Para quem tinha dúvidas sobre onde a direita quer chegar

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da Redação

“Não custa lembrar que, no auge do mensalão, quando sentiu que seu mandato poderia estar em risco, o ex-presidente Lula ameaçou recorrer à força das ruas para se segurar no poder — e o MST era uma de suas escoras”, escreve a Veja na edição desta semana.

Fato. E é por isso que a direita avança no sentido de criminalizar os movimentos sociais, usando todo tipo de artimanha.

Depois do Psol, será a vez do calejado MST. As ruas, afinal, devem ficar livres apenas para a direita. Como ela reivindica para si, por exemplo, na Venezuela. Como aconteceu nos Estados Unidos, com a criminalização e a perseguição a integrantes do Occupy.

Abaixo, o discurso de João Pedro Stédile no VI Congresso do MST, em Brasília.

Nosso agradecimento à Conceição Oliveira, a Maria Frô.

Leia também:

Como a manipulação do mercado de metais enriquece os megabancos


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Comentários

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Romanelli

e a esquerda, pra onde vai ?

Será que ao invés de uma política SÉRIA, determina e limpa de MAIS moradias, educação, SEGURANÇA e infra, mais justiça ..será que ela esta se dando por satisfeita com tanta bolsa sem objetivos nem metas ?

será que este assistencialismo que ENCABRESTA pra ela esta de boa conta ?

Afinal, qual é o PRAZO, quais são as metas, o que fazer com os desvios e os que desviam ?

e sobre a reforma política e a desproporção representativa tá tudo bem ..será mesmo que o pais comporta 5,5 mil municípios dos quais metade sequer se sustenta ? ..será que a INDEXAÇÃO corporativa, inclusive dos sindicados, pode dar uma régua a bem do país ? ..e o rombo da previdência, o excesso de benefícios pra continuarmos a manter uma população preguiçosa sempre em crescimento pra mantermos o modelo insustentável e que atenta contra o planeta e outros seres, aqui tá tudo bem ?

Que tal discutirmos temas ao invés de ficarmos fingindo estes gritos de guerra ?

Pedro

Jabour hoje leu a Ordem do Dia: http://cbn.globoradio.globo.com/comentaristas/arnaldo-jabor/ARNALDO-JABOR.htm

renato

Meu Deus…
Sem Terra de Zé Ramalho.

A bandeira vermelha se moveu
É um povo tomando posição
Deixe o medo de tudo pra depois
Puxe a faca, desarme sua mão
Fique muito tranqüilo pra lutar
Desamarre a linha da invasão
A reforma está vindo devagar
Desembocar no rio da razão
Disparada de vacas e de bois
É o povo tomando posição
É o povo tomando direção

Link: http://www.vagalume.com.br/ze-ramalho/sem-terra.html#ixzz2taTUahvW

amira

Bom, se essa porra vai vigorar, quero que a primeira manifestação a ser enquadrada aí seja a marcha da familia com deus pela liberdade que está sendo organizada em sao paulo. Como faço pra denunciar?

Bonifa

Criminosos agem impunemente na “imprensa” do Brasil. São criminosos piores que quaisquer outros, pois seu objetivo é assassinar aos poucos a nascente e frágil democracia brasileira. Com muita facilidade e efeitos especiais, eles falam de modo convincente ao ouvido do povo indefeso. E podem até convencer os inocentes incautos de que a celebração de uma simples missa foi, de fato, um escabroso culto satânico. A Veja e a Globo são os generais deste exército de criminosos.

Zanchetta

A nova lei vai ser mais ou menos assim:
Parágrafo I – Será considerada terrorista toda e qualquer manifestação que os seguintes dizeres apareçam:
I – Fora Dilma
II – Abaixo o PT
III – Não vai ter Copa
IV – Cadeia para os mensaleiros
Parágrafo II – Não será considerada terrorista nenhuma manifestação dos Movimentos Sociais e Sindicatos, mesmo que acabem em pancadaria e que PM´s sejam atingidos( neste caso os manifestantes serão incentivados a tal).
Além dessas, se tiverem os seguintes dizeres:
I – Abaixo Alckmin
II – Cadê o Trensalão
III – Vamos quebrar a espinha dorsal do Governador que está aí.
serão consideradas expressão legítima da população e não podem ser criminalizadas.

    abolicionista

    A propósito, cadê o trensalão? Um escândalo de corrupção atinge a casa do bilhões e ninguém vai preso?

    Robinson Dias

    Somente pessoas que ainda não sabem onde é o Brasil pode dizer tanta m…… assim……..Viva a democracia.

Apavorado com a cara-de-pau humana.

Os fascistas não dormem. Quem dorme é o povo.

a- por que é que neste final e semana jornalecos do interior de São Paulo publicavam um artigo do CRM do Recife contra o Mais Médicos?
b- por que é que Centrais sindicais do comércio alinham à direita tirando poder da velha (e falha, claro….) CUT e se alinhando à direita de S. Paulo? qual o presentinho?

Acorda e se uma, povo….

    Apavorado com a cara-de-pau humana.

    ….. e una-se…..

Isidoro Guedes

Muitos não gostam dos movimentos sociais e o mais visado de todos eles é o MST. O MST nem sempre age dentro dos limites da “ordem burguesa” e por vezes comete erros e equívocos de organização e de ação, às vezes faz besteiras, claro. pois nas trincheiras de luta os equívocos também fazem parte dessa luta, e servem como exemplo para avançar rumo aos objetivos com menos erros e mais acertos. Não obstante é um movimento essencial para corrigir as injustiças e desigualdades sociais seculares em nosso país.
A luta para democratizar o acesso a terra (coisa que os EUA fizeram logo após sua independência) ainda é uma luta inglória, quase um tabu, e por aqui ainda é vista como coisa de comunista. Entretanto tudo o que foi conquistado só o foi porque o MST existe e porque sindicatos rurais e Ligas Camponesas iniciaram essa luta no passado.
Bem que tentaram destruir a organização campesina, como tentam criminalizar o MST dia após dia nesses seus 35 anos de existência, mas é bom que se saiba que sem MST e sindicatos rurais a luta pela terra e por justiça no campo (e nas cidades) não avançaria. Afinal nenhum avanço social vem de mão beijada e sem luta ou esforço para sua concretização.
Aos que não gostam do MST é bom que se saiba que a reforma agrária sempre caminhou a passos de tartaruga no país. É bom que se saiba que a concentração fundiária em nosso país ainda é elevadíssima. Que o trabalho semi-escravo no campo ainda é uma realidade. Que a grilagem de terras para especulação fundiária promovida até por grandes corporações do agronegócio ainda é um negócio criminoso.
O MST só existe porque não tivemos ainda uma reforma agrária efetiva e justa. Uma democratização da terra. Mais crédito e mais atenção para a agricultura familiar, para os pequenos agricultores, para os pequenos produtores que colocam comida na nossa mesa.
Nossa reforma agrária segue ao sabor dos ventos. Com mais recuos que avanços infelizmente. Enquanto a concentração de terras e a desigualdade no campo perpetua-se.
O MST é a resposta, em forma de organização dos camponeses e dos sem terra, para os que negam terra e dignidade para as massas campesinas, que não querem continuar semi-escravizadas.
A “democratização” das terras no nosso país não pode continuar se dando apenas através dos cemitérios. Tem que ser uma política com foco no sentido de desafogar as cidades de grandes contingentes populacionais, levando de volta para o campo aqueles que estão dispostos a produzir e a contribuir de forma solidária e não apenas mercadológica para o desenvolvimento do Brasil.

    Zanchetta

    “O MST nem sempre age dentro dos limites da “ordem burguesa””

    Como alguém que diz isto pode atacar os black blocs “Não vai ter Copa”????

Homo Sapiens Demens

Se alguém tem dúvidas… a Direita não aceitará a continuidade de um Governo popular e democrático. Tentaram o golpe branco no primeiro mandato de Lula, mas agora as forças reacionárias fascistas estão por toda parte. A mídia publica o que quer; essa matéria da Veja é um exemplo, a covardia se apoia em liberdade de imprensa. Não é só a Rede Goebbels, as demais TVs sediadas em SP também pertencem ao PiG. Se alguém tem dúvidas que dias negros virão é melhor preparar-se para luta!

    Valdci Elias

    Nem estou com Medo, nem estou Cansado. Em outubro vou votar em Dilma, em apoio as mudanças que ocorreram no Brasil.

Francisco

Passeata de MST tem dia, horário, roteiro e temática discutida com a segurança pública. Passeata do MST é padrão FIFA.

Black Bloc divulgou (ou alguém se passando por ele) vídeo dizendo que delegações da Copa podem ser “atacadas” (!) se “reivindicações” (!) não forem atendidas.

“Delegações atacadas”? Virou luta armada? Luta armada contra quem? Contra um governo eleito? Tá doido?

“Reivindicações”? Quais? Botar grana na saúde já foi feito (do pré-sal e das emendas parlamentares), investimento em educação idem. Que reivindicações? Toddynho na cama? Q-Suco de uva?

Dilma, a hora de meter esses sem-noção na cadeia é agora…

    Leo V

    Vamos falar sério,

    qualquer um pode dizer que vai atacar o pentágono e assinar como “black bloc”.

    Vamos parar de acreditar no papai noel e colehinho da páscoa.

    Até hoje, e não digo nem no Brasil, mas no mundo, quando um black bloc atacou pessoas, quando propôs atacar pessoas? Nunca.
    Confronto com polícia ou declarados neonazistas (na Europa por exemplo), acontecem. Só.

    O resto é desinformação ou contrainformação, do tipo que guerra fria, quando diziam que comunista comia criancinha.

Flavio Lima

O MST é cascudo, e esse tipo de ataque não vai destrui-los, ja passaram por copisa pior.

Leo V

Nota Pública Sobre os Acontecimentos na Central do Brasil

O ato contra o aumento das passagens, realizado no dia 06 de fevereiro de 2014, contou com a presença de mais de três mil manifestantes, reunindo uma pluralidade de pessoas e movimentos diversos. O protesto dava sequência aos atos anteriores, nos quais manifestantes, trabalhadores e usuários do transporte público reivindicavam o barateamento da tarifa e o melhoramento do transporte público, por meio de um catracaço realizado na estação Central do Brasil. Diferentemente das duas ocasiões anteriores, a polícia dispersou a multidão de forma truculenta, com bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo, que foram amplamente utilizadas contra todos os que se encontravam nas imediações da estação Central do Brasil naquele momento, sendo estes manifestantes, usuários do transporte e mesmo transeuntes desavisados.

Por conta da atuação policial, a situação rapidamente se tornou caótica, culminando na morte de duas pessoas. Nesse mesmo dia presenciamos o atropelamento e morte de Tasman Accioly e o grave ferimento que vitimou Santiago Ilídio Andrade, cinegrafista da Rede Bandeirantes de Televisão. Diante do ocorrido, nós, abaixo assinados, prestamos solidariedade às vítimas, suas famílias e amigos, e lamentamos profundamente a situação que levou aos dois acidentes. Entendemos que tais perdas representam tragédias pessoais, pois cada vida deve ser valorizada de maneira igualitária, e também coletivas, pois dizem respeito a todos nós que estamos nas ruas. Dessa forma, para que estas e outras tragédias não sigam acontecendo, nos sentimos na obrigação de levantar alguns pontos importantes para reflexão:

1) Desde o início dos protestos, o direito à reunião, à opinião e à livre manifestação (legítimos e amparados pela Constituição Federal de 1988) tem sido severamente atacado, por meio do uso abusivo da força policial, que conta com o respaldo de outras instituições públicas e privadas. Apesar de ser responsável direto por dezenas de mortes e centenas de pessoas feridas com gravidade, em atos cuja intencionalidade foi clara, o poder público e empresarial quer transferir a responsabilidade pela violência àqueles que estão nas ruas lutando por melhores condições de vida e por mais democracia. Está muito claro que a violência que agora aparece é resultado dos arranjos de poder costurados antes. As estratégias adotadas pelo governo e pela grande mídia corporativa para reprimir as manifestações só vão produzir as condições para que a violência se agrave ainda mais no futuro.

As manifestações sempre se pautaram pela contestação ativa à forma de atuação de governantes e empresários na gestão do país e da cidade do Rio de Janeiro, no sentido de jamais ter o objetivo de causar risco à vida de quem quer que seja. Uma semana antes, dois atos puxados pelos manifestantes contra o aumento abusivo das passagens ocorreram sem maiores transtornos. Qual a diferença entre eles e o de quinta-feira, 06 de fevereiro? Nós respondemos: o massacre perpetrado pela PMERJ na Central do Brasil na última quinta-feira, que estendeu o conflito a toda a região do Centro e aos trabalhadores que por ali passavam no momento. Jamais os manifestantes visaram atingir quem quer que fosse.

O que ocorreu com o jornalista da Rede Bandeirantes de Televisão Santiago Andrade, bem como a morte do vendedor ambulante Tasman Accioly, foram fatos inaceitáveis ocasionados por um conflito violento que não desejamos e SOBRETUDO QUE NÃO INICIAMOS. As responsabilidades devem ser tratadas com seriedade e respeito aos direitos de todos os indiciados ou acusados, sejam eles policiais ou manifestantes. Repudiamos todo julgamento prévio e o linchamento público que dele resulta.

2) A violência e o assassinato fazem parte do repertório político do Estado na tentativa de controlar a população e impedir manifestações populares. Vale lembrar que, desde junho de 2013 foram pelo menos 25 mortos[1] em decorrência direta da ação da polícia contra as manifestações e os manifestantes. Segundo dados da Abraji[2], apenas em 2013 foram 114 jornalistas feridos nas manifestações, a grande maioria deles atingida por artefatos e golpes de policiais militares. Recordamos ainda que esses números se referem somente às agressões que foram registradas, podendo a quantidade ser ainda maior, pois por medo de perseguição política muitas agressões acabam não sendo denunciadas. Todavia, nenhum dos feridos nas manifestações, dentre os quais o fotógrafo Sérgio Silva que perdeu um olho ao tomar um tiro de bala de borracha disparado pela polícia, mereceu qualquer retratação por parte do Estado, nem a mesma atenção por parte da mídia corporativa. Os policiais envolvidos nas agressões não foram responsabilizados pelos atos de violência e as investigações não foram levadas adiante. Nesse mar de atrocidades, porque dar exclusividade ao caso de Santiago? Essa tragédia não pode servir como pretexto para uma repressão ainda maior ao exercício dos direitos políticos. Ou assumimos todos a luta pela democracia ou corremos o risco de ver o Estado de exceção e a violência se tornarem o único horizonte político.

3) A violência que ocorre contra as manifestações é também semeada pela mídia. Quem se lembra, por exemplo, quando em julho de 2013, por ocasião da visita do papa ao Rio de Janeiro, a Rede Globo de Televisão editou imagens e acusou, de modo leviano e irresponsável, o ativista Bruno Ferreira Telles de ter atirado um “coquetel molotov” contra a polícia? Em seguida, no entanto, foram levantados fatos e convincentes indícios, por iniciativa exclusiva dos demais manifestantes, de que: a) o artefato havia sido atirado por um policial infiltrado (P2), fato jamais esclarecido pelo Estado ou pela referida rede de televisão; b) que toda a edição de imagens da Rede Globo era falsa, quando não abertamente mentirosa e, por isso mesmo, criminosa; c) que as acusações faziam parte de uma estratégia da empresa de comunicação em parceria com o governo do Estado para criminalizar e desacreditar o movimento. Mais ainda: quem se lembra da atuação do Promotor Público em entrevista à referida emissora, condenando sem provas e totalmente fora de seu campo de atuação um manifestante por “tentativa de homicídio”? Ainda aguardamos os pedidos de desculpas da emissora da família Marinho e do agente público em questão pela exploração leviana e vil desses episódios. A mesma que vemos agora envolvendo novamente a Rede Globo de Televisão e o delegado responsável pelo caso Santiago. Lembremos, ainda, do caso grotesco do morador de rua Rafael Vieira, o primeiro condenado durante as manifestações, que segue preso por portar uma garrafa de desinfetante e outra de água sanitária.

A cobertura da grande imprensa não se orienta pelo esclarecimento dos fatos, mas pela intervenção política e a intenção de acuar e demonizar os protestos, com o intuito de manter salvaguardados seus interesses e os dos seus sócios. Desde pelo menos a ditadura empresarial-militar de 1964 que a Rede Globo de Televisão faz o duplo papel de parte envolvida no conflito e de juíza desse mesmo conflito: declara-se imparcial, mas defende a atual política de transportes – incluindo o aumento rejeitado pelo relatório do tribunal de Contas do município TCM – e atua desde junho de 2013 para criminalizar e desqualificar o movimento.

4) Os acidentes envolvendo jornalistas também são responsabilidade das empresas de comunicação. Reiteradamente assistimos a negligência dessas quanto à segurança de seus empregados. Quando as empresas agora expressam pesar, como no caso do jornalista Santiago Andrade, da Rede Bandeirantes de Televisão, é com cinismo que o fazem, pois nunca se importaram com a vida da população ou com a segurança de seus funcionários. A Rede Bandeirantes de Televisão enviou o jornalista Santiago Andrade sem qualquer Equipamento de Proteção Individual (EPI) – conforme prevê a Norma Reguladora n. 06[4] – para a linha de frente de um conflito marcado desde o início pela violência do Estado. Vide ainda o caso do jornalista Tim Lopes, morto pelas mãos de traficantes armados, mas enviado para eles pela empresa que o contratava, a Rede Globo de Televisão, da família Marinho, segundo afirma a própria viúva de Tim[3].

5) A violência estatal e empresarial também marca a realidade carioca do serviço público de transporte. Recentemente, três trágicos acidentes automobilísticos e ferroviários abalaram a cidade do Rio de Janeiro: um ônibus da viação ‘Paranapuan’ despencou de um viaduto próximo à Ilha do Governador, em abril de 2013, matando 09 pessoas, após um passageiro agredir o motorista que, sozinho, tinha que contê-lo, dirigir o ônibus e ainda fazer as vezes de trocador, tudo ao mesmo tempo; no dia 22 de janeiro de 2014 um trem da Supervia descarrilou, ocasionando grande transtorno aos usuários, que não receberam a devida assistência da concessionária e tiveram que caminhar pela via férrea, correndo o risco de serem atingidos por outros trens; finalmente, no dia 28 de janeiro último, um caminhão a serviço da prefeitura atingiu uma passarela na Linha Amarela, que por causa do impacto acabou despencando, e matou cinco pessoas e feriu outras tantas. Tais casos, envolvendo falta de segurança, negligência na manutenção dos transportes e precárias condições de trabalho – a dupla função no caso do motorista de ônibus – não receberam maiores atenções por parte da mídia ou do Estado, nem tiveram averiguadas as responsabilidades em questão. Quando se trata de agentes econômicos poderosos e dos governantes municipais e estaduais, nenhum perito é convidado a falar, e a corda arrebenta sempre, invariavelmente, do lado mais fraco. Então perguntamos: a vida dessas pessoas não vale uma investigação? Essa violência brutal, fruto dos arranjos mafiosos em torno do sistema de transportes não possuem responsáveis? Onde está a CPI dos ônibus? Quem mandou engavetá-la? E com que fim?

6) Por tudo isso, não vamos aceitar o clima de guerra que o Estado e a Rede Globo de Televisão mais uma vez tentam nos impor. Eles, que sempre plantaram o medo e a violência, que não sabem lidar com a contestação que a multidão pratica nas ruas, são os únicos beneficiários dessa política do medo e da violência. Nesse sentido, talvez seja oportuno recuperar o motivo pelo qual estamos nas ruas, e também as razões pelas quais as manifestações cresceram e se massificaram.

Contra a violência cotidiana dos transportes, pela tarifa zero e uma vida sem catracas; contra a violência cotidiana do Estado e sua polícia, a desmilitarização e a paz dos muitos que saem às ruas; contra a violência cotidiana da mídia, pela valorização da resistência que é condição para qualquer democracia digna desse nome; contra a violência dos grandes eventos e a cidade-mercado, a luta da população que cria e recria o Rio de Janeiro e que resiste nas redes e nas ruas.

Não adianta governos e a prefeitura tentarem calar a voz das ruas com tropa de choque e ataques mafiosos, incluindo ameaças de prisão em massa e a manipulação das informações pela mídia corporativa. Exigimos a revogação do aumento do preço das passagens de ônibus, sua redução imediata para R$ 2,50, conforme recomendação do Tribunal de Contas do Município, e a abertura de um amplo debate sobre a tarifa zero. A resistência da população que luta é a única possibilidade de atingirmos uma real democracia, que só pode se dar de fato por meio da participação popular na gestão pública. Nas ruas, buscamos a todo custo praticar a democracia que defendemos. Não fazemos projetos mentirosos nem vendemos esperança de dias melhores para a população. A democracia que pregamos é a mesma que rege o funcionamento horizontal de catracaços, assembleias, grupos e eventos coletivos. Se há um traço capaz de unir pessoas e grupos tão diferentes é a alegria por compartilhar a construção de uma cidade mais democrática; a coragem de enfrentar o medo e lutar por um Rio de Janeiro mais colorido e, por isso mesmo, pacífico; é o amor pelo outro que nos leva a correr riscos nessa caminhada. E é exatamente por lutarmos pela vida – nossa e dos outros e outras pelas ruas – que não podemos deixar passar tamanha manipulação e oportunismo em torno da morte do cinegrafista Santiago Andrade e o absoluto silêncio diante de todas as outras perdas, sobre as quais a mídia, por conveniência, silenciou. Chega de Amarildos. Aqui ninguém fica pra trás!

[1] Disponível em: http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2014/02/528893.shtml

[2] Disponível em: http://portal.comunique-se.com.br/index.php/comunicacao/73121-policia-e-responsavel-por-75-das-agressoes-a-jornalistas-revela-levantamento-da-abraji

[3] Disponível em: http://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/a-omissao-da-tv-globo-no-caso-tim-lopes

[4] Norma Reguladora n. 06 do Min. Do Trabalho e Empego. Disponível em: http://portal.mte.gov.br/data/files/FF8080812DC56F8F012DCDAD35721F50/NR-06%20(atualizada)%202010.pdf

Subscrevem a nota:

Assembleia do Largo – RJ

Movimento Passe Livre – Rio (MPL-RJ)

Assembleia do Meier – RJ

Aldeia Maracanã – RJ

Articulação de Mulheres Brasileiras – BR

Associação dos Especialistas em Políticas Públicas do Estado de São Paulo (AEPPSP) – SP

Autônomos & Autônomas FC – SP

Casa da Cultura Digital de Porto Alegre – RS

Campanha Reaja ou Será Morta, Reaja ou Será Morto – BA

Cátedra de Integración Latinoamericana (membros de vários países latinoamericanos)

Central de Midiativismo e Cobertura das Manifestações – BR

Centro de Etnoconhecimento Socioambiental Cayuré (CESAC – RJ)

Cine Ataque – RJ

Cinegrupo Subúrbio em Transe – RJ

Coletivo Das Lutas – RJ

Coletivo DAR – Desentorpecendo a Razão – BR

Coletivo de Mobilização Estudantil – Santos/SP

Coletivo Ilha do Governador (ColIG) – RJ

Coletivo Nascedouro – CE

Coletivo Regional de Estudantes de Psicologia do Estado do Rio de Janeiro (PSI-Rio)

Coletivo Resistência Popular Zona Oeste II – RJ

Coletivo Projetação – RJ

Coletivo Tarifa Zero Goiânia (TZ-GO)

Coletivo Tarifa Zero Salvador – BA

Comitê Popular da Copa – SP

Comitê Popular da Copa e das Olimpíadas – RJ

Coletivo Zona Oeste II – (CZO II) – RJ

Espaço Autônomo Casa Mafalda – SP

Espaço Livre de Educação Popular da Providência (ELEPP-RJ)

Fórum de Apoio Mútuo das Favelas – RJ

Fórum Jovens Pensadores – Santos/SP

Fórum Social de Manguinhos – RJ

Justiça Global – BR

Laboratório de Direitos Humanos de Manguinhos – RJ

Mídia Independente Coletiva (MIC-RJ)

Mídia Independente Linhas de Fuga – RJ

Mídia Ninja – RJ

Mídia Popular – RJ

Mídia Q – RJ

Movimento de Organização de Base (MOB-RJ)

Movimento Passe Livre – Florianópolis (MPL-Floripa)

Movimento Passe Livre – Niterói (MPL-Nit)

Movimento Passe Livre – São José dos Campos (SP)

Movimento Passe Livre – São Paulo (MPL-SP)

Movimento Passe Livre – São Luís (MA)

Movimento Unido dos Camelôs (MUCA -RJ)

NasRuas – Santos/SP

Núcleo de Criação de Pautas/JPA – RJ

Nucleo Libertário Anarquista (NULA – SP)

Ocupa Alckmin – SP

Ocupa Alesp – SP

Ocupa Cabral – RJ

Ocupa Lapa – RJ

Ouvidoria-Geral da Defensoria Pública de São Paulo – SP

Organização Popular (OP-RJ)

Paêbirú Realizações

Partido Pirata – RJ

Protetores de Animais do Complexo do Alemão (PACAl – RJ)

Quilombo Xis – Ação Cultural Comunitária – BA

Rede Fale – RJ

Rede Universidade Nômade – BR

Revista Vaidapé – SP

Serviço de Assessoria Jurídica Universitária – Saju – UFRGS (RS)

Tarifa Zero – BH

UniGaroa – SP

Anchieta

Eu estava no Congresso dos 30 anos do MST, como Convidado, Representando a Articulação no Semiárido Brasileiro. Foi um rico momento de análise e reflexão sobre a caminhada desse grande movimento, formado por camponeses e camponesas de todas as idades e de todos os recantos do Brasil.Durante 4 dias de debates e atividades, Muitas Forças Vivas da Sociedade, como a Igreja Católica, representada por Dom Guilherme, da CNBB,Representantes do Conselho Nacional das Igrejas Cristãs (CONIC,), MOVIMENTO SINDICAL,REPRESENTANTES POLÍTICOS DA BASE DO GOVERNO E DA OPOSIÇÃO, MOVIMENTOS JUVENIS, DO CAMPO E DA CIDADE, DELEGAÇÕES INTERNACIONAIS DE INÚMEROS PAÍSES, MANIFESTARAM SEUS AGRADECIMENTOS AO MST, PELO EXEMPLO DE LUTA ORGANIZADA EM FAVOR DA QUEBRA DO MONOPÓLIO HISTÓRICO DA POSSE DA TERRA NO BRASIL E, MAIS DO QUE ISSO, PELA CONTRIBUIÇÃO NO CAMPO DA EDUCAÇÃO, SEGURANÇA ALIMENTAR E TANTAS OUTRAS INICIATIVAS NA BUSCA DE DIREITOS E DE VIDA DIGNA. A IMPRENSA BURGUESA, INFELIZMENTE NÃO VIU NADA DISSO. NÃO VIU TAMBÉM AS 800 CRIANÇAS QUE FORAM DAR AULA DE CIDADANIA NO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO; NÃO VIU A MARCHA ORDEIRA E CIVILIZADA DOS MAIS DE 15.000 PELAS RUAS DE BRASÍLIA. NÃO VIU QUE OS AGRICULTORES E AGRICULTORAS SÓ QUERIAM,AO FINAL DA MARCHA, FINCAR NO GRAMADO DO PODER CENTRAL, CRUZES SIMBOLIZANDO OS MAIS DE 1.600 CAMPONESES E SUAS LIDERANÇAS MORTAS NOS ÚLTIMOS ANOS, POR DEFENDEREM ESSAS JUSTAS BANDEIRAS, EM FAVOR DE VIDA DIGNA.NÃO VIU QUE A POLÍCIA DO CONGRESSO, DE FORMA TRUCULENTA E AUTORITÁRIA, IMPEDIU QUE ESSA SIMBOLOGIA FOSSE FEITA NO GRAMADO DAQUELE ESPAÇO PÚBLICO. A IMPRENSA BURGUESA E MÍOPE SÓ VIU AMEAÇAS À “DEMOCRACIA”, SÓ VIU POLICIAIS “INOCENTES” SENDO AGREDIDOS POR “PERIGOSOS” E REVOLUCIONÁRIOS DO CAMPO EMPUNHANDO SUAS BANDEIRAS VERMELHAS. SÓ TENHO A LAMENTAR ESSA IMAGEM PINTADA ELA GRANDE MÍDIA, REFORÇANDO O CASAMENTO PERFEITO ENTRE UMA EDUCAÇÃO PARA O MERCADO,COMBINADA COM OS GRANDES INTERESSE ECONÔMICOS DA CLASSE DOMINANTE , DE DENTRO E DE FORA DO BRASIL. CONCLUO LEMBRANDO O SAUDOSOS EDUCADOR NORDESTINO, BRASILEIRO E ALÉM FRONTEIRA, PAULO FREIRE: ” O MEU SONHO É VER O BRASIL SEMPRE EM MARCHA.

José de Anchieta de Assis
Cáritas Brasileira e ASA BRASIL

    Conceição Lemes

    Anchieta, letras minúsculas nos comentários, por favor. abs

    Bonifa

    A “imprensa burguesa” não é míope, Anchieta. Ela sabe muito bem o que quer. E sabe que o MST é uma pedra do caminho do seu golpe de Estado. As mentiras desta imprensa são armas, e são armas muito poderosas. Quais são as armas da democracia sem voz?

abolicionista

O Stédile é a voz mais lúcida na vida política brasileira.

    abolicionista

    Se existe alguma chance de democracia no Brasil, ela vem daí.

    Luís Carlos

    Concordo.

    FrancoAtirador

    .
    .
    Também.
    .
    .

abolicionista

Partilho da mesma opinião. Acho que a ideia é tirar da rua todas as forças da esquerda organizada, para que os pequenos grupos da direita golpista possam arrebanhar a massa de manifestantes. Mesmo que não consigam um golpe, conseguem capturar as pautas da manifestação ou direcioná-las para um propósito eleitoral: fazer despencar a aprovação de Dilma e arrancar mais votos do PT. Enquanto isso, a presidenta aprova a lei Antiterrorismo. Em termos eleitorais, isso equivale a apontar uma arma contra a própria cabeça. Em termos de democracia, isso significa apontar uma arma da PM para a cabeça de cada cidadão brasileiro.

Leo V

Pois é, está sendo preciso desenhar isso pros governistas, que vieram com a mesma sanha da direita de criminalizar as manifestações da juventude urbana. Numa falta de perspectiva histórica e ingenuidde política sem tamanho.

Editorial do Globo dessa semana já tinha como título “Quando MST encontra os black blocs”.

Era difícil enxergar que os black blocs eram só os primeiros da lista?

    Luís Carlos

    O MST sempre foi criminalizado. Não é de agora.
    O PT vinha sendo crimininalizado. Ou o que foi a AP 470, e todos editoriais, matérias e posições de ministros do STF dizendo que PT é antro de bandidos? Enquanto isso, muitos aplaudiram e apoiaram a criminalização do PT.

    francisco niteróieme

    Vemos ate certos exemplos aqui:
    http://esquerdopata.blogspot.com.br/2014/02/e-hora-de-defendermos-os-bravos.html

    Leo V

    Errado quem aplaudia de pé a condenação na AP 470, e errado quem se juntou ao PIG pra criminalizar manifestação. Um erro não justifica o outro.
    Aliás, se teve alguem da esquerda que aplaudiu condenação do “mensalão”, era só gente de dentro do PSOL (e certamente não todos).

    O MST sempre foi criminalizado. Andava meio esquecido. Mas agora como a criminalização dos black blocs está parcialmente colando (com ajuda do governo), tentam criminalizar igualmente todo o resto dos movimentos sociais e até intelectuais.
    Mas é exatamente pelo MST ter sido sempre criminalizado dessa forma, com todas as difamações, e calunias e mentiras possíveis pela grande mídia, que não faz sentido quem apoia MST cair na mesma ladainha da grande imprensa sobre outros grupos e movimentos sociais.

    Bonifa

    Concordamos quase inteiramente, Leo. Mas convenhamos que é muito mais difícil para a direita fazer um trabalho de infiltração nos jovens movimentos nascentes que no calejado MST. O MST infunde solidez, segurança e objetividade, por isso mesmo sofre ataques muito bem elaborados como este da revista Veja. A direita tem excelentes profissionais da manipulação em informação. É preciso entender que a infiltração é uma das grandes armas da direita. Mas identificar gente infiltrada que deseja direcionar movimentos sociais para alvos circunstanciais que lhes interessam para posterior manipulação é muito difícil, sempre foi.

    Bonifa

    “…que é muito mais difícil para a direita…”. Na verdade, estávamos querendo dizer muito mais fácil, em lugar de mais difícil.

    abolicionista

    A escalada do sectarismo prenuncia toda ascensão do autoritarismo. Percebo equívocos em ambas as posturas. Por um lado, há a ilusão de que um movimento que utiliza estratégias “horizontais”, que levou às ruas uma revolta genuína, mas pouquíssimo autoconsciente (basta ter participado ou ver as entrevistas da mídia ninja para se dar conta das saladas ideológicas que a gente encontrava nas manifestações), possa conseguir evitar os riscos ser capturado por uma direita poderosa, altamente organizada e coesa (que agradece quando escuta lemas como “mudar o mundo sem tomar o poder”, respondendo “OK, deixem o poder com a gente e façam seu show de democracia por aí”). Por outro, vejo um formalismo retrógrado, francamente decadente que insiste em alijar do espectro político todos os que não se encaixem naquilo que podemos chamar de o modelo platônico do proletário ideal (trabalhador de fábrica sindicalizado, politizado etc), reafirmando, com isso, a própria desigualdade que alega combater. Tem sociólogo da USP que alega que, para combater a desigualdade, basta aumentar o salário mínimo. É só pensar no crescimento exponencial do trabalho precarizado para perceber que precisamos rever esse tipo de diagnóstico. Acho que o MST é um dos movimentos que escapa dessa avaliação, é o nosso grande movimento social, sem sombra de dúvida. Ao fim e ao cabo, talvez fique por conta da direita unificar, debaixo do martelo, as metades cindidas da esquerda brasileira.

Fabio Passos

A “elite” branca e rica quer impedir que a massa fubecada proteste…
Os grã-finos vagabundos querem roubar o povo trabalhador sem ouvir criticas.

O PiG, máquina de propaganda da casa-grande, despreza o povo brasileiro.
E a PM é o PiG armado!
São inimigos do povo… e assim devem ser tratados.

roberto

o PT tem que descer do muro,ninguem agrada deus e o diabo ao mesmo tempo,ou ele está com o povo ou o povo não vai socorre-lo na hora que a direita tentar remove-lo, é simples assim.

    Regina Braga

    maravilha de comentário!

    mineiro

    concordo e assino em baixo, ninguem agrada a deus e ao diabo. mas o pt pelo jeito ta tentando, passou quase 4 anos do governo dilma e eles insitem na mesma coisa. eu ja varias vezes sem os movimentos sociais o pt é morto, mas os tragados e tucanados do pt acham que nao. na hora do vai o racha ai eu quero ver se os bernardos , os zes cardosos e outros mais tucanos vao botar a cara a tapa. eu ja disse acorda pt antes que seja tarde demais. abandonou os movimentos sociais é nisso que da , vai pedir para o pig golpista de ajudar pt?

    Bode do Lula

    ocorre que os movimentos sociais legitimamente de esquerda não precisam sair nas ruas, basta pedir audiência que as suas reinvindicações serão prontamente atendidas. Como fez o MST só deu mais pano para direita, pois infiltrados sentaram o porrete em PM culpando o movimento

    renato

    perfeito!! a direita vai chegar aonde q

    renato

    Aonde a direita quer chegar (trazida pela mão do pt)

marco

A Veja!Panfleto mal escrito,da DIREITA!Mas, com a quantidade de leitores que tem,vai fazer um baita estrago.O Stédile vai ter de tomas calmantes para dormir!

    FrancoAtirador

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