Urariano Mota: O fim das surras pedagógicas

Tempo de leitura: 3 min

O fim das surras pedagógicas

por Urariano Mota, no Direto da Redação

O presidente Lula assinou hoje um projeto de lei revolucionário: as palmadas e surras tidas como educativas, aplicadas há séculos pelos pais aos filhos, poderão ser punidas agora com advertências, encaminhamentos a programas de proteção à família e orientação especializada. E não só os pais, os amorosos e exemplares pais, coitados. Os professores e cuidadores (dos quais ninguém cuida)  também ficam proibidos de beliscar, empurrar ou mesmo bater em menores de idade.

Até então, a Lei 8.069, que instituiu o Estatuto da Criança e do Adolescente, condenava os maus-tratos contra a criança e o adolescente, mas não definia se os maus-tratos seriam físicos ou morais. Com o projeto assinado, o artigo 18 passa a definir “castigo corporal” como “ação de natureza disciplinar ou punitiva com o uso da força física que resulte em dor ou lesão à criança ou adolescente”.

Em um país de cotidiana prática de tortura nas delegacias policiais, cometidas sempre contra os delinqüentes de fato ou em potência, a saber, negros e pobres; em um país cuja maior escola, para todo o povo, foi e tem sido a herança da escravidão, que naturalizou a dor contra pessoas como se fossem bestas; em um país que mal saiu de uma ditadura que matou, destruiu e mutilou brasileiros sob o aleijão ideológico de que apagavam terroristas, o projeto assinado pelo presidente é um salto para a  civilização.

Pelos comentários que agora correm em toda a web, sabemos bem quem se opõe ao projeto de lei: vêm sempre de indivíduos de extrema-direita ou conservadores de todo gênero. Alguns podem ser tomados como representantes do pensamento de nossa educação pela porrada. Dentre os mais legíveis, excluídos os insultos sórdidos à pessoa do presidente, colho:

“… não aceito interferência do Estado dentro da minha casa, na condução da educação dos meus filhos… Os pais ficam nessa de dialogar e as crianças tomarão conta da casa. Não respeitando mais os pais, não respeitarão nenhum adulto… Não vai ter juiz, desembargador ou presidente, que vai me dizer como educar meus filhos. …Na minha opinião o ECA veio para estragar ainda mais a ordem em nosso pais, porque amparados por esse estatuto temos centenas de menores com 16, 17 anos praticando crimes e ficando impunes. Na minha opinião a lei mais forte é o direito dos pais de educarem seus filhos”.

Observem que a média de nossos bárbaros ainda nem assimilou o ECA, o Estatuto da Criança e do Adolescente, que para eles é só eca!, porcaria, nojo, nada mais. No entanto, creiam, o projeto de Lula segue uma tendência mundial. Ele cumpre uma recomendação do Comitê da Convenção sobre Direitos da Criança das Nações Unidas, para que os países passem a ter legislação própria referente ao tema. A Suécia nos antecipou em 1979. Depois vieram Áustria, Dinamarca, Noruega e Alemanha. Atualmente 25 países têm legislação para proibir essa prática. Na América do Sul, até então, apenas o Uruguai e a Venezuela possuíam lei semelhante. Agora, vem o Brasil. É tempo, h á tempo não somos mais o fim do mundo.

O presidente Lula, do alto de sua cultura extraordinária (sinto que explicar isso exigiria um outro artigo), homem educado na vida política e sindical,  traz agora para todos os brasileiros os avanços do resto do mundo. Eu, que fui criado sob o lema paterno de “bato num filho como quem bate num homem”, e que sob tão alto princípio recebi as lições educativas de surras de borracha, mangueira de jardim e socos, bem conheço o alcance do projeto assinado pelo presidente. Salve. A ssuntos de desrespeito à pessoa, de brutalidade contra jovens, não são assuntos de foro íntimo, da vida privada, a se resolverem entre quatro paredes. Violência educativa não pode nem deve con tinuar a ser assunto restrito aos pais e doces educadores.

Com esse projeto, parece que chegou a hora de as crianças brasileiras receberem o mesmo afeto e cuidado que as mulheres e senhores classe média dispensam a seus cachorrinhos. Tão fofos, eles, os cachorrinhos.


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Comentários

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beattrice

Depois do assassinato do caráter das vítimas da violência, em crimes contra a mulher, vamos assistir ao assassinato do caráter de quem promulgou a lei para salvar as crianças, vítimas de violência "educativa" no país dos ogros.

beattrice

A violência educativa é uma falácia de proporções absurdas, mas como diz o autor, vivemos numa sociedade que sequer assimilou o ECA, ainda, e o considera uma ECA.

    Gerson Carneiro

    Beattrice minha linda,
    O que você chama de "violência educativa"?
    Ninguém consegue educar uma pessoa em formação apenas com diálogo, sem reprimenda, sem "castigo". Educar sem usar esse "aparato" é utopia. O homem é um animal, e tem instintos. E são esses instintos que precisam ser domados.
    Dessa forma, qualquer coisa que contrarie o educando é então violência; quando não física, emocional.
    Então trata-se de uma questão de escolha: qual "castigo" adotar na educação.
    Sendo assim, considero que a questão então se resume à medida do "castigo" adotado.
    Assista ao flme "Dogville". Verás que nas crianças a maldade também se faz presente.

    beattrice

    Muito boa a lembrança Gerson, considero DOGVILLE excelente referencia para vários temas, até porque gosto do diretor. O que estou chamando de "violência educativa" é aquela que coloca as crianças em UTIs pelo abuso físico/emocional que sofrem, ou ainda, não as coloca na UTI mas as transforma em adultos violentos e repressores por conta do mesmo abuso.
    Entendo perfeitamente suas ressalvas, mas o objeto da lei seria o que se constata nos CRAMIs pelo Brasil afora.

    Gerson Carneiro

    Entendo também seu posicionamento… mas veja bem, já existem leis que punem qualquer agressão a outrem (criança ou não), o próprio código penal. E aquela pessoa que queima a criança com ferro quente não vai deixar de fazê-lo apenas porque foi outorgada essa referida lei em discussão. Tenho a impressão que esta lei se enquadra na esfera de tal "lei seca", ou seja, rigida demais com (e acaba punindo) quem bebe apenas uma latinha, como eu :)

voxetopinio

Eu recebi umas boas palmadas de meus pais. Não nutro ódio, não sofri "influência", nem virei um terrorista. Pelo contrário. Eu era um baita pirralho mimado, de algumas atitudes descabidas, de uma energia interna altíssima e de um senso de dissimulação enorme. Por vezes não adiantou minha mãe conversar mil vezes comigo, usando as mais diversas técnicas, seja institvamente, seja cientificamente (ela é formada em licenciatura em letras). Eu ia e fazia a MESMA COISA.

Entre em questão aquele embate violento de "até onde o Politicamente Correto vai nos levar"? É a mesma atitude que diz que o meu direito termina onde o do outro começa e de tão BURRA não consegue perceber que direitos só se constroem com conjunto e respaldados por deveres.

Fui criado na base da boa conversa e quando EU excedia levava uma bela de uma sandalhada na bunda. Pronto. Fim do problema. Não tenho nenhuma sanha psicótica nem vou sair pelas ruas do Recife matando as pessoas por causa disso. Muito pelo contrário. Meu senso de justiça social foi focado, meu aparato moral foi refinado. E desde muito cedo, enquanto os meninos na escola estavam falando leseiras e como dizemos aqui "cabacismos", eu já estava me indignando com os absurdos das assimetrias da sociedade brasileira.

Senhores, a GRÉCIA já sabia que a produção de cultura é um processo dialético. Agora junte a filosofia, a sociologia, a antropologia, a psicologia e vão pesquisar se essa posição defendida nessa lei é realmente a ÚNICA defendida pelas ciências. Como se não houvessem os estudos sobre as índoles. Sobre aqueles que SÃO, por natureza, maus. Aqueles que são criados para virar maus. Aqueles que são criados de bem. Essa postura de jogar para a LEI-SANÇÃO uma responsabilidade de construção cognitva-cultural é, no MÍNIMO, ingênua. Corrobóra tantas críticas feitas aqui a um modelo de sociedade que vai apartar todos de todos. Vão se criar células-humanas independentes. Todos na máxima "ai não me toque pois seu direito acaba quando o meu começa".

E nisso vou além. Os estudos do próprio Direito sobre a violência inata do instinto (que é uma das partes que compõem o sujeito humano). O discurso do politicamente correto quer extirpar a violência como o "mal encarnado", mas de falicioso e MALDOSO, ignora que a VIOLÊNCIA (sinto muito quem ainda não percebeu isso) é inata ao homem. O problema não é a violência, mas suas manifestações. O aprimoramento social, insisto, não passa pelo "obaoba faz tudo virar lei".

Só que agora é a minha vez de dizer: "Ao ler os comentários de nossos colegas comentaristas da blogosfera, fiquei meio perplexo com os comentários" ingênuos, leigos e por vezes ideologicamente viciados (a ciência também promove ideologia) que são apresentados. PRECONCEITUOSOS, também. Colocam tudo no mesmo balaio de mais uma lei mal feita, na hora errada, da forma errada, nesse país que não cansa de criar discrepâncias absurdas que são sementes de uma futura convulsão social negativa. Aos pais que já se colocaram como utilitários de uma bela palmada chamam de espancadores e apoiadores de arma de destruição em massa e terrorismo.

Francamente Senhores, é muuuita falácia! Todos os tipos apareceram aqui, todos os tipos que a filosofia estuda (quando vai falar do DISCURSO). Pois aqui está um FILHO que defende as palmadas. Que seja dada a voz a NÓS que fomos e estamos sendo criados. Talvez AGORA vocês "acordem" do mundo cor de rosa da pedagogia de escola particular. Que, na escola, sufoca, tolhe e AÍ SIM forma MONSTROS e não humanos. Coisas automatizadas, reprodutoras de ideologia de apartação e cultuadores do "Deus Mercado".

Acho que não tenho mais o que falar sobre esse assunto.

    Mario

    Absolutamente perfeito.

urarianomota

Grato, Conceição. Grato, Azenha. A sensibilidade de vocês é uma força.

À margem do texto, esclareço que na esquerda também há posições conservadoras, fora dos valores estritamente políticos. A contradição existe, é própria da natureza humana.

Christian Schulz

Li aqui mesmo no Vi o Mundo, contribuição agora não me lembro se da Fátima ou de uma das Conceição:

Se você bate em uma pessoa, é agressão. Dá cana.

Se você bate num animal, são maus tratos. Dá cana.

Se você bate numa criança, tudo bem?

Aliás, quem foi que inventou que criança não é uma pessoa? A agressão aos pequenos está tipificada no Código Penal como agressão a um semelhante. Não consta lá que a lei só valha para quem tem mais de 18 anos..

A única diferança é que criança não reage à agressão, no momento. Quando ficar mais velha, provavelmente reagirá contra outros. É possível que ela reelabore a presença paterna em outra reação. Violenta ou não. E quem paga o pato é quem estiver por perto. Provavelmente mais fraco que aquela criança agora adulta, outrora agredida. Afinal, foi isso que ele aprendeu. Behaviorismo elementar. Você reproduz o que se passou contigo.

Para mim, a lei é muito válida. Falta agora tomar coragem e estabelecer a mesma lei (que é não-punitiva, diga-se) para agressões morais, emocionais, psicológicas e por aí vai.

Dá para se viver em sociedade muito bem sem esses assédios.

    beattrice

    Excelente análise Christian, a sociedade brasileira precisa amadurecer e incorporar valores e estratégias de convivência saudáveis.

    Monica

    Com certeza, muito bem colocado… Parabéns!
    Não só em minha vivência enquanto Conselheira Tutelar, mas a psicologia já explica, que o agredido de hoje é o agressor de amanha, e vai agir desta forma porque é a única forma que foi tratado, vai reproduzir, assim como sabemos que os agressores de hj foram os agredidos de ontem!!! Pensem bem pra não reproduzirem "sem querer" esta prática tão desumana, pois nem vou entrar no mérito de querer comparar a força de um adulto com a fragilidade de uma criança…mesmo em uma simples palmada!

    Frida Assunção

    Deixo aqui, meu manifesto também. Tenho um neto, com 12 anos, quando ele tinha uns 9anos, eu perguntei pra ele: se fosse pra mudar alguma coisa em sua vida, o que você gostaria que mudasse?
    Ele respondeu, que eu não apanhasse mais. Aí eu pergunto, como fica o emocional dessa criança?
    Pais, mestres e responsáveis, incorporemos valores e estratégias, para mudarmos por amor, por querer bem a uma pessoa amada, a um filho, à toda humanidade. Futura Psicóloga!

luiz pinheiro

Surra pedadógica mesmo é aquela que em outubro o eleitor brasileiro vai dar na demo-tucanalhada

J. Fernandes

Francamente, nessa o Lula deu bola fora. Estou longe de se de direito, pior de centro. Acho que já nasci à esquerda. O digníssimo autor do texto, o qual aprecio e acompanho há tempos no Direto da Redação, não deve ter filhos OU, se os têm é um daqueles privilegiados, cujos filhos já nasceram com uma índole maleável, dóceis, faceis de lidar. Posso afirmar, como pai, educador (que já fui) e como cidadão, que tem muitos momentos em que é quase impossível fazer valer a autoridade de pai somente com o diálogo. Cada indivíduo é dotado de uma "natureza" que lhe é intrínseca, singular. Em outras palavras, o corriqueiro, cada caso é um caso. Quem vai adorar isso é o "Deus Mercado". Num mundo onde os filhos cada vez mais decidem pelos pais, vai ser uma festa. Outra coisa, em relação ao Educador, entendo que o baixo nível escolar está diretamente ou não relacionado a essa perda de poder do educador e dos pais. Com diz o mestre Içami Tiba: Quem ama, educa. E digo: Quem ama, faz o que acha necessário para educar seu filho. Não há necessidade dessa intromissão excessiva do Estado no seio familiar.

augustinho

Bommm eu vi um garoto de uns 16 anos dizer a outro que, dada qualquer condiçao,(nao me lembro dela) ele ia
se ferir com um objeto para acusar o professor de ter agredido a um menor. Ninguem me contou, eu ouvi. E nao
era menino de ma ou problematica familia de forma alguma.
Agora eu quero ver e um destes espertinhos e precoces que VAI fazer o MESMO com seus pais e avós. Nao duvidem.
Sera uma bela penalidade pra quem inventou isso se partir de um seu filho ou neto.

    Carlos

    Que influências o tal garoto sofreu para se mostrar assim tão "esperto"?

    O que o governo apresentou foi uma proposta visando deixar claro aos pais que, sob pretexto de educar, espancam os filhos: isso tem tem que cessar.

Davi

Ao ler os comentários de nossos colegas comentaristas da blogosfera, fiquei meio perplexo com os comentários conservadores respaldados na pedagogia da violência. O projeto de lei é do pónto de vista humano revolucionario, e, teve que partir de um torneior mecanico de nove dedos nas mãos, arrasou Lula. Quém tem medo do projeto são pais inseguros que preferem dar porradas ao invés de dialogar.

Mario

Era só o que me faltava, burocratas querendo me ensinar até como devo educar meus filhos. Oh tempora, oh mores…

    Carlos

    Se você não é daqueles que espancam, fique tranquilo…

    Mario

    Não sou e não fico tranquilo.

Julio Silveira

Pior é ver a televisão querer criar uma falsa polemica sobre esse assunto. Defender palmada em criança é como a defesa do Bruno sobre briga de marido e mulher, chega ser indecente.
Mais um ponto para o Lula, que pretende criar uma nação onde as pessoas sejam educadas pela argumentação e não pela porrada, mesmo que seja de levinho.

O Brasileiro

Incrível ainda existir quem defenda a agressão, a violência como "educativas". Devem ser os mesmos que acham que bombas e mísseis acabam com terroristas!!!

Magda M. Magalhães

A Constituição Federal de 1988, antes do ECA, já prescrevia que em seu Art. 227: "É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda a negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão." O ECA não faz mais que dispor os meios e os modos de cumprir a Constituição. E, quando a sociedade cumprir o artigo 227 acima citado, deve exigir também a punição de crianças e adolescentes infratoras de acordo com a lei, naturalmente. Vamos então senhores, cumprir com o nosso dever primeiro.

Magda M. Magalhães

Concordo em gênero, número e grau com o Mario Henrique: "…não é batendo que se educa". Prática antiga que devemos coibir. Se pensarmos bem, a atitude de bater em uma criança, demonstra covardia. Quantas vezes tenho raiva de um adulto, tenho vontade de bater e me contenho? Adulto também faz coisas erradas. Se sou mais fraca, batendo, posso receber o troco e apanhar. Com crianças sou mais forte e vou bater? É o que acontece quando homens batem em mulheres, simplesmente porque são mais fortes e acham que não vão receber o troco. Atitude covarde sim.

voxetopinio

Que me perdoe o Uraniano: "Pelos comentários que agora correm em toda a web, sabemos bem quem se opõe ao projeto de lei: vêm sempre de indivíduos de extrema-direita ou conservadores de todo gênero."

Me oponho ao projeto e nem PERTO de um centro-direita eu posso ser chamado. Pelo contrário. O problema desse projeto está mais uma vez, como é costume no Direito Brasileiro, de brincar com a lei e apelar para a sanção. Tudo precisa ser engendrado dentro de um maquinário normativo, ultrapassado, duro. "Ah! Fulano dá palmada? Pune colocando na lei! – Cricano fuma? Pune colocando na lei! – Beltrano bebe? Coloca na lei!" E nisso o Direito que devia ser um aparato de "amortecimento" dos conflitos sociais, já que ele mesmo reconhece que não existe uma solução, vira, ao contrário, um causador de apartação, discórdia e muros sociais LEGALIZADOS.

Volto a questão que eu sempre digo aqui no Viomundo: Todo mundo que fugir da origem do problema. Por que a origem é algo muito mais complexo e difícil de combater. Todos aqui são capazes de entender o binômio causa-efeito. E sabem que um efeito só se origina com uma causa. Sem causa, sem efeito. E essa é a melhor e mais perfeita forma de solucionar os problemas. É lógica formal aplicada. E essa mesma lógica guia para o pensamento, que eu já citei aqui antes também, que diz: Para problemas complexos, soluções complexas. Ora! Como solucionar problemas complexos através do aparato da lei? Tendo em vista a lei como uma sanção? Não dá para ver futuro bom nisso.

Lembro Piaget e sua análise sobre o desenvolvimento Moral nas crianças (já que elas são as grandes "benefíciarias" da lei): Anomia, Heteronomia, Socionomia e por fim Autonomia. E com isso fica a minha pergunta? Onde está o desenvolvimento cultural? Onde que alguém viu no Brasil uma lei virar motor de produção de cultura? O que temos no país é sempre a busca de um escape. Uma fuga e os velhos panos quentes por cima de tudo. Um país que não produz uma cultura de cuidado (e não é a lei, mas projetos de educação social, regulamentação, fiscalização) não vai produzir o resultado esperado de cidadãos criados sem violência desde a mais precoce infância.

As questões não param por aí. Esse estado que SANCIONA, precisa regulamentar e garantir pontos para que a lei tenha uma "razão social". O Estado Brasileiro vai garantir apoio psicológico no SUS(onde existe um número limite de consultas durante o ano – perguntem a algum psicólogo se a coisa anda assim)? Vai garantir assistência social? E a fiscalização?

Mais uma vez emerge o discurso da falácia, no qual as coisas parecem "andar para a civilização", mas o que existe é só o maqueamento da bárbarie de um modelo de civilização (reducionista, individualista, do capitalismo feroz e tantos outros conceitos que todos já estão carecas de saber).

Por isso e mais algumas outras coisas eu não sou a favor do projeto. O Direito não é o FIM das coisas, mas o MEIO pelo qual se pode encontrar uma solução. Parece que a sociedade brasileira, e os nossos governantes não entendem isso. Quem sabe quando vão entender?

Cultura não se produz com SANÇÃO (que é uma forma de violência socialmente autorizada), mas com TRABALHO (aqui no sentido filosófico da coisa).

    catarino

    Não se preocupe

    A América Latina é o único lugar do mundo ocidental no qual "lei não pega" – graças a Deus.

    Ninguém vai seguir essa lei ao pé da risca.

Rocha

Gosto demais do presidente, mas acho que até em virtude de sua alta popularidade, ele invadiu uma área que a meu ver
não é de sua competência.

Que o 20 anos do ECA nos ensine a sermos mais humanos

[…] Clique aqui para ler um artigo interessante de Urariano Mota: “O fim das surras pedagógicas&#… […]

Gerson Carneiro

Aqui em casa já até escrevi um Código Penal Infantil.

Atigo 1º. Falta leve: uma chamada de atenção.
Artigo 2º. Falta Média: uma pracatada.
Artigo 3º. Falta Grave: duas pracatadas.
Artigo 4º. Falta Gravíssima: três pracatadas.
Artigo 5º. Independentemente da pena sofrida, ao deitar, o infrator deverá pedir a bença à mãinha e ao painho e falar boa noite. E ao acordar pedir a bença novamente e falar bom dia.

Parágrafo Único: a pracatada deve ser dada com percata de couro cru, na bunda.

— fim —

Quero ver fío meu crescer e desobedecer leis.

    Ramon

    Concordo com vc. As pessoas não podem confundir espancamento com "palmadas pedagógicas". Uma coisa é uma coisa, a outra coisa é outra coisa…
    Imagino que o objetivo do projeto é combater os abusos, mas da forma como falam parece que estão criminalizando os pais por darem umas poucas palmadas em filhos que fazem as suas "artes".
    Penso que as crianças precisam ter noção de certo e errado, também precisam ter noções de limites. Não adianta ficar falando, filosofando em alemão com uma criança que ainda nem sabe falar. Fala firme por 3 vezes, se a criança não entender, dá uma palmadinha na mão que a criança vai deixar de tentar enfiar o dedo na tomada ou dentro do vaso sanitário. Transformar os pais em criminosos é ridículo, vai apenas reduzir ainda mais a noções de limites que os jovens de hoje demonstram possuir muito pouco. Pode verificar em espaços públicos, nas escolas públicas ou particulares, nas relações com os mais velhos, nas relações interpessoais, etc.
    Sou contra espancamentos, bater em crianças com pés de cadeira e outros absurdos (isso já é crime), mas não sou contra os pais darem algumas palmadas dadas com parcimônia e de maneira justa.

    Gerson Carneiro

    As crianças precisam crescer sob a consciência da penalização por atos errados. Senão, quando adolescentes ou adultos agirão com a sensação, ou até certeza, da inpunidade. É mais ou menos o que ocorre hoje nas escolas com a tal progressão automática. Os adolescentes perderam o senso de responsabilidade (não todos, é claro, mas há a tendência). Observo isso em escolas públicas.

    Gerson Carneiro

    Melhor dizendo: observo isso nas escolas (públicas e privadas). Nas faculdades (privadas).

Ramon

Lembrei-me de um e-mail que recebi no dia das mães, aproveitem para rir um pouco.

Para aqueles que nunca esquecem das mamães e papais, uma pequena inspiração.

Feliz Dia das Mães
—–

Ensinamentos das MÃES DE ANTIGAMENTE:

Pra lembrar e rir…

Coisas que nossas mães diziam e faziam…

Uma forma, hoje condenada pelos educadores e psicólogos, mas funcionou com a gente e por isso não saímos seqüestrando a namorada, nem matando os outros por aí, nem matando os nossos pais só para ficar com a herança e achar que seria feliz para sempre com o namorado tb assassino…

Minha mãe ensinou a VALORIZAR O SORRISO…
"ME RESPONDE DE NOVO E EU TE ARREBENTO OS DENTES!"

Minha mãe me ensinou a RETIDÃO.
"EU TE AJEITO NEM QUE SEJA NA PANCADA!"

Minha mãe me ensinou a DAR VALOR AO TRABALHO DOS OUTROS..
"SE VOCÊ E SEU IRMÃO QUEREM SE MATAR, VÃO PRA FORA. ACABEI DE LIMPAR A CASA!"

Minha mãe me ensinou LÓGICA E HIERARQUIA..-.
"PORQUE EU DIGO QUE É ASSIM! PONTO FINAL! QUEM É QUE MANDA AQUI?"

Minha mãe me ensinou o que é MOTIVAÇÃO…
"CONTINUA CHORANDO QUE EU VOU TE DAR UMA RAZÃO VERDADEIRA PARA VC CHORAR!"

Minha mãe me ensinou a CONTRADIÇÃO…
" FECHA A BOCA E COME!"

Minha Mãe me ensinou sobre ANTECIPAÇÃO…
"ESPERA SÓ ATÉ SEU PAI CHEGAR EM CASA!"

Minha Mãe me ensinou sobre PACIÊNCIA…
"CALMA!… QUANDO CHEGARMOS EM CASA VOCÊ VAI VER SÓ…"

Minha Mãe me ensinou a ENFRENTAR OS DESAFIOS…
"OLHE PARA MIM! ME RESPONDA QUANDO EU TE FIZER UMA PERGUNTA!"

Minha Mãe me ensinou sobre RACIOCÍNIO LÓGICO…
"SE VOCÊ CAIR DESSA ÁRVORE VAI QUEBRAR O PESCOÇO E EU VOU TE DAR UMA SURRA!"

Minha Mãe me ensinou MEDICINA…
"PÁRA DE FICAR VESGO MENINO! PODE BATER UM VENTO E VOCÊ VAI FICAR ASSIM PARA SEMPRE."

Minha Mãe me ensinou sobre o REINO ANIMAL…
"SE VOCÊ NÃO COMER ESSAS VERDURAS, OS BICHOS DA SUA BARRIGA VÃO COMER VOCÊ!"

Minha Mãe me ensinou sobre GENÉTICA…
"VOCÊ É IGUALZINHO AO SEU PAI!"

Minha Mãe me ensinou sobre minhas RAÍZES…
"TÁ PENSANDO QUE NASCEU DE FAMÍLIA RICA É?"

Minha Mãe me ensinou sobre a SABEDORIA DE IDADE…
"QUANDO VOCÊ TIVER A MINHA IDADE, VOCÊ VAI ENTENDER."

Minha Mãe me ensinou sobre JUSTIÇA…
"UM DIA VOCÊ TERÁ SEUS FILHOS, E EU ESPERO ELES FAÇAM PRÁ VOCÊ O MESMO QUE VOCÊ FAZ PRA MIM! AÍ VOCÊ VAI VER O QUE É BOM!"

Minha mãe me ensinou RELIGIÃO…
"MELHOR REZAR PARA ESSA MANCHA SAIR DO TAPETE!"

Minha mãe me ensinou o BEIJO DE ESQUIMÓ…
"SE RABISCAR DE NOVO, EU ESFREGO SEU NARIZ NA PAREDE!"

Minha mãe me ensinou CONTORCIONISMO.-..
"OLHA SÓ ESSA ORELHA! QUE NOJO!"

Minha mãe me ensinou DETERMINAÇÃO..-.
"VAI FICAR AÍ SENTADO ATÉ COMER TODA COMIDA!"

Minha mãe me ensinou habilidades como VENTRILOQUO…
"NÃO RESMUNGUE! CALA ESSA BOCA E ME DIGA POR QUE É QUE VOCÊ FEZ ISSO?"

Minha mãe me ensinou a SER OBJETIVO…
"EU TE AJEITO NUMA PANCADA SÓ!"

Minha mãe me ensinou a ESCUTAR …..
"SE VOCÊ NÃO ABAIXAR O VOLUME, EU VOU AÍ E QUEBRO ESSE RÁDIO!"

Minha mãe me ensinou a TER GOSTO PELOS ESTUDOS..
"SE EU FOR AÍ E VOCÊ NÃO TIVER TERMINADO ESSA LIÇÃO, VOCÊ JÁ SABE!…"

Minha mãe me ajudou na COORDENAÇÃO MOTORA…
"AJUNTA AGORA ESSES BRINQUEDOS!! PEGA UM POR UM!!"

Minha mãe me ensinou os NÚMEROS…
"VOU CONTAR ATÉ DEZ. SE ESSE VASO NÃO APARECER VOCÊ LEVA UMA SURRA!"

Brigadão Mãe !!!

Sergio Castro

Considero a lei despropositada e demagógica, e não consigo compreender como um delinquente latagão de 17 anos 11 meses e 29 dias não pode ser responsabilizado por um crime (e poderá um dia depois) mas é responsável para votar(!) e dirigir, me expliquem essa. Esta face do ECA tem que ser revista, as outras são exelentes. Ah, e antes que me rotulem de direitista empedernido, sou eleitor do Lula e do PT desde 1989 e militei no movimento estudantil (na UFRJ) de 1978 a 1982 (ainda era a ditadura gente), muitos de vocês nem eram nascidos

    Christian Schulz

    Esquerdista ou não, é conservador.

    Me explique como um latagão de 17 anos 11 meses e 29 dias está cometendo um crime e você terá a resposta sobre a necessidade do ECA.

    É o mesmo raciocínio aplicado na morte do Glauco. A Veja pôs o culpado na capa e chamou-o de "Chá de Santo Daime". Não sabia que chá consegue usar uma Taurus.

    Como você é da esquerda, entende: a ausência do Estado acarreta mortes estúpidas como a do Glauco e crimes de latagões de 17 anos 11 meses e 29 dias.

    E o Estado a qual eu me refiro, obviamente, não é o policial. Afinal, eu também sou de esquerda.

    beattrice

    A relação desta lei ou do ECA com um chá alucinógeno que induz surtos psicóticos, sobretudo em indivíduos predispostos geneticamente a eles, é zero.

Marat

Mas, no mês de outubro será dada uma surra pedagógica, algo em torno de 60% a 40%…

    Christian Schulz

    Tá mais para 80% a 20%, se quer minha opinião…

    Marat

    O importante é bater no Sr. Burns… – rsrsrsrs

Supertramp68

O Lula quer, agora, estatizar nossos filhos. Hoje quer monitorar como corrigimos nossos filhos e amanhã? Vai ditar o que daremos para comer, vestir e onde estudarão nossos filhos?
Viva a ditadura…

    Jana

    kkkkkkkkk

    vamos aproveitar e incluir os velinhos nesta lei, pois se hoje você quer ter o direito de bater nos seus filhos, amanhã eles vão querer aproveitar o seu princípio democrático e dar umas palmadas educativas no seu papai querido…

    Mario

    Demagogia pura e simples. Simples assim.

    Carlos

    Procure ler as justificativas para o projeto, os dados estatíscos que o sustentam.
    Converse com os conselheiros tutelares da cidade em que moras, busaue dados sobre violência contra crianças e adolescentes.

    Mario

    Espancamentos já são puníveis. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.

    beattrice

    Converse com os membros do CRAMI nas cidades.

    Carlos

    Voc~e, por certo, não espancou, não espanca nem vai espancar seus filhos…
    Mas há quem faça isso, marmanjos e marmanjas espancando (ESPANCANDO) crianças de um, dois, três, quatro, cinco,… anos.
    A iontenção nbão é interferir nas famílias, mas -feito a "Lei Maria da Pinha" – mostrar que o espancador pode ser punido…

    Christian Schulz

    Bom mesmo é deixar a iniciativa privada cuidar de nossos filhos, né?

    Deixe a TV derreter seus cérebros, tornar seus músculos inúteis e sua percepção unidimensional.

    Acompanha acompanhamentos: gordura hidrogenada, calorias em excesso, sal em excesso, embalagens em excesso, excesso, excesso, excesso, EXCELENTE!, diria um notável capitalista dos desenhos animados…

    Se um coleguinha te agride na escolinha, sem problemas: a Blackwater te arruma um míssil teleguiado (como Você, depois de ver tanta TV) e logo esse problema será pulverizado da face da Terra. Assim sendo, Você se torna um Vencedor.

    BINGO! Passe a perna (literalmente) no seu "concorrente" e faça Freud (ou Sófocles) ter razão, novamente.

Jairo_Beraldo

E pensar que meu pai usou pouco o chicote em mim….acho que deveria ter dado mais lambadas..e com força!

    Carlos

    Chicote? Não era com vara de marmelo?

rafael

Será mesmo que precisamos ideologizar esse debate? Em tempo, a familia é uam das instituições mais opressoras e violentas da historia humana.

Cebolinha

"Apanhar dói prá cacete!"
É uma fase magistral. Sem ironia.
Quem não entendeu, ainda precisa de educação.
O Brasil ainda haverá de reconhecer em Lula também uma pessoa muito educada.

Gerson Carneiro

Filhinhos tão fofos, que receberam o mesmo afeto e cuidado que mulheres e senhores classe média dispensam a seus cachorrinhos, acabaram de estuprar uma menina de 13 anos em Santa Catarinha.

Esses aí com certeza nunca apanharam e nunca irão apanhar. Que lindo.

Mario Henrique

Esse é o tipo de lei que deve pegar. Uma lei que orienta como não se deve educar: batendo. Se pais acham que seu filhos só os respeitam mediante castigo, é bom que saibam que o problema está com eles e não com os filhos. O uso da força contra alguém mais fraco sempre foi e continuará sendo evidente traço de covardia; se de pais contra filhos, também, de incapacidade de se reconhecerem naquele que é, ao mesmo tempo, seu prolongamento e limite de sua individualidade. Pais tendem a reproduzir o tipo de educação socialmente admitida. Daí que muitos batiam por acharem que assim é que se educa. Daí também a importância de uma lei para dizer que não, que não é batendo que se educa.

Gerson Carneiro

Só lembrando ao Uraniano Mota que filhos tão fofos, que receberam o mesmo afeto e cuidado dos também tão fofos cachorrinhos de mulheres e senhores classe média, tacaram fogo no índio Galdino. Depois papai foi lá e bancou as cestas básicas.

Marcelo D

Quem bate em criança é covarde, não importa a situação.

    Supertramp68

    Melhor mesmo é apanhar dos filhos não é mesmo? Ou quem sabe ve-los apanhar da policia, ou virar peneira pelos tiros de algum traficante que se sentiu lesado. Quem ama seu filho, corrige.

    Scan

    Lá vem o indivíduo com dois cérebros, o delgado e o reto, dar pitacos inteligentíssimos…

    Carlos

    Nem uma coisa, nem outra…
    Corrgir é uma coisa, espancar é outra.
    Quando adulta, criança espancada vai reproduzir o que sofreu…
    É necessário que o círculo vicioso e viciado seja interrompido.

    O que tens a dizer sobre a programação da tevê?

    Christian Schulz

    Conta essa pro Içami Tiba…

    Aliás, gostaria de saber qual agressão caseira iria evitar que nosso filhos apanhassem da polícia ou virassem peneira…

    Pensamento direitista é redundante: a causa é o próprio efeito!

    Onde está agora aquela ilustre capa da falida "Revista da Semana", a Veja de QI de ostra em coma? Aquela em que se lia "O Culpado é a Vítima?", obviamente se referindo à reação (imaginada) do Luciano Huck a um roubo de Rolex…

Gerson Carneiro

Lei besta da pinóia.
Querem criar os filhos de vocês como as madames criam os cachorrinhos delas fiquem à vontade.
Depois fica aquele monte de pais idiotas tendo que chamar a Super Nanny para dar jeito nos filhos.

Gerson Carneiro

Meu pais criaram 11 filhos + 1 genérico criado por painho totalizando 12 (isso mesmo, uma dúzia, era época da propaganda do Juscelino “50 anos em 5” e painho, empolgado, todo ano queria um modelo novo).

Todos apanharam, nenhum virou bandido, e nenhum ficou traumatizado por isso. Criar filho cheio de dengo e passando a mão na cabeça, fingindo não ver suas traquinagens é meio caminho pra perdição.

    Alexandre Dumas

    Mas pelo menos um, você, ficou recalcado, como se observa nas suas intervenções. A propósito você sabe como foi a educação dos meninos que mataram o índio Galdino ou que estuprar a menina em SC? Viveu junto deles todos?

    Gerson Carneiro

    Não vive junto deles, mas posso deduzir pelo ato bárbaro. Assim como você deduz que fiquei "recalcado", sem conviver comigo, sem conhecer-me.

    Alexandre Dumas

    O recalque "salta aos olhos" pelos seus textos. Tolinho.

    Gerson Carneiro

    Agora essa…. arrumei um psicólogo (e de graça).

    Prezado Dumas, por que se apressa em tentar ofender-me? Foi pela pergunta que te fiz no blogcidadania? (que aliás você não respondeu). Não ligue. Melhore o seu humor. Foi uma brincadeira baseada no que você mesmo falou. Ademais, eu também tenho cunhado otário (isso é uma praga).

    Um abraço, com todo o meu "recalque" :)

    Gerson Carneiro

    [youtube IhNnE9M7c58&feature=related http://www.youtube.com/watch?v=IhNnE9M7c58&feature=related youtube]

Glecio_Tavares

Essa pratica ja foi adotada la em casa faz um bom tempo. Tenho 4 filhos, a mais velha tem 11 anos, o segundo tem 9, e tenho mais dois, gemeos de 6 anos. Converso, berro e castigo, bater não dá. Meu medo é que algumas crianças venham a chantagear seus pais para não ficarem de castigo, por exemplo podem ligar a policia e dizer que apanharam, será a palavra delas contra a dos pais. Em quem voce acreditaria, na vitima ou no réu? Por mais amor que dermos para nossos filhos, sempre alguma coisa não poderemos dar, como por exemplo deixar eles viajarem com o vizinho, ou comprar um video-game de ultima geração, pelo preço de 1.300 reais. A regulamentação da lei precisa ter algo mais sólido que o testemunho, mas também precisamos acreditar em nossas crianças. Li que os casos dos pedófilos são muito dificeis de provar pois normalmente são pessoas que para os de fora parecem ser muito carinhosas com as crianças. Também li que as vezes as crianças criam memórias e passam a acreditar piamente que tal fato ocorreu. Alias, acho que foi aqui que eu li isso. A mídia não dá muita atenção a este fato, pois ele não vende jornais.

    beattrice

    Distorções lamentavelmente vão ocorrer à medida que a lei for regulamentada e aplicada, mas elas não justificam a ausência de uma rede de proteção ao menor, pois as estatísticas dos grupos de assistencia às crianças mostram a gravidade da situação e para quem duvida dessa gravidade sugiro uma análise dos dados do CRAMI.

    Glecio_Tavares

    beattrice, minha amiga!
    Eu fico um pouco desnorteado com o lance de que os atos dos filhos são responsabilidade de seus pais, mas muitos pais trabalham e não têm com quem deixar seus filhos. Estas crianças soltas por ai, causam vandalismos e a culpa é dos pais. Isso me choca, tenho amigos que abrem mão de ter filhos por causa da educação moderna, que os filhos tem direito a tudo e não tem responsabilidade nenhuma em casa. A nossa sociedade esta a merce da publicidade, e hoje tudo na vida é ter, não importa como. Os jovens estão com a moral distorcida, os direitos da criança são muito importantes, porem acredito que nem todos os pais terão condições de arcar com isso.
    Quando voce tem um cachorro que ataca alguém, voce é responsabilizado criminalmente por isso, e podem até sacrificar o bicho dependendo da gravidade do ataque. Quanto as crianças, elas roubam, estupram e as vezes ate matam, e a lei é branda demais para punir. Agora tirar a palmada da educação vai melhorar a sociedade? Acho que não. Logico que sou contra o espancamento. Eu mesmo não bato em meus filhos, porém tenho estrutura para conversar com eles sobre todos os assuntos e estou sempre presente, sendo que minha mãe que fica com eles enquanto estou trabalhando. Me lembrei de um caso em que a mãe trabalhava o dia inteiro fora, e tinha tres filhos pequenos, dois meninos de 10 e 7 anos e uma menina de 5 anos. Ela ficou transtornada com uma travessura deles e queimou-lhes as pernas com uma colher esquentada no fogão. Castigo terrivel, marcas para a vida inteira. Nada justifica, mas fiquei pensando o que poderia ter acontecido e acho que descobri a resposta: Talvez os meninos estivessem se aproveitando da menina. O que voce faria se tivesse que passar o dia fora e vivesse tal situação?
    Um beijo.

Gerson Carneiro

Os cachorrinhos tratados com afeto e cuidado por mulheres e senhores da classe média são tão chatos, tão mal educados. São tão fofos, apenas para seus donos.

Não quero criar filho como essa gente cria seus cachorrinhos chatos, não.

“Bato em meu filho enquanto criança para a polícia não bater quando adulto” – de um pai anônimo. Eu concordo.

Gerson Carneiro

E a situação da mãe que tem que acorrentar o filho para sair para trabalhar para o filho não ser morto pelos traficantes, e o Estado é omisso. Quem se responsabiliza, quem explica?

Gerson Carneiro

Sou contra crueldade, óbvio. Mas defendo sim o direito dos pais dar umas chineladas nos filhos. O contrário disso resulta nos casos diários de alunos que ameaçam e batem em professor, batem em diretor de escola, batem em colegas. É a falta de limite.

Serei um dos fora da lei (dessa lei).

    Glecio_Tavares

    Gerson, isso me lembrou o estupro de Florianópolis. Será que umas palmadas não teriam dado jeito naqueles meninos? Esse é um lado.
    Não bato nos meus filhos mas sei que as crianças são muito dificeis.
    Esse é o outro lado:
    Na escola deles tem um menino que mexe com todo mundo. A mãe trabalha fora e chega tarde em casa e ele não tem pai, porém ele apanha bastante e já criou uma certa segurança em relação a isso, pois não importa a gravidade do que cometa, no máximo ele apanha da mãe.
    A educação e os princípios devem ser ensinados, mas também devem vir como exemplo por atitudes tomadas pelos adultos.

    Gerson Carneiro

    Caro Glécio, veja o que falei para Beattrice em um comentário:
    Ninguém consegue educar uma pessoa em formação apenas com diálogo, sem reprimenda, sem "castigo". Educar sem usar esse "aparato" é utopia. O homem é um animal, e tem instintos. E são esses instintos que precisam ser domados.
    Dessa forma, qualquer coisa que contrarie o educando é então violência; quando não física, emocional.
    Então trata-se de uma questão de escolha: qual "castigo" adotar na educação.
    E assim sendo, considero que a questão então se resume à medida (pra maior ou para menor) do "castigo" adotado. Assista ao flme "Dogville". Verás que nas crianças a maldade também se faz presente.
    É uma questão realmente para dar nó na cabeça.

Eduardo (BH)

Opa! De repente, me vejo como um dos "indivíduos de extrema-direita ou conservadores de todo gênero". Em primeiro lugar, discordo da lei, se esta é como a descrita. Mas esta é uma questão pessoal, como pode-se dizer. Segundo (e mais importante), creio que a vinculação entre uma postura política ideológica (esquerda, direita) e uma atitude diante da família é uma estupidez. Me pergunto se seria Marx um liberal (em termos de costumes) em sua família. De resto, acho que existe uma diferença entre maus tratos e a imposição de limites.

Renato

É a esquerda querendo destruir a família.

    Scan

    Pelo jeito na sua família voce desce o cacete, né?
    Se voce acha que te metendo numa cadeinha básica pra voce pensar na vida sua família será destruída, então sim, ela poderá ser. Felizmente, para os demais membros.

    Morvan

    Não diga, Renato. O que pode ser feito, para evitar isto; apelar para o Bruno, do Flamengo? Ora, Renato. Quem destroi a família não passa por esquerdismo ou direitismo. Não é tão simplório assim.

    Abraços,

    Morvan

    Gustavo

    dããããããã………a esquerda quer dominar o mundo, vão colocar uma família de sem terra no seu quarto, dãããã….eu de direita tenho meda meda….humm medaaaaa…mamãe…agora falando sério, qual a idade mental do Renato? eu aposto em 4 anos, pois ainda tem medo de bicho papão!!!

    Renato

    Não, tenho 31 anos, com curso superior completo e a pós-graduação em andamento.
    Na realidade, eu proponho a pergunta para a esquerda. De quem é a responsabilidade pela a vida e o ensino dos filhos?

    Marat

    Você diz família como no século XX ou como no século XXI?

    Carlos

    Família medieval, talvez?

    Christian Schulz

    Uai, e como manteremos nosso estoque de churrasquinho?

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