Mino Carta: “Nunca escrevi uma única, escassa linha para louvar os torturadores da ditadura”

Tempo de leitura: 9 min

por Mino Carta, em CartaCapital

É do conhecimento até do mundo mineral que nunca escrevi uma única, escassa linha para louvar os torturadores da ditadura, estivessem eles a serviço da Operação Bandeirantes ou do DOI-Codi. Ou no Rio, na Barão de Mesquita. E nunca suspeitei que a esta altura da minha longa carreira jornalística me colheria a traçar as linhas acima. Meu desempenho é conhecido, meus comportamentos também. Mesmo assim, há quem se abale a inventar histórias a meu respeito. Alguém que, obviamente, fica abaixo do mundo mineral.

Não me faltaram detratores vida adentro, ninguém, contudo, conseguiu provar coisa alguma que me desabonasse. Os atuais superam-se. Um deles se diz jornalista, outro acadêmico. Pannunzio & Magnoli, binômio perfeito para uma dupla do picadeiro, na hipótese mais generosa de uma farsa cinematográfica. Esmeram-se para demonstrar exatamente o que soletro há tempo: a mídia nativa prima tanto por sua mediocridade técnica quanto por sua invejável capacidade de inventar, omitir e mentir.

Afirmam que no meu tempo de diretor de redação de Veja defendi a pena de morte contra “terrorristas”, além de enaltecer o excelente trabalho da Oban. Outro inquisidor se associa, colunista e blogueiro, de sobrenome Azevedo. E me aponta, além do já dito, como um singular profissional que não aceita interferência do patrão. Incrível: arrogo-me mandar mais do que o próprio. Normal que ele me escale para o seu auto de fé. O Brasil é o único país do meu conhecimento onde os profissionais chamam de colega o dono da casa.

Não há nas calúnias que me alvejam o mais pálido resquício de verdade factual. Os textos que me atribuem para baseá-las nascem de uma mistificação. Pinçados ao acaso e fora do contexto, um somente é de minha autoria e nada diz que me incrimine. E pouparei os leitores de disquisições sobre minha repulsa visceral, antes ainda que moral, à prisão sem mandado, à tortura e à pena de morte.

Quando o Estadão foi pioneiro na publicação de um artigo assinado por Magnoli, limitei-me a escrever um breve texto para o site de CartaCapital, destinado a contar a história de outra peça de humorismo, escrita em 1970 por um certo Lenildo Tabosa Pessoa, redator, vejam só, do Estadão, e intitulada O Senhor Demetrio. Ou seja, eu mesmo, marcado no batismo por nome tão pesado.

Lenildo pretendia publicar seu texto no jornal, os patrões, Julio de Mesquita Neto e Ruy Mesquita, não deixaram. Surgiu em matéria paga o retrato de um hipócrita pretensamente refinado que, como Arlequim da política, servia ao mesmo tempo Máfia e Kremlin. O senhor Demetrio, de codinome Mino. Diga-se que Lenildo encontraria eco três anos depois no programa global de um facínora chamado Amaral Neto, também identificado como Amoral Nato, que repetia Lenildo no vídeo. Como se vê, tom e letra das calúnias estão sujeitos a mudanças ideológicas.

Ao negarem espaço nas páginas da sua responsabilidade à diatribe de Lenildo, os herdeiros do doutor Julinho quiseram respeitar a memória do meu pai, que trabalhou no Estadão por 16 anos, e meu honesto e leal desempenho na criação da Edição de Esporte e do Jornal da Tarde. O Estadão, evidentemente, não é mais o mesmo. Lenildo e Amaral Neto me tinham como perigoso subversivo de esquerda. Em compensação, hoje sou acusado de ter dirigido naquele mesmo 1970 uma Veja entregue “à bajulação, subserviência e propaganda da ditadura”.

É espantoso, mas a semanal da Abril em 1970 era submetida à censura exercida na redação por militares. Eu gostaria de saber o que acham os senhores Pannunzio, Magnoli e Azevedo a respeito de quem na mídia brasileira se perfilava illo tempore ao lado da ditadura. Ou seja, quase todos.

Quem, de fato foi censurado? Os alternativos, então chamados nanicos, em peso, do Pasquim a Opinião, que depois se tornaria Movimento, sem exclusão de O São Paulo, o jornal da Cúria paulistana regida por dom Paulo Evaristo Arns. A Veja, primeiro por militares, depois por policiais civis no período Médici. Com Geisel, passou a ser censurada diariamente, de terça a sexta, nas dependências da Polícia Federal em São Paulo, e aos sábados, à época dia de fechamento, na própria residência de censores investidos do direito a um fim de semana aprazível. Enquanto isso, Geisel exigia que os alternativos submetessem seu material às tesouras censórias em Brasília, toda terça-feira.

Sim, o Estadão também foi censurado e com ele o Jornal da Tarde. A punição resultava de uma briga em família. O jornal apoiara o golpe, mas sonhava com a devolução do poder a um civil, desde que se chamasse Carlos Lacerda. Este não deixava por menos nas suas aventuras oníricas. O Estadão acabou sob censura, retirada contudo em janeiro de 1975, no quadro das celebrações do centenário do jornal. Carlos Lacerda foi cassado. Diga-se que ao Estadão permitia-se preencher os espaços vagos deixados pelos cortes com versos de Camões, em geral bem escolhidos, e ao Jornal da Tarde com receitas de bolo, às vezes discutíveis. O resto da mídia não sofreu censura. Não era preciso.

Quando me chamam para fazer palestras em cursos de jornalismo, sempre me surpreendo ao verificar que o enredo que acabo de alinhavar é ignorado pelos alunos e por muitos professores. Acham que a censura foi ampla, geral e irrestrita. Meus críticos botões observam que me surpreendo à toa. Pois não se trata de futuros Pannunzios, Magnolis e Azevedos? No caso deste senhor Reinaldo, vale acentuar uma nossa específica diferença. Não me refiro ao fato de que eu reputo Antonio Gramsci um grande pensador, enquanto ele o define como terrorista. A questão é outra.

Ocorre que, ao trabalhar e ao fazer estágios na Europa, entendi de vez que patrão é patrão e empregado é empregado, e que para dirigir redações o profissional é chamado por causa de sua exclusiva competência. Ao contrário do que se dá no Brasil, por lá não há diretores por direito divino. Por isso, ao deixar o Jornal da Tarde para tomar o comando dos preparativos do lançamento de Veja, me senti em condições de exigir certas garantias.

No Estadão tivera um excelente relacionamento com a família Mesquita, fortalecido pela lembrança que cultivavam de meu pai, iniciador da reforma do jornal que Claudio Abramo aprofundou e completou. Gozei na casa então ainda do doutor Julinho, filho do fundador, de grande autonomia, aquela que facilitou a criação de um diário de estilo muito próprio, arrojado na diagramação, em busca de qualidade literária no texto. Estava claro, porém, que a linha política seria a da família. Com os Mesquita me dei muito bem, foram de longe meus melhores patrões, talvez os remanescentes não percebam que por eles tenho afeto, embora, saído do Estadão, não me preocupasse em mostrar que minhas ideias não coincidiam com as deles.

Convidado finalmente pelos Civita para a empreitada de Veja, solicitei uma liberdade de ação diversa daquela de que gozara no Jornal da Tarde. Só aceitaria o convite se os donos da Abril, uma vez definida a fórmula da publicação, se portassem como leitores a cada edição, passível de discussão está claro, mas a posteriori, quer dizer, quando já nas bancas.

Pedido aceito. A primeira Veja, espécie de newsmagazine à brasileira, foi um fracasso. Além disso, já irritou os fardados por trazer na capa a foice e o martelo. A temperatura subiu com a segunda capa, a favor da Igreja politicamente engajada. A quinta, com a cobertura do congresso da UNE em Ibiúna, foi apreendida nas bancas. E também o foi aquela que celebrou a decretação do AI-5 no dia 13 de dezembro de 1968. Tempos difíceis. Mas a edição de mais nítido desafio aos algozes da ditadura é de mais ou menos um ano depois. A chamada de capa era simples e direta: “Torturas”, em letras de forma.

A história desta reportagem começou cerca de três meses antes, com uma investigação capilar conduzida por uma equipe de oito repórteres encabeçada por Raymundo Rodrigues Pereira. Foram levantados 150 casos, três deles nos detalhes mínimos. Emílio Garrastazu Médici acabava de ser escolhido para substituir a Junta Militar e pela pena do então coronel Octavio Costa acenava em discurso, pretensamente poético ao declinar a origem do novo ditador por dizê-lo vindo do Minuano, à necessidade do abrandamento da repressão. Raymundo e eu recorremos a um estratagema, e saímos com uma edição anódina para celebrar o vento gaúcho. Falávamos da posse, da composição do ministério, do discurso. Chamada de capa: “O Presidente Não Admite Torturas”.

Ofereço este número de Veja à aguda análise de Pannunzios, Magnolis, Azevedos e quejandos. (Nada a ver com queijo.) Bajulação e subserviência estão ali expostas da forma mais redonda. Naquele momento, a mídia foi atrás de Veja, e por três dias falou-se mais ou menos abertamente de tortura. Logo veio a proibição, que Veja ignorou. Na noite de sexta-feira a reportagem da equipe de Raymundo descia à gráfica para arrolar 150 irrefutáveis casos de tortura, dos quais três em detalhes. Ao mesmo tempo, eu mandava cortar os telefones da Abril para impedir ligações de quem pretendesse interferir, autoridades, patrões e intermediários. A edição foi apreendida nas bancas, e logo desembarcou na redação a censura dos militares.

Quando ouvi falar em distensão pela primeira vez, meados de 1972, pela boca do general Golbery, à época presidente da Dow Chemical no Brasil, pareceu-me possível alguma mudança na sucessão de Médici. De fato, Golbery, que vinha de conhecer, articulava na sombra a candidatura de Ernesto Geisel, títere sob medida para as suas artes de titereiro. Meados de 1973, assenta-se a candidatura obrigatória de Geisel. Alguns meses após, ministério em gestação, Golbery, futuro chefe da Casa Civil à revelia de Médici, me sugere uma conversa com o recém-convocado para a pasta da Justiça, Armando Falcão. Assunto: fim da censura em clima de distensão.

Conversei duas vezes com Falcão enquanto Roberto Civita entre janeiro e fevereiro de 1974 apontava em Hugh Hefner um notável filósofo da modernidade. Mal assumiu a pasta, dia 19 de março de 1974, Falcão chamou-me a Brasília para comunicar que a censura se ia naquele instante. Sublinhei: “Sem compromisso algum de nossa parte”. “Claro, claro”, proclamou, e me deu de presente seu livro de recente publicação, intitulado A Revolução Permanente. Mais tarde Golbery comentaria: “Falcão é o nosso Trotski”.

Três semanas após, a censura voltou, mais feroz do que antes. Duas reportagens causaram a costumeira irritação, fatal foi uma charge de Millôr Fernandes. Em revide, decretava-se que a censura seria executada em Brasília às terças-feiras. Fui visitar Golbery no dia seguinte, eu estava de veneta rebelde, levei meus dois filhos meninotes, e andei pela capital federal de limusine. No meu livro de próxima publicação, O Brasil, a sair pela Editora Record como O Castelo de Âmbar, descrevo assim a visita ao chefe da Casa Civil.

“A secretária do ministro, dona Lurdinha, senhora de modos caseiros, redonda rola sobre o carpete sem perder o sorriso, chega-se ao meu ouvido, murmura: “Veio também o senhor Roberto Civita, quer ser recebido mas não tem hora marcada”. Não deixo que o tempo se estique inutilmente, tomo a visão panorâmica da antessala e vejo Arci, entalado em uma poltrona com expressão perdida na paisagem da savana descortinada além das vidraças. “Que faz aqui?” E ouço meu próprio latido.
“Vici me contou que você viria, e eu gostaria…”
“Você não pediu audiência, não tem hora”, proclamo.

Ele insiste, à beira da imploração. O meu tom chama a atenção de Manuela e Gianni, encaram a cena sem entender o assunto, percebem porém que o pai está muito irritado, enquanto o outro tem jeito de pedinte. Lurdinha traz uma laranjada para as crianças e avisa que o general está à espera. Admito: “Você entra comigo, mas se compromete a não abrir a boca”. Ele promete.

Na conversa que se segue no gabinete da Casa Civil, o meu argumento é óbvio, Veja é uma revista semanal que encerra o trabalho na noite de sábado e vai às bancas às segundas-feiras, obrigá-la a submeter textos e fotos aos censores na terça significa inviabilizá-la. Pergunto a Golbery: “Os senhores pretendem que Veja simplesmente acabe?” Não, nada disso. “Então é preciso pôr em prática outro sistema.”

O chefe da Casa Civil entende e concorda. Diz: “Vá até o Ministério da Justiça, fale com Falcão, a Lurdinha já vai avisá-lo, diga a ele que vamos procurar uma saída até amanhã no máximo, a próxima edição tem de sair regularmente”.

Golbery fica de pé, hora da despedida. O general não conhecia o patrãozinho que até aquele momento cumpriu a promessa feita na antessala. E de supetão abre a boca: “General, se o senhor acha que devemos tomar alguma providência em relação ao Millôr Fernandes…”
Golbery fulminou-o: “Senhor Civita, não pedi a cabeça de ninguém”.

Vici e Arci, ou seja, Victor Civita e Roberto Civita, assim se chamavam no castelo envidraçado à beira do Tietê, esgoto paulistano ao ar livre. Esse entrecho já o desenrolei em O Castelo de Âmbar sem merecer desmentido e o próprio Millôr o colocou no ar do seu blog logo após a publicação no final de 2000. Ao sair do gabinete de Golbery, eu disse a Roberto Civita “você é mesmo cretino”, como depois o definiria na conversa de despedida com o pai Victor, mas poderia dizer coisa muito pior. Quanto à minha saída da direção de Veja e de conselheiro board abriliano, descrevi o evento em editorial de poucas semanas atrás. Faço questão de salientar, apenas e ainda, que não fui demitido, e sim me demiti para não receber um único centavo das mãos de um Civita, nem que fosse a comissão pelo empréstimo de 50 milhões de dólares recebidos pela Abril da Caixa Econômica Federal, juntamente com o fim da censura, em troca da minha cabeça. A revista prontamente caiu nos braços do regime.

A partir daí, tive de inventar meus empregos para viver. Ou por outra, para viver com um salário infinitamente menor (insisto, infinitamente) do que aquele dos importantes da imprensa, e nem se fale daqueles da televisão. Ganham mais que os europeus e de muitos americanos. Em outro país, um jornalista com o meu passado não sofreria as calúnias de Pannunzios, Magnolis e Azevedos, e de vários que os precederam. Muito representativos de uma mídia que manipula, inventa, omite e mente. Observem os fatos e as mentiras da atualidade imediata, o caso criado pelo protagonismo de Gilmar Mendes e pela ferocidade delirante dos chapa-branca da casa-grande. Além do mais, há em tudo isso um traço profundo de infantilidade, um rasgo abissal, a provar o estágio primitivo da sociedade do privilégio, certa de que a senzala aplaude Dilma e Lula e mesmo assim se conforma, resignada, dentro dos seus habituais limites.

Os caluniadores são, antes de mais nada, covardes. Sentem as costas protegidas pela falta generalizada de memória, ou pela pronta inclinação ao esquecimento. Pela impunidade tradicional garantida por uma Justiça que não pune o rico e poderoso. Pelo respaldo do patrão comprometido com a manutenção do atraso em um país onde somente 36% da população conta com saneamento básico, e 50 mil pessoas morrem assassinadas ano após outro. Confiam no naufrágio da verdade factual, pela enésima vez, e que tudo acabe em pizza, como outrora se dizia, a começar pela CPI do Cachoeira e pela pantomima encenada por Gilmar Mendes. E que o tempo, vertiginoso e fulminante como sempre, se feche sobre os fatos, sobre mais uma grande vergonha, como o mar sobre um barco furado.

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Comentários

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Tiao

Este tal Lenildo,se existe inferno deve estar queimando nele.Não nos faz falta nenhuma.

Luiz Claudio Cunha: Volte às pantufas, general Leônidas! « Viomundo – O que você não vê na mídia

[…] Mino Carta: “Nunca escrevi uma única, escassa linha para louvar os torturadores da ditadura&#8221… […]

Silvana Gomes da Silva

Ainda bem que a Imprensa tem um jornalista como Mino Carta. Seu jornalismo merece todo o nosso respeito. Particularmente o admiro muito.
Saudações!

Valmont

Alguns se referem a veículos de comunicação como “órgãos de imprensa”, expressão que embute um conceito de coisa pública, republicana. No entanto, analisando a realidade da imprensa brasileira, onde famílias poderosas unidas em mafiosos oligopólio transformaram veículos de imprensa em verdadeiros arsenais da guerra suja, constituindo um ILEGÍTIMO partido político de uma extrema direita cada vez mais desavergonhada, concluo que devemos rejeitar essa expressão.
Não há “órgãos de imprensa” nessa acepção. Existem grupos empresariais poderosos, cujos tentáculos se enraizaram profundamente nos Três Poderes, especialmente no Legislativo, de tal forma que são capazes de comandar efetivamente os destinos do País ou, pelo menos, criar grandes percalços ao estabelecimento de uma democracia.
Hoje, os “agentes” da Globo são expulsos a tapas das manifestações populares, fato cada vez mais comum. Eis a reação legítima e coerente daqueles que não mais se deixam manipular. Isto nos dá a esperança de que, um dia, nosso povo se libertará da “matrix” engendrada pela máfia midiática.
É com essa mesma satisfação que vejo Mino Carta chicotear os sabujos do Partido Mafioso da Imprensa Golpista.
Bravo, Mino Carta!

Francy Granjeiro

Senado já tem 41 votos para cassar Demóstenes Torres
Em casos de cassação, a votação tem de ser secreta, por isso a maioria dos senadores só aceitou declarar o voto se houvesse identificação por nome.
Fonte: Google

Vamos partir pra cima se manifestar em todas as redes sociais se for cassado mesmo, para que a votação seja em aberto pro brasileiro saber quem votou a favor e contra.

francisco pereira neto

O texto do Mino é excelente.
Para mim o que valeu a pena mesmo foi essa frase: eu disse a Roberto Civita “você é mesmo cretino”.

Alex Gonçalves

Sinceramente, desnecessário. Pannunzio nem sei quem é. Magnoli e Azevedo são insetos.

Por outro lado fiquei feliz com a cutucada dos insetos. Mino tem que escrever mais. Muito mais. Acho que ele nos deve mais alguns livros. Cutuquem, insetos, cutuquem a onça.

Julio Silveira

Obrigado Mino, por fazer parte de um grupo de profissionais que cumprem o oficio de informar bem. Do outro lado não é mais segredo para ninguem, o que existe é um um bando de profissionais da fofoca e da maledicencia, caluniadores nada virgens nessas tarefas, amparados por fazer o jogo dos aparelhos corporativos de seus donos. Essa turma, já flagrada na contradição da propagada convicção da verdade, não enganam mais ninguem com algum cerebro.

Mário SF Alves

Prezado Azenha,

Em resposta ao Bruno Mateus de Vasconcelos, postei o seguinte comentário que não foi publicado:

Bruno,
Penso que, dadas as condições socioeconômicas do Brasil, o motor (hegemonia político-financeira) que move este gajo (e tantos outros e outras de mesma estirpe) seja determinado pela seguinte equação: conservadorismo extremado + dinheiro (inclusive aquele resultante do “a qualquer custo” que é igual a total falta de escrúpulo) + prazer em servir = ideologia de extrema direita, ou, como teria dito (ou diria) Gramsci, “intelectual” orgânico. Claro, nem sempre intelectual, mas, sempre orgânico.

Daí, gostaria de saber se o problema é com o site ou com a natureza da fala?

Roberto Locatelli

No Brasil jornalista chama o patrão de “colega” porque não tem consciência de classe. Seria a mesma coisa que o bancário chamar o banqueiro de “colega”.

Cláudio

“Se você não for cuidadoso os jornais farão você odiar as pessoas que estão sendo oprimidas e amar as que estão oprimindo” (Malcolm X – 1925-1965)

“Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corruta formará um público tão vil como ela mesma” (Joseph Pulitzer – 1847-1911)

Ley de Medios já ! ! ! Comissão da Verdade já ! ! !

Moacir Moreira

Talvez o nosso amigo Mino Carta saiba algo sobre o papel do finado Golbery na criação do PT no final dos anos 70, pouco tempo antes do retorno do Brizola ao Brasil.

Enquanto o PTB foi doado para a direita, o PT engordava na ditabranda.

Mistérios…

    priscila maria presotto

    Nada de mistério não ….

    Mário SF Alves

    Gol(pe)bery, criação do PT?!! Fantasia, amigo, fantasia. Pura fantasia.
    O cara tinha certa fama (um tanto esdrúxula) de bruxo político. Mas, a tirar daí que ele seria um gênio político, vai uma grande distância, não?

    Moacir Moreira

    E o PT por acaso é obra de gênio?

    Uma genialidade com data de validade, talvez.

    Mário SF Alves

    Perfeito, caro Moacir Moreira. As entrelinhas lhe disseram tudo. Agora, quanto ao prazo de validade do PT, posso admitir o seguinte:
    toda obra, inclusive as de arte, têm prazo de validade. É de lei. É a dialética. Assim, o PT um dia irá perder sua importância. Será naturalmente superado; tomara que jamais em razão de um certo pragmatismo andialético que de quando em vez se manifesta por aí.
    O resto é só cacheirice e bizarrice da casa-grande em sua ânsia alucinada de manter a senzala.
    Abraços,
    Mário.

    ROBERTO

    Caro Moacir,

    O mistério era foi tirar das mãos do BRIZOLA a histórica sigla. Imagina só: O Velho e caceteiro BRIZA já um estrago danado na Direitona, quanto mais se ele herdasse o legado nacionalista e popular do Getúlio. Como seria a desenvoltura da esquerda tupiniquim? Todas as suposições hoje são “achismos” e suposição e achismo: se, se, se, se ou talvez, talvez… Quem pode responder é o condicional Celso Melo. Se você não entendeu, mais um mistério.

Arlene

Parabéns Mino!!! Que texto!

Paciente

Esse tipo de acusação parte de gente que acredita ser uma “opção” mentir sob tortura.

É o tipo de gente que tentou tachar Dilma de moralmente “mentirosa” por ter feito o possível para salvar, mentindo, companheiros de armas contra a ditadura.

São pessoas que jamais tiveram a menor dificuldade para obter o que almejam: mestrados, doutorados, colunas de jornal e espaço de mídia. Espaço para falar qualquer bobagem que dê na telha.

A propriedade privada é um conceito muito amplo e ter o que aos outros é negado é raiz do desejo de conservar o “arranjo” como ele se encontra, enfim, o conservadorismo do “status quo”.

No Capital, Marx fazia uma observação curiosa: dizia que havia várias formas de juntar capital (extração da mais-valia, pirataria, exploração do trabalho escravo, infantil… essas “coisas amenas”) e havia a forma adotada por alguns membros da nobreza. Um deles, segundo Marx, juntou grana praticando aquilo que, ele Marx, chamou de “phoeda labiorum”.

A acumulação primitiva do capital não mudou muito. Lamentavelmente…

João

quer dizer q os textos q foram publicados como sendo de autoria de Mino carta são falsos?

q fácil!

então basta a Mino Carta processar os seus “detratores”, ganhar a ação e todos saberemos quem fala a verdade…

Zé Brasil

O mecanismo utilizado contra o Honrado JORNALISTA Mino Carta pelo pig não muda uma linha: solta a calúnia e os demais cães ,digo, porcos amestrados repercutem a versão do fato ao seu bel prazer.

Na semana da infâmia covardemente assacada contra o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, duas vezes eleito Presidente da República Federativa do Brasil, as rádios fm de alcance nacional do pig, mesmo com o contraditório sendo estabelecido a duras penas pelos jornalistas sérios, não cooptados e pelos participantes dos blogs progressistas, elas martelaram a ladainha do panfleto mais fétido do que as águas do Tietê, a vista privilegiada da sede do pasquim semanal bafejada propiamente pela brisa fecal do tão maltratado rio.

Um dos chamados âncoras de uma destas rádios dava um beliscãozinho de leve no ministro do STF e deixava a porrada rolar em cima do Lula o tempo todo, sem acrescentar qualquer informação sobre o contraditório que até as pedras hoje clamam.

Fazia de ilações retiradas do artigo do tal pasquim sobre assuntos tratados a portas fechadas em verdades absolutas, emprenhando os ouvidos de desavisados que não vêem seguindo este assunto.

Fiquei pensando, baralho, será que eu enquanto Profissional me submeteria a orientações de editorias, violando um bem absoluto que é a Verdade? Dificilmente, mais fácil seria mandar o cara tomar dentro e sairia de porta afora carregando comigo minha Honra e minha Dignidade. Ambas, Pessoal e Profissional.

Este mesmo Jornalista na época em que Delúbio Soares prestou depoimento, ele utilizou-se de conclusões sobre a veracidade de sua fala baseado num softaware de análise de imagens, salvo engano meu, de procedência israelense, usado pelas polícias do Paraná e também do Rio Grande do Sul a época, tendo concluído que o depoente mentira.

Fico pensando se tal profissional em sua sanha investigativa não pudesse ter utilizado este mesmo software nos personagens desta ópera bufa montada pela direita e sua mídia golpista e tirasse conclusões sobre a veracidade de cada um. Ou a investigação é para se sempre unidirecional e inquisidora, protegendo sempre seus cupinchas? Cada vez mais tenho asco e vergonha deste arremedo de imprensa que se estabeleceu no País.

Sei lá, mas quem sabe um dia destes não baixará nos Brasileiros o espiríto das Poissonières de Hales e um novo, real e justo País não nascerá brotando da lama e do esterco do que restar da pocilga que, se deixarmos, transformarão o Brasil. Tudo isto, segundo eles, em nome da ética e do combate a corrupção, capitaneados por seus procéres de pés de barro tal e qual este catão do serrado cuja falsa imagem de moralista vemos derreter dia após dia como uma figura de um museu de cêra incendiado, esvaindo-se pelo ralo.

Chega a gelar o sangue pensar, conhecendo o modus operandi, conforme se revela a cada momento, desta quadrilha ora sendo investigada na CPMI, com seu grau estonteante de capilaridade, tal e qual a de um câncer silenciosamente infiltrando-se no tecido Democrático do País, em suas três esferas constitucionais de poder, blindadado por uma imprensa guindada a principal órgão de oposição, e portanto cumplíce de tudo que dela advir, ao cumprir o papel para ela clamado por D. Judith, pergunto: – em que tipo de Estado nos tornaríamos? Será isto que nós Brasileiros Patriotas queremos para nosso País e suas futuras gerações? Pensemos nisto seriamente, Homens e Mulheres de Bem, antes que seja muito tarde.

renato

Eu sempre achei errado quem muito detalha para se defender, afinal não está na frente de um tribunal. Se lhe impuseram mentiras, entre na justiça, ganhe e depois comente, pois entendo que é pessoa pública.
Mas não entre na pilha.De gente da mesma profissão, isto existe em todo lugar. Faz parte de quem espalha penas.
É a mesma coisa que um ex-político criticar os políticos atuais, ora já estiveram lá, e não fizeram nada.
Mas é apenas opinião de zé mané, mas de qualquer forma um brasileiro.
Jornalista Politico não pode ser pego com galinha depenada na mão.

    ROBERTO

    Renato você é “fake” do reino mineral? Faz que vai e não vai? Parece que é, mas não é? Quanto ao questionamento dos detalhes, talvez seja a sua incapacidade de apreciar o corte seguro e demorado da pena afiada do Mino. Como não percebe, leia mais uma 4 vezes que talvez o estilo do texto te seduza e só assim você compreenda.

    priscila maria presotto

    Boooooooooooooa Roberto …eita comentário danado de bom…Aliás deverámos atentar ao Portugues corretíssimo de Mino…

    paulo roberto

    Zé mané, digo, renato, vc leu o texto inteiro? Deve ser leitor da Veja, né não?

    renato

    Um, dois, três, esperava mais.

Giorgio

Essa foi pra calar a boca dos reais defensores dos militares assassinos da epoca.

Valeu senhor Mino!!!

Fabio Passos

Caluniadores baratos que atacam por encomenda do patrão.
Mino Carta passou um merecido sabão nos cães de aluguel do PIG.

Saber que rupert civita negociava a cabeça de colaboradores da veja com armando falcão para conseguir benesses da ditadura não surpreende. Aliás, faz todo sentido quando sabemos o que é a revista veja hoje: A “mais vendida”.

Agora… esta do civita pagando pau prá hugh hefner como “pensador” é demais. Que constrangedor. Hilário de tão ridículo.

Sérgio Ruiz

Só falta os piguentos dizerem que Lula, Brizola, João Amazonas, Paulo Freire, Lamarca e até “Che” Guevara e Fidel Castro, tenham louvado a ditadura ( ditabranda, segundo o lambe ovo de tucano ).
reinaldinho cabeção ainda existe?
Grande abraço Mino, você tem integridade mais que suficiente para passar por cima dessa mentira desses parasitas de cérebros despreparados politicamente.

Mario Silva Lima

Mino formou dicípulos,como prova os “blogs sujos”.Esses crápulas que caluniam MINO, formam “bandidos da pena”para manter os privilégios da elite atrasada dessa São Paulo explorada e saqueada por essa quadrilha.

Pedro Soto

Na primeira década dos anos 50 os pais e avós da Casa Grande vociferavam contra o jornal Última Hora, o único a defender o governo democrático e popular de Getúlio Vargas.
Hoje, apavorados com o advento da internet e dos blogs, capazes de desmascarar ON-LINE todas as mentiras e sonegação de informações da mídia monopolista, voltam-se com toda a sanha da sua virulência contra dois dos mais conceituados jornalistas do país, Mino Carta e Paulo Henrique Amorim, que também se atreveram a apoiar governos democráticos e populares, desta vez, os de Lula e de Dilma Roussef.
Parabéns por sua luta, JORNALISTA Mino Carta!

Carlos Alberto Moliterno

Belo texto. Antológico até, ouso predizer, para os próximos séculos. Para ser adotado nas aulas de história e jornalismo. Ou de História do Jornalismo no Brasil. Digno de um mestre das luzes. E da luta da Luz contra o obscurantismo, tão bem representado por essa trinca pusilânime e abjeta.

Mardones FErreira

Bravo!!!

São realmente covardes. Não honram as calças que vestem.

Felix Carriello

Grande Mino Carta!
Li esse conto do Magnolioooo no Globo e fiquei surpreso de um jornal deixar isso acontecer. Qto ao Pannunzio, rebati seus contos, através de resposta em seu site. Li a veja onde o pannuzio diz q vc apoia isso e aquilo, e não encontrei nada..também conhecia sua história, apesar de na época ter uns 6 anos. Tudo um absurdo, uma direita “escrota” que perdeu seu lugar no mundo.

abs
Felix

Paulo Chacon

Simplesmente genial!!!!!

josias

dá-lhes, mino!

Vinicius Garcia

Homens com a história de Mino Carta, deveriam no mínimo, ser respeitado por esses que se dizem jornalistas, pois ele torna difícil a mentira sobre os fatos. Pena que haja gente que acredite (ou faz acreditar) no que eles escrevem.

Manoel R.Mello Jr

Sera que nossos jovens irão tambem concluir que vale a pena a nossa luta que esta sendo travada com a Grande Midia ,após a leitura deste Belo texto do Sr.Mino Carta.Esta na hora de aprendermos a separar o Joio do Trigo em Nosso Pais.

Marcia Noemia

Me sinto de alma lavada! Viva!

edu marcondes

Com o perdão da palavra: P.M.! Que artigo. Destruidor. Mas a gang do PIG pssivelmente não se sentirá atingida, pois vive num mundo paralelo de onde sai apenas para assassinar reputações.

Gustavo Fonseca de Almeida

Bravo Mino!!!! Um verdadeiro professor.
..
Pobres mortais estes senhores Pannunzio, Magnoli e Azevedo..
..
O Sr. Demétrio é o melhor exemplo para essa rapaziada jornalista que busca um lugar ao sol.
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“tive de inventar meus empregos para viver”…
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Ética e profissionalismo! É isso que o professor nos ensina!
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Parabéns e seguimos em frente!

    Márcio Gaspar

    Demétrio Magnol, um vendido. Ah, Sr Demétrio, o Armen Mamigonian mandou lembranças. Recordando que o Magnoli já fez isso com o Professor Armen,na coluna tendencias e debates da Folha sobre o “11 de setembro”, logicamente o professor não deixou barato e lhe deu a resposta, segue alguns trechos que eu pré-selecionei:

    “Ao me apontar entre os intelectuais antiimperialistas convictos, não sei se para me incluir em alguma lista negra, o autor é fiel à verdade. Antes mesmo de ele ter nascido, eu ajudava à instalação da torre de petróleo simbólica na praça Ramos de Azevedo, em defesa da Petrobras, na época do lamentável mas necessário suicídio de Getúlio Vargas, grande patriota e estadista. Também fiquei muito honrado em ser colocado, imerecidamente, ao lado de Octávio Ianni, intelectual “sans peur et sans reproche”, que nunca frequentou balcões das fundações científicas estrangeiras como alguns neoliberais de hoje, esquerdistas de ontem.” (…)O que esperar dos jovens intelectuais de hoje? Todos nós estamos destinados a retornar ao pó do qual viemos e, por isso, não devemos nos fascinar pela fama fácil nem pelo dinheiro. Devemos assumir o “per aspera ad astra” da sabedoria latina. Isso quer dizer que o articulista não deve destilar sua raiva sobre M. Correia de Andrade, geógrafo reconhecido internacionalmente, só porque seus livros didáticos não foram aprovados pela comissão julgadora do MEC, atacando intelectuais de esquerda para aparecer, como escada para a fama.
    Gastaria mais honestamente seu tempo corrigindo os erros, equívocos e preconceitos que não apareceriam antigamente nas coleções de Aroldo de Azevedo e Delgado de Carvalho.
    “Ou nos locupletamos todos ou se restabeleça a moralidade” (Millôr).
    ________________________________________
    Armen Mamigonian, doutor pela Universidade de Estrasburgo, é professor de geografia econômica na USP.

Marcos

PARABÉNS Mino!!

Jose

Excelente texto. Importante para as novas gerações conhecerem um pouco mais da nossa história e tambem o papel desempenhado por cada um dos protagonistas. Mas onde estavam os atuais detratores de Mino naqueles tenebrosos anos de chumbo?

Francisco Antonio da Silva

Mino é o “cara”.

Mancini

Azenha, extra pauta aqui, mas imprescindível, vídeo aecim defendendo demo. http://refazenda2010/blogspot.com !

josé maria de souza

O texto!
josé maria de souza

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