“Eu já estava jogada no chão, algemada, e o PM ainda colocou a perna em cima da minha cabeça”

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Índia xacriabá denuncia ação violenta da Polícia Militar

A índia xacriabá relatou a violência de que foi vítima durante o Grito dos Excluídos

do site do deputado estadual Rogério Correia (PT-MG)

A Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realizará audiência pública em Montes Claros (Norte de Minas) para apurar a denúncia de que agentes da Polícia Militar (PM) teriam cometido abuso de poder e intimidação contra uma índia xacriabá. O caso ocorreu na cidade durante manifestação do Grito dos Excluídos no dia 7 de setembro. A vítima, Juvana Xakriabá, compareceu à reunião da comissão, nesta quarta-feira (09), para dar o seu testemunho.

Segundo Juvana Xacriabá, a ação que culminou em sua detenção foi iniciada por uma postura de deboche agressivo por parte do prefeito Ruy Muniz (PRB), que teria provocado os manifestantes com gestos e postura zombeteira. A atitude teria inflado os ânimos, levando ao abalo de uma grade próxima ao local onde ela estava posicionada. Em razão disso, ela teria sido bruscamente abordada por um policial militar, que algemou, encostando-a na parede e, na sequência, derrubando-a no chão de forma violenta, mesmo já imobilizada.

Bastante emocionada, Juvana Xacriabá lamentou o fato de seu povo ser sempre vitimado com esse tipo de ocorrência, narrando ainda as consequências da ação truculenta da PM. “Eu já estava jogada no chão como um bicho, algemada, com dois policiais segurando as minhas pernas e o PM que me abordou ainda colocou a perna em cima da minha cabeça. Fiquei um tempo sem conseguir respirar, sentindo a força do policial pressionando minha cabeça. Depois que ele tirou a perna, eu estava passando mal, quase desmaiei”, desabafou.

Ela relatou ainda que foi jogada no camburão da polícia e conduzida a uma unidade da Polícia Civil, mesmo tendo informado que, por ser de uma comunidade tradicional, seu caso deveria ser levado à Polícia Federal. Os policiais teriam ignorado a informação e ainda tentado despistar outros manifestantes, que tentavam segui-la a fim de saber para onde ela seria levada.

Questionada sobre a suposta ameaça que teria feito, apontando uma flecha em direção ao prefeito, Juvana disse que os instrumentos (arco e flecha) que portava são artesanais e compõem a indumentária que o seu povo usa em mobilizações. “Não é uma arma”, afirmou. Ela mostrou um exemplar dessas ferramentas, destacando o fato de a flecha nem sequer possuir ponta. Segundo Juvana, as flechas estavam apontadas porque os manifestantes haviam pendurado camisetas de protesto nas pontas a fim de que ficassem visíveis para o prefeito.

Confira no vídeo a participação de Juvana Xacriabá na Comissão de Direitos Humanos clicando aqui.

Posted by Deputado Estadual Rogério Correia on Quarta, 9 de setembro de 2015

 

A comissão ouviu também outra testemunha, Silla Xacriabá, que declarou ter tentado ajudar Juvana. “O que fizeram com ela foi uma covardia, e quando tentei ajudar, também fui agredida por um PM, que me puxou pelo cabelo, me jogando na direção dos outros manifestantes”, lamentou.

Secretário e deputados manifestam solidariedade

O representante da Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania, Leonardo Soares Nader, informou que o secretário Nilmário Miranda se manifestou, solicitando que as duas fossem convidadas a comparecer à Secretaria para reportar o caso, além de sugerir que a ocorrência seja encaminhada também para a Ouvidoria.

Os deputados Rogério Correia e Cristiano Silveira (ambos do PT) destacaram que a comissão vai acompanhar o caso e não permitirá injustiças contra os povos tradicionais. Elogiando a PM como instituição, o deputado Rogério Correia ressaltou que a corporação deve agir de forma exemplar para averiguar o ocorrido e agilizar a investigação.

O deputado Sargento Rodrigues (PDT) também avaliou a necessidade de uma apuração séria de todas as circunstâncias que envolvem o caso, além de destacar que as responsabilidades do prefeito também precisam ser verificadas.

Audiência – Ao final da reunião, foi aprovado requerimento assinado pelos deputados Rogério Correia e Sargento Rodrigues para a realização da audiência pública em Montes Claros. Os parlamentares solicitam que sejam convidados o prefeito de Montes Claros; o comandante da PM na região, o secretário de Estado de Direitos Humanos, além de representantes da Polícia Federal e do Conselho Indigenista Missionário (Cimi).

Fonte: ALMG

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Comentários

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João Martins

Se mostram o filme do fato, como escrevem “teriam cometido”?
Isso é redação de imprensa marrom!

Marcos Pinto Basto

Ou para mostrar que o assunto é muito sério, punir do comandante geral da PM/MG ao soldado que brutalizou a cidadã ameríndia com expulsão dos quadros da coorporação. Exagero? Exatamente isso. Punição que atinge todos os postos de comando diretamente relacionados com a violência do soldado. Depois de expulsos vão enfrentar a justiça por crime hediondo de violência desnecessária contra uma filha do Brasil!

Lauro Oliveira

Como não ficar enojado por esta violência policial? Não custa lembrar a este facínora que é o povo que ele agrediu que garante seu sustento e deve ser respeitado . SUA EXCLUSÃO DO do quadro da PMMG mostraria que este procedimento não encontra guarida na corporação

FrancoAtirador

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Índios, Negros, Drogados, Mendigos, Pobres em Geral
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são [mal] tratados como um Estorvo, não como Pessoas.
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marcio ramos

… policia desgracenta pau mandado dos canalhas no poder…

… indigena não ter terra é pra envergonhar qualquer um …

João de Deus

Fora de Pauta, mas nem tanto.

Publicado no Blog do Nassif

http://jornalggn.com.br/noticia/estudiosa-do-bolsa-familia-denuncia-agressao-de-vizinho-anti-petista

Estudiosa do Bolsa Família denuncia agressão de vizinho anti-petista

O Jornal de todos Brasis
Estudiosa do Bolsa Família denuncia agressão de vizinho anti-petista

Atualizado em 11/09/2015 – 23:12
Cíntia Alves

Há mais de um ano, a família da socióloga Walquiria Leão Rego sofre perseguição por “votar no PT”. Hoje, segundo ela, sua filha quase foi atropelada. “A mídia criou um ambiente de ódio semelhante ao que fizeram no nazismo”, disse ao GGN

Jornal GGN – Desde que a presidente Dilma Rousseff foi reeleita, o clima de terceiro turno em algumas capitais do País foi levado ao extremo. Ministros e ex-ministros foram e são hostilizados nas ruas; sedes do PT, atacadas, e militantes ou simpatizantes da legenda são humilhados, muitas vezes, sem reação. A socióloga Walquiria Leão Rego, autora do livro “Vozes do Bolsa Família”, dentre outros títulos, se encaixa nesta última categoria. Até que a segurança pessoal de sua filha foi colocada em risco e ela decidiu recorrer à polícia.

Na tarde desta sexta-feira (11), enquanto aguardava atendimento no 23º Distrito Policial de Perdizes, na capital paulista, Walquiria relatou ao GGN o drama que vive com frequência há mais de um ano, por causa de um morador do apartamento um andar abaixo ao seu, no bairro nobre de São Paulo – região onde ocorrem os famosos panelaços contra o governo.

Segundo a socióloga, o vizinho nunca escondeu sua aversão à gestão petista. Mas há algumas semanas, ele “deixou de se contentar em apenas bater panela” e partiu para a provocação. Nas últimas passagens de Dilma na televisão, “ele pegava um pedaço de pau e batia no teto, colocava a cabeça para fora da janela e gritava palavrões.”

No protesto agendado por grupos contrários à permanência de Dilma no poder, que ocorreu em 16 de agosto, o morador destemperado agrediu verbalmente o marido de Walquíria. “Ele (o vizinho) e sua mulher estavam aguardando o elevador, e quando meu marido saiu, passou a ser ofendido. Ele gritava que meu marido era corrupto, ladrão, e ‘Fora PT’. Tudo isso foi gravado pelas câmeras internas, mas o porteiro me informou que preciso de um técnico para recuperar as imagens, que não foram arquivadas.”

Segundo Walquiria, seu marido saiu do elevador e, na medida em que o vizinho continuava gritando, apenas respondeu: “O senhor me respeite, que eu não falo com o senhor.” E ouviu em retorno: “Eu não respeito petista, ladrão, corrupto.”

Após o episódio, a síndica do condomínio foi procurada. Walquiria ficou em dúvida sobre fazer um Boletim de Ocorrência, mas rapidamente foi dissuadida, “porque não ia pegar bem para o prédio envolver a polícia em briga de vizinhos.” Ela, então, tentou conversar com a esposa do agressor, “na expectativa dela dizer que ele tem problemas mentais que justificam aquela postura.” Mas a esposa não quis conversa.

Nesta sexta-feira (11), a filha de Walquiria, uma historiadora na casa dos 40, mãe de um menino, estacionava o carro próximo à portaria do prédio da mãe – conhecida pelo trabalho como pesquisadora da Unicamp e pelo livro do Bolsa Família – quando o vizinho anti-petista surgiu.

“Minha filha ficou olhando, pois já sabia como ele é e tinha medo dele. Ele não gostou e ficou perguntado ‘Tá olhando o quê? Tá olhando o quê, filha da puta?’, e fez gestos obscenos com o dedo da mão. Minha filha decidiu pegar o celular e disse para ele repetir o gesto, que ela iria gravar. Foi quando ele entrou no carro e deu ré, jogando o carro na direção dela. Ela chegou em casa me relatando isso aos prantos”, disse Walquíria.

As imagens, mais uma vez, foram registradas pelas câmaras de segurança do condomínio. O relato do responsável pela portaria à socióloga dá conta de que “o vizinho acelerou tanto que se houvesse crianças no trajeto que ele fez para deixar o prédio, elas seriam atropeladas”. “Ele (o porteiro) já presenciou tantas cenas desse vizinho que tenho certeza que deve estar com medo de dizer algo contra ele, agora”, comentou.

Walquiria, que ironicamente já deu muitas entrevistas abordando o preconceito e ataques sem fundamento a programas criados pelo PT para ajudar a parcela mais pobre da população, disse que depois da série de insultos à família e à investida perigosa do vizinho contra a filha, decidiu fazer um B.O.

“Mas a gente vem para a delegacia com aquela cara que você pode imaginar, de petista que vai ouvir de delegado ou outro agente que foi bem feito, que a gente tem que sofrer mesmo. É o que acontece hoje. A mídia criou um ambiente de ódio semelhante ao que fizeram no nazismo. As pessoas estão fora de controle e acham que podem agredir ou até matar um petista sem que ninguém faça nada. E se ninguém do nosso lado fizer nada, é isso o que vai acontecer”, avaliou.

Ela ainda contou que o vizinho foi avisado sobre a iniciativa de Walquiria e se dirigiu à delegacia para justificar sua postura. “Ele disse que tem problemas com os barulhos que meus netos fazem no apartamento, o que é uma mentira, porque eu só tenho um, e ele sequer mora comigo.”

Euler

Tenho estranhado a postura da PM de Minas sob o governo Pimentel, do PT. Primeiro, a tropa de choque agiu contra moradores da Izidora, que fizeram caminhada pacífica até a Cidade Administrativa; em seguida, a mesma tropa de choque foi usada contra os protestos pelo aumento das tarifas de ônibus no centro de BH. Manifestações igualmente pacíficas, que foram tratadas com bombas de gás, tiros de borracha e cassetete. Agora este caso em Montes Claros, por ocasião do Grito dos excluídos em 07 de setembro. O comando da PM dando entrevistas para rádios e falando com desenvoltura em favor da repressão, como se o estado não tivesse governo. Muito ruim isso. Pimentel precisa mostrar autoridade fazendo o que ele prometeu em campanha, ou seja, através do diálogo com os movimentos sociais, ao invés de usar a polícia para reprimir as legítimas manifestações.

Luiz

Nunca é tarde para se lembrar da vergonhosa “chacina Xacriabá” ocorrida no norte de Minas nos anos 80, onde dezenas de índios, entre eles, idosos, mulheres e crianças foram mortos por grileiros de terra na região. Isso tem que acabar.

Marcos Pinto Basto

Punir severamente o soldado PM, seu superior imediato e sugerir ao comando da PM, treinamento do pessoal nos modos que devem usar ao cuidar da população.

Urbano

Os fascistas costumam ser heróis assim, sempre embasados na plena covardia e principalmente diante dos indefesos. Um crápula armado até os dentes, de certo exército não menos escroque, colocou o seu pé, envolto num coturno, sobre a cabeça de uma menina, entre seis e sete anos, que se encontrava deitada no chão da rua, tendo ao lado a sua mãe devidamente prostrada diante do covarde, como que a pedir clemência.

    Urbano

    Certamente não custa nada avisar para os tontos da oposição ao Brasil, que o soldado covarde e o exército não são brasileiros, evidentemente. A coisa é de lá do outro lado do Mundo, e situações de extrema patifaria como a citada acima, se se brincar, ocorrem diariamente.

    Urbano

    Aviso também que a criança em questão não é índia, até para que os tontos da oposição ao Brasil não fiquem ainda mais eufóricos na comemoração.

Jair Fonseca

Covardia inominável. A garota poderia ter morrido, como foi o caso do camelô negro de Nova York, imobilizado pela polícia por esse método gentil, sendo que ele também não agredira ninguém.

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