Restaurante lacrado por falta de documentação; nada a ver com cães

Tempo de leitura: 2 min

por Conceição Lemes

Ontem, terça-feira, o Viomundo postou texto sugerido por Lucas Castro, que descobriu no Facebook e  considerou xenofóbico. Falava sobre o fechamento pela Vigilância Sanitária  de um restaurante coreano na cidade de Piracicaba, interior de São Paulo,  por ter encontrado cães no  seu freezer.

Acabei de falar com a assessoria de imprensa da Secretaria da Saúde de Piracicaba e a história dos cachorros não procede:

“No último mês a Vigilância Sanitária fechou dois restaurantes coreanos na avenida Carlos Botelho [região de barzinhos e restaurantes da cidade]. Um no dia 27 de outubro. Outro, em 7 de novembro. Os dois foram fechados por falta de documentação para funcionar. Nada a ver com cachorro. A Vigilância Sanitária encontrou ainda outras irregularidades, mas nenhuma que coloque a saúde pública em risco. Só voltarão a funcionar quando estiverem com a documentação regularizada, o que ainda não aconteceu”.

E por que o boato sobre os cachorros?

“Não sabemos”, afirma a assessoria. “Talvez porque a Vigilância já lacrou outros restaurantes orientais — coreanos e chineses — por falta de higiene, alimento com validade vencida, e as pessoas fizeram essa associação.”

Esclarecido o fato, sobra a xenofobia.  Estabelecer a verdade, desmascarando as situações em que a intolerância aparece camuflada ou escancarada,  é fundamental para se combater todas as formas de preconceito.  Lucas Castro, ao questionar o texto encontrado no Facebook, permitiu que colocássemos essa história em pratos limpos.

PS do Viomundo: Numa deliciosa resenha no London Review of Books de 17 de novembro, ao tratar de um livro que fala sobre OVNIs, Jenny Diski brinca com o papel que o Outro (neste caso, os coreanos comedores de nossos cãezinhos de estimação) desempenha em nossas vidas. “Estas histórias de mundos subterrâneos ou paralelos confortaram ou aterrorizaram os seres humanos por séculos”, diz o texto. Neste caso, os “invasores” orientais parecem ter mexido com a psique de alguns moradores de Piracicaba.

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Comentários

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Alvaro Tadeu Silva

Aqui em Sampa, na região metropolitana, foi flagrado um açougue que vendia carne de cachorro para restaurantes coreanos. Essa prática exótica aos olhos nacionais, é proibida por lei. Mas quem obedece às leis? No aeroporto, a INFRAERO informa que é proibido o uso de celulares no percurso entre a sala de embarque e a aeronave, mas ninguém respeita. Quando o avião pousa, todo mundo liga os celulares e começa a jogar conversa fora. Então, que autoridade moral temos para censurar os coreanos? Em tempo: jamais entrarei em restaurante coreano, nem de graça. Se algum dia viajar para Seul, serei vegetariano por todo o tempo que estiver lá.

urbano

É o jogo do mercado. Ameaças e oportunidades diria um bom marketeiro. Ruim para as pet shops, bom para os criadores de cães de carne macia.

Exame: A baixaria de Bolsonaro no Congresso | Viomundo – O que você não vê na mídia

[…] Os coreanos que “atacam” cães de estimação […]

FrancoAtirador

http://www.spressosp.com.br
<img src="https://si0.twimg.com/profile_images/1642284832/download.3_bigger.jpg"&gt;
TUDO O QUE VOCÊ
NUNCA VAI LER
NOS JORNAIS DO PSDB
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marcus_fitz

Esses ongueiros gringos são nada menos que biocorsários, já que possuem carta de corso (respaldo) dos seus governos e principalmente de empresas trasnsnacionais.
Tudo fachada para enviar o butim para seus países de origem.
E o que é pior – têm mais autonomia (e até autoridade) nas reservas indígenas do que os próprios brasileiros.
Lamentável.

Adriana M Carvalho

continua…..
Em 1995, Frank Wolf E.U. Representante da Virgínia levantou uma polémica, afirmando que ele encontrou relatos credíveis de venda de hospitais chineses de fetos humanos para ser usado como alimento da saúde. Citando um de 12 de Abril. Artigo de 1995, Oriental Express, Um jornal diário em língua Inglês em Hong Kong, ele exigiu a administração Clinton e grupos internacionais de direitos humanos para investigar essas alegações.

Apenas um exemplo reportado em Life Advocate, de Fevereiro de 1995, em um artigo por Denise Billings, intitulado `Canibalismo Federal': 'as culturas de tecido são obtidas baixando os bebés ainda vivos em moedores de carne e os homogeneizando, de acordo com o New England Journal of Medicine.'

As revistas on line fora de Hong Kong liberaram a informação que doutores chineses estão comendo bebés abortados e vendendo crianças como comida para saúde. Os relatórios do Eastern Express de um doutor que eles entrevistaram declararam que os bebés são 'até melhores que placentas' se referindo ao valor nutricional.

Do Serviço de Notícias de Kyodo, Revista On Line Japan Economic, de Hong Kong de 12 de Abril de 1995, foi divulgado:
'"Eles podem tornar sua pele mais lisa, seu corpo mais forte e ser bom para os rins," disse a doutora da clínica da cidade chinesa meridional Sin Hua.'

Uma doutora da clínica da cidade de Luo Eu, que executou centenas de abortos, reportou ter comido 100 fetos nos últimos seis meses. Ela foi citada como dizendo que melhor eram os primogénitos machos de mulheres jovens.
'Eu os lavo com a água clara até que eles pareçam brancos transparentes e então os cozinhamos. Fazer sopa é melhor.' Ela foi citada dizendo, acrescentando, 'Eles se perdem se nós não os comermos.'

No The Daily Telegraph, Bejing, 13 de Abril de 1995, uma história por Yojana Sharma e Graham Hutchings repetiu os factos acerca do canibalismo que tomavam lugar. A venda dos bebés por valor nutricional não foi omissa.

Adriana M Carvalho

Isso é mais estranhos,
Chineses comem fetos humanos!
Em 22 de Março de 2003, a polícia de Bingyan, na província de Guangxi apreendeu 28 bebés do sexo feminino contrabandeados num caminhão de Yulin, que transportavam para Houzhou, na província de Anhui. O mais crescido bebé tinha apenas três meses de idade. Os bebés estavam acondicionados, três ou quatro para um saco e a pesarem de estarem mortos, não foram reivindicados pelos seus pais.

Na manhã de 9 de Outubro de 2004, uma pessoa vasculhando o lixo nos arredores da cidade de Jiuquan, na região de Suzhou, encontrou bebés desmembrados numa lixeira. Havia duas cabeças, dois torsos, quatro braços e seis pernas. Segundo a investigação, estes corpos não tinham mais do que uma semana de idade e tinham sido desmembrados após o cozimento.

Embora a China tenham leis que proíbem o consumo de feto humano, o regime é forçado a abortos para garantir a política de um filho único, e essa lei é rigorosamente respeitada, criando assim muitas oportunidades para esses tipos de atrocidades para que possam ocorrer.

    mfs

    Os únicos chineses que comem bebês são os vermelhos seguidores do materialismo dialético, como é sabido por todos os instruídos do planeta. A origem desse pensamento não está em F. Engels, nem em L. Feuerbach ou W. Hegel, como se possa imaginar, mas na obra do deão Jonathan Swift, A Modest Proposal for Preventing The Children of Poor People in Ireland for Being a Burden on their Parents or Country, and for Making Them Beneficial for the Publick (1729).

Adriana M Carvalho

Não séria nem o 1º e nem o último restaurante coreano a ser fechado por vender carne de cachorro, com relação as 5000 famílias vindo da coreia para trabalhar em Piracicaba é verdade?, porquê se for, é pior do que vender carne de cachorro!.

    FrancoAtirador

    ÉPOCA NEGÓCIOS

    Sucursal da Coreia

    Piracicaba, no interior de São Paulo, vive uma revolução na economia e no comércio desde a chegada da Hyundai – e das 26 empresas coreanas que a montadora trouxe na bagagem

    Por Daniela Almeida

    Coreano sempre segue coreano. É cultural. A Hyundai, por exemplo, só espichou os olhos para Piracicaba, no interior de São Paulo, depois de ver ali a bem-sucedida trajetória do grupo CJ Corp, que investiu R$ 80 milhões para fabricar um insumo usado em ração animal. Entusiasmada com o histórico da compatriota – e com os generosos benefícios fiscais concedidos pela prefeitura local –, a montadora elegeu a cidade paulista como destino do quase R$ 1 bilhão reservado para sua nova fábrica no Brasil. Como coreano sempre segue coreano, 26 empresas vieram no rastro da Hyundai – de fornecedoras de autopeças a construtoras especializadas em linhas de montagem. Aí o comércio de Piracicaba entrou na onda, seguindo o dinheiro dos coreanos que desembarcaram na cidade para colocar de pé o parque automotivo. Desde que começaram as obras da nova fábrica, a vida na cidade mudou. Hotéis adaptaram-se aos gostos e manias dos novos habitantes; escolas de idiomas apressaram-se em ensinar português aos coreanos e a lecionar coreano básico aos brasileiros que buscam uma oportunidade de emprego; restaurantes mudaram a decoração e o cardápio para satisfazer a clientela oriental e até nas construções já é possível ver Josés e Joões dividindo espaço com Lees e Parks. Piracicaba tornou-se, nos últimos meses, uma espécie de sucursal da Coreia do Sul no Brasil.

    Cálculos da prefeitura estimam em pouco mais de mil pessoas essa primeira leva de imigrantes. É um contingente pequeno, se comparado a uma população de 364 mil habitantes, de acordo com o censo 2010. Mas quem disse que a febre vermelha para por aí? “Cidades vizinhas de Piracicaba, como Limeira e Americana, já abrigam muitas das companhias satélites da Hyundai. A expectativa é que novas empresas coreanas desembarquem na região nos próximos anos”, afirma Shin Jae Kim, sócia responsável pelo Korea Practice Group do Tozzini Freire, escritório que cuidou de todos os trâmites para a vinda da Hyundai. É uma boa notícia para a economia piracicabana, não apenas pelas perspectivas da chegada de uma nova leva de coreanos, mas principalmente pelas projeções de criação de postos de trabalho na região. Mais emprego significa mais renda e consequentemente maior consumo de bens e serviços. Em Montgomery, nos Estados Unidos, a montadora coreana fez em 2004 um investimento de US$ 1 bilhão e gerou 2 mil empregos diretos. Apenas em salários foram gastos US$ 279 milhões no primeiro ano de atividade – uma festa para o comércio local. Na planta de Piracicaba, a Hyundai investirá US$ 600 milhões (ou cerca de R$ 960 milhões) e projeta gerar 5 mil empregos diretos e 20 mil indiretos.

    http://epocanegocios.globo.com/Revista/Common/0,,…

Eduardo Vieira

Que eu me lembre o Franco Atirador, em um comentário, foi quem levantou o tema xenofobia…

    FrancoAtirador

    .
    .
    Caro Eduardo Veira.

    O mote foi dado pela Conceição Lemes no outro post.

    "O 'ataque' dos coreanos aos cães de Piracicaba
    sugerido pelo Lucas Castro, que descobriu no Facebook e considerou xenofóbico."

    Eu e os demais comentaristas argumentamos, acrescentando considerações sobre o preconceito e a intolerância praticada contra os coreanos, esses "seres alienígenas invasores de Piracicaba".

    http://www.viomundo.com.br/humor/o-ataque-dos-cor

Gerson Carneiro

Se eu fosse os coreanos eu ia soltar os cachorros em quem inventou esse estória de canino no freezer.

Lu_Witovisk

Caracoles e foi uma veterinária que postou… Agora sim, xenofobia mesmo!! E eu que fiquei horrorizada com os poloneses jogando banana em jogadores africanos contratados para jogar nos times do país. Pensava: puxa, sofreram tanto já e fazem isso com os outros…

Tá aí, brasileiro também sofre preconceito qdo sai daqui e faz dessas.

Bom, é aquela estoria né… em POmerode acham lindo o povo todo falando "auf Deutsch!", italiano em colonias do RS, polones, ucraniano e japones em colonias paranaenses.

Os árabes de Foz: que coisa! invadiram!
Os bolivianos em SP: à margem da sociedade
Coreanos e chineses: os amarelos dominarão o mundo!!! salvemo-nos!!!!

Americanos nas ONGs do norte: ahhhh vieram nos salvar!

@marisps

Ah se tivéssemos umas 100 Conceições Leme na gde imprensa! Aquilo tomava jeito até sem marco regulatório.

eusoueumesmo

Engraçado é que eu vi a denuncia compartilhada diversas vezes no facebook, mas esse esclarecimento eu não vi nenhuma vez… então o preconceito como sempre impera né….

Fernando

Eu só como cachorro se for criado por algum pequeno camponês.

Gustavo Pamplona

Qual é o problema em comer cães?

Comemos vacas (e bebemos leite também), porcos, galinhas, etc. e lembrem-se que na Índia vacas são animais sagrados

Acho que vou matar um cachorro e fazer um churrasquinho um dia desses… hahahahhhaha

    Gerson Carneiro

    Deve doer as costas como quando se come tatu (segundo os Mamonas Assassinas).

urbano

A xenofobia é uma praga dificil de enfrentar. E quem lidera nesse campo é a classe media sempre temerosa de perder sua posição na sociedade. Nada a ver com formação universitaria. Ao contrario muitos dos piores elementos nessa área tem seus estudos mas péssima formação humanista. É o preço da desigualdade crônica e dos privilégios que se sentem ameaçados.

Hans Bintje

Conceição Lemes:

Comem-se cachorros, e daí? O ser humano é versátil, como nos mostra Andrew Zimmern no programa de TV "Bizarre Foods": http://www.travelchannel.com/tv-shows/bizarre-foo

Coloque um ou dois trechos do programa no site do Viomundo e toda essa polêmica sobre os coreanos vai parecer brincadeira de criança.

Depoimento do Andrew no Brasil ( http://oglobo.globo.com/revista-da-tv/no-rio-andr… ):

"- Pesquei alguns peixes com Manoel e fui até sua casa. No fundo da rede vieram caramujos que, em Tóquio, chegam a custar US$ 100. Ele me disse que não os comia porque eram venenosos! 'Manoel, mas isso é uma iguaria!', argumentei. Então o fiz experimentar, mas não crus, porque seria forçar demais. E ele pirou, porque achou bom – conta.

Mas a famosa feijoada brasileira, o chef assegura, é o destaque de sua vinda ao Rio. Na quadra da Império Serrano, Zimmern se deliciou com o prato, classificado por ele como 'matador'. 'Também tirei fotos com as passistas', confessa, entre risos.

– Todos que encontrei na escola de samba me diziam: 'Isso é tão comum, é uma comida típica, não tem nada de mais!'. Mas comer arroz, feijão, rabo e orelha de porco, com linguiça e farofa, tomando caipirinha e no meio de um monte de gente sambando e suando, não é o que fazemos em Minnesota, Nova York ou em Tóquio – diverte-se. (…)

Alguns pratos mostrados em seu programa, diz Zimmern, de fato estão mais para culturais do que bizarros. Já outros:

– Em Samoa, comi uma espécie de larva de corais, da espessura de um fio de cabelo, com uma cor entre azul e verde. Já na Tanzânia, bebi um mingau de sangue de vaca com leite fermentado e adoçado com mel. É, não era bom."

Jair Almansur

o texto, como eu anotei, e realmente racista, em boa hora foi retirado e esclarecida a verdade

    Ana Claudia

    Da nomes dos restaurante um e brasileiro Logico e o medo do poder …O pior foi a Coreana do restaurante ter ido embora de medo de alem do preconceito o racismo isso e que e pior …..

Master Blaster

O pessoal come carne de gato na esquina e vem reclamar da carne do cachorro no restaurante coreano?

    Adriana M Carvalho

    A diferença é que, as pessoas que comem carne de gato não sabem que é carne de gato, já os coreanos sabem e até preferem!!.

    Master Blaster

    Mas aí é cultural. Judeus não comem carne de porco. Brasileiros comem. Daí podemos afirmar que em Israel a vigilância sanitária vai fechar um restaurante brasileiro que sirva um lombinho assado?

    Luiz

    Eu não como (mais) carne de porco pq tive uma congestão quando adolescente e nunca mais goste nem do cheiro. E não sou judeu e sou brasileiro. Essas coisas de generalizações é um saco.

    Marcio H Silva

    Muitos sabem sim, e é gostoso pra caramba.

Moacir Moreira

A informação precisa ser sempre checada antes de publicar…não é assim que fazem os jornalistas da globo?

    Lucas

    A notícia colocada aqui foi sobre a xenofobia, não ter encontrado ou não carne de cachorro no restaurante coreano

    Carlos Fuentes

    E que tem haver nesta história os jornalistas da Globo?

    Se noticia foi disseminada por um particular no facebook.

Lucas

Era esse mesmo o tom da mensagem, o fato é que o texto xenófobo foi rapidamente disseminado na internet (2 mil compartilhamentos no facebook), demonstrando que mesmo que de uma forma ingênua o preconceito, o medo e o repúdio ao outro parecem estar enclausurados nas pessoas, esperando o primeiro pretexto para ser exposto e disseminado desta forma ignorante

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