na noite quando os crentes de fé encontram nas sombras as respostas para suas preces.

Cabeção

Concordo com o Luís Fortaleza… temos de ser radicais, isto é, irmos na raiz dos problemas. Já que o Chomsky tocou na questão ambiental, aproveito para pegar um gancho.
De que vale todo esse discurso de responsabilidade ambiental das empresas, se isso é apenas uma jogada de marketing? Como disse o autor, a missão das empresas é o lucro, as externalidades negativas não são contabilizadas, portanto esse papo de ação ambiental patrocinada por empresas é falso.
Organizações internacionais como o Grenpeace e o WWF implementam ações dessa forma, sem haver uma reflexão na raiz do problema. Tenho uma hipótese do que poderia ser – o modo de produção e consumo capitalista, que, além de explorar parcelas da população, faz mal uso dos recursos naturais, para manutenção de privilégios de alguns. Este assunto ninguém toca! Mas até quando? Quantas crises precisaremos para levantar essa questão?

    Luiz Fortaleza

    Eu tenho um certo limite teórico para defender uma social democracia, pois há elementos concretos na realidade que precisam ser tomados para se construir elementos teóricos mais verossímeis e consistentes e então desenvolver uma ação prática antagônica ao capitalismo mais efetiva.

    ZILA A DAL COL

    Luíz Fortaleza, gostei do seu discurso e fiquei curiosa. Se me permite, gostaria que você me desse uma dica de alguns dos elementos concretos da realidade que possam ser tomados para a construção dos elementos teóricos verossímeis para que se consiga uma ação prática contra o capitalismo que assistimos hoje. Olha, não sou ninguém importante, mas tenho pensado muito a respeito e me preocupo muito com uma possível solução para este estado de coisas que assistimos neste nosso planeta.

    Bonifa

    Também sou a favor a que se esprema o cérebro em busca de maneiras para transformar linguagem acadêmica em linguagem que todo mundo entenda com facilidade. E a que se busque meios de espalhar esta linguagem o mais que se possa. Maneiras de dizer em poucas palavras situações complexas que os acadêmicos, isolados do mundo real, fazem questão de expressar apenas em linguagem própria, para não atrapalharem as versões mentirosas espalhadas pela imprensa corporativa. A imprensa que não faz outra coisa senão procurar distanciar os "eleitores" de qualquer conhecimento mais aprofundado dos fatos.

Pedro

Viver numa sociedade capitalista está se tornando uma das piores coisas que aconteceram ao ser humano.

Thelma Oliveira

Mas é uma sensação mto estranha ler mais um ótimo texto de Chomsky e me sentir de fora desse ciclo. Há não mto tempo atrás, estávamos vivendo exatamente dessa forma, socorrendo banqueiros, sendo majoritariamente (menos nós da esquerda, é claro, rs, rs) convencidos da sabedoria e eficácia do "deus mercado", e outras máximas. Agora, vejo a postura do governo perante os problemas do Panamericano (claro que é culpa do Lula, ainda para alguns), converso com a minha auxiliar para assuntos nada aleatórios sobre os motivos pelos quais ela votou na Dilma e ela sinaliza os pontos mais importantes das plataformas políticas entre os dois partidos na disputa, e penso: puxa, o Brasil realmente mudou. Um longo percurso em apenas 8 anos. Agora, investindo, muito, em educação de qualidade, aumentará a consciência e a participação popular nas decisões nacionais, creio que de forma irreversível. Sinto um orgulho enorme de um povo que, tido como ignorante e subdesenvolvido, em tão pouco tempo conseguiu mostrar que investimentos corretos corrigem séculos de desamparo.

    Luiz Fortaleza

    Se o povo tiver uma educação politizada e não neoliberalizada para atender os interesses do mercado capitalista, o povo implodirá esse sistema e construirá um melhor que este, seja q nome se dê: socialismo, pós-capitalismos ou outros ismos

    Thelma Oliveira

    É, mas acredito exatamente nisso, novas formas. Não penso que o marxismo atenda ainda a complexidade do mundo atual. É uma análise do capitalismo do século XX, talvez até de antes da praga neoliberal. O que acredito é na mudança trazida por um governo que pensa o público como público, e não que governa para si e seus pares. E acredito realmente que a Dilma vai fortalecer essa noção, administradora (e pouco política) que é. A partir daí as pessoas se sentem também responsáveis pelos rumos que a coisa vai tomando. Apesar de todos os pesares, o segundo turno trouxe discussões e tomada de posições como não acontecia há muito tempo, e trouxe também visibilidade para temas importantes, como a própria questão das privatizações. Daí pra diante, espero que isso se aprofunde e que passemos a analisar os rumos do nosso país de forma mais consciente e consistente.

Luiz Fortaleza

A gente precisa voltar a ler Marx, sobretudo, "O Capital" e os "Grundrisse". Como dizia Rosa Luxemburgo: "Socialismo ou Barbárie", ou melhor ainda, "sem democracia não há socialismo". Uma coisa a pensar essas teorias políticas de esquerda. Convoquemos Mészáros, Hobsbawm, Tom Bottmore, Robert Kurz e cia. para compreender a crise final do capitalismo hoje. Não adianta ficarmos pensando em medidas paliativas para salvar a vida do DIABO capitalista. Este demônio inferniza a vida das pessoas e destrói a Natureza, logo daqui a pouco todo a nossa arca de Noé, o Planeta.

Francisco

A história não se repetirá, fique tranquilo. Os nazistas, por exemplo, jamais tiveram como acabar com a raça humana sete vezes…

Fabio_Passos

Creio que no Brasil ocorre fenômeno parecido.

Por que a classe média antiga foi influenciada pela campanha do ódio e votou majoritariamente em jose serra?
O governo do PT desprezou, de fato, a classe média antiga.

Para esta parcela da populção o PT representa a ascenção social dos pobres em meio ao favorecimento dos muito ricos… mas nenhuma grande novidade/vantagem para a classe média que já tinha acesso a bons empregos, ensino, saúde, habitação e que durante os últimos 16 anos vive uma estagnação econômica.

Sem enxergar benefícios diretos com o governo do PT e completamente despolitizada, a classe média antiga tornou-se curral eleitoral do PIG… sucetível aos piores preconceitos "raciais" e de classe insuflados pela "elite" decadente.

    Almeida Bispo

    A classe média, generalizando, sempre foi o pasto do PIG. Sempre foi na classe média que as "famílias" que controlam o pensar brasileiro obteve eco aos seus implantes. Quando foi pra eleger Collor o PIG contou com o titubeio da classe média "esclarecida", mas que, mesmo assim, considerável contingente nele votou "por falta de opção"; quando foi pra tirá-lo, uma fagulha lançada pelo PIG e ninguém se perguntou quais os reais interesses do padrinho em levar o afilhado ao patíbulo. A classe média representa, figurativamente, o mancebo rico da parábola cristã: pode até que querer a "revolução"… no quintal dos outros.

    Fabio_Passos

    Nem sempre.
    No passado o PT contou com apoio expressivo na classe média.

    Creio que o governo do PT judiou um pouco da classe média.
    Esta tributação de IR igual para classe média e ricos é um erro crasso.

    Daniel Souza

    Concordo contigo, o IR com está é um absurdo, tem que se estudar um forma mais justa o contribuinte que ganha 5.000 paga o mesmo de outro que ganha 50.000.

    Fabio_Passos

    Toda razão.
    A desigualdade de renda mesmo entre os 10% mais ricos é gigantesca.

    yacov

    Mas quando se fala em "taxar as grandes fortunas" e "taxação progressiva", a chiadeira é geral.. A CPMF era um imposto justo. Pois prevenia a sonegação e taxava os mais ricos. Veja o que aconteceu com ela.

    "O BRASIL PARA TODOS não passa na glOBO – O que passa na glOBo é um braZil para TOLOS"

    Fabio_Passos

    Pois é. Cortar o controle quase absoluto dos ricaços sobre seu curral – classe média – é muito importante.
    O governo não deve tributar a renda da classe média e dos ricos igualmente.

Vinícius Maia

Infelizmente o partido Democrata sequer é capaz de ser colocado como uma oposição as políticas republicanas. Se há duas palavras que possam descrever o comportamento dos democratas no governo, são fraqueza e conivência. O partido sequer consegue votar de maneira unificada e foram incapazes de conseguir aprovar qualquer coisa mesmo gozando de maioria no senado e no congresso.

    yacov

    Ocorre com os Democratas americanos a mesma coisa que ocorre com a opósição no BRASIL?!? Estão sem discurso, ou porque não querem ou porque não tem como mudar as políticas de governo. Só que, assim como estamos em hemisférios opostos, os sinais se invertem: Ao sul, a direita não tem como enfrentar um governo que inclui e distribui renda, e ao norte, os democratas não tem como instituir políticas inclusivas e distributivas por que o mercado, concentrador, é que manda no país.

    "O BRASIL PARA TODOS não passa na glOBo – O que passa na gloBO é um braZil para TOLOS"

Alexandre Salazar

O texto tem frases lapidares. Sínteses impressionantes pela lucidez da percepção da realidade. O trecho abaixo é só para fruição intelectual, que Chomsky recolheu e cita – dito de forma notavelmente concisa por economistas do FT. Está acima, tambám no artigo completo
“Há um reconhecimento crescente de que o nosso sistema financeiro está a aproximar-se do dia do Juízo Final”, escreveram os economistas Peter Boone e Simon Johnson, no Financial Times, em Janeiro. “Sempre que ele falha, contamos com o dinheiro e as políticas fiscais negligentes para o resgatar. Esta resposta aconselha o sector financeiro: aposta em grande para seres pago regiamente, não te preocupes com os custos, que serão pagos pelos contribuintes” através de resgates e outros mecanismos, e o sistema financeiro “é, assim, ressuscitado para voltar a jogar e voltar a falhar".

Jorge Leite Pinto

Obrigado, Azenha, por postar mais um texto do "meu guru".

Julio Silveira

A sina democrata é ter que consertar as ações das bombas republicanas (em todos os sentidos) que o eleitorado americano, principalmente o conservador, teima em mandar para o governo Central de seu país.
Poderiam até acrescer a seu símbolo, por sinal muito adequado, do burro, também o de lixeiros, tal o volume de sujeira e sucata que têm que juntar para reorganizar a pátria.

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