A morte de Saramago

Tempo de leitura: 5 min

Morre o escritor português José Saramago aos 87 anos
18 de junho de 2010 • 09h12 • atualizado às 09h42

do Terra

Morreu nesta sexta-feira (18) o escritor português e prêmio Nobel de literatura José Saramago, aos 87 anos, em sua casa, na cidade de Tías, Lanzarote, Espanha.

José Saramago havia tido uma noite tranquila e a morte ocorreu por volta das 8h desta sexta-feira, após tomar seu café da manhã ao lado da mulher, a tradutora Pilar del Río. Eles estavam conversando quando o escritor começou a sentir-se mal e logo depois faleceu.

José de Sousa Saramago nasceu na aldeia portuguesa de Azinhaga, província de Ribatejo, no dia 16 de novembro de 1922, embora no registro oficial conste o dia 18. Filho dos camponeses sem terra José de Sousa e Maria da Piedade, mudou-se para Lisboa aos 2 anos, onde viveu grande parte de sua vida.

O escritor deveria ter sido registrado com o mesmo nome do pai, mas o tabelião acrescentou o apelido pelo qual o chefe da família era conhecido na aldeia, Saramago, que também dá nome a uma planta que serve de alimento para os pobres em tempos difíceis.

Saramago concluiu os estudos secundários em uma escola técnica, mas não pode cursar a universidade por dificuldades financeiras. Sua primeira experiência profissional foi como mecânico. Fascinado pela literatura desde jovem, visitava com grande freqüência a Biblioteca Municipal Central Palácio Galveias, na capital portuguesa. Foi só aos 19 anos, com dinheiro emprestado de um amigo, que conseguiu comprar pela primeira vez um livro.

Além de mecânico, o escritor português trabalhou como desenhista, funcionário público, editor, tradutor e jornalista. Durante doze anos, foi funcionário de uma editora, onde ocupou os cargos de diretor literário e de produção.

Publicou o seu primeiro romance, Terra do Pecado, em 1947. Em 1955, começou a fazer traduções de autores como Hegel, Tolstói e Baudelaire para aumentar os rendimentos. Seu próximo livro, Clarabóia, foi rejeitado pela editora e permanece inédito até hoje.

O escritor só publicaria um novo livro, Os Poemas Possíveis, (1966), dezenove anos depois do primeiro. Entre 1972 e 1973, foi comentarista político do Diário de Lisboa, coordenando durante alguns meses o suplemento cultural do jornal. Em um espaço de cinco anos, publicou sem grande repercussão mais dois livros de poesia, Provavelmente Alegria (1970) e O Ano de 1993 (1975).

O escritor fez parte da primeira diretoria da Associação Portuguesa de Escritores. Entre abril e novembro de 1975 foi diretor-adjunto do Diário de Notícias, quando os militares portugueses, reagindo ao que consideravam os excessos da Revolução dos Cravos, demitiram diversos funcionários. A partir de 1976, o escritor português passou a viver exclusivamente de seu trabalho literário.

No ano seguinte, o autor voltou a escrever romances, gênero que o tornou mundialmente conhecido. A partir desta época, sua produção literária cresce consideravelmente, mas é em 1980 que Saramago dá uma grande guinada em sua produção literária, com a publicação de Levantado do Chão.

Segundo diversos críticos, a obra marca o início do estilo que o consagrou, destacado por frases e períodos extensos, que as vezes ocupam mais de uma página e são pontuados de maneira anti-convencional. Os diálogos entre os personagens costumam aparecer inseridos nos próprios parágrafos que os antecedem, de forma a extinguir o uso de travessões em seus livros.

Com a censura do governo português à apresentação do livro O Evangelho Segundo Jesus Cristo (1991) para o Prêmio Literário Europeu sob alegação de que a obra ofendia os católicos, o escritor mudou-se para a ilha de Lanzarte, nas Canárias.

Em 1993, Saramago começou a escrever um diário, Cadernos de Lanzarote, em cinco volumes. Dois anos depois, publicou o romance O Ensaio Sobre a Cegueira, que será transformado em filme em 2008, com direção assinada por Fernando Meirelles.

No mesmo ano em que publicou Ensaio Sobre a Cegueira, recebeu o prêmio Camões e em 1998, foi laureado com o prêmio Nobel de literatura, o primeiro dado a um escritor de língua portuguesa.

“Estava no aeroporto prestes a embarcar quando chegou a notícia de que tinha ganho o Prêmio Nobel. Houve um momento de alegria, os meus editores de Madrid, que estavam comigo, abraçaram-me. Depois encaminhei-me na direção da saída e, por mais estranho que pareça, era um corredor muito comprido e deserto. Eu com a minha malinha de mão, com a minha gabardina no braço, passei de repente da alegria enormíssima da notícia que tinha recebido, para a solidão mais completa. Naquele momento a sensação que tive, claro que eu dava por mim numa grande alegria, era uma espécie de serenidade: pronto aconteceu”, afirmou o escritor sobre o prêmio.

Considerado por especialistas um mestre no tratamento da língua portuguesa, em 2003 o escritor português foi considerado pelo crítico norte-americano Harold Bloom como o mais talentoso romancista vivo. Seus livros foram traduzidos para mais de vinte línguas, como sueco, romeno e húngaro.

Comunista ferrenho, Saramago teve sua carreira pontuada por polêmicas causadas por suas opiniões sobre religião, terrorismo e conflitos. Em entrevista ao jornal O Globo, Saramago criticou a posição de Israel no conflito contra os palestinos, afirmando que “os judeus não merecem a simpatia pelo sofrimento por que passaram durante o Holocausto”.

A Anti-Defamation League (ADL), um grupo judaico que defende direitos civis, caracterizou estes comentários como sendo anti-semitas.

O ano de 2004 destaca-se pela publicação de Ensaio Sobre a Lucidez. No ano seguinte, Saramago escreveu As Intermitências da Morte, em que divaga sobre a vida, a morte, o amor e o sentido, ou a falta dele, da nossa existência, fazendo uma crítica a socidedade moderna.

Em 2007, o Nobel de literatura anunciou que pretendia criar uma fundação com o seu nome cujo objetivo é preservar e estudar sua obra literária e espólio e ainda tomar partido em grandes e pequenas causas.

Família
Saramago casou-se pela primeira vez em 1944 com Ilda Reis, com quem teve uma filha, Violante, que nasceu em 1947. O escritor permaneceu casado com Ilda por 26 anos.

Após se divorciar, em 1970, iniciou um relacionamento com a escritora portuguesa Isabel da Nóbrega, que duraria até 1986.

Em 1988, o prêmio Nobel de Literatura casou-se novamente com a jornalista e tradutora espanhola María Del Pilar Del Río Sánchez, com quem permaneceu até a sua morte.

Obras publicadas

Poesia
Os Poemas Possíveis, 1966
Provavelmente Alegria, 1970
O Ano de 1993, 1975

Crônica
Deste Mundo e do Outro, 1971
A Bagagem do Viajante, 1973
As Opiniões que o DL Teve, 1974
Os Apontamentos, 1976
Viagens a Portugal, 1981

Diários
Cadernos de Lanzarote I, 1994
Cadernos de Lanzarote II, 1995
Cadernos de Lanzarote III, 1996
Cadernos de Lanzarote IV
Cadernos de Lanzarote V

Teatro
A Noite, 1979
Que Farei Com Este Livro?, 1980
A Segunda Vida de Francisco de Assis, 1987
In Nomine Dei, 1993
Don Giovanni ou O Dissoluto Absolvido, 2005

Conto
Objeto Quase, 1978
Poética dos Cinco Sentidos – O Ouvido, 1979
O Conto da Ilha Desconhecida, 1997

Romance
Terra do Pecado, 1947
Manual de Pintura e Caligrafia, 1977
Levantado do Chão, 1980
Memorial do Convento, 1982
O Ano da Morte de Ricardo Reis, 1984
A Jangada de Pedra, 1986
História do Cerco de Lisboa, 1989
O Evangelho Segundo Jesus Cristo, 1991
Ensaio sobre a Cegueira, 1995
A Bagagem do Viajante, 1996
Todos os Nomes, 1997
A Caverna, 2000
O Homem Duplicado, 2002
Ensaio Sobre a Lucidez, 2004
As Intermitências da Morte, 2005
As Pequenas Memórias, 2006
A Viagem do Elefante, 2008
Caim, 2009

Prêmios
Portugal
Prêmio da Associação de Críticos Portugueses por A Noite, 1979
Prêmio Cidade de Lisboa por Levantado do Chão, 1980
Prêmio PEN Clube Português por Memorial do Convento, 1982 e O Ano da Morte de Ricardo Reis, 1984
Prêmio Literário Município de Lisboa por Memorial do Convento, 1982
Prêmio da Crítica (Associação Portuguesa de Críticos) por O Ano da Morte de Ricardo Reis
Prêmio Dom Dinis por O Ano da Morte de Ricardo Reis, 1986
Grande Prêmio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores O Evangelho Segundo Jesus Cristo, 1992
Prêmio Consagração SPA (Sociedade Portuguesa de Autores), 1995
Prêmio Camões, 1995

Itália
Prêmio Grinzane-Cavour por O Ano da Morte de Ricardo Reis, 1987
Prêmio Internacional Ennio Flaiano por Levantado do Chão, 1992

Inglaterra
Prêmio do jornal The Independent por O Ano da Morte de Ricardo Reis, 1993

Internacionais
Prêmio Internacional Literário Mondello (Palermo), pelo conjunto da obra, 1992
Prêmio Literário Brancatti (Zafferana/Sicília), pelo conjunto da obra, 1992
Prêmio Vida Literária da Associação Portuguesa de Escritores (APE), 1993
Prêmio Consagração SPA (Sociedade Portuguesa de Autores), 1995
Prêmio Nobel da Literatura, 1998


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Comentários

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Anderson

http://colunistas.ig.com.br/copa2010flaviogomes/2

Veja e seu "jornalismo"

Arthur Schieck

A Igreja engole seco sua notoriedade e lamenta sua morte. Antes, o condenava. Oh cambada!

malu

Os livros dele o imortalizam, mas não deixa de ser lamentável a morte de um ser humano que ainda pensava. O primeiro livro dele que eu li foi o que eu mais gostei: A Caverna.

Erivelton Moura

Luto em meu coração!
Viagens maravilhosas tive com Saramago!
Agradeço o primeiro contato com o primeiro livro!
Leitura sempre maravilhosa!

Pagu

Azenha, perdão por ser fora do tema ( que aliás me sensibilizou demais hoje), mas não estou conseguindo
conexão com o Nassif. Não sei se é o meu computador ou se aconteceu algo. Entra um negócio assim:
"O Internet Explorer não pode abrir o site ( do Nassif) -Operação anulada. Que é isso?"

    Conceição Lemes

    Pagu, acabei de verificar. O site do Nassif está ok. Eu também problema com o IE para abrir o Nassif. TRoquei pelo Firefox, nunca mais deu pepino. bjs

    Pagu

    Obrigada amiga, vou ver o que faço. bjs

Salles Uchoa

Morre o último grande escritor da língua portuguesa e um dos últimos grandes pensadores ateísta.

Benito

"Acho que na sociedade actual nos falta filosofia. Filosofia como espaço, lugar, método de refexão, que pode não ter um objectivo determinado, como a ciência, que avança para satisfazer objectivos. Falta-nos reflexão, pensar, precisamos do trabalho de pensar, e parece-me que, sem ideias, nao vamos a parte nenhuma" – José Saramago…e como ele estava certo…

ECRG

QUALQUER pessoa que queira um pouquinho de cultura deveria ler, o mais cedo possivel a obra CAIM de Saramago. Deve ser a sua obra mais marcante, inclusive pela atualidade. Incrivelmente ainda são numerosos os que se apoiam nos livros básicos de religiões (Velho Testamento, Novo Testamento e Corão) obras compiladas entre aproximadamente 1.750 anos e 1,350 anos atrás, pelos codificadores de então novas religiões, para servir ao proselitismo e organização dessas mesmas religiões, para tentar regular conduta ou até dieitos, hoje, em uma sociedade completamente diferente. E não se flagram do absurdo que tentam, e dos absurdos que dizem. Resultado – o descrédito total. Em CAIM Saramago magistralmente desmistifica algumas dessas lendas, e ao mesmo tempo nos encanta com a sua tremenda arte.

Carlos

"Este mundo da injustiça globalizada", de Saramago: http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/Detalhe

Paulo Maurício

Já fizemos também nossa homenagem, reproduzindo o melhor cartum que já foi publicado sobre o mestre:
http://www.materiaincognita.com.br/saramago-um-hu

Benedito

Foi-se um daqueles homens imprescindíveis de Berthold Brecht, que um dia escreveu: " Há homens que lutam um dia e são bons, há outros que lutam um ano e são melhores, há os que lutam muitos anos e são muito bons. Mas há os que lutam toda a vida e estes são imprescindíveis". Já tô com saudade do José.

Sávio Alves

Saramago iluminou meu caminho ateu.
A vida é o intervalo entre o nascimento e a morte, nada antes nem depois, tudo durante.
Sem anestesia, com coragem para viver na natureza implacável.
A morte surpreendeu saramago quando escrevia sobre a indústria de armas e a ausência de greves no setor.
O mundo fica um pouco mais cego e menos lúcido.

william porto

Tao grande quanto o escritor Saramago foi o combatente da liberdade e do socialismo Saramago. Que difrenca dele para os repteis que trairam no Brasil o partidao. Ah, se todos os regiosos fossem dignos como foi o ateu Saramago. Tem razao Fernando Mreireles que disse, o mundo estas mais burro e ainda mais cego hoje.

Gilson Alves Barbosa

O mundo ficou mais pobre hoje. Que pena!

Milton Hayek

Saramago foi polêmico.Acusado de ter ligações com o grupo espanho Prisa-Santillana(o Paulo Renato conhece bem),teve de aguentar perseguições de bascos,catalães,andaluzes e galicianos que são massacrados pelo Estado espanhol centralizado nas mãos de Castela.
Foi um grandiosíssimo escritor.Que a política fique de lado.

Elisabete Otero

Fico triste demais com a morte de Saramago e fico contente por ter lido muito de sua obra e de ter presenciado a cerimônia em que recebeu o Doutor Honoris Causa da Univ. Federal do Rio Grande do Sul e no Forum Social Mundial onde debateu sobre língua portuguesa. Eram outros tempos … aqui no RGS.
Apenas espero e desejo que continuem na internet o blog do Saramago e o da Fundação José Saramago, porque sempre poderíamos voltar a sua utopia, a sua lucidez, a sua sensibilidade.

Luiz Jornaleiro

A morte física é apenas mais uma etapa da eterna existência do grande Saramago. Gostaria que mais gente tivesse contato com a genialidade desse agora mito. Mas suas idéias com certeza se disseminarão.

Leider_Lincoln

Indignação a parte, lamento o seu falecimento. Profundamente, o mundo ficou mais pobre.

Leider_Lincoln

Lamentável foram as mostras de OBSCURANTISMO (vejam as barbaridades que ela retwittou) da Marina Silva no Twitter:

RT @iara_meirelles: Como podemos lamentar a morte de uma pessoa que blasfemou contra Deus a vida toda? #saramago

RT# @wvmedeiros Mas o que aprendemos com Jesus é que temos que amar e respeitar todas as pessoas, mesmo as que não respeitam a nossa fé

RT @wvmedeiros: Grande escritor é muito subjetivo.Alguém que não RESPEITA a fé alheia não é exatamente um GRANDE escritor.

RT @iara_meirelles A vida é um dom dado por Deus para quem crê e para quem não crê. Louvado seja Deus

E depois vejam a COVARDIA desta senhora:

Caros, a Marina não está apoiando os comentários de @wvmedeiros e de @iara_meirelles. Ela cita para responder. Leiam tudo [detalhe, ela não respondeu nada, coisa alguma].

Hã? Como assim? Ela retwitta ipsis literis e não concorda? É este tipo de pessoa, que no mínimo escolhe acessores deste naipe, que quer ser presidente do nosso país? Que quer escolher nossos ministros? Que critica a Dilma por ser gerente dizendo que precisamos de líderes? Como ser líder se nem consegue escolher acessores?

É ela ou o Serra, que fingiu não ter dito o que disse. Belos líderes!

José Saramago: “Pensar, pensar” | Maria Frô

[…] Terra aqui, Carta Maior aqui também publicaram dois bons artigos e o Sul21 fez uma reportagem […]

Lula

Realmente fará falta !!
Vamos aproveitar oque ele nos deixou

luiz reis

Nesse mundo dominado por especuladores da vida humana e direcionado pelo "pensamento" dos publicitários, perder Saramago é ainda pior pela certeza de que não haverá reposição, jamais! A nossa carência sobre pensadores de vanguarda, inquietos e questionadores sobre o rumo da raça humana se formaliza na morte do Saramago. Acabou, cabe-nos imortaliza-lo junto aos jovens, fazendo nossa parte nesse mundo no qual a velocidade e o brilho são mais importantes do que o conteúdo e a solidariedade.

ceci jordi

Inventámos uma espécie de pele grossa que nos defende dessa agressão da realidade, que nos levaria a assumi-la, a percebermos o que se está a passar e a fazer o que finalmente se espera de um cidadão, que é a intervenção.J. Saramago

Marko

"A Flor mais grande do mundo" – http://migre.me/Q3Eo – Animação sobre conto de José Saramago ( R.I.P. )

Marília Melo

Meu coração está de luto!!!
Morre José Saramago, o escritor que tanto amava…
Sentirei saudade do seu pensamento lúcido, do seu espírito livre, da sua vida independente de padrões, da sua voz dissonante, da sua valentia, do seu não conformismo com o mundo e suas injustiças, da sua sensibilidade e principalmente do seu olhar que não só via, reparava em tudo e em todos…
Viveu e morreu travando o bom combate das idéias…
Que como ele pensemos e não paremos de pensar…
E sejamos agradecidos por seus breves instantes de perfeição entre a gente…
Para matar a saudade: http://caderno.josesaramago.org/indice/

Fernanda Pereira

Morreu o meu Escritor preferido… um obrigada pela sua obra

Jairo_Beraldo

Pouco sei de Saramago, mas pelas manisfestações que o vi fazer em alguns fóruns de cunho movimento social, dá para sentir, ter sido um grande guerreiro na luta pela desigualdade social. Por isso, tenha sido "escondido" pelos governos e mídia conservadoras. Sem sombra de dúvida, uma grande perda para a humanidade!

vitor oliveira

Vivi ótimos momentos por conta desse grande senhor. Gostaria de poder dizer-lhe obrigado. Fica o registro, ao menos.

voxetopinio

Que bom que nos deixou tanta coisa. Mas ainda assim… O mundo perder a mente de Samarago, ativa, é como perder uma das poucas gêmas brilhantes que ainda emanam luz nesse tempo de trevas modernas que estamos vivendo.

ladyslime

Vá em paz Saramago, na minha opinião és imortal.

Gerson Carneiro

Sua partida em si não é uma má notícia. É só uma notícia. Os grandes como ele não morrem, apenas partem.
Má notícia é a tomada de consciência de que permaneceremos a partir de agora sem ele. É a falta.

É com certa "alegria" que vejo a morte com naturalidade. A grandeza de Saramago provocou em mim o despertar para tal descoberta sobre a naturalidade da morte, da vida, e de Deus.

Foi ele que me fez perceber que a existência de Deus depende da existência dos homens, pois as plantas, os animais e demais coisas não têm consciência da existência de Deus. Ou seja, extinguindo-se o homem, extinguir-se-à Deus.

Essa tranquilidade em compreender e falar isso, me foi trazida por Saramago.

"o homem criou Deus e depois o escravizou" – Saramago.

    Jairo_Beraldo

    Assino embaixo do seu comentário, Carneiro, se me permitir!

    Gerson Carneiro

    Querido Jairo Beraldo,

    Alegro-me em tê-lo no comungar de pensamentos neste mundo ético, e principalmente nesse momento de pesar.
    É uma honra.

    Tereza

    Cara , ele vai vai fazer muita falta

Francisco Figueriedo

O mundo esta' mais pobre…
Alem do grande escritor que era, Saramago sempre colocou sua voz e sua escrita a favor das causas dos fracos e oprimidos.

Anderson

Grande perca que o mundo tem hoje ao falecer esse gênio da Literatura!

Anderson

A Famiglia Civita junto, com o NASPERS, deve estar pulando de alegria

Cezar

Que perda, que pena. Lá se vai mais um da nobre estirpe comunista em extinção. Analista crítico da política no mundo chegou a comentar sobre Lula na época do famigerado "mensalão" dizendo que o mesmo não podia ser uma Joana D'arc e que solitário não podia mudar muita coisa. Morreu e viu que o operário, apesar de todas as dificuldades impostas pela elite, fez muitas coisas. Que perda, que pena, o mundo perdeu mais de suas mentes brilhantes e racionais e como ele mesmo disse dá pena de morrer e perder um mundo tão bonito!

Christian Schulz

Realmente triste isso… a sexta já começou com más notícias…

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