Conceição Oliveira: Luana, eu tive meu bebê pelo SUS e recomendo

Tempo de leitura: 3 min

por Conceição Oliveira, no Maria Frô

Acho bobagem responder demagogia de celebridades com agressões ou com ‘campanhas’ do mesmo nível que a simplificação que geraram indignação.

Luana Piovani sugeriu ao ex-presidente Lula que fizesse seu tratamento para combater o câncer de laringe pelo SUS. Não haveria o menorproblema, Lula seria bem tratado no INCA ou no HC e nos demaishospitais e institutos que são responsáveis pelo tratamento de 80% dospacientes com câncer no Brasil. O problema é que se Lula fosse diretoao Inca ou ao HC iriam dizer que ele é um político demagógico já quetodos os políticos se dirigem ao Hospital Israelita Albert Einstein ou ao Hospital Sírio-Libanês. Portanto, fosse onde fosse realizar seu tratamento Lula seria alvo de comentário de seus adversários.

Mas deixando as doenças de lado e falando da vida que está por vir, soube que Luana Piovani está grávida. Que ela tenha um bom parto.

Pela minha experiência eu diria a Luana Piovani se ela puder escolherem ter seu bebê em qualquer maternidade privada do Brasil e na maternidade do Hospital Universitário da USP que ela tenha seu bebê na segunda. Hummmm, mas Piovani não faz parte da comunidade da USP e nem mora no entorno, creio, portanto, que será mais difícil ser atendida na maternidade de menor índice de infecção hospitalar do país.

Então, eu sugiro que ela tenha seu bebê numa rede credenciada do SUS, se possível em um hospital universitário. Explico: eu não acho o SUS um castigo, eu acho o SUS um direito e acho que profissionais de hospitais públicos, especialmente os de hospitais universitários, são profissionais bastante gabaritados.

Toda mãe sabe que a gente passa 9 meses gestando uma vida, faz tudo o que recomenda o ginecologista que nos acompanha no pré-natal mas, por vezes, a experiência de um bom obstetra pode fazer a diferença entre o nascimento de uma criança totalmente saudável e uma criança com problemas.

Permita-me, Piovani, falar do que vivi e presenciei pois você em breve será mãe.

Pouco antes da hora de nascer minha afilhada entrou em sofrimento fetal, embora sua mãe não sentisse nada além das contrações normais, graças ao fato de estar em um hospital universitário cujos médicos e enfermeiros já atenderam casos bastante complexos, Carol ( o bebê) foi salva e sua mãe (minha amiga Rosangela) também e não houve nenhuma sequela.

Cinco anos depois, quando chegou a minha vez de parir, meu bebê estava com o cordão umbilical enrolado no pescoço, algo razoavelmente simples, mas com médicos sem experiência de casos complicados isso poderia se transformar num problema. Correu tudo bem com o nascimento da minha filhota durante o carnaval de 1996 na mesma maternidade que nasceu Carolina.

Luana não sei exatamente o que você valoriza num bom hospital e/maternidade, eu valorizo especialmente seu corpo médico. A maternidade da USP impressiona a maioria das pessoas porque é muito simples. Contrariamente às maternidades privadas que permitem a entrada de muitas pessoas, flores, brinquedos, pelúcia etc., na maternidade da USP você não fica sequer com a roupa que entrou. Para a
administração do hospital universitário, maternidade não é sala de visita. Isso faz com que ela tenha um baixíssimo índice de infecção hospitalar como lhe disse antes.

Na mesma época em que eu estava grávida uma colega em comum também estava grávida. Ela igualmente fez absolutamente tudo certinho, seguiu à risca tudo que lhe foi recomendado no pré-natal e até a hora do parto todos os exames de seu bebê mostravam que estava tudo bem.

Minha colega não via a hora de pôr seu bebê saudável nos braços como todas nós que desejamos ser mãe sonhamos. Mas diferente de mim e da Rô, minha colega optou por ter seu bebê numa maternidade privada famosa, aqui em Sampa. Infelizmente seu bebê passou da hora de nascer, teve uma série de complicações no parto e hoje não anda, não fala, não controla suas funções fisiológicas.

Pode ser uma simples coincidência que de três bebês saudáveis durante o pré-natal e os três com algum tipo de problema no parto, os dois partos realizados em um hospital universitário cujas mães e bebês foram atendidos pela rede SUS tenham nascidos sem nenhuma sequela e o da rede privada tenha tido problema. Mas nunca me esqueço do pediatra de minha filha, quando eu reclamava de seu refluxo como algo gravíssimo, ele me respondia com um convite para acompanhar as consultas que fazia no hospital público, para eu entender o que eram problemas reais.

Eu geralmente não me trato com médicos que se encastelam em suas clínicas e não pisam em hospitais públicos ou não atendem pelo SUS. Aprendi com valiosos médicos que nunca abriram mão de ensinar e de atender na rede pública de saúde, que eles se tornam pós-doc em resolver problemas reais e com isso se tornam competentes e podem na hora H fazer uma enorme diferença na vida da gente.

Leia também:

Entidades comemoram decisão contra lei dos fura-filas nos hospitais do SUS em SP


Siga-nos no


Comentários

Clique aqui para ler e comentar

Eleanor

Não querendo isentar Luana de seu comentário infeliz, mas vejo aqui vários depoimentos de atendimentos bem-sucedidos no SUS. Eu tenho relato de bons e também, infelizmente, maus atendimentos, ou ainda, de não-atendimentos (aguardo há 7 meses um cardiologista na ubs onde o munícipe é obrigado a ser atendido primariamente, para paciente que foi indicada cirurgia). Oficialmente em SP, não é o paciente que escolhe o hospital, é de acordo com o endereço onde mora. Você tem que ir à UBS da sua região, passar por um clínico geral, se ele falta, você tem que voltar na semana seguinte, e dentro de uns 4-6 meses ele te indica ao especialista. Depois, o hospital também é escolhido pela ubs, não por você. Então vai da sorte de cair em um hospital ótimo, como os universitários, ou outros de menor qualidade e maiores riscos. E existe também o tráfico de influências através de secretários, vereadores, coordenadores de UBS. Existe também gente que forja endereço para ser melhor atendido. Só quem usa o sistema frequentemente sabe como é. Enfim, faço minha parte e reivindico junto aos órgãos responsáveis, mas enquanto isso o doente sofre muito e diminui sua expectativa de vida.
Acho que o radicalismo, de ambas as partes, tem causado uma cegueira que não é boa pra ninguém.

Janah

#luanapiovanivaiparirnosus

Patricio

Fui operado do coração duas vezes, num Hospital público do estado de São Paulo. Atendimento de primeira, melhor que muitos privados. A única "fatura" que chegou em minha casa foi a do mini-governador da época, o Alberto Goldmann, afirmando que o procedimento foi de alto custo – e mencionava o valor. Não, ele não ousava me cobrar nada. Pedia minha "aprovação" como usuário, como se fosse ele o cirurgião-chefe do Hospital. Como se tivesse pago pelas operações. O papel que me chegou, intimidador, tinha a aparência de uma fatura mesmo. Poderia ter me causado uma síncope! Na verdade, era uma peça de marketing. Estávamos à beira da eleição presidencial que derrotou seu chefe Serra. A "aprovação" que o sujeito queria na verdade era o meu voto.
Eis no que se resume o SUS para essa cambada: eles odeiam a possibilidade do sistema público dar certo. Como não podem evitar, usam do terrorismo, essa subcategoria política que a direita pratica com tenacidade. Ao detonar o SUS como se fosse a pior coisa do mundo, na verdade querem-na aparelhar, terceirizar, privatizar – nessa ordem.
Para os que não sabem, o SUS paga integralmente pelo tratamento e pela medicação daqueles que não podem. Se os benefícios não chegam à base, deve haver desvios. Ao invés de caluniar Lula, cobre de seu governador, moça!

Rogério Perdigão

Essa Piovani é ex namorada daquele Dado Dolabella, que tomava ou cheirava umas e fazia barraco em boates da zona sul carioca!

ZePovinho

Luana Piovani é aquela ex-namorada do Rodrigo Santoro- o ator de Hollywood.Luana,de vez em quando e por obra de seus dotes,faz papéis periféricos em séries da Globo e se veste de Cinderela em peças de teatro para crianças.

EUSEMPRESOUBE

UÉ??????O EUNAOSABIA não vai comentar??Estou doido pra rir.

GilTeixeira

Vou repetir aqui o que postei no mesmo texto lá no Maria Frô:
há 12 anos atrás quebrei três ossos do meu pé direito, como estava na região de Santa Cecília, meus companheiros de trabalho me levaram para a Santa Casa de Misericórdia, fui operado na manhã seguinte, menos de 12 horas do ocorrido e fiquei três dias internado e depois uns seis meses fazendo acompanhamento no ambulatório. Nesses tres dias meu companheiro de enfermaria era um empresário, ele me contou que teve um acidente cinco anos antes e os bombeiros que o socorreram queriam leva-lo para Santa Casa ele ficou indignado e fez ser levado ao Hospital ‘Classse A” do seu convênio, resultado: os médicos que o atenderam não sabiam nada de nada, ficou com diversas sequelas e dores, até que um especialista lhe disse: pra arrumar isso só na Santa Casa! Lá eles literalmente quebraram sua perna novamente pra poder concertar o estrago feito pelo plano de saúde. Pois é!

Gerson Carneiro

Mãinha teve 13 filhos, todos de parteira. Quero ver a Luana aguentar uma odisséia dessa! Mãinha é foda! Viva Mãinha !!!

    ZePovinho

    KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

    Gerson Carneiro

    ZePovinho,

    Mãinha aguenta sorrindo o que você não aguenta chorando.

    :)

Adilson

Ótima dica Zé Brasil!

O Troll só existe quando é replicado, isso é um fato. Tal como os psicopatas, ele se alimenta da ação dos outros. A ação dos outros – mesmo sendo esta de raiva, angústia, dor ou ira – garante mais umas horas de vida pra ele ou, em última análise, garante VIDA pra ele nesse espaço. Por isso ele não entra na internet por causa de IDEIAS mas por causa das PESSOAS.

Por mais paradoxal que possa parecer, fato é que quando ele é ofendido ou mesmo esculhambado aí sim é que vive a sua glória. Lembrem do personagem do Kevin Spacey no filme SEVEN -OS SETE PECADOS CAPITAIS. Ele precisa da ação do outro pra se satisfazer, e no filme chega ao ápice disso, quando entrega sua própria vida por uma fração de segundo de regozijo com a dor alheia.

    Adilson

    Por falar em filme, num determinado momento do filme "A VIDA É BELA", um personagem propõe a seguinte adivinhação :

    – Quem sou eu? Se você falar meu nome eu deixo de existir? Quem sou eu?

    resposta: O silêncio.

    O Troll é, de uma certa maneira, a antítese disso. Poderíamos dizer assim:

    – Quem sou eu? Se você falar comigo eu passo a existir? Quem sou eu?

    resposta: Um troll

    Resumindo, a vida do troll na internet não depende dele.

EUJASABIA

Ela anda meio sumida.

Tá querendo aparecer ás custas de Lula.

    Gerson Carneiro

    Outro dia ela disse que o Caetano tinha feito uma música pra ela e o Caê desmentiu (só não sei se foi por ordem da Pauliiiinha). Então é bem provável o que você diz :)

    #MomentoFofocaNoViomundo :)

paulo

Eu vejo nessas manifestações a mesma coisa que vem ocorrendo desde que este país mudou de rumo e passou a ter um governo popular e hj torna-se a 6ª economia mundial . Uma grande maioria elegeu através do voto consciente esta mudança que se fazia nescessária desde a interrupção democrática , que nos enterrou por mais de 20 anos numa ditadura , desconsidere Tancredo / Sarney , que tbm enterraram as diretas já , deixem essa turma falar o que quizerem , o país mudou e essa democracia é quem nos permite diferenciar o tamanho da ignorância dessa gente preconceituosa e rasteira . Toda vez que eles vociferam é um tiro no pé . Lula recebeu manifestações de carinho de toda parte do mundo e as mídias foram inundadas de boas notícias , a mais importante , ficaram sabendo que o SUS é referência em atendimento e se o nosso presidente optasse por seu tratamento numa de suas unidades , estaria muito bem acolhido por profissionais de excelência . Brasil , um país de todos !
Abçs
Paulo Sérgio Thomaz

Lucinda G Mariano

Sabe a Luana é global, os profissionais dessa rede de televisão parecem ter sido acometidos de uma síndrome, que podemos chamar de genioglobisse, ou boboglobisse, qualquer coisa desse nível; sobre tudo eles se julgam no direito de opinar. O mais triste é que as opiniões se baseiam em preconceito, ou o senso comum, uma lástima mesmo.

Zé Brasil

Meio que fora do contexto deste excelente post, contudo de utilidade pública:

Do blog do Nassif:
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/como-tra

Como tratar os trolls
Enviado por luisnassif, qua, 02/11/2011 – 18:50

Por Márcio Xavier

Ótima matéria sobre trolls e consaguíneos..
http://www.gizmodo.com.br/conteudo/como-parar-de-

* Internet
Como parar de se importar com os trolls e seguir a vida
# Por Whitson Gordon

ricardo

luana quem ?

faz no SUS, luana. dá o exemplo. se está cobrando isso de Lula, como eu mesmo cobrei, dá o exemplo.

tenho plano de saúde, mas já fui atendido (e bem) no SUS.

Vai pro SUS, luana.

cordiais saudações
Ricardo
Recife

Polengo

A gente podia fazer um churrascão diferenciado na porta da casa dessa fulana.

Sebastião Medeiros

Pelo que eu sei o Sirio-Libanês como o Albert Einstein tem SUS !

nelson

Eu acho que nenhum hospital particular consegue dar um jeito na podridão interna desta fulaninha qualquer.

FrancoAtirador

.
.
“Considero que o SUS nos tornará mais humanos e, portanto, mais brasileiros, na medida em que nos convencermos que a saúde é necessariamente um bem coletivo tal como deve ser a educação e outras políticas sociais”.

A opinião é da médica sanitarista Ligia Bahia, em entrevista concedida por e-mail à IHU On-Line.

Para ela, “temos um sistema universal definido na legislação. Mas a denominada nova classe média pretende consumir planos privados de saúde. O aprofundamento da segmentação do sistema de saúde brasileiro virá acompanhado de mais injustiça e discriminação, porque os planos privados destinados aos novos contingentes de consumidores têm coberturas reduzidas e baixa qualidade assistencial”.

Médica-sanitarista, Ligia Bahia é doutora em Saúde Pública pela Fundação Oswaldo Cruz e professora adjunta da Faculdade de Medicina e do Núcleo de Estudos de Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Tem graduação em Medicina pela UFRJ e mestrado em Saúde Pública pela Fiocruz.

Confira a entrevista.

Por Graziela Wolfart

IHU On-Line – O que é preciso para “convencer a sociedade sobre o SUS”?
Ligia Bahia – Considero que o SUS nos tornará mais humanos e, portanto, mais brasileiros, na medida em que nos convencermos que a saúde é necessariamente um bem coletivo tal como deve ser a educação e outras políticas sociais. Ainda há setores da sociedade que enxergam a saúde como mero objeto de consumo. Isso é um grave equívoco, porque estamos submetidos a riscos coletivos como ocorre, por exemplo, com os alimentos que ingerimos com agrotóxicos. E também ao sermos atendidos em serviços de saúde que recebem como input processos coletivos, como é o caso da formação de recursos humanos para a saúde. A recente doença de uma personalidade internacional como o Steve Jobs explicita claramente que a saúde não é “comprável”.

IHU On-Line – Quais os rumos do SUS, em sua opinião? Caminhamos para um apartheid na saúde ou estamos mais perto de organizar um sistema nacional de saúde abrangente e igualitário?
Ligia Bahia – Estamos no meio do caminho. Temos um sistema universal definido na legislação. Mas a denominada nova classe média pretende consumir planos privados de saúde. O aprofundamento da segmentação do sistema de saúde brasileiro virá acompanhado de mais injustiça e discriminação, porque os planos privados destinados aos novos contingentes de consumidores têm coberturas reduzidas e baixa qualidade assistencial.

IHU On-Line – Como concilia os sistemas privado e público de saúde o cidadão brasileiro que assim o pode? Como se dá essa mistura entre público e privado na saúde?
Ligia Bahia – De muitas maneiras. A mais visível é usar o SUS para a realização de procedimentos de alto custo não cobertos pelos planos privados. E a menos detectável é o fato de serem os mesmos profissionais que atuam em ambos os subsistemas. Além disso, quem paga plano privado de saúde pode abater os gastos no pagamento de impostos.

IHU On-Line – Como pode ser implementada a política de ressarcimento ao SUS?
Ligia Bahia – Seria necessário que houvesse a identificação dos pacientes por meio de um código para que o atendimento de clientes de planos de saúde fosse rastreado. O Brasil dispõe de sistemas de informação bem sofisticados em outras áreas. O ressarcimento não ocorre porque há muita resistência por parte das empresas de planos e seguros de saúde. Se o ressarcimento for viabilizado, teríamos a exata noção dos problemas de coberturas dos planos privados.

IHU On-Line – Como a classe média vê o SUS?
Ligia Bahia – Como um caos. Um conjunto de serviços deficientes voltados para o atendimento de quem não pode pagar. A face da importância dos serviços públicos para a formação de recursos humanos e pesquisa e da não mercantilização do atendimento no SUS não é devidamente valorizada.

http://www.ihuonline.unisinos.br/index.php?option

José do ceará

Apesar da torcida contra ,o Brasil cresce.Vejam esta matéria:

Multinacionais anunciam investimentos no Brasil

Atraídas pelos megaprojetos de infraestrutura, seis multinacionais anunciaram nos últimos meses investimentos em fábricas de máquinas pesadas para construção civil no Brasil. As asiáticas Sany, XCMG, Doosan e Hyundai e as americanas Caterpillar e John Deere deverão investir US$ 1 bi até 2013. A Abdib (Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústrias de Base) estima que serão R$ 922 bi até 2015, o que deve manter demanda em alta.

FrancoAtirador

.
.
"Um parto comum no Sírio Libanês custa R$ 9.400. Quem paga isso? O Brasil."

Ligia Bahia*, em entrevista a O Globo

Como surgiu a idéia do ressarcimento ao Sistema Único de Saúde (SUS)?
LIGIA BAHIA: O ressarcimento nasceu de uma idéia inicial do Banco Mundial, para fazer um fundo para atendimento dos casos mais complexos. Complexidade leia-se caro. O Jatene (Adib Jatene, ex-ministro da Saúde) transformou essa idéia em ressarcimento ao SUS, achando que seria um recurso adicional para o sistema. Tem uma justiça contábil evidente. O problema do ressarcimento é que ele está muito judicializado. O Supremo Tribunal Federal ainda não decidiu qual é a posição dele. Enquanto isso, ninguém paga. As Unimeds vão entrando com ações nas instâncias inferiores. A idéia original era de que o governo e o setor privado contribuíssem, constituindo um fundo.
Como funciona?
LIGIA: Toda vez que um cliente de plano de saúde for atendido pela rede do SUS, é expedida uma Autorização de Internação Hospitalar, com o nome da pessoa. Esses dados são cruzados com o cadastro de beneficiários de planos de saúde. Existe um sistema que coteja essas informações. A idéia de Jatene era de um ressarcimento mais amplo.
O que está em vigência hoje é só o ressarcimento na internação. E só na internação eletiva, não na de emergência.
Isso foi por conta da regulamentação da lei 9.656, de 1998, que restringiu o reembolso às internações eletivas. O atendimento ambulatorial, hemodiálise, medicamentos de uso excepcional para doenças raras. Tudo isso está fora do ressarcimento.
Hoje o SUS gasta R$ 2 bilhões por ano com medicamentos de uso excepcional. Com os da Aids gasta mais R$ 1 bilhão por ano. Está fora também o atendimento ambulatorial de câncer. Vários tratamentos como quimioterapia e radioterapia são ambulatoriais.
São procedimentos que certamente as empresas empurram para cima do SUS.
Pelo lado das entidades médicas, científicas e dos consumidores, o objetivo era ampliar a cobertura. Para as empresas não era bem assim. As seguradoras, principalmente, queriam aprovar a entrada do capital estrangeiro e conseguiram. Outro objetivo era impor barreiras à entrada no mercado. A lei não é uma coisa pura, que a sociedade exigiu. Seria ingenuidade imaginar isso. Mesmo assim, ela saiu favorável do Congresso. Ela ficou pior administrativamente. Com as medidas da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar, criada para fiscalizar e regular os planos de saúde).
Essas medidas eram para regulamentar a lei?
LIGIA: Isso. A do ressarcimento foi a pior de todas. Sinceramente, ela é um lixo. Restringiu o reembolso a internações eletivas, quando a gente sabe que o mais comum é o atendimento de emergência e os ambulatoriais. Claro que há pressão das empresas contra o ressarcimento, principalmente das Unimeds.
As Unimeds no interior usam muito o sistema público. É muito comum. Elas alegam que tem cobertura e que são os clientes que fazem essa opção.

O mercado é expandido artificialmente, por meio desse livre trânsito entre o público e o privado. O ressarcimento é uma ameaça a isso, a essa estrutura muito sólida. Isso está estruturado há muito tempo.

Qual foi o principal problema identificado?
LIGIA: De gravidez, parto e problemas depois do parto, que é uma coisa chocante. Você pensa que a cobertura pública é por acidente, câncer, cirurgia cardíaca, que são tratamentos caros. No processo burocrático, se for identificado que aquela grávida tinha cobertura para gravidez, a empresa pode apelar. Um inferno. Virou coisa kafkaniana. É inacreditável. E a principal causa de internação no SUS é de gravidez, parto e puerpério, também. Portanto, tanto faz existir ou não plano de saúde no país. Esses planos de saúde têm a cobertura que eles querem, eles fazem o que eles querem, literalmente.
Planos de saúde são uma das coisas mais atrasadas do mundo. Era interessante quando as doenças eram agudas. Ou se cura ou morre. Hoje as pessoas são hipertensas, não estão hipertensas. Os planos têm um caráter indenizatório, e não de prevenção à saúde. Proposta atrasada com esse envoltório de modernidade. Um parto comum no Sírio Libanês custa R$ 9.400. Quem paga isso? O Brasil.
Porque o Sírio Libanês é hospital filantrópico. Isento das contribuições previdenciárias, de imposto de importação e ainda recebe contribuições, que, por sua vez, são dedutíveis do Imposto de Renda.
Nosso problema é o gasto privado. Enquanto ele for tão importante proporcionalmente é um problema enorme. Alguma coisa está errada. O Brasil tem o maior gasto privado na América do Sul. O gasto no Brasil já está virando privado, mesmo sendo público, diante das renúncias fiscais.

*Ligia Bahia é médica-sanitarista, doutora em Saúde Pública pela Fiocruz e professora adjunta da Faculdade de Medicina e do Núcleo de Estudos de Saúde Coletiva da UFRJ.

Íntegra da entrevista em:

http://www.sjtresidencia.com.br/invivo/?p=9156

Zamora

Sinceramente, creio que se deveria proibir que a Receita Federal aceitasse descontos com Planos de Saúde. Os usuários dos plano de saúde não odeiam o SUS?
Azenha, gostaria que os internautas, que entendem do assunto. lançassem uma campanha divulgando asa mazelas dos riquinhos que desovam seus gastos com saúde nas costas do povo brasileiro.
Afinal,quem faz opção pela Golden Cross ou coisa que o valha, têm nojo do SUS. No entanto, é sabido que os “riquinhos” repassam os seus custos para o SUS, ante à menor possibilidade de efetuar gastos adicionais com tratamento de saúde não cobertos pelo seu plano.
Portanto, arquem integralmente com o tratamento com os próprios bolsos e não repassem a conta para o povo brasileiro.

    FatimaBahia

    Que argumento mais reacionário!Tão idiota quanto o que quer obrigar o Lula a ir pro SUS!Quer dizer que porque eu que pago impostos mas também pago por um plano privado,não tenho direitos?que lógica imbecil é essa?e você acha que é diferente de quem está atacando o Lula?!E ainda tem quem aprove!!!

    FatimaBahia

    Em tempo: baseado em que você afirma que quem tem plano privado é "riquinho"? e se fosse?ser rico passou a ser pecado?e por que é rico ou porque tem plano privado automáticamente tem nojo do SUS?Reflita e veja que você combate algo com o mesmo!
    Torço como médica e como cidadã que um dia o SUS possa estar 100% atuante porque é o melhor sistema de saúde DO MUNDO,não é promovendo mais separação que encontraremos solução para nossas dificuldades.PENSE.

    Zamora

    De medicina não entendo bulhufas, mas de direito…
    É notório que determinados grupos sociais, os chamados "riquinhos" – note bem que o termo encontra-se entre aspas, determinando a ironia com que o trato – que defendem o comportamento imoral e agressivo de uma tal de Piovani são, seguramente, os primeiros a desovar nas costas do povo brasileiro suas despesas com saúde. São os mesmos que morrerm de medo de enfrentar o atendimento de um Pronto Socorro Público, mas são useiros e vezeiros na arte de utilizar do serviço público quando lhes convém. Descontos e mais descontos, isenção de impostos, descontos na receita federal, remédios gratuitos, etc.
    Essa elite perversa está sempre em busca do chamado direito pleno, deixando o chamado direito residual para o povo. São uns imorais.
    O que não consigo entender é onde se esconde o reacionarismo da minha opinião?
    É progressista até demais…

    Renato

    Zamora, Você sabe que eu pago imposto de renda e como não utilizo o sus, pago plano de saúde, quero o meu dinheiro devolta, por isso quero que a Receita resitutui o que eu paguei de imposto. Viva em Cuba, mas cuidado com dor no peito, pois lá os médicos confudem dor no peito com gastrite.

    Luís

    "e se fosse?ser rico passou a ser pecado?"

    Ganhar dinheiro sempre foi pecado no Brasil. Mesmo que de maneira honesta, não importa. Sempre foi pecado.

    Quer dizer, pecado é os outros ganhar dinheiro. A própria pessoa ganhar dinehrio não é problema nenhum.

    Patricio

    Sinto muito, dra. FatimaBahia: ser rico é sim um pecado. O MAIOR deles. Riqueza de uns pressupõe necessariamente a pobreza dos outros. Mais: quem promove a separação não é quem critica os riquinhos. É quem comete a separação, ou seja: os próprios riquinhos. É uma questão de classe. São eles que não abrem mão de seus privilégios. Nem quando estão depositados em suas tumbas. PENSE.

    Zamora

    Patrulha-se de um lado patrulha-se de outro.

Zamora

É incrível a capacidade que certos personagens possuem, de quando em quando, em arrotar imbeciliadades. Surtou a patricinha. Luana Piovani está gravida e, certamente, não contará com o pensamento positivo dos milhões e milhões dos eleitores do LULA. Pelo cointrário. Gostaria de estar presente e saber o que ela fará quando chegar a vez dela.

    Mariana

    Não sei onde ela terá, Conceição, mas se for aqui no Rio, será na perinatal de Laranjeiras. É melhor não dá importãncia a uma banal como Luana Piovani, gosta apenas de aparecer.

    Essa coisa já fez algo de útil para o pais? Ah, já sím, apareceu na novela mostrando de fato quem ela é, a patricinha de sempre. Idiotice tem limite, neh?

Selma

(cont..) E veja como a imprensa cobre a educação: Se o assunto é bom, o personagem será de uma escola privada, se ruim, da escola pública. Vamos falar de piolho: escola pública; currículo exemplar: escola privada; a cidade está sendo invadida por ratos: pública (nem arriscam ir até o Dante Alighieri, que fica em cima de uma morada nobre de ratos). Os pais participam da organização da escola: privada. Violência nas escolas: se, (por um acaso, lógico, um acaso) o fato ocorrer em escola particular, os jornalistas dirão que “uma briga envolveu dois alunos desta escola particular, no bairro tal..”. Se for na pública, haverá fotos, imagens de TV c/ o nome da escola, em vários ângulos, e os jornalistas dirão: aqui, na Escola Municipal João da Silva, que fica na rua tal… Isso está tão arraigado que até o Caco Barcelos, para mim um exemplo de bom profissional, já caiu nessa.

Selma

São vários os responsáveis por essa visão q a sociedade tem do serviço público. Mas, na minha opinião, a imprensa é a principal colaboradora, pois politiza a cobertura quando fala de saúde, educação etc, para atingir um político ou outro, sem avaliar que lá na ponta há profissionais trabalhando c/ muita eficiência e q, em alguns casos, nem politizados são (sem nenhum julgamento); e de quebra, o usuário acaba sendo depreciado também. Lembro q na época do Pitta, o Hosp municipal do Jabaquara era considerado uma excelência na área de toxicologia. Nem me espantaria se alguém contasse q o próprio Pitta desconhecia a informação. (cont…)

Alessandro

Sorte do Dado Dolabella que caiu fora logo, senão ele é que teria de ser atendido pelo SUS! De emergência! Antes de se aproximarem dessa me(r)dusa, lembrem-se que veneno de escorpião, de cobra e tétano matam, mas as vacinas são públicas e gratuitas!

Maria Libia

Meu marido, com um o problema na vista, precisa, para estancar a cegueira de dois remédio no valor de $ 1oo, oo cada um. Para nós é muito caro, principalmente porque ele não dura um mês. Consegui que este medicamento fosse pago pelo SUs, claro que depois de muita papelada. E, nas idas e vindas, descobri uma pessoa que usa um medicamente que custa $ 6.000,00 cada comprimido, tb pago pelo SUS. Sei que o SUS é sustentado pelos impostos de todos o brasileiros e quero agradecer de coração esses impostos que permitem que meu marido possa enxergar e trabalhar.

eujasabia

a marijuana piovani nunca perde a oportunidade de falar merd*

    Coutinho

    Meu irmão fez transplante de córnea e cirurgia de glaucoma através do SUS, tendo recebido tratamento atencioso e respeitoso em todas as etapas. E ele não é rico bem famoso. Os remédios mais caros são doados pelo SUS. Essa senhora não conhece nada do que fala.

Márcio Oliveira

Quanto menos a pessoa conhece o sistema público de saúde mais ela se sente à vontade para opinar sobre ele. O que essa pirua que vive encastelada no Projac sabe sobre o SUS é o que mostra a câmera do Ali Kamel.

Rios

Minha esposa teve um problema sério durante a amamentação de nossa segunda filha. Fomos a dois hospitais particulares, um deles de um dos maiores planos de saude do Brasil. Não resolveram. Fomos ao Hospital Geral Dr. César Cals em Fortaleza-CE, público, estadual, do SUS. Foi o único que contamos com um atendimento humanizado e que conseguiu resolver o problema e amenizar a dor de minha esposa. Hoje à todas as amigas parturientes e gestantes indicamos o serviço desse centro de saúde.

ana claudia bessa

Querido, a campanha #lulanosus não é pro Lula ir pro SUS necessariamente. Se ele fosse, ótimo. Mas o #lulanosus colocou o SUS na mídia. Já está valendo muito.

    Tania

    O SUS sempre está na mídia quando a mídia quer falar mal do SUS.
    E nunca está na mídia para se narrar os seus sucessos.
    A mídia nunca lembra, por exemplo, que vacinação é SUS – e o Brasil tem um dos mais completos programas de vacinação do mundo.
    Enfim, não se necessita de nenhum artifício do tipo #lulanosus pra pôr o SUS na mídia, se o modo como a mídia vai pôr é sempre esse aí carregado de preconceito e desinformação…

    mara suzan

    É importante para despertar a sociedade, este tipo de polemica, teremos que pressionar o governo para que invista tbem na saúde e a classe média perca a ilusão nestes planos que na hora que a gente mais precisa tem de ir pelo SUS e que tem suas falhas mas tbem tem seus méritos e da minha parte não há preconceito, votei nele no 1° mandato e agora na Dilma, me sinto no direito de criticar qdo acho necessário, não é só a midia e a direita que acham que o PT pode fazer melhor, apesar de essa direita ter sido péssima no governo e a midia ser de direita, tem momentos que eu concordo com ela, eu votei no PT p fazer a diferença e as vezes ele me decepciona,mas apesar de tudo a volta da direita nem pensar olha São Paulo, nem a USP está escapando.

Eduardo Couto

Minha amiga Carla, professora na E.E. "João Ramalho" em Diadema-SP, teve uma infecção tão grave que os médicos a desenganaram: a sua morte era uma questão de tempo. Porém, um médico obstinado no Hospital Estadual de Diadema pesquisou a fundo o problema de Carla, pois os outros médicos não conseguiam descobrir a causa, e conseguiu encontrar o motivo: uma bactéria que infeccionou o seu coração. Passou por cirurgia, curou-se do mal, mas houve sequelas por causa da agressividade da infecção: ficou com problemas de surdez e foi readaptada na escola onde trabalho. Sua vida foi salva graças ao SUS.

Nilton

Se ela quiser, ela também pode vir assistir aulas comigo. Sou professor da rede pública Estadual e Municipal de SP. E ao contrário do que ela diz, o meu trabalho é feito com muita dignidade. #boicotemluanapiovani

Rafael

É só ver como a moça se porta, quase uma Lady:
http://www.naosalvo.com.br/vc/nao-salvo-s2-luana-

Nadja

Pois é, Aqui em Recife o hospital de referencia para politraumatismos é o HR – Hospital da Restauração – SUS. Com todas as mazelas mostradas na TV é o local que se eu precisar eu quero ir… E eu tenho plano privado de saúde pelo plano teria acomodações melhores… só não sei se teria medicos mais competentes.

Rafael

Conhecendo bem a moça (pelo menos no que tange os comentários dela)…

Ela vai te mandar tomar no C**… E dizer que está linda e rica…

É só ver o Currículo dela por ai na internet!

Tsc… Tsc…

Graças ao SUS, eu anida tenho minha mão esquerda, que quase foi arrancada em um acidente de transito… Mas isso é outra história!

Deixe seu comentário

Leia também