Al Jazeera: O Brasil sob “ocupação esportiva”

Tempo de leitura: 4 min

Opinion

Brazil’s disappearing favelas

Infraestrutura exigida pelos interesses corporativos mais poderosos do mundo deixam famílias sem teto no Brasil

Dave Zirin*, em 10 May 2011 13:34, na Al Jazeera

No Chile, foi chamado “O Tijolo”. Era um manifesto econômico de milhares de páginas do ditador Augusto Pinochet, escrito pelos “Chicago Boys” — estudantes chilenos da Universidade de Chicago. Discípulos do professor de economia conservador e neoliberal Milton Friedman, eles imprimiram “O Tijolo” no “outro 11 de setembro”, 11 de setembro de 1973. Enquanto o palácio presidencial era bombarderado, o “companheiro presidente” Salvador Allende era assassinado e o general Pinochet assumia o poder, “O Tijolo” se tornou o compasso econômico de Pinochet. Guiou o país durante as duas décadas do corta e queima das privatizações, despejos e desigualdade — tudo em nome do “desenvolvimento”.

Hoje Pinochet é desprezado e sumiu, mas “O Tijolo” se tornou o manifesto para a maior parte do mundo. Hoje, seus mais ardentes patrocinadores ironicamente usam outra sigla: BRIC. Eles são Brasil, Rússia, Índia e China. Essas ambiciosas nações se estabeleceram como o futuro, não apenas do crescimento econômico global, mas como futuros centros do esporte internacional. Eles podem oferecer duas coisas que os poderes decadentes do Ocidente já não podem: gastos deficitários maciços e uma infraestrutura de estado policial para deslocar, destruir e desaparecer com quem quer que fique no caminho.

Estamos vendo isso de forma particularmente dramática no Brasil. O país vai sediar tanto a Copa do Mundo de 2014 quanto as Olimpíadas de verão de 2016. No século 21, estes eventos esportivos vão requerer mais estádios e hotéis. O país-sede precisa proporcionar um aparato massivo de segurança, uma determinação para esmagar as liberdades civis e o desejo de criar o tipo de “infraestrutura” que estes jogos exigem. Isso significa não apenas estádios, mas estádios novinhos em folha. Isso significa não apenas segurança, mas a mais nova tecnologia antiterrorista. Isso significa não apenas novas formas de transporte para os locais de jogos, mas esconder a pobreza dos que vão e vem das competições. Isso significa gastar bilhões de dólares para criar um playground para o turismo internacional e para os patrocinadores multinacionais.

Todos os dias nas favelas, os bairros que cercam as grandes cidades brasileiras, esses festivais atléticos internacionais fazem reviver os caminhos do “Tijolo”. A Anistia Internacional, as Nações Unidas e mesmo o Comitê Olímpico Internacional — temerosos de danificar sua “marca”, estão demonstrando preocupação. Dá para entender o motivo.

Nesta semana houve uma preocupante série de notícias sobre a derrubada e limpeza de favelas, tudo em nome de “deixar o Brasil pronto para os jogos”. Centenas de famílias da Favela de Metro se viram no meio de detritos, sem lugar para ir depois da demolição, sem remorso, bancada por autoridades brasileiras. Ao demolir as casas antes que as famílias tivessem oportunidade de encontrar novas casas ou serem “recolocadas”, o governo violou flagrantemente os conceitos mais básicos dos direitos humanos.

Como o [jornal britânico] Guardian noticiou, “casas de tijolo aparente foram destruídas por tratores. Ruas ficaram cobertas com uma grossa camada de detritos, lixo e metal retorcido. À noite, viciados em crack se escondem nas casas abandonadas, enchendo os cômodos de garrafas vazias, colchões sujos e cachimbos de crack improvisados em copos de plástico. O cheiro de excremento humano se espalha no ar”.

O Peolpe & Power da Al Jazeera investigou a “pacificação” das favelas do Rio, que acontece em meio a disputas entre gangsters e chefes do tráfico.

O residente de uma favela, Eduardo Freitas, disse que “parece que estamos no Iraque ou na Líbia. Não tenho mais vizinhos. É uma cidade fantasma”.

Freitas não precisa de um mestrado da Universidade de Chicago para entender o que está acontecendo. “A Copa do Mundo vem aí e eles querem esta área. Penso que é desumano”.

A autoridade habitacional do Rio diz que tudo será feito em nome do “desenvolvimento” e, com a renovação da área, está oferecendo aos moradores da favela “dignidade”.

Talvez alguma coisa tenha se perdido na tradução. Ou talvez o conceito burocrático de “dignidade” signifique se tornar sem-teto para que seu bairro se torne um estacionamento para ricos torcedores de futebol. E vem mais “dignidade” por aí. De acordo com Julio Cesar Condaque, um ativista que se opõe à demolição de favelas, “entre agora e 2014, 1,5 milhão de famílias serão removidas de suas casas em todo o Brasil”.

Conversei com Christopher Gaffney, professor-visitante da Universidade Federal Fluminense no Rio de Janeiro e vice-presidente da Associação Nacional dos Torcedores.

“É como a queda no paraíso neoliberal” ele disse. “Nós agora vivemos em cidades planejadas por firmas de relações públicas e governadas por um estado autoritário em conjunção com seus patrocinadores corporativos. Estes eventos são gigantescos cavalos de Tróia para nos deixar sob o choque e espanto da transformação de lugares e pessoas, enquanto se instala um governo paralelo com o uso de dinheiro público para gerar lucros privados. No molde de uma invasão militar, a única forma de ocupar um país de forma bem sucedida é bombardeando o público com informação, se livrando dos indesejáveis e lançando uma campanha de mídia para taxar as vozes alternativas de pessimistas antipatriotas que odeiam o esporte e o ‘progresso'”.

É uma jornada marcante. Pinochet agora é uma memória grotesca, desgraçado universalmente pela morte. Mas “O Tijolo” sobrevive, uma pedra pendurada no pescoço da América Latina. Esperem por uma série de protestos quando se aproximarem os jogos do Rio. E esperem o enfrentamento deles de maneira que vai refletir as mais obscuras tradições políticas da região.

Dave Zirin is the author of “Bad Sports: How Owners are Ruining the Games we Love”. His latest documentary is “Not Just a Game”.

The views expressed in this article are the author’s own and do not necessarily reflect Al Jazeera’s editorial policy.


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Comentários

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João

Quando aprovaram o Brasil sediar a Copa e as Olimpíadas, pensei: "será que não temos outras prioridades"?.
Enfim, o dinheiro todo gasto nos eventos não poderia ser melhor utilizado?
Exemplifico: uma cidade como Natal (RN) – nada contra os potiguares, que por sinal residem em uma das regiões mais bonitas e hospitaleiras do Brasil -, o que fará depois da Copa com um estádio de qualidade internacional? Quem irá jogar lá?
Posso estar sendo purista, mas acho que estamos jogando dinheiro fora.

Al Jazeera e a “ocupação esportiva” do Brasil | Praxis

[…] original na Al Jazeera por Dave Zirin*, em 10 de maio de 2011 13:34 Postagem traduzida no blog Vi o mundo em 12 de maio de 2011 às […]

Rio de Janeiro: A pobreza como “questão paisagística” | Viomundo – O que você não vê na mídia

[…] Leia aqui o que a Al Jazeera escreveu sobre a “ocupação esportiva” do Brasil.   […]

SILOÉ -RJ

Mas são essas as informações que os espiões informantes lesa-pátria passam em troca de uns trocadinhos, para detonar o governo brasileiro diante da mídia lá fora.
Nós aqui do Rio sabemos que isso não é verdade e convidamos à todos para visitar qualquer comunidade pacificada para verificar "in loco" todas as melhorias.

Klaus

Pô,achava que o que a Al Jazeera dissesse fosse verdade absoluta. Pelo visto, me enganei.

Jorge Nunes

Não vejo isso aqui no Rio, a prefeitura instalou telecentros na Maré, Alemão e na Rocinha. Os moradores que moram na passagem das obras de metrô e rodovias estão sendo relocados.

Eu passei por Cascadura e vi as desapropriações para construir a "transcarioca" as casa de alvenaria demolida estão no asfalto e não no morro. E pelo jeito a prefeitura pagou indenização para galera.

O carioca parece não esta vivendo neste estado facista, eu moro na cidade e não vejo isso. A principal reclamação é que o UPP tirou as armas dos traficantes e não as drogas.

    Bonifa

    A verdade é que a imprensa internacional está acusando o governo Dilma de tentar acabar com a pobreza matando os pobres e mandando demolir suas casas na força bruta. E isto está passandopor aí como sendo verdade.

    Mauro Silva

    Caro Jorge, se vc pronunciasse Brasil com 'z', como certo ex-presidente e intelectual de 5ª, e morasse a 10.000Km da sua casa, certamente veria todo esse massacre na sua cidade.

Francisco Silva

Textos deste tipo é para tensionar o governo pela esquerda, Azenha?
Francamente …

Valdeci Elias

Um favelado ir morar, em uma casa de alvenaria, com agua , luz e saneamento, não é esconder a pobreza. E o estado bancar isso, não é despesa más investimento . Pois uma pessoa vivendo com qualidade, no futuro o estado vai gastar menos em saude ou segurança.
Torço para que Dilma, consigua erradicar a miséria e deixar todas as favelas vazias.

Luci

Os comentários demonstram há dois Brasis.

gilberto silva

Uauuuuuuuuu..verdade absoluta . All jazeera não precisa mentir…não faz parte do PPIG.

genital lacerda

"O Brasil realmente tem terroristas? " Nossos motoristas-terroristas matam mais de 50.000 pessoas por ano..muito mais que qualquer guerra antiga ou moderna…isso responde sua pergunta???

strupicio

e tem uma turma grande com uma credulidade comovente em governos de PT, socialistas e populares coisa tais…
so existe um partido e uma ideologia em todo o mundo: o capital financeiro e corporativo..
obama=bush=lula=dilma=berlusconi=todomundo

luiz pinheiro

Uma coisa é denunciar arbitrariedades contra favelados, as quais, lamentavelmente, parece que estão mesmo acontecendo no Rio dos futuros Jogos Olímpicos.
Agora, essa tijolada de associar os BRICs, em especial o Brasil, ao pinochetismo, que Alá nos mande água, é de um ridículo sem tamanho. Será que os leitores lá do Qatar engolem este tipo de absurdo?
Acho que o jornalismo dessa petromonarquia tá esgagando brabo, deve ser efeito de psicotrópicos que arranjaram lá com os rebeldes da otan, quando estavam negociando o butim de sua participação no gerenciamento do petróleo líbio.

marcio gaúcho

Quando saiu o resultado das sedes das Olimpíadas e da Copa do Mundo, Lula ingenuamente chorou de emoção. Enquanto isso, os demais concorrentes riram discretamente de alegria por não terem sido escolhidos para sediar essa grande roubada. O mundo em crise financeira e os babacas brasileiros (com dinheiro público) irão investir os tubos nessas competições. Não haverá o retorno financeiro esperado. Os gringos não virão, porque estão com os bolsos vazios!

Ignez

A Al Jazehra está com inveja do Brasil?! Que babaquice de texto é este?! Quem escreveu deve ter sido um estadunidense defensor da "democracia" americana e do novo presidente cowboy. Mas que perda de tempo ler isto! O viéis é de um indigente mental.

Bonifa

É um artigo assustador da Al Jazeera sobre o Brasil
Considerando que a Al Jazeera tem se mostrado ultimamente alinhada com as informações oficiais de setores governamentais de direita do mundo dito desenvolvido, setores francamente intervencionistas e militaristas, este artigo prima pela mentira escandalosamente descarada, pela mistura confusa e deliberada de um falso esquerdismo mal posto às avessas, com a intenção flagrante de atacar o Brasil como país e como nação e atacá-lo em conjunto com todo o contexto dos BRICS, o que é assustador. Há uma chance de que o artigo seja apenas um produto da fabricação pessoal de quem se aferra a uma tese e não se importa em torcer e fantasiar qualquer coisa em favor dela. Tese, aliás, de enunciado ridículo e muito estranho, porque todos (ainda) sabem que é bem melhor a guerra do esporte que a guerra militar. Mas embora a emissora afirme que as opiniões do artigo são de responsabilidade do autor, isto não a redime. É tão terrível que não pode passar em branco e exige atenção especial da diplomacia brasileira. Será que o combate aos esportes mundiais também faz parte do novo manual de guerra total? Se for assim, ao atacarem Brasil e o Esporte, estarão tentando atingir dois coelhos com uma só rajada de metralhadora.

    Bonifa

    Quem negativou deveria ter a coragem de argumentar.

    Lucas

    Al Jazeera, alinhada com os governos de direita? Você viu a cobertura deles na revolução egípcia? O único governo a que a Al Jazeera pode estar alinhada é com o do Qatar, e a não ser que os Qatarenses odeiem o Brasil por algum motivo, é mais provável que estejam simplesmente falando a verdade.

    Bonifa

    Refiro-me à nova posição da Al Jazeera, tomada depois da invasão do Bahrein pela Arábia Saudita. Pararam instantamente de noticiar sobre a situação do Bahrein e passaram a seguir a linha informativa oficial dos invasores da Líbia. Não foi apenas ela que mudou de posição. Vários jornais e emissoras importantes da Europa também engajaram-se na guerra psicológica do bloco "ocidental". Infelizmente, neste caso em particular, estamos com a visão correta. O Brasil tem sido um mau exemplo para o Oriente Médio que a Arábia Saudita deseja e quer, haja vista a palestra que o Lula fez sobre o Brasil e a Democracia, no Qatar, na sede da Al Jazeera. Havia xeques estupefatos na platéia.

Deadly Games!

Esta Copa esta parecendo projeto de limpeza social, é mais exclusão na fogueira do racismo, do horror aos pobres. ESPN chama Copa e Olímpiada de Deadly Games. "Jogos Mortais"Assinado por Wright Tompson, o texto menciona que o Rio de Janeiro escondeu os problemas da cidade para receber os jogos e mencionou as ações policiais nos morros da cidade e comparou os atos do Bope com os dos Seals (força especial americana que foi responsável por matar Osama Bin Laden). Tompson ainda revelou que é feito o combate às organizações criminosas na cidade e enfatizou que os fatos e a palavra 'favela' não aparecem nos relatório que a organização enviou as entidades responsáveis.
Matéria completa disponível, é chocante: http://sports.espn.go.com/espn/eticket/story?page

    Bonifa

    A Copa é ótima, a Olimpíada é ótima, mas estão num país do terceiro mundo. Pior, estão num país emergente e concorrente. Então, é preciso combatê-las, para acabar com a visibilidade internacional positiva destes países.

    Bonifa

    Com absoluta certeza, o Brasil nada terá a esconder durante a Copa -nada- posto que tem uma Constituição dez vezes melhor que qualquer país desenvolvido e é dez vezes mais aberto e menos autoritário que qualquer um deles.

zhungarian

Acho que antes de espinafrarem o esforço dos governos no sentido de "consertarem" anos de descaso, os críticos "de sempre" deveriam aguardar. Fizeram o mesmo durante todo o Governo Lula, e agora não dão a mão á palmatória. Haja soberba.

adilson

O que o Eduárdo Paes está fazendo com centenas de famílias aqui no Rio de Janeiro é caso de polícia.

Remoção lacerdista, não!

Yes we créu !!!

Nao consigo ter uma opiniao com base apenas nesse artigo que, alias, foi escrito por um gringo. Nao que os jornalistas nacionais sejam mais confiaveis, mas os de fora nao conseguem ter uma visao completa da situacao. De todo modo, ou alem de tudo, Sérgio Cabral nao merece a menor confianca.

    edv

    Muitas vezes, os jornais de fora ou seus correspondentes apenas sintetizam o que a mírdia local expõe…

    Bonifa

    Meu prezado amigo, a Al Jazeera foi citada durante preciosos minutos pela Hilary no senado norte-americano como um exemplo de como os Estados Unidos estavam perdendo a guerra da informação. Ví isso em transmissão da televisão comum, nada de especial. Logo depois, (tão poderoso ainda é o Senado) a Al Jazeeera se enquadrou e parou de transmitir notícias da horrenda repressão contra o0s manifestantes pela democracia no Bahrein. E a Al Jazeera, continua com alguma credibilidade no mundo inteiro. Este artigo publicado aqui não vai ser visto no Brasil. Vai ser visto em todo o mundo pensante e muito desse mundo nem conhece o Brasil. E vai engolir tudo isto como verdade, desabonando horrívelmente o país. Estão atacando a forma como o Brasiul é conhecido e idolatrado nom mundo: O esporte, o Futebol. O processo de demonização usado pelos piratas começa asssim. Em pouco, estarão exigindo provas de que o Brasil não é igual à Venezuela, como se fossem donos de um cartório. E neste momento, a querida Venezuela já estará necessitando de uma invasão dos piratas. No fundo, eles não sabem mais diologar. Estão levando tudo para o terreno da solução. Mas vejqa você, eles não vão se meter com a Coréia do Norte, ah, não. São covardes. Só atacam onde sabem que não serão feridos.

FrancoAtirador

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NO DIALÓGICO

A Copa do Mundo é nossa?

Copa 2014 em Porto Alegre: Para que e para quem?

http://1.bp.blogspot.com/_Ky4gBBn0qTs/TTeawffwegI

http://4.bp.blogspot.com/_Ky4gBBn0qTs/TTeZecc434I

http://dialogico.blogspot.com/2011/01/copa-do-mun

Chico Nunes

O texto levanta vários pontos positivos para reflexão, principalmente quanto ao uso de dinheiro público e o tratamento dado, mais uma vez as camadas desfavorecidas da sociedade. O Sr. Eduardo e o Sr. Cabral são indivíduos com discursos "pseudo" progressistas, mas não conseguem disfarçar o autoritarismo e para quem estão a serviço.

    Bonifa

    Não há nada de positivo neste texto destinado ao mundo, não ao Brasil, amigo. Corrupção existe, faz parte do capitalismo, principalmente o da categoria selvagem. Mas não é isso que o artigo tem na mira. As atuações das empreiteiras de obras são mil vezes mais fiscalizadas e dez vezes mais transparentes e infinitamente menos poderosas que a indústria bélica, essencialmente guiada pela política.

Gustavo Pamplona

"Isso significa não apenas segurança, mas a mais nova tecnologia antiterrorista."

Eu toda vez que leio isto eu pergunto: O Brasil realmente tem terroristas? Já sediamos vários evento internacionais, e alguma vez já ocorreram atentados terrositas por aqui?

Eu até hoje não sei de onde vem tanta paranóia…

Agora falando sobre o Rio de Janeiro eu também pergunto aos leitores o seguinte:

Depois da aquela ação espetacular e cinematográfica no Complexo do Alemão onde é que foram parar as notícias de tráfico de drogas do Rio?

Hoje, são escassas… eu não sei quanto a vocês mas tráfico não se acaba assim da noite para o dia.

Ou o governo do estado do RJ teve acordos com o PIG ainda mais quando descobriram que o Sérgio Cabral tinha desviado dinheiro da verba anti-enchentes para a Fundação Roberto Marinho.

Ou perceberam finalmente o quão "nocivas" eram este tipo de notícias e o quanto isto denegria a já combalida imagem do Rio de Janeiro.

    Ismar Curi

    Pode ser que o Brasil não tenha terroristas no sentido rigoroso que o termo representa de grupos com ideário político e tudo mais, porém, horror é que não falta por essas terras, é só ligar a televisão e pronto: criança que leva bala na cabeça, bebes são abandonados em lixeiras, etc. E, o terror que os grupos narco-traficantes tem espalhado, não é de se desprezar.

    Bonifa

    O autor poderia ser considerado um irresponsável falando sobre um país que não conhece, mas não é isso. Ele tem um objetivo internacional. É assim que se começa a demonização de um país, a nível da contra-informação internacional.

leandro

Agora que viram o engano que serão as olimpiadas e a copa?? Aqui no Rio, todos que são contra o governo são anti cariocas, contra o turismo econtra o estado. Temos a segunda maior arrecadação do pais, um estado minimo em territorio, pagamos pedágio em quase todas as principais estradas e vendem que aqui é uma maravilha. A educação só ganha da do piauí e a policia é a segunda mais mal paga do Brasil. Tivemos a região serrana destruida e até agora nada…mais de 900 mortos e gastarão para reformar o marcanã mais que para reeeguer as cidades atingidas. Isso é Brasil. E tome impostos.

    Bonifa

    Devemos ver este artigo não no contexto de uma crítica construtiva ao Brasil, mas no contexto de uma guerra contra todos os países não-desenvolvidos que se queiram desenvolver. Não quero descer a detalhes analíticos sobre trechos do artigo, porque o considero ridículo. Quem conhece o Rio e lá foi agora, sabe que a pacificação de comunidades e expulsão do tráfico é uma coisa magnífica, não uma ação ditatorial para copas de mundo. Não tem nada a ver, o Brasil não é uma Coréia do Sul fazendo qualquer coisa para aparecer. Aliás, o brasileiro está dando uma solene banana para esta copa. Não é nada de especial. Ninguém está demolinmdo nada por causa de copa nenhuma. Conclamo os amigos comentaristas a ver nas entrelinhas, coisa comum e caractística dos comentários do blog do Azenha.

    leandro

    Onde voce mora? na suiça? Na holanda? Eu moro em Nova Friburgo, cidade que foi arrasada por deslizamentos em 11/01 com mais de 500 mortos, a dilma veio aqui um dia, o governador nem veio, todos prometeram tudo e até agora nada foi feito. Os desabrigados continuam em tendas, as micro empresas faliram e o bndes só ajudou as multis de siderurgia que tem aqui. Revolta ver o pais gastar bilhões com copa e o povo na miséria. A campanha de vacinação no rio parou por falta de vacinas. Isso não é pig e nem intriga. É a realidade desse pais que não sabe escolher prioridades para os poucos recursos que tem. Ah, só para lembrar, até o dinheiro para comprar os tais caças franceses acabou. Como fazer copa e olimpiadas?????

    Bonifa

    E dai? New Orleans também continua do mesmo jeito, arrasada, muito mais que sua serra. Não estou me referindo a nada do que incomoda tanto a você.

    daniel

    A diferença é que o Leandro é brasileiro e mora no Brasil… Às favas com a sua Nova Orleans, ele paga imposto aqui. Na tragédia de NF, o governo do Rio só fracassou até agora. Abre o olho.

Remindo Sauim

Estranho este post aqui no Vi O Mundo. O melhor que pode acontecer ao Brasil é o desaparecimento das favelas, migrando seus moradores para bairros residenciais populares, com infraestruturas de saúde, educação e segurança. A opção do país para ser sede de competições esportivas é além da geração de milhares de empregos, abrir o país para o turismo e para divulgação de sua cultura. Se o ilustre escrevente acha que o Brasil segue a turma do Pinochet, acho que ele está mal informado. Deve urgente assistir uma das palestras do Lula.

    Marcio

    Ô Sauim, se não li incorretamente, estão derrubando as favelas ANTES de seus moradores terem uma nova moradia. Então cadê a infra? Cadê as residências, Cadê TUDO?

    Bonifa

    Não vão derrubar favela coisa nenhuma. Só quem não entende de planejamento urbano, de problemas habitacionais e das legislações brasileiras pertinentes, poderia pensar num absurdo destes. Acordem, estão se deixando levar por uma tática exótica e lavagem cerebral destinada especialmente aos esquerdidas bambos e desinformados.

    leandro

    Voce mora em marte??? Que infraestrutra que nada…vão realocar a quilometros de distancia da cidade, sem condução, esgoto, nada….isso não da voto. Fizeram assim na china, tinha ruas que os turistas não podiam entrar em Pequim para não ver a pobreza. Aqui não vai ser diferente. O Brasil com tantas prioridades e vamos gastar bilhões, enriquecer empreiteiros, empresario e politicos e depois que passar a festa voltamos a realidade piorada.

    Mauro Silva

    "pera-lá':
    Existe o problema habitacional aqui e que não existe nos países centrais, nesse nível, porque a população lá se mantém estável e, em alguns casos, até diminuiu.
    O modelo político brasileiro é capitalista, mas a função primordial do estado é, na minha modesta opinião, distribuír renda, e encontra nos "legalistas de plantão", os "constitucionalistas', um obstáculo intransponível auxiliados por um judiciário aparelhado pela idade média.
    Metade das favelas brasileiras estão em áreas de mananciais e proteção permanente. Ora, não podem ser removidos porque 'coitados! não tem onde morar", só que ….. e a água potável?
    Vem de marte?
    Tem que resolver.
    Vc quer ajuda do estado para reconstruír a sua casa nos moldes de antes da trajédia?
    E os outros?

    Mauro Silva

    continuação …
    E os empregos para os desempregados e chefes de família?
    Imagina se os "chicago boys" arbitrassem a ajuda pública (eles monopolizaram o estado até o FHC) ás vítimas de desastres naturais em todo o país.
    Olha a receita deles, também nesses casos: "deixa que o mercado regula".

Fernando

Os defensores públicos que atuavam em favor das comunidades em processo de remoção foram todos transferidos para outro setor. Isso é o governo Sérgio Cabral.

wandersonaguilar

Direitos humanos pra quê? Prefiro um Ipad, tá mais na moda!

"Isso significa gastar bilhões de dólares para criar um playground para o turismo internacional e para os patrocinadores multinacionais."

É assim que as coisas são, pouco importa se o governo é de esquerda, direita ou "bandinha" – como no Rio – o que importa é que o poder Real continuar nas mesmas mãos e a população cada vez mais anestesiada, afinal com o acesso ao maravilhoso mundo do Consumo para que reivindicar cidadania a menos que isto esteja a venda em alguma plateleira do Wallmart.

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