Maierovitch: Rio não pode deixar o populismo atrapalhar

Tempo de leitura: 4 min

ENTREVISTA

“O Brasil não tem matéria-prima para elaboração do cloridrato de cocaína e da pasta-base da cocaína. Não temos a folha de coca. A folha tem no Peru, na Colômbia, na Bolívia e no Equador, países andinos.Mas esses quatro países não têm indústrias químicas. Para transformar a folha de coca em cloridrato de cocaína há necessidade de insumos químicos. E o Brasil tem a maior indústria química não fiscalizada da América Latina.”

Wálter Maierovitch, em
Correio do Povo

Quando o assunto é combate às drogas, máfia, crime organizado, o nome do desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo e ex-secretário nacional Antidrogas Wálter Fan­ganiello Maierovitch é uma das referências no setor de segurança pública. Assessor internacional da União Euro­peia sobre assuntos ligados ao crime organizado, foi o primeiro magistrado estrangeiro condecorado pelo governo italiano e preside atualmente o Instituto Brasileiro Giovanni Falcone de Ciências Criminais.

No fim do ano, o desembargador lança o livro Novas Ten­­­dên­­cias da Criminalidade Trans­­nacional Mafiosa, pela editora Unesp, ao lado da jurista Ales­­sandra Dino.

O desembargador analisa de forma contundente as políticas públicas brasileiras de combate ao narcotráfico e elogia o trabalho feito no Rio de Janeiro com as Unidades de Polícia Paci­­ficadora (UPPs).

Nascido em São Paulo, em 1947, formou-se em Direito pela Universidade de São Paulo (USP). Já foi o representante brasileiro na Organi­zação das Nações Unidas (ONU) para atuação no Escri­­tório para Controle de Drogas e na Organi­zação dos Estados Americanos (OEA), onde atuou no órgão de drogas ilícitas (Cicad).

Na visão do especialista, o Rio está no caminho, mas não pode deixar o populismo atrapalhar.

A estratégia adotada pela polícia do Rio de Janeiro para reagir aos ataques foi acertada?

Na realidade, é uma política de segurança em implantação e essa política está voltada para as unidades de pacificação. É uma política adequada. Vários países fizeram isso, principalmente a Itália. É um modelo que resgata a cidadania e, evidentemente, os territórios. Ele tira o espaço do crime organizado do Rio, que tem matriz mafiosa, e resgata o controle social. E isso, de alguma forma, acaba afetando a economia dos grupos criminosos. Nesse caso, houve uma reação. São facções criminosas que se uniram, formaram uma confederação criminal, como acontece com a Camorra Napolitana, e resolveram reagir com táticas de guerrilha para difundir o medo na população.

A polícia carioca estava preparada para a reação dos criminosos?

É evidente que há necessidade de reação da polícia pela força. Caso contrário, só o crime organizado mostra os músculos. O que aconteceu? O Rio de Janeiro foi claro nessa reação com equilíbrio do secretário da Segurança e, de repente, se conseguiu uma coisa inédita, que foi a cooperação fundamental da Marinha, fornecendo essas viaturas abre-alas. Até o momento, essa repressão tem sido adequada. Não se pode cair no populismo e deixar ela extrapolar.

O que deve ocorrer nos próximos dias?

A experiência internacional mostra [citando a repressão às máfias italianas] que essas organizações de matriz mafiosa e pré-mafiosa têm um tempo de reação com ações espetaculares. Não é um período longo. O que elas fazem quando o estado reage bem, como é o caso do Rio? Elas submergem, esperam passar um tempo, se reorganizam, buscam apoio em outras organizações em outro estado e voltam a atacar. É isso que vai acontecer.

Pode haver migração desses traficantes para outros estados?

Se essa fosse a meta, isso já teria ocorrido. Está claro que não houve uma articulação nesse sentido. Mas, mesmo assim, é preciso que as polícias rodoviárias fiquem atentas para evitar que o crime organizado busque migrar ou que haja recebimento de outras facções em outros estados.

O tráfico de drogas é a causa fundamental dessas ocorrências no Rio de Janeiro. Não está na hora de os governos pensarem no problema de forma macro?

O mundo precisa pensar de forma macro. Porque, no mundo, as polícias conseguem apreender de 3% a 5% do que é colocado de droga no mercado. Isso é nada. O Brasil não tem matéria-prima para elaboração do cloridrato de cocaína e da pasta-base da cocaína. Não temos a folha de coca. A folha tem no Peru, na Colômbia, na Bolívia e no Equador, países andinos. Mas esses quatro países não têm indústrias químicas. Para transformar a folha de coca em cloridrato de cocaína há necessidade de insumos químicos. E o Brasil tem a maior indústria química não fiscalizada da América Latina. Vamos fazer nosso mea-culpa. O Brasil fornece insumos químicos. Precisamos começar a trabalhar muito em várias coisas. O Brasil não consegue nem evitar entrada de celular em presídio. Não consegue, em relação a líderes de organizações criminosas, manter isolamento. A OAB é contra vídeo-conferência e os presos saem de um lugar para outro, fazendo turismo judiciário, indo às audiências e saindo dos presídios, passando informações. Então, nós precisamos mesmo pensar macro.

Dentro disso é preciso se preocupar, inclusive, com o departamento financeiro do tráfico…

O tráfico precisa ser desfalcado. Para se ter uma ideia, nos últimos dez anos, a magistratura italiana, o ministério público e as polícias antimáfia, só com relação a Cosa Nostra siciliana, conseguiram desfalcá-la em 3 bilhões de euros. O Brasil, com o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (ligado ao Ministério da Fazenda), no governo FHC, conseguiu durante 4 anos levantar suspeitas em 563 movimentações bancárias. Isso, em qualquer país sério, é um serviço de meia hora. O Brasil precisa fazer esse órgão de inteligência funcionar, mas também precisa ver o problema das armas. O país é o terceiro bloco exportador de armas.

A legalização das drogas seria uma alternativa?

Essa é outra questão, ligada à saúde pública. Não temos uma experiência internacional de legalização de drogas em lugar nenhum do mundo. Temos a Holanda, que permite o uso, dentro de determinados locais. É uma questão a ser estudada. Até porque, se permitir a legalização, o que o estado vai fazer? Ele vai comercializar? Vai terceirizar o plantio? É uma outra questão.

No Brasil se fala muito em política de educação, de campanhas de conscientização. O país tem falhado nesse setor?

Existe uma falha enorme. Aliás, não existe políticas nesse sentido. Qual é a política adequada? Os Estados Unidos patinaram durante muitos anos porque eles demonizavam o uso de drogas. E demonizar gera curiosidade e marginaliza aqueles que fazem uso. Então, tem que ter uma medida adequada.

Há uma perspectiva boa para os próximos anos na área de combate ao tráfico?

Já tivemos um bom resultado no Rio de Janeiro com essas unidades pacificadoras. Vimos, pela primeira vez na história, bandidos fugindo. Isso, para alguém que está na área há 40 anos, é de lavar a alma.

As UPPs podem ser uma saída para outros estados?

Essas unidades funcionam para retomar território e controle social. Há estados que têm problemas de tráfico, mas não de território. Então, o que precisa é ação social sempre e educar para a legalidade democrática desde as escolas.


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Comentários

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Anésia E.kowalski

O problema do trafico é muito complexo. É como um polvo, tem vários tentáculos, em todos os segmentos da sociedade, em todos os organismos de Estado, inclusive, na política. Portanto, o seu combate passa por caminhos que não podem ser ignorados; nova legislação criminal, em especial, lei de execuções criminais e estatuto da criança e do adolescente,(sem aumentar a idade é claro), organização e políticas sociais,melhoramento material e humano das polícias, do Ministério Públco e do do Judiciário. COMO FAZER, NÃO SEI. TEMOS QUE ESTUDAR, RACIOCINAR E CONSEGUIR A EFETIVAÇÃO SOCIAL,disso tudo,com a sociedade , como coadjuvante, sem dar uma de hiena!

PauloMSM

Eu sou contra liberação de drogas, pois se as que são liberadas, como o álcool por exemplo, já dão problema pra caramba, pra que a liberação de outras? Vai ser barato? Vai ser caro? Tem um colega que disse que vai plantar maconha em casa. Não vai adiantar nada, pq vai ter maconha pirata, e portanto tráfico. Essa estória de liberação de drogas é a maior bobagem que inventaram. É querer combater a AIDS proibindo camisinha. E essa lei ridícula de aliviar usuario é outra bobagem. Mas como muitos filhos de elitistas estavam sendo presos e processados a toda hora, deram logo um jeito pra aliviar a rapaziada, não é?

Claudio

Acho q alguns não entenderam o significa simbólico do que aconteceu. Foi como o Dia D na segunda guerra. Do ponto de vista militar não foi significativo mas uma vitória simbólica dos países ocidentais sobre o nazismo

No Rio foi um alento de uma perspectiva de mudança, um primeiro passo para sonhar com uma cidade sem o poderio paralelo do tráfico. Subir e descer o morro sem pedir licença para o dono da boca. Ninguém acredito q o crime acabou, ou q não haverá trafico.

Marcelo de Matos

Seria interessante conseguir uma entrevista com o Dr. Walter, ou outro especialista, sobre a questão do comércio de armas. Ele diz que o Brasil “precisa ver o problema das armas. O país é o terceiro bloco exportador de armas”. O Fala Brasil mostrou hoje uma casa em São José do Rio Preto onde estavam estocadas drogas e metralhadora israelense. É sempre assim: com as drogas chegam armas russas, israelenses. O amigo Chaves, da Venezuela, é muito chegado dos russos, nossos colegas de Bric, que lá descarregam estoques de material bélico. Israel é tido pela nossa mídia, e por muitas outras, como um país maravilhoso, que planta verduras no deserto. Mas, eles inundam o mundo com suas metralhadoras. A China é sempre vilã para a mídia, mas, apesar de inundar o mundo com badulaques e eletrônicos, não nos manda armas. E o Brasil, manda armas para onde? Onde vão causar mortes e infelicidade nossos artefatos bélicos? No tempo da ditadura tivemos uma formidável indústria bélica. Mandamos tanques para o oriente médio e muitos outros países. Agora nos especializamos em armas leves?

Marcelo de Matos

Li os todos os comentários e vi que o pessoal gostou da entrevista. Eu também. Já estava na hora de trazer o Dr. Walter aqui para o blog.

MirabeauBLeal

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É bom frisar que as indústrias químicas,

de fabricação do cloridrato de cocaína,

não estão localizadas nos morros do Rio de Janeiro.
.

edv

Vamos lembrar que o tráfico nos morros cariocas é eminentemente varejo local (que é pior para a cidade).
O grande tráfico que passa pelo Brasil, eminentemente para a Europa, vem e vai direto de e para portos e aeroportos. Até por sua situação geográfica e infraestrutura, o centro logístico deste tráfico está em SP, deixando entretanto menos marcas (e mais dinheiro). Mas este é outro foco, diferente dos ocorridos nesta semana.
A entrevista com Mayerovitch mostra que ele é sensato e entende do assunto.

Cidadão a pensar

Ouvir essa avaliação do Walter Maierovitch é um alento e confirma as expectativas mais positivas sobre a recente ação contra o crime organizad – sem cair no erro das simplificações, da espetacularização nem da ilusão quanto ao tanto que falta. Mas reforça o argumento de que a parcela de "guerra" que faz parte da recuperação do Rio e dos territórios controlados tem de ser feita. O que não pode é ficar só nisso.

Me espanta nas discussões o ceticismo absoluto de algumas visões, que parecem querer dizer "não adianta lutar contra isso", seja por que razão for (debilidades do Estado, corrupção, parcialidade etc…)

Esse derrotismo + ceticismo total me parece fundamental para, isso sim, desmoralizar o esforço de resistir ao crime organizado, criar desânimo, apatia. Se é preciso evitar triunfalismo e ingenuidade, para manter a seriedade, para implantar o controle sobre mentes derrotadas. é preciso quebrar a espinha dorsal da esperança e do idealismo, coisa que muita gente vem fazendo, por ingenuidade, ceticismo, ou má fé.

"A mais potente arma do opressor é a mente do oprimido", Steven Biko.

joni

Até que enfim. Alguém que fala claro, sem jogar flores, mas também sem jogar pedras. Há muito o que fazer, mas o que foi feito no Rio foi certo. "Até o momento, essa repressão tem sido adequada."( embora muitos achem que o povo" vibra com homens de preto…") Em poucas palavras, deu-nos um panorama real sobre o assunto. Fala sobre a legalização da droga, de maneira séria, "Não temos uma experiência internacional de legalização da droga em nenhum país do mundo". Fazer apologia à legalização da droga, como alguns o fizeram, aqui neste blog, apenas por 'achismo', sem analisar os problemas decorrentes da legalização , só para dar um exemplo, para a saúde pública é uma irresponsabilidade. Mas uma vez, não pensaram que a maioria dos brasileiros não têm seguro saúde e dependem da saúde pública, e que o investimento que o governo teria que dispensar para um programa como esse iria prejudicar a população mais pobre. Enfim, espero que muitos leiam essa entrevista, e que pensem bem no que vão dizer daqui para a frente.

Marcelo

Gostei Azenha, mais uma pedra na minha construção.

Nilva

O Maierovitch é um especialista nestes assuntos e, como tal, tem a sensatez de elogiar atitudes corretas das autoridades e cobrar a aplicação de medidas impeditivas para que situações como estas sejam abortadas no nascedouro, como, por exemplo, a fiscalização dos presídios e a proibição dos contatos entre os bandidos e seus informantes, assim como o total desmonte das finanças destas facções.

Guilherme Milani, SP

Sugestão de slogan para o secretário de segurança de Alckmin: “Em terra de PCC, quem tem Comando Vermelho é Rei – Sejam benvindos”. Marcola vai ganhar novos amigos, que beleza!

easonnascimento

Após este retomada do território, é que começa mesmo o trabalho. Se não for efetuado uma participação ativa e constante nas comunidades, que lhe dê dignidade, tendo os serviços públicos devidamente legalizados, como água, luz, telefone, além de escola, lazer, trablaho etc, haverá retrocesso. Os bandidos a curto e médio prazo voltarão ou se formarão novamente a partir da gurizada que por lá vive sem esperanças.
http://easonfn.wordpress.com

Adroaldo Lima L.

o trabalho de conscientizaçao foi muito bem abordado pelo professor. a grosso modo temos de um lado viciados pagando pena pelo vicio em si e traficantes presos pagando na cadeia. de outro lado, temos os nao viciados e os traficantes soltos! esses devem ser "trabalhados" e conscientizados para que comecemos a diminuir e cessar novos casos.

Azaghal

Finalmente uma análise lúcida!

FrancoAtirador

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DAY AFTER: CAINDO NA REAL

Apesar da ocupação do complexo de favelas do Alemão no domingo (28), na zona norte do Rio de Janeiro, os três principais chefes da maior facção criminosa do Rio de Janeiro permanecem foragidos.

A polícia não sabe o paradeiro de Alexander Mendes da Silva, o Polegar, Luciano Martiniano da Silva, o Pezão, e Fabiano Atanásio da Silva, o FB.

Polegar comanda o tráfico no morro da Mangueira (zona norte).

FB chefia a favela Vila Cruzeiro, na Penha,

e Pezão é a principal liderança no complexo do Alemão.

Além de FB, Pezão e Polegar, outros "figurões" também escaparam.

Entre eles, Marcelo Leandro da Silva, o Marcelinho Niterói, que é o "representante" de Fernandinho Beira-Mar no Rio de Janeiro, e Leonardo Farinezo Pampuri, o Léo Barrão, da Vila Kennedy (zona oeste).

O Serviço de 'Inteligência' da Polícia Militar informa que haveria ainda muitos bandidos escondidos no complexo do Alemão.

Um policial civil, no entanto, diz acreditar que a maioria seja de pouca expressão e sem mandados de prisão.

R7

Bruno Moreno

Não é caso deste artigo, mas toda vez que o Maierovitch cita a Itália como exemplo eu tenho vontade de dar gargalhada. A máfia lá continua firme e forte. Maierovitch erra muito, mas muito mesmo quando acredita que penas mais severas vão resolver alguma coisa. Tráfico já é crime hediondo, a pena de morte existe na prática, ou vemos por aí ex-soldados do tráfico idosos? E convenhamos, não melhorou nada. Aliás, este tipo de debate só atrapalha, pois desvia o foco dos verdadeiros problemas. Para retomar os territórios as UPP são a solução, para acabar com o tráfico, só a legalização é a solução. A Lei Seca dos EUA nos ensinou!!!

Flavio Lima

A proposito: sou pela LEGALIZAÇÃO das drogas!

Flavio Lima

Ai Azenha!
Boa!
Uma no cravo, outra na ferradura!
E não é que o Maierovitch falou o que esse seu ordinario comentarista (parafraseando o PHA) pensa?
Seu blog éw IMPRESCINDIVEL!

Emília

O Dr. Wálter Fan­ganiello Maierovitch sabe das coisas. Excelente entrevista.

edson

Foi um “marco” a operação Rio/Alemão e deveria ser tomado o exemplo para retirar os traficantes das favelas nas grandes cidades do Brasil. Lógico, que o poder público deveria aproveitar para implantar não só serviços públicos de qualidade nas favelas, mas também levar o “Minha casa, minha Vida” para as favelas construindo CASAS e APARTAMENTOS confortáveis e com áreas de lazer nos moldes dos grandes condomínios da classe média brasileira… e não “caixotes de 40ºC” e “casinhas de bonecas” sem áreas de lazer e jardins frontais. As ruas também deveriam passar por transformações, estas deveriam ser compostas por passeios mais largos e arborizados, levando o conforto social para as famílias residentes.

FatimaBahia

Essa é uma voz de bom senso e que traduz conhecimento do assunto e vontade de que dê certo!

"Nem tanto ao céu e nem tanto à terra",estamos no começo,para prosseguirmos precisamos reconhecer os erros e deficiências,mas também é fundamental celebrar os acertos e vitórias!

Obrigada pelo contraditório.

Luis

O problema é por demais complexo. E o "Viomundo" tem contribuído para qualificar o debate. Há a dimensão econômica: trata-se, as drogas, de um amplo negócio que pressupões (no caso da cocaína) plantio, tratamento da folha, refino, comércio atacadista, comércio varejista. Há a dimensão jurídica: agir, no limite da lei e da generalização de procedimentos, para desarticular a coisa no varejo, é uma coisa. Outra é permitir exageros, como se vivêssemos a suspensão de direitos, em face de um "estado de exceção". Há a dimensão cultural: afinal, droga lícita é diferente de droga ilícita em que?
Alguns blogueiros, ávidos por audiência, ou, quem sabe, patrocínio embarcam no elogio leviano ao ocorrido.
A reação policial aos atos de vandalismo era necessária.
Mas, tratá-la como "vitória arrasadora" é uma irresponsabilidade.

O CHATO

a entrevista foi dada para a gazetadopovo.com.br

Euler

Ufa, … depois do sociólgo, (que me lembrou até Umberto Eco no Pendulo de Focault ) dizer que tudo era u conluio entre tráfico, milicias, municipio, estado e união para fortalecer alguns organizaçãoe criminosas, o Walter tras uma luz de esperança. E olh que não é opinião de bunda sentada na cadeira, é de quem conhece bem de perto essa area.

    joni

    Concordo com você.

Jamilo Júnior

Agora sim, alguém disse algo interessante!!!! Ao contrário de alguns mestres teóricos, este senhor vê a situação com visão ampla, mas realista. A ação no Rio de Janeiro é valida, era invevitável, mas temos que enxergar apenas como uma parte pequena do processo. É dever do Estado se fazer valer e dominar territórios onde o crime dominava (com certeza pela falta do Estado). Mas ao mesmo tempo, ao retomar este território, o Estado tem que cumprir o seu dever em todos os aspectos (saúde, educação, melhoria na qualidade de vida das pessoas). Além do combate ao crime (visto como combate aos marginais da favela), tem que ser ampliada. Temos que ver as origens das drogas e armas, além da origens das ordens ao exercito criminoso, que vem dos presídios.

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