Saudade do Celso Amorim

Tempo de leitura: 2 min

por Luiz Carlos Azenha

Eu estou absolutamente convencido de que Dilma Rousseff fará um governo competente e que Antonio Patriota, o ministro das Relações Exteriores que ela escolheu, nos surpreenderá com ideias brilhantes.

Permitam-me, no entanto, declarar que sinto saudade de Celso Amorim.

Sinto saudade de Celso Amorim porque o ex-chanceler brasileiro era capaz de pensar fora do quadrado (out of the box), ou seja, pensar fora da rigidez ideológica que geralmente acompanha os funcionários partidarizados de um governo. Só quem pensa fora do quadrado é capaz de encontrar soluções verdadeiramente inovadoras para velhos problemas. Neste sentido, Celso Amorim era o chanceler perfeito para liderar uma burocracia estatal competente, conhecida pela consistência, como é o Itamaraty.

Assistimos, nas últimas horas, ao desabar do grande pilar da política externa dos Estados Unidos no Oriente Médio: regimes repressivos pró-ocidentais articulados com a prioridade absoluta de Washington nos últimos 50 anos (?), o de garantir a segurança de Israel. Permaneça ou não no poder, no curto prazo Hosni Mubarak será obrigado a fazer concessões impensáveis para um cliente fiel da política externa dos Estados Unidos. Concessões que vão fraturar a ideia de que é possível calar a “rua árabe” às custas de alguns bilhões de dólares em ajuda anual. Estes acontecimentos são de uma enormidade equivalente à queda do muro de Berlim…

Washington já não manda mais no Oriente Médio como sempre mandou. O desgaste de Mubarak não tem relação apenas com o fracasso econômico de seu regime, mas também com o fato de que ele se distanciou da solidariedade árabe ao sofrimento dos palestinos nos territórios ocupados por Israel. Mubarak se vendeu por alguns tostões e, em certa medida, é isso o que os egípcios estão dizendo nas ruas.

A competência de Celso Amorim repousava na capacidade de reconhecer com rapidez as mudanças no cenário internacional e se adaptar a elas. Amorim reconheceu, por exemplo, muito antes que seus pares, o papel central da Turquia como elo de ligação entre os interesses do Ocidente — a Turquia integra a OTAN — e os do Oriente Médio. Amorim reconheceu o papel central que o Irã jogará no futuro da Ásia central, que independe da opinião de Washington a respeito do regime iraniano.

Um tempo de mudanças extraordinárias, como o que estamos experimentando, pede ousadia.

Seria realmente trágico se Dilma Rousseff recuasse na política externa criativa e ousada de Celso Amorim, aceitando pura e simplesmente uma papel subordinado do Itamaraty à política externa seletiva de “Direitos Humanos” de Washington.

Aliás, para quem condenou claramente o Irã, em entrevista ao Washington Post, será que Dilma não está nos devendo uma declaração sobre o Egito?


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Comentários

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Mário Mendonça

Azenha

Como o Amorim pensava, e já não agradava mais o "externo"; se tornou impertinente, na visão da confraria

O Patriota é de sua escola, acalme-se, breve mostrará suas garras.

Abraço

Mário Mendonça

beattrice

Além do Celso Amorim, tenho saudade do Lula e também da Dilma Rousseff., alguém a viu por aí?

Pietro Guerriero

Nao tenho nem vou ter saudade de C. Amorim. O min. das Relacoes Exteriores nada mais fez que cumprir a vontada do chefe, mesmo quando foi para dar guinadas de 270 graus na politica externa brasileira que, alias, ficou parecendo uma colcha de retalhos muito mal feita. Coisas como a atuacao em Honduras, as composicoes com o Iran, um antagonismo pueril em relacao aos EUA e Europa.
Fechou os olhos (ate' apoiou ) 'as trapalhadas do Chavez e Evo.
Se queria ser diferente, conseguiu.
Algo que os colegas devem procurar ver, e' que politica externa, assim como politicas de governo nao podem ficar ao sabor apenas da vontade pessoal do governante. Tenho certeza que o Lula teve vontade de aumentar o Sal. Minimo muito mais e so' nao o fez por discipliina 'a politica economica. Os resultados advem da consistencia e, na maioria das vezes, a longo prazo.

Gilberto Pereira

Pessoal !!!
Vamos dar uma cutucadinha na onça….Vamos todos enviar e-mail para a G1 perguntando porque ela a G1 , escreve uma matéria com o titulo “Café com a Presidenta” , e ja na primeira referencia , faz a Presidente. Vamos nessa? Vamos lotar aquela caixinha de corresppondencia nesse fim de semana? abraços

Luciano Mano Negra

Elo de ligação?

Porque o PiG (*) é mais reacionário que a elite | Conversa Afiada

[…] Saudade do Celso Amorim […]

Tiago

Desculpem amigos. Esqueci do apagar das luzes: a emissao dos passaportes especiais para os filhos do Lula. Embora, nesse caso, provavelmente Amorim apenas obedeceu ordens do chefe…

    Janes Rodriguez

    Realmente, na falta de acusações contra Lula e sua família, a mediocridade e a mesqinharia se apega desesperadamente a picuinha dos passaportes… Beto Richa no Paraná instiui um "governo de família", empregando mulher, irmão, filho, cunhada, concunhado, etc, etc… e ninguém diz nada. O problema são "os filhos do Lula..". Que hipocrisia, que falso moralismo.

Tiago

Com todo o respeito ao Azenha e a sua opinião, a minha é diferente. Não vejo nenhum motivo para achar que a política externa da Dilma será subordinada à de Washington; pelas declarações da mesma o Itamaraty irá se pautar pela defesa dos Direitos Humanos sem concessões, diferente dos americanos. Já no caso do Amorim, bom… creio que a projeção do Brasil na cena internacional se deve mais ao carisma do Lula do que ao trabalho do ministro anterior. Uma geral em algumas coisas que saíram da "criatividade" do Celso Amorim, e também, do seu chefe:

Tentou emplacar Luís Felipe de Seixas Corrêa na Organização Mundial do Comércio em 2005. Perdeu. Sabem qual foi o único país latino-americano que votou no Brasil? O Panamá.

O Brasil indicou Ellen Gracie em 2009 também para a OMC. Perdeu de novo.

Também em 2005, o Brasil tentou João Sayad na presidência do BID. Perdeu, é claro. Dos nove membros, quatro votaram no Brasil – do Mercosul, apenas um: a Argentina.

O Brasil tenta a ampliação e uma vaga permanente do Conselho de Segurança da ONU. Beira o patético. Reconheceu a China como "economia de mercado" para obter o apoio chinês na ampliação do Conselho, e os chineses, claro, são totalmente contra tal ampliação e fazem questão de dizer. Em outras palavras: passaram a perna no Amorim.

Em 2006, o Brasil votou contra Israel no Conselho de Direitos Humanos da ONU (corretamente, penso eu, pois Israel é o país mais criminoso do mundo), mas, no ano anterior, negara-se a condenar o governo do Sudão por proteger a milícia que praticou os massacres de Darfur.

O Itamaraty apoiou para o comando da Unesco o egípcio Farouk Hosni. Desprezou o brasileiro Márcio Barbosa, que contaria com o apoio tranqüilo dos Estados unidos e dos países europeus para ser eleito. Chutou um brasileiro, apoiou um egípcio, e venceu uma búlgara. Que resultado, hein, Azenha?

Apoiou Manuel Zelaya, que tentou alterar clausula pétrea da constituição de Honduras. Vocês seriam a favor se tentassem alterar as clausulas petreas da nossa Constituição, como por exemplo, a liberdade de expressão?

Lula visitou Cuba no meio do imbroglio pela morte de Orlando Zapata. Comparou os presos políticos que fazem greve de fome a bandidos comuns do Brasil. No minimo, como diriam os jogadores de futebol, ele foi "infeliz".

Antes do apoio explícito ao programa nuclear do Irã (totalmente a margem da legislação internacional sobre energia atômica), Lula já havia demonstrado suas simpatias por Ahmadinjead e comparado os protestos contra as fraudes eleitorais à reclamação de uma torcida cujo time perde um jogo. Mais uma vez, Lula foi "infeliz". Sem falar no apoio explicito ao governo iraniano, uma ditadura brutal que usa o Islã como pano de fundo para oprimir o povo.

Assim sendo, posso dizer que não sinto nenhuma saudade.

Novamente, com todo o respeito às opiniões alheias. Mas essa é a minha.

    Américo

    O Tiago
    entende tudo de nada e
    nada de tudo.
    Esta é a minha opinião.

José

Obrigado por censurar meus comentários azenha, você é como aqueles que você paga um pau!
Se quer que o megalomaniaco do celso amorim seja apenas idolatrado pelas burradas que ele fez em sua gestão, então diga né.
Perdi meu tempo digitando vários comentários para você vir e censura-los por achar inconveniente.

Quero apenas dizer uma coisa azenha: Vá se Fuder!!!!

    Luiz Carlos Azenha

    Obrigado pela concisão. abs

    Alceu Gonçalves

    Ô Zé, tu é um otário, hein? E não é por causa deste seu comentário, mas por passar recibo ao Azenha. Véio, já tive "trocentos" comentários censurados pelo Azenha e naturalmente sob meu ponto de vista, injustificadamente (rsrsr). Mas eu parto do princípio que, para censurar alguém tem que ler, não importa quem e isto me basta. Ele censurou os meus coments assim como certamente censura inúmeros outros e isto com o tempo naturalmente criará uma aura negativa dentro da aparente "democracia" do blog. Aliás, isto já está acontecendo, pois vários comentaristas meus conhecidos também reclamam desta falta de discernimento da equipe do Vi o Mundo. Por outro lado, se os seus comentários censurados pelo Azenha eram do mesmo nível deste, bão… Vamos respeitar, ele fez um favor pra gente.

    AlceuCG.

Saudade do Celso Amorim « Blog do EASON

[…] Vi O Mundo de Luiz Carlos Azenha […]

Joaquim

Não se trata de desconfiar da presidenta é de analisar o óbvio. A politica externa agachou-se, apaquenou-se. É visível e risível. Amorim era a cara do governo Lula. O "Patriota" é a cara do govenro Dilma. Votamos pela continuidade não pelo retrocesso. Qual a questão internacional que Amorim não se pronunciava em defesa dos interesses do Brasil. Agora trocar a compra de caças pela redução de tarifas para o agronegócio não é defender os nosso interesses e sim o que há de pior neste país, o latifúndio. Cadê a ação na OMC contra as tarifras ianques. Negociação tem limite. Se eles perderam que paguem a fatura e não o povo brasileiro.

Leonardo Gomes

A política externa é um ambiente multifacetado, ou seja, feito de várias nuances na atuação, com formas claras ou subjetivas de diálogo.

O que isso quer dizer? O fato de condenarmos a pena de morte por apedrejamento no Irã, não quer dizer que rejeitamos o seu desenvolvimento de tecnologia nuclear soberana ou o tratamos como "eixo do mal".

Da mesma forma, que o fato de apoiarmos suas iniciativas científicas dentro de um acordo tripartite (Brasil-Turquia-Irã), não quer dizer que apoiamos práticas políticas do seu regime ou governo.

Assim como o fato de mantermos relações diplomáticas estáveis com os EUA, não significa que apoiamos as prisões secretas da CIA, invasões militares e etc.

Maria Lucia

Azenha
Saúdo o seu texto e compartilho da sua saudade. Acho um acontecimento de rara felicidade podermos ter sinceras saudades do Celso, do ex-Presidente e de outros membros do governo anterior. Significa que nós brasileiros tivemos sorte, que fomos felizes em tê-los dirigindo a Nação. E bem que merecíamos, depois de tantas e tamanhas. Ter do que ter saudades é muito bom.
Mas alguns comentários me levam a trazer alguns fatos à baila.
O Celso Amorim não foi afastado. Ele considerou que era tempo de se aposentar, de se dedicar um pouco à família extensa que possui, com muitos filhos e netos. E vai dar aulas, escrever, fazer conferências, ensinar tudo que sabe.
Foi a pedido , e com muita tristeza, que Dilma Rousseff atendeu ao pedido dele para se afastar do cargo de Ministro, esteja certo.
Afinal ele foi o Ministro das Relações Exteriores que mais tempo esteve no cargo. E com competência e brilho invulgares. Como todos sabem ele já era Ministro no tempo do FHC. No Ministério , ele fez escola. Antonio Patriota é uma das "crias "dele. Jogam no mesmo time em matéria de inteligência , caráter e posições teóricas e práticas na Diplomacia, na Economia e na Política. .
Celso Amorim é um grande brasileiro e tem muito a fazer pelo país, como professor e escritor.
E curtir a netáida é bom que dói! Disso posso falar de cadeira.
Nada, nem ninguém tirará Celso Amorim de ser considerado um dos maiores orgulhos da Diplomacia brasileira. Ele já está na História, pelo seu talento, inteligência e belíssimo caráter. E fez escola no Itamaraty, onde é amado e respeitado pela maioria dos diplomatas brasileiros. Internacionalmente, é um ícone.
Ave Celso! Vida longa e feliz!

    beattrice

    Se o Amorim "precisava" sair porque nao foi substituido por alguem da envergadura de um Samuel Pinheiro?

mariazinha

Qto . à D. DILMA, só posso pensar que está dando corda ao pig para enterra-lo, definitivamente. Eu espero por isto, ardentemente.

mariazinha

Meu querido AZENHA:
as lágrimas vieram aos meus olhos, de saudades, qdo. li suas palavras: […]…..Permitam-me, no entanto, declarar que sinto saudade de Celso Amorim.[…]
É verdade! Como LULA na PRESIDÊNCIA , Amorim criou uma diplomacia máscula, corajosa, independente e limpa. Com perdão da palavra, aquilo lá era um antro de frescurite e frívolos salamaleques, sem efeito, sem criatividade, sem destaque para o BRASIL. Nunca fomos tão respeitados e ouvidos como em seu tempo. Gostaria que alguém lhe fizesse uma grande homenagem onde o povo pudesse agradecer-lhe POR SEUS bons serviços prestados ao BRASIL.
Grande abraço.

fernandoeudonatelo

Condenou o Irã nas questões mais uma vez referentes aos direitos humanos, mas não anunciou qualquer rompimento ou congelamento nas relações com o país.

Muito menos, fechou a câmara de comércio brasil-irã ou impediu empresários de prospectarem investimentos naquele país.
Aliás, insisto que as mudanças ocorreram em procedimentos que não são de Eixo.

Até porque não acatamos as sanções unilaterais que os EUA impuseram ao país, como a fracassada imposta pelo CS da ONU, aonde China e Rússia retiraram quase todas as restrições estratégicas.

No mais, é deixar que o governo cristalize suas posições com o tempo, para que possamos tirar conclusões definitivas.

    Ramiro

    No discurso que fez na entidade israelita ela não condenou o Irã, nem qualquer outro país. Isso é invençÃo do PIG nacional e internacional, pelo visto.
    Condenou violência, tortura, truculência. De um modo genérico.
    Como cabe a uma Estadista. O resto é factóide.

Cético de Plantão

Se o Celso Amorim é "capaz de pensar fora do quadrado (out of the box), ou seja, pensar fora da rigidez ideológica que geralmente acompanha os funcionários partidarizados de um governo", faço idéia o que seria se ele pensasse "in the box"…

Fernando

Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:

I – independência nacional;
II – prevalência dos direitos humanos;
III – autodeterminação dos povos;
IV – não-intervenção;
V – igualdade entre os Estados;
VI – defesa da paz;
VII – solução pacífica dos conflitos;
VIII – repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX – cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X – concessão de asilo político.

Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.

    Ramiro

    Boa Fernando!
    É isso que o ex-Presidente cumpriu e é isso que Dilma cumprirá.
    Precisamos parar com essa história de ficar desconfiando da Nossa Presidente, à cada curva na esquina, fazendo o jogo do PIG e da direitona sinistra.

Arthur Schieck

Não foi só a Dilma que ainda não se manifestou. Nem o Chavez comentou o que está acontecendo por lá.
Acho que o momento é de esperar pra ver o que acontece. Não se meter nisso é o melhor que a Dilma pode fazer.
Agora eu que sou eu quero mais é ver um novo governo egípcio que abra a fronteira com Gaza.

Tereza

Parece que o governo Lula foi uma "maravilha" desde o seu primeiro ano. Só mostrou ao que veio no pós-mensalão. As viúvas do Lula tão enchendo o saco, já falaram até em traição da Dilma. Não temos nem um mês de governo e já mapearam os "novos" rumos de um governo que não teve sequer um ato diferente do anterior.
É Lula pra lá, Lula pra cá, Lula faria isso, faria aquilo. Tentem recordar os primeiros anos de seu governo.

Ramalho

Estou encaminhando um comentário pequeno, uma vez que é fundamental para o blog. O conteúdo, ora, o conteúdo é apenas um detalhe, como diria Parreira.

Nilva

O Celso Amorim pediu pra sair. Disse que precisa de férias e quer curtir a família. O Patriota foi assistente dele e comunga das mesmas ideias. Tudo bem que o Amorim, por ser hiper-ativo como o Lula, se sobressaía, pois pensava rápido e à frente de todos, ditando os caminhos a serem seguidos. Era uma bela dupla. Quem sabe o Patriota também se afina com a Dilma. Até agora não vejo motivos para críticas.
Mas é inegável que Amorim-Lula tabelavam direitinho e deixaram saudades.

O_Brasileiro

Agora que todos entenderam que Dilma não é Lula, e que não será uma simples marionete do Lula, já podemos fazer análises mais sóbrias do que será o seu governo!
A Dilma chora como o Lula, embora se esforçe para não fazê-lo, mas sua maneira de resolver as questões é bem diferente das de Lula.
Não fosse pela decepção sofrida com Erenice Guerra, poder-se-ia dizer que a gestão Dilma na Casa Civil se pautou pela ética e pelo cumprimento das normas, e não pelos acordos políticos, pelos conchavos como antes acontecia naquele gabinete.
Acho que Dilma entende pouco de política, e se preocupada demais com os direitos humanos, e por isso não acho que apoiará este ou aquele país incondicionalmente.
Mas isso… só a história poderá nos dizer!

    Ramiro

    Amigo Brasileiro
    Vamos prosear?
    Olha bem a biografia da Dilma, com cuidado e carinho, e depois me diz se ela não entende de política!
    Ela não fez outra coisa na vida se não participar da Política. Por isso entregou sua juventude, foi presa, torturada, perdeu os anos que tinha na Faculdade. Ultrapassou. Foi para Porto Alegre, fez vestibular de novo, caiu de boca na política universitária. Se na ditadura pertencia a um grupo sério, a POLOP, vai ainda em plena ditadura ajudar a fundar o PD , com Brizola, que tinha por ela grande admiração.
    Por problemas internos do PDT gaúcho, vinte anos depois, em 2000, sai do PDT numa leva de centenas de filiados que incluiam até o filho do Brizola, pai do Brizola Neto. Tinham boas razões para isso.
    Filia-se ao PT e torna-se militante ativa e combativa.
    Torna-se a pessoa mais influente e importante do governo anterior, segundo as palavras do ex-Presidente Lula.
    Como é que ela não entende de política?
    Fazer política não é concorrer a cargos eletivos. É MUITO MAIS DO QUE ISSO, vc sabe.
    Um abraço.

redecastorphoto

Acho que todos estão virando 'críticos' do governo Dilma, rapidamente demais.

O problema central do governo Dilma não é um, são milhões de problemas.

Pra começar, Dilma não é Lula. Lula não cometeria a tolice de investir todo o momento inicial do governo nessa asnice de "uma mulher no poder". Mulher e homem no poder é tudo igual — e se não é, teria de ser. O poder é o poder. "Presidenta" é tolice de classe média letrada metida a entendida. Bom. Hoje já se sabe que Dilma e os petistas perderam a briga pelo "presidenta", que só eles mesmos usam e nenhum jornalão usa. Perderam uma briga que, pra começar, nem precisavam ter inventado.

Agora, parece, vai começar o blá-blá-blá dos direitos humanos. Imediatamente depois do blá-blá-blá 'ecológico', a favor da fome e da 'preservação' e contra Belo Monte. Que vão se catá todos esses burgueses liberais metidos a libertários. Esses discursos são LIBERAIS.

Lula é Lula, dentre outros motivos, porque NUNCA foi conversado por esses papins de classe média burguesa liberal metida a ética, a feminista e a ecológica. OK. Até aqui, os fatos.

Falta pensar sobre o que nos cabe fazer. E é claro que teremos de fazer mais e muito melhor do que nos pormos, feito perfeitos doidos, a escrever que Dilma "caiu de quatro", como o Laerte Braga, perfeito doido fascistizante, ou a reclamar que Dilma 'desdisse' todo o BRILHANTÍSSIMO trabalho do MRE de Lula.

Temos de DIZER o que há pra ser dito, em vez de ficarmos todos, aí, ou mudos ou reclamando que Dilma não disse o que deveria ter dito. Dilma estará condenada aos limites da própria cabeça dela (e são limites MUITO estreitos, totalmente diferentes do nenhum-limite da cabeça de Lula-monstro filho da multidão) até que NÓS declaremos o que queremos. Falo de dizer-fazer, não de dizer-mandar-fazer.

Não basta dizer que Dilma 'retrocedeu' no apoio ao Irã: é PRECISO que nós façamos os discursos de APOIAR O IRÃ. Depois, com argumentos que nós teremos de construir, Dilma poderá começar a interessar-se por abandonar a PRECARÍSSIMA segurança das suas (dela) fés metidas a éticas, a ecológicas, a direitistas-humanistas e metidas a todo o escambau conhecido dos discursos da moda liberal à moda classe média paulista metida a letrada e a 'ética', tesconjuro!.

A minha proposta é NÃO CRITICAR Dilma e, ao mesmo tempo, tratarmos de CONSTRUIR, nós mesmos, o que queremos que ela diga. Não é garantido que dê certo, mas tem mais chances do que começarmos, nós mesmos, a criticar o governo Dilma.

Não se deve esquecer que Lula não escolheu Dilma porque Dilma fosse a perfeição sonhada. Lula só escolheu Dilma para segurar a coisa, nesses quatro anos, porque não havia NINGUÉM MAIS capaz de segurar a coisa, fazendo acontecer os projetos e planos.

(redecastorphoto)

Gustavo Pamplona

Ok pessoal… eu pensei em ter escrito isto aqui para vocês na segunda, dia 24/Jan mas não sei porque, deixei para depois.

Acho que todos vocês devem ter sabido que o Globocop (o helicóptero da Globo) foi atingido por tiros no Rio também no dia 24/Jan.

E também acho que todos vocês ficaram sabendo o que o Bonner disse na noite de segunda-feira quando ele não conseguindo achar algum "culpado" entoou aquele mantra "surrado" de "liberdade de imprensa e de expressão".

Até o PHA tinha perguntado lá no blog dele: "O que ele quis dizer com isto?"

Vamos voltar ao tempo e lembrar da morte do filho da atriz Cissa Guimarães, um rapaz que tinha 18 anos chamado Rafael Mascarenhas.

Aliás na época eu pensei em ter escrito tal comentário semelhante mas não sei porque, achei que não era apropriado.

Vocês devem se lembrar de como a Globo tratou do caso, fez um "auê" em torno do caso, primeiro criticaram a segurança do Rio, falaram da "violência" to trânsito e além de fazerem o possível para prender os responsáveis foram mais além e fizeram o mesmo com os policiais que deixaram passar o carro batido que tinha atropelado o rapaz.

Bom… vocês já devem saber que no Brasil como são os acidentes de trânsito e como as vítimas são tratadas e os que matam são punidos. Ou em outras palavras, ninguém realmente é preso e os familiares não recebem indenizações. A não ser quando são vítimas de acidentes de ônibus (urbanos, intermunicipais, interestaduais, tuismo) já que o DPVAT existe é para isto mesmo.

Mas na época eu tinha pensado o seguinte:

"Então quer dizer que um rapaz de 18 anos estava a 1:30 da madrugada andando de skate num túnel interditado e só porque um cidadão resolveu cortar caminho pelo mesmo túnel e sem querer o tinha atropelado merecia tal tratamento."

Eu também pensei na mãe dele ou seja a própria Cissa e foi o seguinte:

"Mas que espécie de mãe é esta que deixa um filho na alta madrugada pelas ruas"

Ok, o rapaz já tinha 18 anos, ou seja maior de idade e teoricamente sabia o que estava fazendo, mas o que eu tinha pensado era o seguinte:

"É um 'desocupado' mesmo, se trabalhasse (e como se precisasse!) e dormisse cedo nada disto teria acontecido"

Mas voltando agora ao Globocop e o porque eu escrevi tudo isto. É simples… meus caros amigos do "Vi o Mundo".

NÃO MEXAM COM A GLOBO OU QUALQUER GLOBAL

Vocês podem notar que quando a Globo é atingida ou mesmo algum global (especialmente os que já tem muitos anos de "casa") a Globo fica uma fera.

E outra coisa: A Globo adora criticar as "carteiradas" de vários orgãos policiais mas ela mesma é que mais pratica "carteirada" neste país. Algo assim…

"Vocês não sabem com quem está falando? Eu sou um global e é bom você me respeitar."

    Pietro Guerriero

    Nao me lembro que o garoto Joao fosse global. Nao me recordo ainda se as vitimas de enchentes pelo pais afora sao globais. Mas me lembro de ter visto grande enfase nessas coberturas.
    Quando Daniel Pearl – jornalista americano – foi assassinado todas as redes americanas deram cobertura acima do normal. E' de se esperar quando acontece com alguem proximo a esses veiculos.
    A sua tentativa de culpar a vitima e' fruto de uma Educacao falha, de um Judiciario desinteressado e de uma Sociedade onde impera o cinismo.

JOEL PALMA

A hora não é de marola…início de governo, deixa ela colocar o país pra andar do jeito dela…quando os novos resultados chegarem, aí sim, ela aparece…não é hora de brigar, de desestabilizar nada…o rumo está certo…

Fabiano Araujo

Certamente é cedo para vislumbrarmos o caminho político que o governo de Dilma Rousseff tomará, particularmente no campo externo. Entretanto, algumas decisões tomadas são inquietantes. A manutenção no ministério de pessoas como Palocci, partidário do neoliberalismo, tal como diz, inclusive, o pensador paquistanês Tariq Ali em entrevista à Caros Amigos; Nelson Jobim, que WikiLeaks diz ser "homem de confiança" de Washington. Enquanto tais pesoas permanecem no ministério, homens da maior seriedade e de grande intuição, como Celso Amorim foram afastadas. Sra. Dilma, a polítca externa deve se pautar pelos interesses do Brasil e não se submeter à política de "direitos humanos" de Washington, que é cínica. A situação do Oriente- Médio mostra isto. Washington nunca denunciou os regimes criminosos da Tunísia, Egito e Israel. Aliás, na ditadura do Xá Reza, no Irã , a polícia política deste foi financiada pela CIA, tendo, inclusive, matado um parente do aiatolá Khomeini.

Marat

Azenha, levando em consideração que "um pessimista é um otimista com experiência" (não sei de quem é a frase), eu fico sempre com o pé atrás nessas situações. Meu coração torce muito pela deposição do ditador egípcio, mas minha mente me diz, com insistência, que vão acabar colocando ali um outro malando com roupagem nova, mas com idéias vetustas, financiadas pelos EEUU, alguém como o Baradei, que foi o manda-chuva da famigerada e falida ONU. Sinto também a falta do Celso Amorim. Espero piamente que ele tenha pedido para sair, e que não tenha sido exonerado desse fundamental cargo.
Por fim, espero ansiosamente que meu pequeno otimisto vença o poderoso pessimismo, e que os árabes e todos os que não aceitam a arrogância e os truques sujos dos EEUU consigam sua liberdade e trilhem seus caminhos em paz!

Jairo_Beraldo

Dilma está decepcionando em muitas coisas. Achava que seu governo ia colocar as coisas no rumo certo, consertar os erros de Lula, mas está mantendo os mesmos erros e destoando da ousadia que se esperava dela. Talvez seja jogo de cena, mas com os sinistros que estão alojados em seu governo, fica difícil acreditar nesta teoria.

Henrique

Gostei de seu comentário! Também tenho grande admiração por Celso Amorim! Num determinado momento pensei que Lula o escolheria para seu sucessor! Talvez não tenha o perfil para Presidente da República e a Dilma sim. Lula sabe das coisas! Mas eu penso que a Presidenta DIlma vai fazer o mesmo jogo iniciado por Celso Amorim, como exemplo temos o chega prá que deu nos italianos com respeito do caso Battisti. A coisa tá indo bem!

giovani montagner

um dos maiores erros da presidenta dilma. compreende que talvez seja o desejo do próprio celso amorim em não permanecer, mas com uma ajudo do cara e longa conversa, ele permaneceria.

Regina Braga

Sinto falta dele tbém…Era um dos nomes que eu gostaria de ver no Governo Dilma…Está faltando várias declarações de Dilma,naõ só em relaçaõ ao Egito…mas como fica a relaçaõ com o Irã e com a pp Turquia,afinal o Governo Lula entrou no Oriente Médio pela porta da frente.

zepgalo

Uma boa notícia: a participaçao do Patriota em um debate sobre o Brasil em Davos.
http://www.youtube.com/user/MREBRASIL#p/u/1/Nl_0Y

Em 38:18, um sujeito faz uma pergunta querendo detonar a política externa dos últimos anos (obviamente foi aplaudido no final – estão em Davos). Nada diferente do que aparece na Veja ou na Folha.

Quase todas as perguntas foram sobre política externa (por que será?). Em 43:57 o Patriota começa a responder. Show de bola a resposta!!!! O cara é bom: firme na resposta, e com estilo. Vale a pena conferir.

    Cris Lobo

    acabo de ver ! valeu pela dica! realmente aquele cara foi de uma limitação só na sua pergunta! Colocou Venezuela, Irã e Cuba no mesmo saco. A resposta do Patriota (born to it? rs) foi boa, porém ele poderia ter detalhado mais os pq's do Brasil 'se calar', por exemplo, no tocante à lei da Sharia no irã. Mas enfim, gostei da apresentação :)

Glecio_Tavares

Isso parece um jogo de xadrez com milhares de peças. É preciso antever o que o adversário vai fazer. Mas cá entre nós: O Celso Amorim ainda pode ajudar. Patriota, liga no celular dele!
O Juan Arias já soltou uma asneira no El Pais:
Arias se inspira na mídia brasileira e anuncia rompimento com Irã http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/arias-se
Enviado por luisnassif, sab, 29/01/2011 – 13:30
Por Sanzio
Juan Arias, correspondente do jornal espanhol El Pais no Brasil, escreveu uma matéria sobre o discurso de Dilma na Confederação Israelita do Brasil, em Porto Alegre, com o título"Rousseff rompe los lazos de Brasil con el régimen de Irán".

A matéria foi publicada no UOL hoje, em tradução fiel, apenas mudando de Roussef para Dilma a referência à presidenta.

Acontece que em nenhum momento do discurso há qualquer referência ao Irã, muito menos ao rompimento do Brasil com aquele país. Nem há como interpretá-lo como uma sinalização de "uma clara mudança na política externa brasileira em relação ao Irã, depois de dois (sic) fortes laços forjados pelo ex-presidente Lula, sobretudo em seu segundo mandato, com o presidente Mahmoud Ahmadinejad", como afirma o artigo.

Ao contrário, Dilma afirmou que o país defende a paz no Oriente Médio e reafirmou que o Brasil continuará negociando pela paz e pelos direitos humanos:

“Nós não somos um povo que odeia, que respeita o ódio. Eu tenho a honra de dar continuidade a um governo que lutou nos últimos oito anos pela afirmação da paz, em especial no Oriente Médio (…). Nós acreditamos que é nosso dever não compactuar com nenhuma forma de violação dos direitos humanos em qualquer país, inclusive o nosso”.

Ou seja, se há alguma interpretação possível é a de que o Brasill continuará lutando pelo direito do povo palestino a ter seu território e sua soberania, hoje usurpados por Israel.

Das duas, uma: ou o correspondente do El Pais já se deixou contaminar pelos métodos da imprensa tupiniquim de distorcer a verdade, ou é muito preguiçoso e não se deu ao trabalho de ler o discurso na íntegra, preferindo beber de alguma fonte não muito confiável.
http://www.elpais.com/articulo/internacional/Rous
http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/elpais/201
(restrito a assinantes)

    Glecio_Tavares

    29/01/2011 –
    Dilma rompe laços do Brasil com o regime do Irã

    Juan Arias
    No Rio de Janeiro

    O ex-presidente Lula conversa com a presidente Dilma Rousseff
    Em um discurso aplaudido de pé no Rio Grande do Sul, diante de sobreviventes do Holocausto judeu nas mãos dos nazistas, a presidente brasileira, Dilma Rousseff, surpreendeu na noite de quinta-feira por sua enérgica defesa dos direitos humanos por parte de seu país em todo o mundo: "Meu governo será um incansável defensor da igualdade e dos direitos humanos em qualquer parte do mundo", disse. "Nós não somos um povo que odeia, nem um povo que respeita o ódio, por isso o Brasil tem uma posição histórica que nos orgulha".
    O discurso da presidente diante da influente Confederação Israelita do Brasil (Conib) foi interpretado como uma clara mudança na política externa brasileira em relação ao Irã, depois de dois fortes laços forjados pelo ex-presidente Lula, sobretudo em seu segundo mandato, com o presidente Mahmoud Ahmadinejad. O regime islâmico de Teerã executa homossexuais e condena à morte mulheres por adultério – como é o caso de Sakineh Ashtiani – e também nega o Holocausto.
    Talvez por isso, durante a cerimônia, o presidente da Conib, o oftalmologista Claudio Lottenberg, comentou a mudança da política brasileira em relação ao Irã. Ainda distinguindo que os ataques a Israel são do presidente, e não da população iraniana em seu conjunto, Lottenberg mostrou-se feliz "ao saber que a presidente Dilma Rousseff tem hoje uma posição diferente da mantida pelo presidente Lula no passado".
    Na primeira entrevista que Rousseff deu depois de assumir o cargo, em 1º de janeiro, para um veículo da mídia americana, no caso o jornal "The Washington Post", a presidente já revelou uma mudança de posição sobre o Irã. Para Rousseff, a população do Brasil "é integrada por valores que respeitam dois grandes princípios: a paz e a conciliação". E, falando na cerimônia do Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, Rousseff lembrou que o mundo "ignorou na época da Segunda Guerra Mundial os sinais do avanço da barbárie antes da ascensão do nazismo" e que o Holocausto inaugurou uma época de "violência industrializada" e de "tortura científica".
    Diante da presença dos sobreviventes do Holocausto Max Schanzer e Sara Perelmuter, de 87 anos, Rousseff lembrou que durante séculos o povo judeu manteve sua pátria através de seus intelectuais, seus livros, sua cultura, religião e vida familiar, até conquistar sua pátria física. "Um direito que não pode ser negado a nenhum povo", afirmou.
    Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves

    Ramiro

    No Correio do Brasil e no próprio Blog do Planalto sairam matérias sobre esse discurso da Presidente Dilma.
    O Juan Arias fez uma interpretação "livre" – e tendenciosa e falsa, como era de se esperar. Não é a primeira vez que ele "interpreta"maliciosamente falas da Presidente. O Eduardo Guimarães até escreveu há dias post a respeito dele. A Presidente não disse nada disso.
    Ela fez um discurso correto e muito preciso e em nenhum momento falou em Irã ou em qualquer determinado país.
    Afinal ao condenar a " violência industrializada" e a "tortura científica" ela estava claramente se referindo a todo e qualquer país, em qualquer tempo ou latitude, que tenha adotado ou esteja adotando essas práticas genocidas ou criminosas , como reconhece o Direito Internacional – e não a qualquer país em particular. Fez um discurso de grande Estadista, que é o que será considerada em breves tempos, a julgar pelo que tem demonstrado ser e pelo seu passado.
    Ele poderia ter interpretado que ela se referia aos EUA ou ao Egito ou, ou , ou ….etc etc etc , não?
    Mas preferiu "interpretar" contra o Irã. PIG é PIG, na Espanha, no Brasil, em todo lugar, não é mesmo?
    Um abraço.

    Jairo_Beraldo

    E como sempre, Ramiro, a ladainha do pobre povo judeu, perseguido, sem pátria, sem terras…mas desalojar, isolar e trucidar o povo palestino pode!

Julio Silveira

Ih, rapaz eu tambem.

André Rodrigues

Os americanos aproveitam e promovem dois de seus principais objetivos de uma só vez: economizam orçamento promovendo a democracia – basta cortar o bilhões de dólares para aquelas ditaduras :)

waleria

Saudade do Celso Amorim – eu também.

Saudade do Lula.

Saudade de termos um dia justiça no Brasil.

Tenho saudade de um futuro que é sempre futuro e parece nunca virá.

Saudade do Celso Amorim – eu também.

zepgalo

Também já estou estou com saudades do Amorim, apesar de acreditar muito na competência do Patriota. O Amorim foi genial no MRE, e já está fazendo falta.

O novo governo começou muito mal condenando o Irã no Washingto Post, mas ainda acredito que eles não irão fazer a besteira de mudar os rumos da política exterior do Lula. Será uma tragédia.

E DIlma está devendo uma declaração sobre o Egito. É a oportunidade perfeita para se redimir da besteira do Washington Post, depois vai ficar mais difícil consertar esse erro grosseiro.

Os EUA são parceiros importantes, devemos respeitá-los, mas isso não siginifica ter que compactuar com suas políticas opressoras pelo mundo afora. O que quer que o governo esteja querendo, vender etanol, comprar caça, cadeira no Conselho de Segurança, NÃO VALE A PENA!!!!

Por favor Dilma, não nos decepcione assim!!!!!!

    Ramiro

    Dilma não condenou o Irã. Colocou-se contra o apedrejamento. E ficou por aí. Isso não é criticar o irã.
    Ela já se posicionou: estará sempre lutando pelo respeito aos Direitos Humanos, onde , quando e sempre forem desrespeitados.
    É bom não acreditar em tudo que se lê nos grandes jornais de todo o mundo.
    PIG é PIG em todo lugar.
    Vamos apoiar e confiar em nossa Presidenta.
    É absurdo pensar que Dilma Rousseff vá deixar de agir corretamente, a troco dos EUA comprarem etanol ou votarem no Brasil para o Conselho de Segurança da ONU. Vamos honrar à Presidente que está nos honrando com o seu governar digno e segurar maliciosas suposições, que são oriundas do PIG e seus porta-vozes, nacionais e internacionais.
    O que não se pode é esperar que ela todo dia venha a público para espinafrar as centenas de ditaduras declaradas ou mascaradas – como a dos EUA, onde nem mais habeas-corpus existe, por força da Lei Patriota em vigor – que existem mundo afora!
    Para isso temos, sempre atentos e nem aí para os espantos gerais, o bravo Fidel e o Hugo Chávez.
    Fidel escreveu uma de suas reflexões sobre o tema hoje. E Chávez , acabo de ver na Telesur, num daqueles magistrais pronunciamentos, nos quais ele reduz o império à sua verdadeira natureza genocida e criminosa.

Ronaldo

A gerentona se recolheu no casulo da recuperação econômica, focada na infra, na inflação e no social.

De lá só emergirá ungida pelo sucesso da missão cumprida.

O protagonismo do Brasil na política externa será mantido à duras penas pelo "Instituto Lula", ou equivalente.

Meno male . . .

    Aline

    Bom, o Lula não servia porque era dito que não tinha curso universitá rio e patatipatatá.
    Agora a Dilma não serve porque é gerontona. Mas ela não era um poste? Não combina com ser gerentona.
    Vcs têm que descobrir novos meios para tentar desconstruir à nossa Presidente.
    Mas vou avisando: perderão seus pobres tempos.

Heloisa Villela

Azenha, gostaria tanto de achar que você está errado! Que vou poder continuar me surpreendendo positivamente com a política externa brasileira, como tem sido nos últimos anos… Mas temo que venha aí uma guinada rumo a Washington com a falácia da defesa dos Direitos Humanos. Foi incrível ver os egípcios na frenta da Casa Branca, hoje, pedindo democracia. Que virada! (Nada comparável ao que se passa nas ruas do Cairo e de tantas outras cidades do país, é claro…) Um momento potencialmente incrível na história do Oriente Médio. Fico torcendo para que a força dos acontecimentos provoque muita análise e rearrumação das metas no Palácio do Planalto.

    Paulo Silva

    Queria saber de onde vem essa idéia que Dilma Rousseff precisa fazer análises e rearrumar sua cabeça para que aja na política externa como é o correto e como vinha sendo feito no governo Lula.
    Os acontecimentos mundiais e a posição intelectual e política da Presidenta só podem fazer crer que ela conduzirá uma política externa tão brilhante e correta como aquela que foi conduzida pelo Presidente Lula.
    O mais interessante é que o PIG e muita gente boa viviam criticando o Presidente Lula e o Celso Amorim.
    No caso de Honduras, à Cuba, em relação à Venezuela , à Bolívia e ao Equador era um monte de críticas e reparos.
    Agora, de repente, Lula e Celso eram uns gênios e a Dilma é uma boboca, que se curvará aos poderosos da terra!
    Será que não dá para entender que as idéias e ideais do Lula e da Dilma a respeito de política exterior são idênticas? Naturalmente que cada um deles tem um modo peculiar de se expressar, mas no fundo, no básico,pensam igual.
    Muita gente deve lamentar isso. Mas é bom aceitar, pra não se estressar muito.

Polengo

Sem o Amorim, o Lula não seria "o cara".

Gostei mais ainda dele quando vi os reacionários tentando desfilar uma lista de coisas ruins dele (que tinha muitas coisas boas no meio, que eles se negam a ver)

    Paulo Silva

    A gente não precisa desmerecer o Lula para louvar o Celso Amorim.
    Cada um tem uma origem de classe, uma história de vida, experiências profissionais e pessoais distintas.
    Dois grandes brasileiros! Que foram amigos e leais um ao outro. Tudo muito bom e bonito de se ver!

    Polengo

    Então, não estou desmerecendo o Lula, mas eu acho que o maior chapéu que todos os outros governos brasileiros tomaram foi na política externa.

    Exatamente onde mais batiam no lula, taxado de analfabeto, não falar inglês e outras bobagens.

    Com o Amorim pra articular a política externa, Lula teve talvez a melhor escolha de seu governo.
    E não estou esquecendo que quem fez essa escolha foi o Lula.

Luiz Carlos Azenha: Saudades de Celso Amorim | Política Externa Brasileira

[…] Carlos Azenha: Saudades de Celso Amorim 30 de janeiro de 2011 | Author Política Externa.comFonte: http://www.viomundo.com.br/opiniao-do-blog/saudade-do-celso-amorim.htmlEu estou absolutamente convencido de que Dilma Rousseff fará um governo competente e que Antonio […]

H. C. Paes

Portanto, acho que Dilma não nos deve declarações sobre o Egito. Ninguém deve. No máximo, deve-se defender um desfecho pacífico.

O caso da iraniana foi um erro, em minha opinião. Espero que não se repita. Creio que Dilma queria afirmar suas credenciais humanistas e feministas, para sorte de Sakineh. Ou queria lembrar ao Irã que o apoio brasileiro à questão nuclear não se traduzia em endosso incondicional ao regime daquele país. Nesse caso, terá sido um lance até habilidoso: sem comprometer a reputação do Brasil como um interlocutor honesto, sem constrangimentos maiores para os iranianos, e sem gestos desmesurados. Mesmo assim, ficou lançada a desagradável semente da duplicidade diplomática, em que as grandes potências são useiras e vezeiras. Confio que isso não voltará a acontecer.

H. C. Paes

Até concordo, Azenha, com a idéia de que devemos pensar nossa política externa com criatividade. Porém, a postura histórica do Brasil é de não-intervencionismo. Países devem resolver seus problemas por si próprios, especialmente em face de grandes convulsões sociais.

Nesse sentido, a nota do Itamaraty sobre o Egito foi a única, entre vários pronunciamentos oficiais, que evitou dar conselhos e enfatizou que os problemas do Egito devem ser resolvidos pelos egípcios. Ao contrário do Obama ou dos europeus, que ficam pontificando a respeito dos supostos valores civilizatórios de que só se lembram quando lhes convém. Palpite nunca é bem-vindo nessas horas.

Uma coisa é se articular com outros países para alcançar soluções negociadas para contenciosos internacionais. O caso do Irã envolvia a AIEA e leis internacionais que interessa ao Brasil defender. Outra muito diferente é meter o nariz onde não se é chamado: o que ocorre no Egito é estritamente um problema interno.

andré frej

Sempre comentei que a política externa era o que o Governo Lula tinha de melhor.
Azenha tem razão ao exaltar Amorim e cobrar da presidenta Dilma uma postura diferenciada.
Holocausto, Dona Dilma, é o que Israel promove nos campos de concentração ocupados da Palestina.

    Aline

    O Holocausto foi uma triste realidade. O que ocorre na Palestina igualmente lamentável.
    A Presidente é a Presidente de todos os brasileiros. Se foi convidada para uma cerimônia em lembrança do Holocausto fez muito bem em comparecer e fazer o correto discurso que fez. Há muitos judeus brasileiros. E todas as comunidades étnicas e religiosas merecem o respeito e o apreço de um Presidente.
    Vc leu o discurso que ela fez, na ocasião? Achei justo e apropriado para a ocasiÃo. Muito bom, aliás.
    Se temos uma Presidente de alto nível político, intelectual e ético, para que passar quatro anos "implicando "com ela? Aí, quando acabar o governo dela, se ela se for, ficarão todos lamentando e dizendo que ela era ótima. Exatamente como fizeram com o Lula.
    Brasileiro é bicho esquisito! Não gosta de dar valor ao que tem, só reconhece o valor,quando já não tem mais.

Filipe Rodrigues

Temos todos que ficarmos em alerta na relação com o governo Dilma, não podemos permitir qualquer retrocesso nas conquistas do governo Lula. Um bom exemplo é o papel que as centrais sindicais desempenharam na discussão do salário mínimo, se dependesse da equipe econômica do governo, o reajuste do mínimo seria abaixo da inflação e não haveria correção da tabela do IR, as centrais fizeram pressão e o governo já admite a correção e um aumento maior. Impressionante, que após a crise do capitalismo, ainda tem gente no governo que defende um ajuste fiscal como quer o PIG.

Gustavo Pamplona

Esta vocês vão gostar… primeiro… deem uma olhada nesta notícia.
http://noticias.r7.com/blogs/christina-lemos/2011

Analisando a notícia do blog da Christina Lemos eu pergunto para aqueles leitores do "Vi o Mundo" que no começo deste mês TEMIAM o Michel Temer com uma possível tomada de poder por parte dele.

Vocês vão TEMER o Michel Temer amanhã? hahahahahhahahaha

Vera Silva

Azenha,
Também tenho a certeza de que a Dilma fará um bom governo, mas tenho saudade do Celso Amorim. Ele pensa com o cérebro todo e ausculta as emoções das nações. Isto fazia com que ele estivesse sempre um passo à frente.
Mas, não temos que ser sempre protagonistas, podemos assitir e interferir na hora certa. É melhor ser prudente, quando as coisas acontecem muito rapidamente. E estão muito rápidas neste janeiro.
Aliás, penso que os mandatos deveriam iniciar em março aqui no Brasil. Os janeiros tem trazido muitas catástrofes e seria bom que um novo presidente, governador e prefeito começasse com uma folga, até mesmo no clima.

Antônio

Sei que é muito cedo pra tirar conclusões a respeito de um governo que não tem 30 dias. Não quero ser imediatista. Mas concordo com sua observação. Política Externa de uma nota só e apontando o dedo em direção aos inimigos de Washington é fácil e pode ser prazerosa. Aparece sempre na Globo, não é questionado pelos jornalistas, é convidado para almoçar com donos de Jornais, isto é, leva uma vida de celebridade.

Rubem

A presidenta Dilma, ao contrário do que afirma e nos tenta fazer crer o PIG, não condenou – seja clara ou veladamente – o Irã, condenou o apedrejamento de pessoas como modalidade, medieval, de pena criminal.

Tu não condenas?

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