Leandro Fortes: Voto distrital, de volta ao Brasil-Colônia

Tempo de leitura: 2 min

por Leandro Fortes, em CartaCapital

O problema não está no sistema eleitoral, mas na qualidade do eleitor. Quem vota em Paulo Maluf, por exemplo, não vai deixar de ser um mau caráter do voto proporcional para virar uma reserva moral do voto distrital. O que certa direita nervosa pretende, com essa propaganda infantil sobre as benesses do voto distrital, é minar as representações coletivas no Parlamento, sobretudo aquelas vinculadas aos movimentos sociais.

A crescente estruturação desses movimentos, notadamente os de caráter progressista e de origem popular, tem gerado uma ampliação razoável do espectro de representação política no Legislativo e, ato contínuo, pressionado os demais poderes a se curvar a outros interesses, que não só aos dos suspeitos de sempre.

Numa recente palestra que dei aos acampados do MST, em Brasília, esses milhares de trabalhadores que a mídia agora anuncia não mais existirem, ouvi de uma liderança uma explicação definitiva sobre a relação apavorada das elites brasileiras com a dinâmica do movimento: “Eles não estão mais somente preocupados com o fato de ter gente ocupando terras, mas, principalmente, porque essa gente está pensando, discutindo, se preparando para algo maior”.

Esse algo maior é a política. O capital eleitoral dos movimentos sociais é enorme, na verdade, incalculável, mas a dispersão territorial e de objetivos comuns ainda gera distorções de caráter colonial. O fato de a bancada ruralista – de latifundiários, escravagista, reacionária – ser maior do que a de trabalhadores rurais, é só a mais impressionante delas.

A submissão dos governos do PT, ditos progressistas, às tradicionais alianças políticas de governabilidade, mantém o País estagnado na poça cultural do velho acordo das elites nacionais, donde se cria e recria paraísos falsamente plurais de participação popular, desde que sob o comando das mesmas forças de outrora, sejam os coronéis de terras, seja a velha mídia, esta que ora decide que ministros deve a presidenta colocar ou não a correr.

O blog de Leandro Fortes — Brasília, eu vi — fica aqui.

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Comentários

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Renato

Se for para carar a voz da esquerda no orgãos legislativos, tem o meu apoio. Se for para parar a onda de tirar as minhas terras para o engodo da reforma agrária, eu estou dentro. Se for para carar um mst(que todo ano interdita a via anhaguera por causa da sua marcha e me impedindo que chegue ao meu trabalho), uma cut (que todo ano faz greve e que me espanca por não querer participar do golpe) to dentro. Voto Distrital já.

Mauro Silva

Caros
Sou a favor, nas eleiçoes para a Câmara do Deputados, do oposto ao voto distrital: o VOTO NACIONAL.
Nele, o eleitor vota em qualquer candidato a deputado federal independentemente do domicílio eleitoral deste ou daquele.
Quanto ao voto obrigatório, em função dele, vi e vejo muito safado eleito porque sua foto estava em todos os postes no caminho dos eleitores às urnas.
Todavia, a não obrigatoriedade do voto é igualmente temerária num ambiente em que o debate político é pautado por uma mídia corporativa golpista e desonesta que intenta e atenta apenas ao que lhe interessa.
Em relação a isto não sei dizer qual é o menor dos males.

Claudio Baldino Maciel: “Liberdade de imprensa não é um direito absoluto” | Viomundo – O que você não vê na mídia

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Marcelo

Seria interessante que houvesse aqui um esclarecimento apartidario do que realmente é o voto distrital , voto em lista e o financiamento publico de campanha , o desconhecimento sobre esses assuntos fica evidente ao ser ler os comentarios , os dois lados agem como torcidas organizadas , sem conhecimento e cheios de certezas ,e isso embota o debate .

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José Maia

É inacreditável como se pode, coletivamente, cometer erros tão primários. Para mim é claríssimo que voto distrital e financiamento público de campanha não resolvem absolutamente nada.

    Rafael

    Voto distrital não resolve nada, por outro lado piora a situação porque cria os currais eleitorais. Financiamento público e vejo como grande avanção na democracia. Ou vamos considerar que uma empresa vai "doar" dinheiro para um partido sem esperar retorno lá na frente? Final das contas que paga as eleições é o povo, a união. Com o financiamento público acaba com essa ligação entre candidato e financiador. Veja o que acontece nos eua para ganhar eleição virou questão basicamente de leilão. Quem tiver mais dinheiro vence. Obama por exemplo financiado pela BP o que fez após acidente no golfo do méxico? Nada.

Julio/Contagem-MG

#eunaovotodistrital

_spin

Não é somente o voto distrital que está voltando
Outras coisas estão voltando
Senão vejamos
Ontem resolvi fazer o que eu não fazia há tempos: ver a Globo.
O que rolou em vários programas, de humor a novelas, foram as piadinhas sociofóbicas
A Tereza, interpretado por Cristiane Torlonie em "Fina Stampa" se refere aos da "comunidade" como "aqueles pendurados no Bolsa Familia"
Neste momento me coloquei no lugar dos jovens cujos pais recebem o Bolsa Familia para mante-los na Escola
Muito decepcinonante, aonde vamos parar, a TV não tem qualquer preocupçaão com o outro
Ao verificar a internet vejo uma tirinha racista, que me lembrou aquelas piadas contra negros antes do racismo virar crime
Note-se que a víitma é retratado como gay e negro ao mesmo tempo, assim o autor matou dois coelhos numa cajadada só http://comicsevenangels.blogspot.com/2011/08/blog

    Daniel

    Não estou defendendo a globo ou a novela com este comentário, mas na verdade a personagem é a "vilã" da novela, pessoa com sérios problemas psicológicos e uma homicida, portanto seu comentário está totalmente fora de contexto.
    mais uma coisinha, não gosto da novela acabo assistindo pq minha mulher gosta…kkk

    Roberto Locatelli

    Ah, sei, sua mulher é que gosta… (rs)

Romanelli

acho que ele exagerou ao adjetivar os eleitores do Maluf

Pra mim, me preocupa mesmo a BAIXA REPRESENTAÇÃO que temos, uma aonde o MEU VOTO (um leitor por SP, um estado de 45 mm de hab e 3 senadores) vale CEM VEZES menos que o dum cidadão por RR por ex (450 mil hab e 3 senadores)

Aqui é que eu acho que tem um problema, a nossa democracia, além de inconsequente, é de brinquedo ..e olha que já já vão querer rachar o Pará

..mas ..a mim me preocupa NÂO o eleitor não saber votar, mas os partidos nos oferecerem CANDIDATOS pra lá de sofríveis ..vej os exemplos recentes dos eleitos como Maluf (mandato de prisão pela Interpol), Tiririca, Popó Freitas, Ratinho Jr e Roma´rio (o comentarista do PAN)

..não sei como arrumar isso, ainda mais esta desproporção que faz com que a minha opnião, por exemplo, sobre aborto ou reeleição, seja 100 x importante ..verdade é que somos BOI

Eu pensei, que talvez com o abandono da representatividade geográfica, uma defendida por Rios, mares e oligarquias ..eu pensei que com a adoção de ZONAS proporcionais de representatividade – que eu apelido de DISTRITOS – em parte, EM PARTE, algumas das nossas mazelas poderiam ser dirimidas

..mas parece que não ..aliás me parece mais, parece que quem é contra NUNCA apresenta bons argumentos ..então deixa pra lá ..vamos ficar com o que esta (grande erda inconsequente) ..inclusive com o VOTO OBRIGATÓRIO cuja imposição não visa o cidadão, mas sim a manutenção dos mesmos em seus lugares já divididos e partilhados ..sá-co-mé, em briga de famiglia já diziam, não se deve meter a cuié ..né?

Francisco

Repito sempre: no dia em que voto não for mais obrigatório, por exemplo, Stédile vai ser presidente perpétuo do Brasil.

De um lado, tem uma esquerda que acha chique ser "anarquista". Principalmente, acha que ser anarquista deve dar menos trabalho do que ser "autoritário". Acham que ser "anarquista" se resume a não votar… Ah, tá!

Do outro, tem uma direita (pequeno-burguesa, também…) que acha esse negócio de votar "autoritário". Ditadura não deve ser um negócio autoritário, uma vez que nas ditaduras não se vota…

Com consciência politica de classe, resta o MST. Que venha!

    luiz pinheiro

    Acho justo o contrário. O voto obrigatório cria condições para que todos votem. O voto facultativo excluiria da eleição grande parte dos trabalhadores e da população mais carente – base do Stedile e das forças de esquerda em geral.

    Pedrôncio

    Ué, condições para que todos votem já existem! O que o voto obrigatório cria é falta de legitimidade representativa no Congresso. Você acha que quem vota no Tiririca o faz por consciência política? Como pensa o eleitor não politizado? "Em quem eu vou votar? Bom, já que eu TENHO que votar em ALGUÉM, então eu vou votar naquele cara simpático que eu vi na TV, ou naquele que me deu um 'santinho' na entrada do colégio, ou naquele em quem meu patrão disse pra votar, ou naquele que foi elogiado por alguém que eu respeito, ou naquele outro…" Defender o voto obrigatório é a mesma coisa que defender o voto de cabresto. Só quem foi livre e espontaneamente votado e eleito pode ser chamado, com propriedade, de representante.

Raphael Tsavkko

Seria interessnte não só discutir o voto distrital em si, e seus benefícios e malefícios, mas questionar esta direita pró-distrital quem raios os financia para fazer campanha. Quem financia o grupo #EuVotoDistrital que tem apoio de Marcelo Tas e outras maravilhas midiáticas? http://www.tsavkko.com.br/2011/09/quem-financiapa

FrancoAtirador

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"Quando o homem do povo não puder mais ser mantido na submissão pela simples força bruta; quando as mentiras dos falsos profetas já não lhe bastarem a fazer aceitar a miséria como uma lei decretada por um deus; quando ele não situar mais suas esperanças num outro mundo e quando já não tiver mais medo do policial, nesse momento então não restará outro meio para mantê-lo em escravidão, senão o de fazê-lo crer que o patrão é ele, que as instituições sociais são sua própria obra e que elas poderão mudar, se ele assim o desejar.

Aí, nesse momento, a elite dominante fará prova genial de talento político ao “conceder” ao homem do povo o voto, que nada mais seria do que o direito de se escolher seu próprio patrão, se fosse exercido em condições de consciência política e de independência financeira; mas que, nas condições de ignorância e de escravidão econômica quase feudal que são as do homem do povo, nada mais será do que uma indigna comédia, onde charlatões vulgares farão comércio de sua própria consciência e das lágrimas do próximo."

ERRICO MALATESTA
Os Anarquistas e as Eleições – Pág. 47
Editora Imaginário; Nu-SoL; Soma. 2000.

Polengo

É fácil desconfiar, não precisa nem de muito argumento.
A folha falou bem…

Almeida Bispo

Junto com voto distrital eu também proponho o voto em aberto. Só assim voltares à grandeza da República Velha, herança da República de Itu que, como se sabe, nasceu do ressentimento com o Imperador pela libertação dos escravos.
Meus filhos não terão a experiência que o avô paterno teve em 1928, já que todos já passaram pela sua primeira eleição; mas meus netos, com certeza: ter a idade aumentada em três anos; fraude na declaração de rendimentos; e na hora da votação, ver o companheiro da frente ser coberto de murros pelos seus ex-correligionários ao votar no outro partido contra quem até então tinha votado. É isso que a direita quer com esse engodo de voto distrital.

Roberto Locatelli

Imaginemos uma eleição para a Câmara de Vereadores de uma cidade. Digamos que esse município tenha 105 mil eleitores. Três partidos concorrem, partido A, B e C. A cidade é dividida em 10 distritos com 10.500 eleitores cada um, que elegerão 10 vereadores, um por distrito. Vamos ver como o voto distrital pode deformar totalmente a vontade popular.

Digamos que cinco mil eleitores votaram nulo ou em branco. São, portanto, 100 mil votos válidos.

O partido A teve 40% dos votos válidos em todos os distritos.
Total de 40 mil votos.
Não elege nenhum vereador. Nenhum!!

O partido B teve 41% dos votos válidos em 6 distritos e 0 % nos demais.
Total de 24.600 votos.
Elege 6 vereadores!! Terá maioria na Câmara tendo 24,6% dos votos válidos!!

O partido C teve 60% dos votos em 4 distritos e 19% em 6.
Total de 35.400 votos.
Elege 4 vereadores, mesmo tendo 35,4% dos votos válidos, muito mais do que o partido B.

Isso vai ocorrer em todo o Brasil. Os partidos que tiverem currais eleitorais, mantidos graças a “favores” do tipo tapar buraco, conseguir ambulância para idosos, etc, poderão ter maioria no legislativo, mesmo tendo uma pequena minoria dos votos. Nesse exemplo, 24,6% dos votos resultaram em 60% dos vereadores. Absurdo!!

dukrai

o MST é a vanguarda da transformação política do país e vemos a hora de se transformar no interlocutor por excelência das esquerdas e este é pânico da direita reacionária. na hora em que o MST assumir legitimamente essa liderança o PT vai abandonar o seu papel de composição na "concertação" com a direita tradicional e retomar o seu papel progressista. Esta é uma possibilidade que está em aberto e depende muito do PT e os seus aliados históricos perceberem que os movimentos sociais que lhe deram origem são a razão da sua existência, os meios e o fim na consolidação de uma democracia popular.

    Jairo_Beraldo

    O próprio PT, com seu não-esquerda Zé Caridozo, vai fazer água na sua nau-pensante, Krai! E junto com sua love, a Manuela!!!!

    dukrai

    me inclua fora dessa, bródi, essas traia são exatamente o que vão ser expelido! eu espero, né rs

    Jairo_Beraldo

    EU???Quem tem que te deixar fora é o Zé….e a Manuela!!!

Carlos Oliveira

Poderíamos até manter o sistema proporcional, desde que os trabalhadores, pessoas simples e maioria dos brasileiros não elejam representantes da minoria, dos ruralistas, construtores, etc. Deem condições de governo aos iguais. É legítimo ter gente do capital no Congresso, mas eles são maioria? Óbvio que não. Então, para ser democrática, a proporcionalidade deveria realmente ser proporcional. Que o povo tenha condições de se representar de fato. Vamos aprender a votar e a cobrar veementemente dos que recebem nosso voto. É simples assim. Portanto, não adianta defender proporcionalidade se ela nem existe ainda. Outra coisa, vale lembrar que o sistema representativo, desde as origens francesa, inglesa e norte-americana, nada mais é do que uma forma de distensionar as diferenças de classes, para criar o imaginário de que todos podem eleger e serem eleitos.

    Roberto Locatelli

    Olha, Carlos, não podemos decidir em quem o povo vai votar. Sei que você não quis dizer isso, mas a frase ficou dúbia. De resto, concordo inteiramente que o sistema proporcional dá a ilusão de democracia. Na verdade, os representantes das elites sempre têm muito, muito mais chance do que os líderes do povo. O financiamento público exclusivo ajudará a reduzir essa deformação.

    Carlos Oliveira

    Tem toda razão. Não podemos decidir em quem o povo deve votar. Contudo, Roberto, seria maravilhoso se cada eleitor tivesse a condição de mensurar a implicação da escolha do voto. Do jeito que está, a meu ver, não adianta mudar o sistema. O poder econômico se adapta e domina tudo. O financiamento público, exclusivo, com muita fiscalização e punição, pode ser um paliativo. O povo é que precisa ter condições de pensar sobre tudo, analisar a prática do eleito e, se for o caso, nunca mais votar nele.

    Roberto Locatelli

    Isso é verdade. Os brasileiros têm preguiça de discutir política e se informar melhor, principamente na região Sudeste. Preferem discutir futebol. A mídia faz a cabeça do povão para ser assim.

    Quando ouço conversas de bar em que se discute, durante uma hora ou mais, se aquela jogada foi pênalti ou náo, fico imaginando quando é que se gastará tanto tempo e energia para discutir a taxa Selic…

José do ceará

Voto distrital é golpe da direita para tentar barrar o processo de enfraquecimento dela.Referido voto carrega distorção de representatividade.Um partido qualquer pode ter 20% ou 30% dos votos e não ter praticamente representação. Quem quereria um absurdo desse ? As eleições para o´parlamento torna-se-iam majoritárias e as minorias ficariam subrepresentadas ou sem representação nenhuma .Eliminaria o voto ideológico e obrigaria os eleitores a votar em candidatos que não sejam de sua predileção..Repito, isso é uma tentativa da direita para escapar da extinção. Não ao voto distrital…

José BSB

O voto distrital é um golpe na soberania popular. Uma ambição tocada por um grupo de derrotados cujo líder ainda convalesce de uma suposta tijolada na cachola. Suas penas amestradas já trabalham para ludibriar a opinião pública para retornar ao poder transformando o processo eleitoral numa grande e ilegítima marmelada.

francisco p. neto

Governos progressistas como os do Lula e Dilma e outros que vierem, não tem alternativas. Ou recorrem aos apoios fisiológicos dessa gente e tenta moldá-los naquilo que é possivel conseguir para se fazer um governo com benefícios para a maioria da população, ou partem diretamente para o confronto.
A segunda alternativa poderá vingar se a maioria que eleger um governo progressista, estiver altamente organizado para dar respaldo ao governo.
Infelizmente ainda não vejo nossa sociedade com esse grau de organização para poder enfrentar a elite poderosa.

    mfs

    A questão é simples. Querem que Lula e Dilma deixem de "trair os trabalhadores" para se aliar com a direita? Então elejam uma bancada gigantesca para o Congresso Nacional! O que não dá é o PT ser o partido mais votado da Câmara e ter menos de 20% das cadeiras. Como é que ser governa com pouco um quarto de deputados confiáveis (do PT e aliados sérios, tipo PC do B) e contra os outros três quartos? Desde que Erudina quis governar S. Paulo sem apoio dos vereadores conservadores que o PT aprendeu que não dá. Entretanteo, verdade seja dita, uma parte grande do congresso não é exatamente corrupta ou de direita, é apenas uma multidão de representantes de interesses locais que estão lá sem nenhum espírito de cosmpolitismo. Representam a região que os elegeram e pronto. Votam nas questão nacionais de acordo com os grupos de interesses com quem fizeram acordo para aprovar os projetos de âmbito regional ou local.

elisio

O GOLPE DISTRITAL está a todo vapor, já começaram as propagandas na tv sobre a terra prometida que será o Brasil com a implantação do Golpe Distrital, começou a guerra.

    Roberto Locatelli

    Exato, Elísio. A direita vai jogar todas as suas forças na aprovação do golpe distrital.

Ronaldo Luiz

Sou maragato e portanto, jamais voto em chimango. No entanto achei faccioso a citação do nome Maluf como exemplo de um mau voto. Ele é dos poucos chimangos que se assumem como tal. Quanto ao sistema, tanto o voto distrital tem lá suas vantagens, quanto o atual sistema tem lá suas desvantagens. Creio que o voto distrital misto, tão falado no passado, seria uma opção válida.

    mfs

    Em parte, o voto distrital já existe. São os deputados eleitos com voto quase que exclusivo de uma região. Eles se consideram (e são considerados pelos eleitores) como representantes daquela região. As tais emendas parlamentares é que os sustentam. E como negar que possuem legitimidade? Mas se só houvesse os deputados distritais, praticamente desapareceriam os representantes das categorias, das grande correntes ideológicas, os que defendem questões mais mais amplas, mais universais (por exemplo, os sindicalistas, os comunistas, os ambientalistas, as feministas, os pró-reforma agrária, etc). Só com o voto distrital, o Congresso tornar-se-ia uma federação de provincianismo político (no mau sentido). Aquele deputado de esquerda eleito com votinhos de inúmeros municípios, que teria votos suficientes graças à soma de milhares de abnegados conscientes de todos os rincões, fraquinhos porque isolados mas fortes o suficientes para ter o seu representante, esses deixariam de ser eleitos. O voto distrital puro daria à direita uma hegemonia por décadas a fio e praticamente liquidaria as minorias de esquerda. Portanto, não , não e não!

Rafael

Ta aí o obstáculo que separa o Brasil de ser um país desenvolvido. Somente o povo vai transpor esse obstáculo. Espero que aconteça, um requisito para transpor esse obstáculo é a democratização a comunicação. É aí que reside o poder da elite.

FrancoAtirador

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Disse tudo:

"…distorções de caráter colonial.
O fato de a bancada ruralista – de latifundiários, escravagista, reacionária –
ser maior do que a de trabalhadores rurais, é só a mais impressionante delas."
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Fernando

Rapaz, eu não sei se os movimentos sociais são tão santinhos assim. Eu acredito em uma relação de concorrência ( no sentido geométrico da coisa) entre certas lideranças de movimentos sociais e as "elites".

Desculpem minha falta de esperança, mas no contexto brasileiro eu ainda não consego enxergar o povo em geral como mais do que uma peça de manobra no jogo político.

    mfs

    O cara confessa ser manobrado e ainda se julga consciente o bastante para diagnosticar os rumos políticos nacionais…

    Fernando

    Em que trecho do meu post é possível inferir que eu confesso ser manobrado, por favor, me avise para que na próxima eu consiga uma precisão linguística maior.

    Quanto à "parte do consciente o bastante", eu realmente não me julgo um conhecedor profundo do sistema político, apenas não acredito em verdades absolutas, ou movimentos sociais como vítimas exclusivas de um sistema opressor e altamanete desigual, eu acho que na maioria das vezes existe um pacto tácito entre líderes do povo e líderes da elite. O povo conquista alguma coisa aqui e ali, umas migalhas quaisquer e aí tais migalhas são imputadas a algum fulano, carismático, salvador da pátria que acaba sendo eleito e conquistando regalias. Esse mesmo líder abre o bocão pra dizer que faz alguma coisa, mas…

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