Cassaram a faixa do Vampirão! Professor que encarna Temer critica intervenção no Rio e diz que tem medo de volta ao passado

Tempo de leitura: 5 min

Com e sem a faixa; mais uma do golpe?

Da Redação, com Mídia Ninja, reprodução de TV

“Não sou escravo, de nenhum senhor”, diz o samba-enredo da Paraíso do Tuiuti.

Mas, o historiador Léo Morais, que encarnou o Vampirão na vice-campeã do Carnaval do Rio, desfilou na madrugada de hoje sem o arremedo de faixa presidencial que ostentava no desfile da madrugada de segunda-feira.

A faixa tem um acabamento com notas que imitam dólares (veja, em fotos abaixo, como era e como saiu o Vampirão)

A Mídia Ninja acompanhou Léo pouco antes dele subir ao carro alegórico.

O figurante afirmou que, se autorizado pela escola, usaria a faixa.

Porém, no desfile, apareceu sem o ornamento que poderia mais diretamente identificá-lo com Michel Temer.

Uma pessoa que se apresentou como maquiadora do Vampirão disse à Mídia Ninja que ele chegou a ser proibido de desfilar, mas que duas horas antes do início recebeu a notícia de que poderia subir ao carro alegórico desde que sem a imitação de faixa presidencial.

A narradora da TV Brasil, que tem os direitos de transmissão do Desfile das Campeãs, ficou surpresa ao ver o Vampirão sem a faixa. “Talvez esconderam”, disse.

Diferentemente da Globo, a TV pública mencionou tratar-se de uma sátira a Temer.

Oficialmente, a escola diz que o vampiro representa o sistema que continua oprimindo os negros. O título dele é Vampiro Neoliberalista.

A TV Brasil não mostrou nem a ala da CLT, nem a dos Manifestoches (ver as descrições abaixo) e citou o protesto contra a reforma trabalhista sem exibir a reprodução da capa de uma carteira de trabalho esgarçada, imensa, que ilustrava a traseira do Neotumbeiro, o carro alegórico que carregava o Vampirão no topo.

O carro trouxe mãos gigantes nas laterais, que manipulavam figurantes vestidos com a camisa da Seleção Brasileira e batendo panelas.

As fitas que manobravam os manifestoches nas laterais do carro, ligadas às mãos gigantes, desta vez não foram utilizadas (veja, no pé do post, imagens do desfile anterior).

Nem a TV Brasil, nem a Globo mencionaram dois outros personagens que acompanharam o Vampirão no topo: os Golpresários e os Vampiresários. No caso da Globo, a omissão foi denunciada pela historiadora Conceição Oliveira.

Ao menos dois figurantes da Paraíso do Tuiuti carregavam pequenos cartazes com Fora Temer.

O Globo sugeriu que a cassação da faixa do Vampirão seria resultado de pressões vindas do Planalto:

Segundo informações do barracão da escola, emissários da presidência da república pediram à Liga Independente das Escolas de Samba do Grupo Especial (Liesa) que impedisse o desfile do destaque. Questionado, o professor de História Léo Moraes, de 40 anos, disse que não recebeu essa informação, e que desfilaria com a faixa. Logo depois, no entanto, ele afirmou que perdeu o adereço no fim da apresentação de domingo. A reportagem do GLOBO, no entanto, viu o momento que ele pediu que a faixa fosse guardada dentro de um carro.

Mas o diário conservador carioca anunciou o fato com a manchete: ‘Vampiro-presidente’ da Tuiuti desiste de usar faixa presidencial no desfile das campeãs.

O Globo disse que tentou contato mas não obteve retorno da Presidência.

Na tarde de domingo, o Planalto negou ter feito pressão pela retirada da faixa.

A Paraíso do Tuiuti, mesmo instada por internautas, não se manifestou em sua conta do twitter.

A Mídia Ninja denunciou censura, com imediata repercussão nas redes sociais (veja o vídeo acima, com entrevista do historiador que encarna o Vampirão e trecho do desfile).

Antes do desfile, sintomaticamente, um representante da escola usou o sistema de som do sambódromo para reforçar que a Paraíso do Tuiuti é um grêmio recreativo “apartidário”. “Apartidário”, frisou o diretor de Carnaval Thiago Monteiro.

Em sua conta de twitter, a escola repetiu a mensagem.

Ao UOL, a assessoria de imprensa da Tuiuti disse, na tarde de domingo, que “foi uma decisão exclusivamente da escola, por ser tratar de uma celebração, um dia de festa, e entendemos não ser pertinente levar este adereço. Não recebemos qualquer pedido ou ameaça de ninguém para impedir a ida da faixa para o desfile”.

Léo Moraes, em entrevista à Mídia Ninja, criticou a intervenção militar no Rio de Janeiro e disse que estava com medo.

“A gente fica com medo, inclusive de se manifestar”, afirmou.

Em seu nome, repetiu críticas ao impeachment de Dilma Rousseff.

Léo, que é professor de História do ensino fundamental, está deixando o Brasil para morar na Itália.

Ele disse que ficou assustado com a repercussão do desfile e que sua página no Facebook foi “invadida”, com muitos elogios e algumas críticas.

Jack Vasconcelos, o carnavalesco responsável pelo enredo Meu Deus, meu Deus, acabou a escravidão? afirmou que prefere falar sempre através de seu trabalho.

Em sua página no Facebook, a Paraíso do Tuiuti publicou um vídeo do final do desfile, mas não na horizontal, como requer a Globo.

Antes do desfile, houve gritos de Fora Temer no setor 1, tido como o termômetro da Sapucaí. Durante o sábado, Michel Temer esteve no Rio para “comandar” o início da intervenção militar na segurança pública do Estado.

Antes da Tuiuti desfilou o Salgueiro, que também causou controvérsia no Carnaval, por conta de ritmistas que desfilaram com o rosto pintado de preto, o blackface que no passado foi usado nos Estados Unidos, em filmes e apresentações de teatro, para zombar dos negros.

Só que, desta vez, a bateria da escola veio de rosto limpo.

A Paraíso do Tuiuti foi recebida e se despediu do sambódromo sob gritos de “é campeã”.

Nas arquibancadas, havia cartazes contra a Globo, o golpe e a intervenção no Rio.

Um figurante da escola carregou no desfile uma mensagem SOS EBC, o que talvez tenha motivado a emissora a evitar filmar a ala em que ele aparecia.

A Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), da qual a TV Brasil faz parte, está em processo de desmonte de direitos, denunciam trabalhadores.

Durante a transmissão, a hashtag criada pela TV Brasil disparou.

Embora com muito maior qualidade que a Globo quanto aos comentários, de novo os narradores foram incapazes de sintetizar e contextualizar o enredo da Paraíso do Tuiuti quanto a acontecimentos recentes: manifestoches, manipulados pelos senhores do dinheiro, derrubaram Dilma Rousseff e, assim, ajudaram a promover a reforma trabalhista de Temer. Uma das formas de escravidão moderna, sugere o enredo, ao mostrar a ala Guerreiros da CLT composta por trabalhador@s com vários braços e ferramentas.


Compilação Lorde Inglês, no twitter

PS do Viomundo: Texto continuamente atualizado para acréscimo de informações.


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Comentários

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Cláudio

:
: * * * * 04:13 * * * * .:. Ouvindo As Vozes do Bra♥♥S♥♥il e postando:

Poesia contra a distopia (Distopia = Ideia ou descrição de um país ou de uma sociedade imaginários em que tudo está organizado de uma forma opressiva, assustadora ou totalitária, por oposição à utopia. “Distopia”, in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/distopia [consultado em 13-10-2016].)

Poema acróstico para o maior e melhor brasileiro de todos os tempos :

L ouvemos quem bem merece o mais pleno louvor:
U m homem simples, como as coisas boas da vida,
Í ntimo camarada, nosso irmão e amigo de valor,
Z elando sempre pelo bem da humanidade querida.

I nimigo dos maus, amigo dos bons, trabalhador
N ascido do povo que muito o ama e admira,
Á rvore de bons frutos, os de melhor sabor,
C onsciência plena de tudo que no mundo gira,
I magem perfeita do homem de si senhor,
O humano defensor de humana lira.

L uz de nossa gente, lutador incansável,
U m verdadeiro herói do povo brasileiro,
L úcido e consciente do mais admirável
A mor pelo ser humano e verdadeiro.

D igno e sincero, fraterno e muito humano,
A migo do povo, honesto e sempre lhano.

S eja o meu/nosso canto para te louvar,
I sso que a voz do povo já disse várias vezes:
L ula, o BraSil vive mais feliz só por te amar,
V itória da melhor sorte no número treze,
A fazer do brasileiro a humanidade a se ampliar.
::
Autor: Cláudio Carvalho Fernandes ( poeta anarcoexistencialista )

.:.

L uz do povo brasileiro,
U m digno e fiel lutador,
L astreando com real valor
A honra do BraSil inteiro.

.:.

L ula livrou 36 milhões da pobreza,
U m feito memorável, sem precedentes,
L utando contra a mídia venal, teve a certeza
A bsoluta de estar ao lado dos brasileiros conscientes.

.:.

L ivrando da miséria extrema 36 milhões de brasileiros,
U m feito sem igual, que, por si só, já bastaria,
L ula segue sendo no mundo um dos primeiros
A fazer de seu povo a eterna rima rica de sua poesia.

.:.
♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥
* * * * * * * * * * * * *
* * * *
Por uma verdadeira e justa Ley de Medios Já pra antonti (anteontem. Eu muito avisei…) ! ! ! ! Lul(inh)a Paz e Amor (mas sem contemporizações indevidas) 2018 neles/as (que já PERDERAM, tomaram DE QUATRO nas 4 mais recentes eleições presidenciais no BraSil) ! ! ! ! !
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♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥

Messias Franca de Macedo

Neo1964 é aqui:
em nossa pré-Idade Média desta ‘Republiqueta do CUnha do Mundo’
Tanques do exército chegando no Rio de Janeiro – 18 de fevereiro de 2018
https://www.youtube.com/watch?v=CGLwfHjdZysti

Messias Franca de Macedo

O experimentado e impávido jornalista Alex Solnik confessa que está muito preocupado, insone mesmo!
Solnik: Temer entregou o Rio aos generais

https://www.youtube.com/watch?v=GOM5iNbQ6cQ

Messias Franca de Macedo

BOMBA!
TACLA_ DURAN CONSEGUE GRANDE VITÓRIA SOBRE MORO E SUA TURMA!
Por Paulo Andrade Castro
Publicado em 18 de fev de 2018
https://www.youtube.com/watch?time_continue=16&v=o2qsoKBONic

jose carlos lima

O golpismo da Globo: de primeiro de abril de 1964 a 17 de fevereiro de 2018

https://jornalggn.com.br/blog/jose-carlos-lima/o-golpismo-da-globo-ontem-e-hoje-voltou-a-democracia

DIRCEIA SILVA TEIXEIRA

Está escola de samba é completamente de esquerda. Criticam o governo atual em defesa da que foi impedida de continuar o mandato, a Dilma Rousseff.
Sugiro que ao invés de ficarem aí idolatrando governos e os defendendo, vão trabalhar e estudar. Quem sabe o Brasil não tenha solução.
As avenidas e ruas do Rio de Janeiro ficaram tão sujas depois desta festa, que se eu fosse prefeito desta cidade mandava proibir estas festas.
Os cidadãos precisam aprender a serem civilizados e respeitarem o ambiente público.
Por isso esta violências e bagunça.

    leonardo-pe

    mais 1 que acaba de PASSAR RECIBO! inacreditável.

Thiago

Esqueçam o resto: é Globo versus Lula, por Gustavo Conde
O Jornal de todos Brasis

Blog do Gustavo Conde, postado também no Blog do Nassif

Esqueçam o resto: é Globo versus Lula, por Gustavo Conde

GUSTAVO CONDE
DOM, 18/02/2018 – 09:14

Esqueçam o resto: é Globo versus Lula

por Gustavo Conde

A censura voltou com a força que caracteriza as ditaduras. Eu havia antecipado que teríamos problemas no desfile das campeãs. Dito e feito. O historiador Léo Moraes que deu vida ao “vampirão” foi proibido de desfilar com a faixa presidencial – a Mídia Ninja registrou a ameaça pré desfile. E, até onde eu sei – não vi a transmissão -, os patos e as carteiras de trabalho sumiram do desfile televisionado.


Alô, historiadores: a Paraíso de Tuiuti é o grande estopim da intervenção no Rio de Janeiro. Preparem suas narrativas. A Globo foi humilhada e, junto com ela, o vampirão. Os dois, Globo e Vampirão, tomaram a decisão da intervenção, intervenção feita nas coxas e de improviso. Percebam como a Globo apoia desesperadamente a ação, todos os seus jornalistoches inclusos.

Eles acham que vão impedir o Morro de descer, mas o fato é que o morro já desceu. O morro de Tuiuti desceu e desceu bonito. E vai continuar descendo o resto do ano.

A ignorância generalizada de governo federal e Globo chegou a um ponto de não retorno e de violência explícita. O desespero de não construírem um candidato a 8 meses das eleições tomou de assalto o cronograma do golpe.

Acreditem: os Marinho só dormem com remedinho, assim como tucanos e emedebistas. A covardia e a incompetência, somadas a ‘não saber perder’, produzem a mais violenta das reações. O exército no Rio é a Globo que não sabe nem cobrar lateral e, por despeito, leva a bola para a casa.

Eles, Globo e Temer, Temer e Globo, acabaram de mostrar as credenciais: a partir de agora é censura e bala. O Rio, vocês sabem, é a casa da Globo. Ela está assustada com as ocupações de suas instalações – já programadas, inclusive, para re-edições especiais em 2018 -, com a própria ridicularização e com o ódio que recebe da população carioca. Uma emissora que semeou o ódio durante tanto tempo, agora se vê no olho do furacão dos ventos da repulsa social: a Globo é odiada pela população brasileira.

Mereceram. Foram enfrentar Lula como enfrentaram – de maneira torpe – e experimentam, agora, o próprio veneno. Foram tentar destruir alguém que construiu sua legitimidade real junto ao povo durante 40 anos. Perderam. Como não disse Sean Parker – o fundador do Napster – sobre as gravadoras que ele jogou no limbo da história: elas ganharam na justiça, mas pergunta se alguém que comprar alguma ação da Tower Records?

Hoje, a batalha épica que vai definir o futuro do Brasil é Globo versus Lula. Temer e PSDB são apenas manifestoches na mão da Vênus Enferrujada, que ainda vai infectar muita gente com o tétano da desinformação. A Paraíso de Tuiuti abriu as cortinas da batalha final. Tomem as posições e protejam as fileiras.

Fernando Marques

E a turma morre de medo da intervenção militar por se tratar de uma nova ditadura. Ninguém sem toca de que estamos vivendo exatamente isso. Basta observar a vida que temos e as expectativas, que não são nada boas.

Dante

A VOLTA DA CENSURA

Foi covardia, sim

Temer censura vampiro e Tuiuti se acovarda
AI-5 está em vigor!

publicado 18/02/2018 no Conversa Afiada

Vampiro não chupou mais o sangue do Presidente (Créditos: Mídia Ninja)

Bem que a TV Afiada avisou: a censura vai voltar, porque essa foi a intervenção dos desesperados.

Saiu no Globo Overseas:

‘Vampiro-presidente’ da Tuiuti desiste de usar faixa presidencial no desfile das campeãs

Uma das figuras mais comentadas do carnaval carioca, o vampiro-presidente da Paraíso do Tuiuti, vice-campeã do Grupo Especial, desfilou sem a faixa presidencial neste sábado. Segundo informações do barracão da escola, emissários da presidência da República pediram à Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) que impedisse a entrada do destaque. Questionado, o professor de História Léo Moraes, de 40 anos, disse que não tinha recebido essa informação, e que desfilaria com a faixa. Logo depois ele afirmou que perdeu o adereço no fim da apresentação de domingo. A reportagem do GLOBO, no entanto, viu o momento que o professor entregou a faixa para um funcionário da escola guardar dentro de um carro.

– Ele (o vampiro) representa um sistema. Isso que está acontecendo no Rio de Janeiro hoje, para qualquer um que tenha um conhecimento de história, é preocupante. A gente fica até com medo de se manifestar. Eu espero que isso não seja um grande retrocesso – disse o professor.

O carnavalesco Jack Vasconcelos disse que não teria como negar ou confirmar a informação:

– Para ser muito sincero eu passei o dia isolado. Acabei de chegar aqui. Não posso confirmar ou negar essa informação, pois seria leviano – disse.

Mais cedo, o diretor da escola Thiago Monteiro disse que Léo Moraes havia sofrido um mal-estar, mas que a participação dele no desfile estava garantida.

Muito integrantes da escola lamentaram o fato de o personagem entrar na Avenida sem o adereço:

– Uma pena não terem peito de deixar ele usar a faixa presidencial.

Ao fim da apresentação, o professor de história recebeu a orientação de se descaracterizar rapidamente. Ainda mesmo na dispersão ele retirou a maquiagem e a roupa de vampiro. De acordo com fontes da escola, até duas horas antes do desfile a informação era de que professor não desfilaria, mas depois resolveram que ele entraria na Avenida, mas sem a faixa.

A Tuiuti caiu nas graças da internet e foi destaque até na imprensa internacional ao levar para a Avenida o enredo “Meu Deus, meu Deus, está extinta a escravidão?”, com uma crítica social ao racismo e a exclusão social. Na parte final do desfile, a agremiação trouxe uma sátira política e criticou a Reforma Trabalhista e da Previdência. O GLOBO tentou entrar em contato com a assessoria de imprensa da Secretaria-Geral da Presidência da República, mas não obteve resposta.

Agnaldo

Cinco hipóteses para a Intervenção Militar no Rio, por Ion de Andrade
ION DE ANDRADE
DOM, 18/02/2018 – 07:40 no Blog do Nassif

https://jornalggn.com.br/blog/ion-de-andrade/cinco-hipoteses-para-a-intervencao-militar-no-rio-por-ion-de-andrade

Cinco hipóteses para a Intervenção Militar no Rio

por Ion de Andrade

O tabuleiro da política nacional após o golpe e após a maldição do pré-sal é extremamente complexo. O Rio de Janeiro é a um só tempo a sede da Rede Globo, a sede operacional do Pré-Sal e a cidade potencialmente mais explosiva do Brasil pois ali as assimetrias sociais se assentam sobre uma geografia onde as periferias cercam as elites.


Sem mais delongas, penso haver cinco hipóteses válidas para explicar a intervenção militar no Rio de Janeiro. Os próximos dias serão decisivos para irmos entendendo o que ocorreu com mais profundidade.

A Intervenção como cortina de fumaça para um recuo na Reforma da Previdência
Essa hipótese não exige maiores explicações. Derrotado na Reforma da Previdência o governo criaria um factoide capaz de, por si só, justificar a impossibilidade de levar a matéria a votação, pois, sob intervenção federal a Constituição não pode ser modificada, como a Reforma da Previdência é uma PEC, estaria sacrificada e o governo não figuraria como derrotado.

A intervenção como uma ocupação da cidade potencialmente mais explosiva do Brasil diante de uma Reforma da Previdência líquida e certa.
Nesse caso, a intervenção teria sido disparada assim que o governo fechou o quantitativo suficiente de votos para a aprovação da Reforma. Nesse caso a presença do exército seria o posicionamento prévio de forças militares para conter a fúria previsível do povo numa cidade em que alguns alvos óbvios poderiam ser pesadamente atingidos. Esse cenário exigirá do Exército a repressão de um povo coberto de razão. Aqui a ideia da “suspensão” da intervenção para votar a Reforma da Previdência ganha total sentido.

A intervenção como preparo para a militarização do golpe
A ocupação do Rio seria um exercício e o preparo de uma militarização geral do Regime, fortalecendo o protagonismo dos militares e aplicando o ideário bolsonariano sob a batuta de Temer.

A intervenção como cartada eleitoral
Nesse caso, após a clareza meridiana de sua tremenda impopularidade, demonstrada por ocasião do carnaval o presidente ilegítimo estaria criando alguma iniciativa política em relação a um dos principais problemas nacionais, a Segurança Pública. A ideia é que tendo sucesso poderia ganhar viabilidade eleitoral.

Libanização da província petroleira
Muitas supostas “blitzkrieg” se tornaram crônicas devido a surpresas que prolongaram o conflito. A ideia aqui é que o imperialismo, interessado em enfraquecer de forma irreversível a governança brasileira sobre o Petróleo criasse no Rio de Janeiro ambiente de caos comparável ao que foi criado no Líbano, no Iraque ou na Líbia. Nesse caso os seus agentes a um só tempo teriam estimulado a intervenção militar no estado e já teriam armado o crime organizado para que tenha poder de fogo suficiente para produzir baixas e perdas ao Exército, perenizando o conflito com o propósito de ajoelhar a cidade.

Cada um desses cenários privilegia a ação de um protagonista ou de um interesse e me parece que até aqui nenhum deles pode a priori ser descartado. O Exército deve estar muito atento para não estar sendo instrumentalizado para fins escusos ou para cenários onde seja jogado contra o povo ou contra um poder criminoso aliado aos inimigos do país e interessado apenas em alimentar o caos.

Os próximos dias dirão para onde caminhamos.

Edinaldo Souza de Mendonça

Excelente reportagem e observação essa quadrilha de Brasília comandada pelo presidente da república golpeou os trabalhadores de geração passada a presente e a futura tirando os seus sonhos e direitos conquistados a anos a custa de suor, sangue, prisão e morte e quando a voz do povo não é houvida de jeito tem que ser desse jeito!! parabéns paraíso do Tuiuti

Luiz Carlos P. Oliveira

Algo muito sério aconteceu. O professor mediu cada palavra que disse durante a entrevista. Uma investigação merece ser feita para que se saiba de onde veio a ordem para retirar a faixa. Mas, com faixa ou sem faixa, o Brasil inteiro sabe que o vampiro representado genialmente pela Tuiuti é o Temer.

    ana s.

    E não foi só isso, Luiz Carlos. Por esse videozinho da Mídia Ninja, dá pra ver outra mutilação na sátira concebida pelo carnavalesco: os paneleiros fantoches do carro alegórico Neotumbeiro, que trazia o vampirão, não estavam ligados por fios às mãos gigantes que pendiam sobre eles, o que descaracterizava a crítica à manipulação. Censura de volta. Muito triste.

Agnaldo

A GLOBO COM O SEU SENSACIONALISMO CONSCIENTE CONSEGUIU ENGANAR ATÉ O EXÉRCITO BRAZILEIRO.

NÃO SAIAM DOS QUARTÉIS!

Números (OFICIAIS) desmentem “explosão de violência” no Rio
Ocorrências no Carnaval caem desde 2015

Publicado 17/02/2018 NO CONVERSA AFIADA

Carnaval carioca registrou menos ocorrências de violência do que em anos anteriores (Créditos: Fernando Maia/Riotur)

A respeito do comentário do governador Pezão de que o número de crimes no Carnaval em 2018 foi menor do que em 2017, o Conversa Afiada compartilha números do Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro (ISP).

Segundo a diretora do ISP, Joana Monteiro, em matéria no Estadão, não houve “explosão de violência” durante o Carnaval do Rio. O número de ocorrências registradas entre os dias 9 e 14/II foi de 5.865. No carnaval do ano passado, quando a Polícia Civil estava em greve (ou seja, muitos incidentes não tiveram registro oficial), foram 5.773. Em 2016 foram 9.016 ocorrências e 9.062 em 2015.

O número de furtos também diminuiu: 584 em 2018, 613 em 2017, 1.704 em 2016 e 2.144 em 2015. Também tiveram queda outros crimes, como homicídios (queda de 14,81% em comparação com o ano passado) e roubos de celular (menos 29,7%).

A queda no número total de ocorrências, de 2015 para 2018, foi de 35,27%.

No total, 16 dos 27 indicadores de violência caíram durante o Carnaval do Rio. “Foi um carnaval muito parecido com o dos outros anos. Estou segura em dizer que não houve nenhuma explosão de violência neste ano”, afirmou Monteiro.

Em tempo: o ISP é um órgão vinculado diretamente à Secretaria de Segurança Pública do estado do Rio de Janeiro.

Leia também no Conversa Afiada:

Gal. Villas Boas, em 6/2017: intervenção é desgastante e perigosa!
Quem faz arrastão no Rio?
Arrastões na Globo são distribuição de renda
O rico se droga e o pobre leva porrada

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