Médica defende o direito de o paciente falar do “jeitinho” que sabe, e vira alvo de racismo e misoginia nas redes sociais:”Foi como levar chute no estômago”

Tempo de leitura: 8 min

Julia, milton e capel ultima versão

Guilherme Capel, Júlia Rocha e Milton Pires

 por Conceição Lemes

Há pouco mais de uma semana, dois posts publicados por médicos numa rede social viralizaram. Ambos envolviam a relação médico-paciente, mas com olhares e posturas diametralmente opostas.

O primeiro foi na quarta-feira, 27 de julho. Após atender o mecânico José Mauro de Oliveira Lima, 42 anos, no Hospital Santa Rosa de Lima, em Serra Negra (SP), o clínico-geral Guilherme Capel Pasqua foi para a internet e debochou.

Com o título “Uma imagem fala mais que mil palavras”, publicou uma foto sua, com o receituário na mão e a inscrição: “Não existe peleumonia e nem raôxis”.

Duas colegas do hospital — a enfermeira Renata Rodrigues e a recepcionista  Adrielli Conti – aderiram à chacota.

Médico da peleumonia e colegas do hospital

Na família do mecânico e nas redes sociais, muita indignação, especialmente com o médico.

Afinal, ao se formar, ele fez o “Juramento de Hipócrates”, comprometendo-se, entre outras coisas, a usar os seus conhecimentos “para o bem do doente, nunca para causar dano ou mal”.

Em entrevista ao G1, publicada na sexta-feira 29, o enteado do senhor José Mauro, o eletricista Claudemir Thomaz Maciel da Silva, que o acompanhava na consulta, revelou o que aconteceu:

“Quando meu padrasto falou pneumonia e raios X de forma errada, ele [o médico] deu risada. Na hora, não desconfiamos que ele iria debochar depois na internet. O que ele fez foi absurdo. O procurei e escrevi para ele na rede social que, independente dele ser doutor, não existe faculdade para formar caráter. Assim que ele viu minha postagem, apagou a foto.  Ele não quis conversar com a gente”, diz Claudemir.

Meu padrasto não sabe falar direito porque não teve estudo (…). Ele trabalhava como cozinheiro aqui em Serra Negra e depois se tornou mecânico. Lembro que ele estudava, mas precisou abandonar as aulas para cuidar de mim. Tive tuberculose aos dois anos e, nessa época, ou ele estudava ou pagava meus remédios”, lembra.

 Na quinta-feira, dia seguinte à postagem, o médico, a recepcionista e a enfermeira foram demitidos pelo hospital, que é administrado pela Santa Casa de Serra Negra.

“EXISTE PELOUMONIA; EU MESMA JÁ TIVE VÁRIAS”

O segundo post que viralizou foi o da médica de família e cantora-compositora Júlia Rocha.

É preceptora do Programa de Residência Médica de Família e Comunidade da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro.

Toda sexta à noite, vai para Belo Horizonte (MG), onde mora. E, no domingo à noite, volta para o Rio, onde trabalha.

Na sexta retrasada, 29 de julho, ao chegar a BH, várias pessoas haviam lhe mandado o link de uma mesma reportagem: a do clínico-geral de Serra Negra, que caçoou do paciente com “peleumonia”.

Ela leu e resolveu passar o seu olhar e dos seus colegas como médicos de família. Nada mais.

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No sábado, 30, ao acordar, a doutora Júlia percebeu que a postagem saíra do seu círculo de amigos e seguidores. Tinha tomado proporções gigantescas.

No domingo à noite, quando se preparava para voltar ao Rio, recebeu de uma amiga os prints de postagem do médico Milton Pires (logo abaixo), de Porto Alegre (RS), bem como a de alguns dos seus seguidores.

Milton revela-se racista e reacionário.

Aposta também na desinformação da sua malta.

Joga desonestamente nas costas da doutora Júlia — que escracha com foto imensa — a responsabilidade pela demissão do “guri da Santa Casa”:

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Só que os fatos o desmentem cabalmente.

O “guri” debochou do paciente com “peleumonia” na quarta, na quinta perdeu o emprego.

Júlia só publicou a sua postagem na sexta, às 23h29. O print da mensagem comprova.

Igualmente estarrecedores os comentários dos seguidores do médico gaúcho.

Médico gaucho e seguidores

Além do conservadorismo, da agressão e ódio desmedidos, eles revelam machismo, misoginia, inclusive por parte das mulheres.

“Na hora em que vi a postagem do médico gaúcho e os comentários dos seus seguidores, fiquei em choque”, afirma Júlia Rocha, em entrevista exclusiva ao Viomundo. “Foi como levar um chute no estômago. Foi muito triste.”

Ainda no domingo passado à noite, ela postou esta segunda mensagem:

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Como todo racista que se preza, Milton Pires não gostou de ser chamado de racista.

Baixou ainda mais o nível em nova postagem (abaixo). Mandou a médica à “puta que pariu”, mostrando que também é mal-educado.

O post, todo em letras maiúsculas, é como se ele estivesse gritando a seguidores surdos. E, de novo, escracha, em tamanho grande, a foto da doutora Júlia.

Júlia - milton Pires chmando Júlia de filha da puta

Na segunda-feira passada, 1° de julho, provavelmente a pedido de Milton Pires, o Facebook eliminou a segunda postagem de Júlia. Já tinha mais de 70 mil curtidas e milhares de compartilhamentos.

Covardemente, Milton também apagou também rapidinho a sua página no Facebook.

Júlia tem recebido a solidariedade individual e coletiva de colegas.

A Rede Nacional de Médicos e Médicas Populares divulgou nota (na íntegra, ao final) de solidariedade:“Repudiamos a prática que tende a utilizar o discurso de ódio para combater divergências políticas e ideológicas, com conteúdo racista para isso”.

Segue a íntegra da entrevista que esta repórter fez por telefone com a doutora Júlia.

Viomundo – Como soube do caso do médico da  “peleumonia”?

Júlia Rocha – Na sexta-feira [29 de julho], à noite, quando cheguei de viagem em Belo Horizonte. Algumas pessoas me mandaram o link da reportagem. Li e, antes de dormir,  decidi me manifestar. Fiz sem nenhuma pretensão. Nunca imaginei que fosse ter tanta repercussão, principalmente essa reação negativa, tão assustadora, tão virulenta.

Viomundo — O que a levou a fazer a sua primeira postagem?

Júlia Rocha – A minha ideia era apenas passar outro olhar sobre a questão. O meu olhar e os dos meus colegas como médicos de família. Nada mais.

Não tive a intenção de manchar a imagem de ninguém, de forma alguma.  Não me cabe julgá-lo. Talvez tenha sido um ato de imaturidade, porque ele é muito novo.  Acho que ele vai aprender com esse episódio e provavelmente mudar a sua prática a partir de agora.

Viomundo – O que significa esse outro olhar?

Júlia Rocha – É importante que a gente realmente esteja inteira dentro de uma consulta médica para poder ouvir o que o paciente tem a dizer da forma que ele se apresenta, como ele é.

No nosso meio, é recorrente a ridicularização da fala do excluído, do pobre.

A minha ideia foi justamente mostrar que é legítimo, sim, que o paciente fale dessa forma.

Nós, médicos, somos os técnicos dessa relação médico-paciente. Nós somos formados para isso, para entender. O paciente não tem obrigação de saber o que a gente sabe. E se me foi dada a chance de conhecer sobre as doenças e ler os livros, o que me custa entender ou tentar entender aquilo que o paciente me traz.

Viomundo — Paradoxalmente, é muito comum o médico falar para o umbigo, usando jargão que o paciente não entende. Outro dia vivi isso, ao levei a minha mãe de 93 anos à ortopedista. A médica disse: “a senhora flete a perna”. Mesmo percebendo que a minha mãe não estava entendendo, ela insistiu no “flete”. Na terceira, eu interferi: “mãe, dobra a perna!”

Júlia Rocha – Isso é comum. No Brasil, a profissão de médico ainda é muito elitizada.  Em consequência, usa uma linguagem muitas vezes inacessível para muitos pacientes. Então, a nossa obrigação é se fazer entender de verdade pelo paciente.

Até porque isso pode parecer uma brincadeira, às vezes deboche. Mas pode se tornar algo sério, a partir do momento em que você coloca a vida do paciente em risco por não entendê-lo ou ele não te entender.

Viomundo – O que a senhora sentiu quando viu os prints da postagem do médico gaúcho e de alguns seguidores dele?

Júlia Rocha – A sensação foi de ter levado um chute no estômago. Só quem passa por situação semelhante sabe o quanto é triste. Além de ter usado indevidamente a minha  imagem, ele proferiu palavras racistas ali e permitiu que seus seguidores fizessem o mesmo. Eu vi na página dele vários comentários racistas, como “esse cabelo deve ter um mico leão lá dentro”, “para negar que é preta, ela descolore o cabelo”…

Viomundo – A informação que tive inicialmente é que a postagem do médico gaúcho teria sido numa comunidade fechada chamada Movimento Pela Dignidade Médica…

Júlia Rocha – Realmente, eu ouvi dizer que alguns dos que comentaram ali fariam parte dessa comunidade de médicos reacionários, de extrema-direita. Mas não sei. Agora, esse post dele foi publicado no perfil pessoal, que estava público. Eu não precisei entrar em nenhuma comunidade. Houve uma alegação de que eu teria exposto a imagem dele. Mas não. Na verdade, o post estava ali, aberto, para quem quisesse ver.

Viomundo – O Facebook eliminou a sua segunda postagem provavelmente a pedido dele. Sabe por quê?

Júlia Rocha – Ele tem poucos seguidores. Eu tenho mais de 60 mil. Então, na hora que postei no meu Facebook, viralizou. Além de ser cantora-compositora, eu sempre repercuto notícias relacionadas à medicina. Eu posto também alguns casos dos meus atendimentos. Não os relacionados à questão médica, mas à questão humanística. A consulta médica é um momento de encontro de seres humanos. Então, na hora em que eu postei os prints das telas do post dele, elas viralizaram.

Viomundo – A senhora pretende processá-lo?  

Júlia Rocha – Há advogados acompanhando o caso. Providências legais já estão sendo tomadas.  Estou muito preocupada comigo e com a minha família.

Milton e sua capivara

Em tempo: Milton Pires, cujo nome completo é Milton Simon Pires, é reincidente no ataque vil a mulheres.

Em outubro de 2014, ele ironizou a queda de pressão da presidenta Dilma (PT) após um debate eleitoral e a chamou de “filha da puta”

Concursado no Grupo Hospitalar Conceição (GHC), em Porto Alegre.

Em setembro de 2014, uma colega de trabalho o denunciou por agressão verbal e física, e a direção do Hospital Geral da Conceição (GHC) , de Porto Alegre, onde ele concursado, optou por afastá-lo de suas funções na UTI.

Nota de Solidariedade da Rede Nacional de Médicos e Médicas Populares à médica de família e comunidade Julia Rocha:

“O médico, o trabalhador médico, deve ir então ao centro de seu novo trabalho, que é o homem dentro da massa, o homem dentro da coletividade. (…) Veremos como teremos que ser um pouco pedagogos, às vezes muito pedagogos, como teremos que ser políticos também, como o primeiro que temos que fazer não é ir brindar com a nossa sabedoria, mas sim demonstrar que vamos aprender, com o povo, que vamos realizar essa grande e bela experiência comum” Ernesto Che Guevara

No dia 27 de julho a notícia de que um médico plantonista havia divulgado uma foto com os dizeres “não existe peleumonia e nem raoxis”, após o atendimento de um paciente em um hospital, espalhou rapidamente pelas redes sociais.

Em contrapartida a postura dele médicas e médicos como Julia Rocha se pronunciaram a favor de uma medicina centrada na pessoa, ferramenta que reconhece e respeita o que o indivíduo sente e sua forma de expressar o que é o adoecer.

Em meio ao crescente discurso de ódio na sociedade brasileira, Julia Rocha foi atacada por médicos racistas e reacionários em seu perfil do facebook, com mensagem de conteúdo racista, desrespeitoso quanto a opção ideológica da medica e quanto a especialidade de medicina de família e comunidade. Nos comentários da postagem, fica explícito o caráter do ataque.

Nós da RNMMP manifestamos o nosso apoio a Julia Rocha e repudiamos a prática que tende a utilizar o discurso de ódio para combater divergências políticas e ideológicas, com conteúdo racista para isso.

A medicina deve estar a serviço do povo brasileiro, capaz de compreender o processo saúde doença que submete os indivíduos e comunidades ao adoecimento e se propor a transformar. A medicina, não pode ser uma correia de transmissão do pensamento elitizado e preconceituoso contra os mais desfavorecidos e oprimidos da sociedade brasileira.

PS do Viomundo: Após a enorme repercussão negativa da sua conduta, o médico Guilherme Capel pediu desculpas ao senhor  José Mauro. Em sua página no Facebook, ele registra em foto a ida à casa do mecânico. Tomara que o arrependimento seja sincero. Ou terá sido apenas marketing para limpar a sua imagem?

Leia também:

Hêider Pinto: Interesses privados e corporativos quem mutilar o Mais Médicos No Congresso


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Comentários

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Kazuhiro Uehara

Solidário a médica Júlia, total.

Serjão

A Luta de Classes é só uma invenção do Karl Marx.

    Vitor Sorenzi

    Nota-se!!!

Serjão

Resquícios da casa-grande. Qual o doutorado que concluíram para serem chamados de dotô?

Edna

Sou psicóloga e paulista. Estou residindo na região nordeste há 10 anos, Passei em concurso numa cidade do interior. Existem aqui, como em qualquer outra cidade muitos profissionais de fora, o processo migratório é muito grande, a gente sabe… Sinceramente, eu não imaginava ver tantos profissionais inseguros, com sentimentos de menos valia. Sentimentos estes, que se refletem numa postura arrogante, violenta e misógena como estas que foram apresentadas aqui, e que também vivencio no meu dia a dia de trabalho. E o pior de tudo, vindo de mulheres. Muito triste com isso.

FrancoAtirador

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Nova President_ da Suprema Côrte da Vaidade

http://g1.globo.com/politica/noticia/2016/08/carmen-lucia-pede-para-ser-chamada-de-presidente-em-vez-de-presidenta.html
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basicregisters

Pois então: alguém leu “A Língua de Eulália?” de Marcos Bagno?

Rogério Bezerra

Honestamente, quem já teve a infelicidade que sofrer com erro médico não deveria comentar aqui. Por que depois da surpresa, e constatada a tragédia, cresce dentro da pessoa um ódio que nunca cessa. Este é o meu caso. Então, é o seguinte: Evito, de todo jeito, me colocar diante de um mérdico, especialmente particular. E mais especialmente se for brasileiro. Hoje sou atendido por um médico cubano. Esse, sim, um médico. Acredito que a médica Júlia seja do mesmo nível. Cresce galopantemente o nível de idiotas do Sul. Em especial no meu estado, The Big River South State. Primeiro estado daqui que busca ser incorporado aos estados unidos. Será o 51º ou 52º (disputado com Porto Rico). Ainda bem que tenho 50% de sangue baiano…

João Bovino

O ranço desse asno não se daria se do outro lado estivesse um homem. Com certeza ele mediria suas palavras. Quanto ao médico e a enfermeira que zombaram do paciente, não passam de pessoas medíocres de espírito e de péssimos profissionais, aliais, nem profissionais, pois o profissional tem que ser completo, como técnico e como ser humano. Eles são apenas dois técnicos nas respectivas áreas de formação. Esqueceram os juramentos que fizeram.

Torres

Parabéns Dra.Júlia Rocha, valeu pelo que seu Coração tem e que falta nesses racist as D O E N T I O S. Deveriam estar na UTI dos doentes morais, onde Sua presença s eria extremamente útil na melhora e talve z na cura deles. Tenha piedade deste doente, que se pensa méDICO(ri…lo) mas é um analfabeto aético diPROmado. Ele te ve quem pagasse seus estudos, porém na da sabe de respeito, dignidade e amor. Não lutou para ter o diploma, ganhou dos pais. O seu DIPLOMA e mais que isso, o se u trabalho prevalecem e são conquistas. Fe licidades, parabéns. Grande abraço.

Tania Bresolin

Essa classe médica, com honrosas exceções, é medíocre, insensível, elitista. Essas pessoas, com esse caráter medíocre, escolhem a profissão não por ideal, ou por vocação, mas porque a profissão os coloca num patamar, segundo o entendimento deles, de superioridade. Lamentável!!!

    MARIO CESAR CINELLI

    Valeu, Tânia. Você está certíssima, minha amiga.

Edgar Rocha

O Brasil propositalmente não se debruça sobre os fenômenos culturais mais profundos e importantes de nosso povo. O falar do brasileiro é carregado de historicidade, de memória e afetividade. Muitas construções gramaticais e pronúncias brasileiras são corroboradas pelo português arcaico (galego português), trazido até aqui muito antes do surgimento desta língua oitocentista a que somos obrigados a nos submeter para o gracejo de uma elite que sequer a domina completamente. O falar do brasileiro é o falar dos reis medievais, a língua sacra e franca utilizada entre mouros, judeus, cristãos e pagãos, sob a égide da tolerância cultural e religiosa e com as bênçãos da miscigenação. É a língua do branco paupérrimo – maioria entre os colonizadores – que nunca teve pudor em conviver com quem tivesse boa vontade. Vale lembrar, muitos brancos foram incorporados a comunidades indígenas, muitos brancos pobres preferiram morar em Palmares. Estes mesmos brancos eram tão massacrados quanto índios e pretos pelos representantes da coroa portuguesa. Foram proibidos de exercer seus ofícios, com teares, rocas e toda a aparelhagem de produção de subsistência destruída para fomentar a dependência aos produtos importados. Esta gente que se mestiçou e virou cabocla, mulata, caipira, foi obrigada a abandonar a língua aqui criada coletivamente, o Geral – misto de português e tupi – para voltar a falar o português e manter a hegemonia da coroa sobre a cultura popular. O retorno precário ao Português, no entanto, veio sem aparelhagem necessária para sua concretização. Recorreram, portanto, à língua sagrada de seus antepassados, falada desde o século VI como “a língua meiga”, língua dos magos e também, a língua dos devotos da Virgem Maria.
Nosso falar, portanto, é de cor. É de amor às raízes e com base histórica inquestionável. O craro, a fror, o trabaio, o longe e o preto, o ponhar, o “pamode”, a ssa dona e a ssa menina, o ome e a moiér… Está tudo lá escrito por Dom Dinis, Dom Afonso X, os trovadores, o povo mestiço da mais bela experiência ocidental de convívio: a cultura moçárabe.
Nosso currículo escolar não menciona estas coisas, não revela nossa alma, nossas raízes. E forma ignorantes pseudo-intelectuais como esta gente de pouco mais ou menos que nos atende de forma tão arrogante e insolente. Tenho pena destes médicos sem alma e sem cultura. Não são daqui, marinheiro, só…

    Jose Robson F Carvalho

    Boa Tarde. Depois de muito tempo passado voltei a comentar na Internet. Venho parabenizar o Sr. Edgar.
    A muito tempo não leio um comentário tao pertinente e tão coerente. Este comentário para mim abrilhantou toda matéria. Obrigado Sr. Edgar, espero que os médicos o tenham lido também.

    Luciano Miranda

    Muito bacana.
    Vício na fala de Oswald de Andrade.

    Octaviano Galvão Neto

    Parabéns, Edgra.
    Conhecimento, erudição e sensibilidade. Um primor o seu comentário.

    Eu

    Prezado sr. Edgar Rocha, felicitações por tão boa contribuição ao debate, em um momento nacional de marcha da insensatez. Como médico que sou, há mais de duas décadas atendendo brasileiros no SUS, conhecia a maioria dos termos e expressões, mas não imaginava o tamanho de seu valor histórico. Parabéns pela bela e lúcida intervenção.
    Quanto à colega Júlia Rocha, a ela meus sinceros sentimentos de solidariedade, pois bem sei das agruras que deve enfrentar pertencendo a uma das mais rançosas categorias profissionais do Brasil. É triste reconhecer que ela é realmente uma exceção, a regra é um sentimento de superioridade em relação aos pacientes não pagantes e deprezo a quem deles se ocupa, pois a turma gosta é de reduzir a relação médico-paciente à logica de balcão de negócios, aonde quem paga mais ganha direito aos sorrisos e salamaleques servis.
    Não esquecendo que deste grupo partiu o maior apoio às campanhas eugenistas de “melhoramento da raça”, durante a era Vargas, reflexo de nossos congêneres europeus que chegaram às raias do horror durante os regimes fascistas. Velhos vícios custam a morrer, como demonstram os energúmenos do movimento facistoide Dignidade Médica, que durante a ultima eleição chegou a sugerir esterilização compulsória de certos grupos sociais. Tudo que me causam é vergonha alheia. Em lugares sérios, estariam presos ou respondendo à Justiça. Na terra de ninguém em que transformaram o meu país, seu poder financeiro fala mais alto que a lei.
    Só pediria aos indignados leitores que não esqueçam que tais horrores, como tudo na vida, têm exceções. Em nome dos numerosos profissionais que, dia a dia, lutam contra condições quase inacreditáveis de trabalho para continuar a realizar o ofício que escolheram em benefício dos desvalidos, sejam eles quem forem, venham de onde vierem. Não somos todos farinha do mesmo pacote, mesmo se a veste é parecida. Saudações!

sergioa

O que dá nojo é que estas bestas de jalecos brancos, que primeiramente deveriam servir ao ser humano, pois a profissão que abraçam deveriam tratar de seres humanos, independente da cor, grau de instrução, renda bla bla, se comportam de maneira tão desprezível.

Se atacam de maneira tão vil alguém da classe que tem opiniões e posições diferentes, imagina o que se passa na cabeça destes imbecis quanto estão diante de uma pessoa humilde, mau-vestida …

FrancoAtirador

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https://twitter.com/CamilaPitanga/status/762845068218683392
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marcio ramos

Esse tem que ir pra cadeia, tomar um corretivo e pagar multa.

a.ali

Arrependido? nunquinha, é desculpa pois pensou que passaria impune…
Qto. ao tal médico de POA é muito conhecido pelo curriculum “invejável”
A grande maioria, da categoria, é composta de “pavões”!

Sidiney

É melhor errar a grafia de uma palavra do que errar numa cirurgia. E nesse quesito os médicos ruins são campeões. Esse dr é completamente débio mental, ao invés de curar doenças ele está preocupado com o português do paciente. Então, pq esse médico tonto não foi ser professor de português.
E ainda o jegue conseguiu perder o emprego. Pode saber escrever, mas é um burro.

Luiz Carlos P. Oliveira

Ah, sugiro que acrescente ao seu currículo mais um ítem:
– gosto de fazer chacota com aqueles que tem pouca instrução escolar!

Luiz Carlos P. Oliveira

O sujeito é tão imbecil que misturou política com chacota médica. A arrogância desse sujeito é incomensurável. Acho que o cidadão citado por ele deve entrar com ação indenizatória na justiça. Esse tipo de gente tem que aprender a assumir o que falam. Esse médico, na falta de vitamina B12 no mercado, provavelmente prescreva 2 vitaminas B6. O cara é muito ignorante.

FrancoAtirador

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“Casa Grande” é aquela que tem Esqueletos de Escravos dentro de Paredes Largas.
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PaíZ em que Panfletos Medíocres de Villões Estoriadores são chamados de Livros.
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É onde o Merdal Pedreira, o Reizinho da Veja e o Filho da Leitão viram Béstissélers
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de uma ‘Clássi Áuta’ Ignorante, Preconceituosa, Arrogante e Moralmente Decadente.
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Julio Silveira

Caraca, e deram a esse imbecil o direito de receber pessoas dispostas a se abrir para intimidade de seus problemas. Esse sujeito e seus canalhas colegas, são uma vergonha para a medicina. Não para a medicina do Brasil, infelizmente, já que esses tipos estão sendo treinados nessa cultura e se tornam cada vez mais a regra.

Sebastião

Duvido que esteja arrependido. Essa gente não perde a pose. Mesmo que eu faça um teste com dez perguntas sobre a língua portuguesa, que certamente, não responderá corretamente apenas uma. Mesmo assim, continuará na sua infindável soberba. Quanto ao carequinha gaúcho, por seus antecedentes, não precisa ser médico para perceber que ele é ruim da cabeça e doente do pé!

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