Veja: Miliciano Adriano tinha relação financeira umbilical com Queiroz — e pagou parte da conta do Einstein

Tempo de leitura: 3 min
O ex-capitão do Bope Adriano Magalhães da Nóbrega, no topo à esquerda, empregou mãe e esposa no gabinete de Flávio. O sargento PM Élcio, expulso da corporação em 2015 por envolvimento com bicheiros, dirigiu o automóvel do qual foram disparados os tiros que mataram Marielle. Josinaldo Lucas Freitas, o Djaca (boné preto) é acusado de jogar no mar as armas usadas no assassinato de Marielle e Anderson. O ex-PM Fabrício Queiroz é suspeito de ajudar a enriquecer Flávio Bolsonaro no mercado imobiliário. As contas de campanha de Flávio ficaram com Valdenice de Oliveira Meliga, irmã de Alan e Alex Rodrigues de Oliveira. Os PMs gêmeos foram presos na operação Quarto Elemento, acusados de extorsão. Flávio publicou a foto da festa de aniversário dos gêmeos, à qual compareceu com o pai, com a legenda: "Parabéns Alan e Alex pelo aniversário. Essa família é nota mil!!!". As fotos foram publicadas nas redes sociais.

Da Redação

A edição deste final de semana da revista Veja expõe a íntima relação financeira entre o miliciano Adriano Magalhães da Nóbrega, ex-capitão da PM do Rio de Janeiro, e o também ex-PM, subtenente Fabrício Queiroz, denunciado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro como testa-de-ferro no esquema de corrupção que beneficiou o clã Bolsonaro.

Adriano foi assassinado pela PM baiana no início deste ano, quando estava foragido.

De acordo com a Veja, Adriano pagou R$ 80 mil da conta do Hospital Albert Einstein, onde Queiroz foi submetido a uma cirurgia para retirada de um tumor cancerígeno. O valor total foi de R$ 135 mil, pagos em dinheiro vivo.

Também de acordo com a revista, Adriano tinha um faturamento mensal de ao menos R$ 250 mil com a exploração de jogos ilegais, grilagem de terras na Zona Oeste do Rio e venda e aluguel de imóveis construídos ilegalmente.

Adriano emplacou a mãe, Raimunda, no gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro como funcionária fantasma, assim como a ex-mulher Danielle.

Raimunda Veras recebeu R$ 252.699,00 reais enquanto trabalhou no gabinete de Flávio e do total sacou 94,67% em dinheiro.

No caso de Danielle, o falso emprego era uma espécie de pensão para a ex-mulher.

Esta é a explicação para o fato de Danielle só ter devolvido pouco mais de 20% do que recebia para Queiroz, do total de R$ 776.343,00 embolsados.

Outros participantes do esquema chegaram a devolver entre 80% e 90% do total.

Adriano compensava Queiroz repassando ao comparsa dinheiro que levantava em suas atividades criminosas.

O MP do Rio comprovou transferências de R$ 69,5 mil dos restaurantes em nome de Adriano e Raimunda para contas controladas por Queiroz.

Fabrício, por sua vez, coletava o dinheiro público do rachadão e beneficiava o clã Bolsonaro.

Ele depositou R$ 89 mil em conta bancária da primeira dama Michelle Bolsonaro.

Ele também pagou despesas pessoais de Flávio Bolsonaro e da esposa, como seguro de saúde da família e mensalidades escolares das filhas do casal.

Fabrício Queiroz só foi contratado formalmente como chefe de gabinete de Flávio em 2007.

Porém, a relação dele com Adriano começou bem antes, assim como o envolvimento do clã Bolsonaro com o miliciano.

Cronologia:

15.05.2003 — Fabrício Queiroz e Adriano Magalhães da Nóbrega, lotados no 18o. Batalhão da PM no Rio, matam Anderson Rosa de Souza, na Cidade de Deus, com tiros na cabeça, pulmão e baço. Alegam que reagiram a disparos do técnico em refrigeração. O inquérito ainda está em andamento.

24.10.2003 — Deputado estadual Flávio Bolsonaro (PP-RJ) aprova moção de louvor e congratulações ao 1o. Tenente PM Adriano Magalhães da Nóbrega na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

23.05.2005 — Deputado estadual Flávio Bolsonaro aprova a entrega da Medalha Tiradentes, a mais alta condecoração do Rio de Janeiro, ao 1o. Tenente PM Adriano, então preso sob acusação de homicídio.

23.10.2005 — PM Adriano é condenado a 19 anos e seis meses de prisão pela morte do guardador de carros Leandro dos Santos Silva, de 24 anos, na favela de Parada de Lucas, Zona Norte do Rio.

27.10.2005 — Deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) faz discurso na Câmara dos Deputados atacando a condenação de Adriano, que mais tarde seria revertida.

03.2007 — Deputado estadual Flávio Bolsonaro contrata o subtenente da PM Fabrício José Carlos de Queiroz para chefiar seu gabinete na Alerj, na condição de motorista e segurança.

07.02.2007 — Deputado estadual Flávio Bolsonaro, em início de seu segundo mandato, faz discurso em defesa das milícias na Alerj.

06.09.2007 — Deputado estadual Flávio Bolsonaro emprega a mulher de Adriano em seu gabinete. Danielle Mendonça da Costa Nóbrega seria mais tarde acusada de participar do esquema de rachadão.

20.12.2011 — Adriano é preso na operação Tempestade no Deserto. É alvo da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco), cujo objetivo era “desarticular uma quadrilha acusada de envolvimento em homicídios e outros crimes relacionados a uma disputa de poder pelo espólio do contraventor Waldomir Paes Garcia, o Maninho, morto em 2004”, de acordo com o G1.

07.01.2014 — Diário Oficial publica a demissão do capitão do Bope Adriano da PM carioca. Ele e o primeiro-tenente João André Ferreira Martins “foram considerados culpados nas acusações de trabalharem na segurança de José Luiz de Barros Lopes, o Zé Personal, que explora jogos caça-níqueis”, segundo a EBC. Zé Personal era genro do bicheiro Maninho e foi assassinado em 2011.

02.03.2015 — Raimunda Veras Magalhães, mãe do PM Adriano, é contratada como assessora da liderança do PP, partido de Flávio Bolsonaro. Deixou o cargo em 31.03.2016.

29.06.2016 — Raimunda Veras Magalhães, mãe de Adriano, é contratada para o gabinete de Flávio Bolsonaro na Alerj. Ele já havia se transferido para o PSC.

10.2018 — Flávio Bolsonaro demite Fabrício Queiroz.

13.11.2018 — Flávio Bolsonaro demite Danielle e Raimunda de seu gabinete. À época elas estavam em cargos CCDAL-5, salário mensal de R$ 6.490,35.


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Comentários

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Zé Maria

No dia em que a Polícia e o Ministério Público
investigarem a fundo a Quadrilha do Queiroz,
chegará enfim ao Chefão da Milícia, que é esse
que foi eleito Presidente nas Eleições de 2018.
Os filhos 01, 02, 03, e diabo a quatro, são ‘meros’
coadjuvantes nos Crimes Bárbaros dessa Corja.
Aliás, quem mandou matar Marielle Franco ?

Zé Maria

“Globo apaga o [Mérito do] PT da História.
Ataque à Vacina esconde [os Crimes de] Flavio 01.
Derrota de Trump cola em [Jair] Bolsonaro.”

“Bolsonaro volta a atacar vacina chinesa.
Dória e Moro movimentam-se como pré-candidatos para 2022.
Ambos apoiaram-se em Bolsonaro para escalar no Poder.
Se não enxergaram a barbárie escancarada,
o quê, além do espelho, enxergarão como presidentes?”

https://youtu.be/lEwr3YPpJrE
Jornalista Bob Fernandes, no Canal do YouTube
https://twitter.com/Bob_Fernandes/status/1326515481122119682

Henrique Martins

https://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/cupula-militar-se-articula-em-torno-de-mourao-contra-bolsonaro/

A honra das Forças Armadas está sendo manchada e os generais têm direito de se reunir para conversar sobre como preservar a imagem da instituição.
Os governos passam e eles ficam. Se não derem nenhum sinal de insatisfação os abusos vão continuar acontecendo.
Ontem mesmo o Carlos falou que limpa a bunda com as gravatas de um general. Um acinte para as Forças Armadas!. Agora, acho que as medidas concretas que elas têm que tomar é desvincular do governo – deixando só a turma da inativa – e apoiar quem de direito quando chegar a hora certa. Isso porque é o povo que vai derrubar Bolsonaro e não elas. Se elas quisessem poderiam faze-lo, mais nem de longe vão cogitar essa hipótese. Até porque, já garantiram que são apartidárias. Essa turma não tem a índole da turma de 1964. O mundo evoluiu e eles são cultos e democratas, tanto que voltaram ao poder pelo voto.
Porém, eu só espero que quando o povo se rebelar eles escolham o lado certo para apoiar ainda que seja na surdina, porque a família Bolsonaro é realmente criminosa e o tempo vai mostrar isso. E quando esse tempo chegar eles podem vir a ser desonrados junto com ela o que não é justo de forma nenhuma.
Uma providência prática salutar para a total desvinculação passa pelo general Pazuelo por razões óbvias.
Por outro lado, vai parecer contraditório o que eu vou dizer, mais exceto o general Pazuelo, os demais da inativa não devem abrir mão dos seus cargos de jeito nenhum, porque senão Bolsonaro, o Carluxo e a turma do Olavo de Carvalho vão colocar fanáticos e radicais ideológicos no lugar deles e aí é que o país vai para o fundo do poço mesmo. A atuação de Ricardo Salles e Ernesto Araújo e a bagunça no ministério da Educação não me deixam mentir. De outro ângulo, o general Pazuelo não pode ficar porque está comprometendo as Forças Armadas e ele não tem real serventia e autoridade sobre o ministério da saúde. Já que ele insiste em ficar precisava ao menos passar para a inativa. Bolsonaro mostrou que não tem apreço e nem respeito pela pessoa dele. E se porventura tem ficou claro que os seus interesses políticos e de sua turma fanática e ideológica propagadora de fake news sempre vão falar mais alto. Nenhum ministro que passou pelo ministério da saúde teve autoridade. Quem não atendeu às sandices do presidente foi humilhado em praça pública. Com ou sem Pazuelo, simplesmente não temos ministro da saúde. Essa é a dura verdade. Já estamos com mais de 160 mil mortos. Uma segunda onda está despontando em outras partes do mundo e Bolsonaro disse ontem que uma segunda onda é conversinha. Ele negou a gravidade da doença desde o início, deu mau exemplo para a população não usando máscaras, usou o peso do cargo para indicar medicamentos sem comprovação científica, está incentivando o povo a não vacinar o que pode induzi-lo a rejeitar outras vacinas, e ainda por cima, escolheu uma vacina para atacar por razões políticas internas e externas, prejudicando as nossas relações com a China. Por fim, o auxílio emergencial para o povo não foi cavado por ele. Trata-se de uma conquista do Congresso Nacional custeada com os impostos pagos pelo povo. Ele age como se esse dinheiro fosse dele.
Dentre outras características igualmente graves para um presidente da república ostentar – tal como se elegeu – , Bolsonaro é um governante fake news. Quem governa mesmo são seus filhos, especialmente, o Carluxo e a turma do Olavo de Carvalho. Ele só assina embaixo. Os militares da inativa estão segurando as pontas à duras penas que eu sei. Não tenho pena nenhuma deles. Pois se aventuraram e apoiaram um terrorista de quartéis para tirar o PT do poder. Mais nesse momento, goste eu ou não, só temos eles para o país não chafurdar na lama de vez. Concordo plenamente com Reinaldo Azevedo quando insiste que lugar de militar é nos quartéis. Mas quanto aos militares da inativa a inês agora é morta e precisamos deles para preservar o que resta do país, pois a situação saiu totalmente do controle. Pronto falei.

Henrique Martins

https://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/bolsonaristas-usam-paula-toller-para-defender-que-mulheres-de-direita-sao-mais-bonitas/

Eis uma das facetas da turma que apóia o presidente. Mais a pior mesmo é o terrorismo.

Henrique Martins

https://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/feliciano-diz-que-mourao-e-conspirador-oportunista-e-quer-tomar-lugar-de-bolsonaro/

O destino do general Mourão é governar o país. A providência divina vai pavimentar o caminho para ele porque temos uma criatura louca comandando e destruindo o país. Isso não depende da vontade de Mourão. Vai acontecer quer ele queira quer não. Agora, ele tem todo o direito de não querer ser cúmplice dessa destruição. Como eu disse: podem espernear a vontade Bolsonaristas, mais alguém tem que ter colhões e falar a verdade neste governo. Oportunismo é deixar um louco destruir o país para manter um cargo público. Isso sim é oportunismo.

Schell

Cada vez mais se aproximam de que o queiróz investia parte (ou boa parte) das rachadinhas/fantasmagóricas em “negócios” milicianos, daí a razão para o ex-capitão, assassinado na Bahia, devolver quantias significativas ao queiróz…

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