Rudá Ricci: O xadrez mineiro

Tempo de leitura: 2 min

por Rudá Ricci, em seu blog, via Nassif

Vivo em MG há 17 anos. Sinto nitidamente a dificuldade da grande imprensa, quase toda localizada no eixo SP-RJ, compreender o que ocorre por aqui. Normalmente, reproduz opiniões oficiais ou caem no estereótipo mais canhestro, que se aproxima da noção da velha e preconceituosa figura de Jeca Tatu.

Tal oscilação leva os leitores a não entenderem os dilemas políticos efetivamente mineiros. Na minha opinião, vivemos um dilema complexo, que vou procurar sistematizar:

1) Aécio Neves é um hábil leitor político. Contudo, não possui projeto. É um homem que sabe navegar e articular, mas que se ressente da capacidade de formulação. Talvez, o contrário de Serra;

2) Por este motivo, fixou-se na organização da máquina pública, entregando a tarefa a Antonio Anastasia, o governador em busca da sucessão de Aécio. Anastasia é firme, com excelente formação acadêmica (sua irmã é ainda hoje professora da UFMG) e calmo negociador. Foi ele quem alterou a concepção de auditoria interna e montou a estrutura de projetos estruturadores do governo estadual. Mas o Estado ficou à deriva no que tange ao rumo de desenvolvimento. Não conseguiu criar – nem mesmo se lançou à tarefa – fóruns ou arenas de elaboração de projetos de desenvolvimento, procurando alterar significativamente a brutal desigualdade social e econômica das regiões centro-sul em relação às regiões centro-norte de Minas Gerais. No setor agrícola, para citar um exemplo, vivemos a transferência geográfica da produção para a fronteira com Goiás (Triângulo Mineiro, Alto Parnaíba e Noroeste do Estado). Tivemos uma brutal queda de arrecadação com a crise dos EUA, a maior dentre os Estados brasileiros;

3) Interessante que a Era Aécio varreu as lideranças tucanas mineiras do período anterior, de Pimenta da Veiga a Eduardo Azeredo, o que revela uma disputa interna pouco comentada na grande imprensa;

4) Por seu turno, a oposição fica restrita a Patrus Ananias, já que Fernando Pimentel parece ter jogado a toalha e já se dedica full time à coordenação da campanha de Dilma. Ao público externo, disputará as prévias do PT. Mas não faz mais campanha no interior como até pouco tempo atrás. Já Patrus, vai para o tudo ou nada. O problema de Patrus é que adota um estilo quase outsider, uma espécie de Suplicy mais compenetrado e mais claramente identificado com a lógica católica. Mas nunca disputou para valer a direção do partido e sempre se apresentou como candidato, desde que do “consenso”, algo quase que impossível no PT. Agora, sai agressivamente em defesa das prévias. O problema é que Lula e Dilma desejam Hélio Costa. Se PT lançar candidato próprio, se arrisca a ser cristianizado por Lula e Dilma. Se fizer as prévias e, em seguida (como se afirma nos bastidores) negociar acordo com Hélio Costa, transforma o PT mineiro em chacota local;

5) Márcio Lacerda poderia ser uma nova liderança. Mas faz um governo lamentável, cheio de equívocos, que demonstra o quanto a administração empresarial é radicalmente distinta da administração pública;

6) Leonardo Quintão também poderia aparecer como alternativa. Mas foi uma mera brisa em dia de sol escaldante.

Enfim, um Estado com seus problemas políticos internos, como tantos outros Estados brasileiros. A diferença é que MG sabe se proteger.


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Comentários

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Augusto Gasparoni

Em que pese o respeito ao articulista, considerei o texto parcialmente verdadeiro, porém muito fraco em conteúdo, e especialmente nas conclusões, bastante equivocado.
Moro em Juiz de Fora há 13 anos, retornando ao estado onde nasci, após residir 25 anos no RJ. Sintetizando, ser mineiro e morar aqui é muito bom – não foi à toa que voltei – mas a política praticada pela coletividade em Minas é lamentável. Concordo com a maior parte do que diz o Newton, e não vou repetir as mazelas citdas por ele, que são verdadeiras, mas discordo do seu final também.
A coletividade mineira é altamente despolitizada, se é que assim podemos dizer, ou melhor entende a política como uma torcida para time de futebol. Altamente manipulada pelos meios de comunicação, conservadora, e desideologizada (será que tá certo?), o que demonstra o atraso cultural. A política interiorana é praticada como se praticava há cem anos, e o interior aqui é imenso. A população interiorana deve representar mais de 80 % da população estadual. No que me cabe tento interferir nesta postura coletiva, mas lutando contra muita resistência e obtendo pouco sucesso. A Globo domina.
Um dos estados centrais, economica e politicamente forte, porém exibe grande pobreza e péssima distribuição de renda (acho que um dos piores).
Daí, questionando o Rudá, como é que Minas sabe se proteger? Está falando de quem? O adversário (ou postulante) externo, ou o interno? Qual deles é o pior?

Newton

Tomo a liberdade de reproduzir um comentário que fiz na época da inauguração da "cidade administrativa" do Aécio.
Por isso ele está meio defasado em relação aos fatos que comenta, mas acho que vale a pena reproduzí-lo aqui, em razão da análise que contém sobre a estrutura sócio-política de Minas:

Quem é mineiro? Quem defende a tal de mineirice? A quem serve a tal de mineirice? Segundo post colocado aqui em outra ocasião, durante a inauguração da “esplanada” mineira a mineirice era defendida por todos os políticos, prefeitos, deputados e quejandos presentes…
Triste sina de quem tem que escolher entre apoiar o representante da burguesia branca paulista e o representante da burguesia “crioula” mineira. Minas é um dos estados mais autoritários, com uma ideologia secular de perseguição e massacre aos seus trabalhadores.
Desde 7 de Outubro de 1963 com a repressão à greve da Usiminas, com 33 mortos e 3000 feridos, passando pela invasão das refinarias pelo exército todas as vezes em que os trabalhadores da Petrobras entraram em greve.
A truculência da polícia mineira frente aos seus trabalhadores não tem paralelo no Brasil.
Por esta razão, o salário de um metalúrgico da grande BH é metade do salário de um metalúrgico do grande ABC, produzindo as mesmas peças e os mesmos automóveis.
No campo o setor agrário da burguesia “crioula” não aceita até hoje a CLT, as férias e o décimo terceiro e se alguém cobra, trabalhador ou governo democrático popular, a questão é resolvida na bala, com a morte. Vide episódio recente em que quatro agentes federais foram mortos a mando de um fazendeirinho michuruca do interior de Minas.
Os trabalhadores mineiros são tratados assim, à bala, seja por agentes fardados seja por jagunços sem farda.
Em tempo, a Belgo Mineira produz aço com carvão vegetal, quem garante que sem trabalho infantil e escravo? Por que os companheiros trabalhadores mineiros ainda têm que descer para São Paulo para participar do corte da cana?
A tal da “qualidade total” empregada na “gestão” da coisa pública de Minas na realidade é um massacre do funcionalismo público mineiro. A qualidade total, com a transferência de responsabilidades que prega, com o trabalho por metas, com sua pseudo meritocracia, ao se encontrar com este autoritarismo pré existente, não o elimina, pelo contrário , multiplica esta autoritarismo por mil.
Aécio Neves, é o legítimo representante desta burguesia agro-industrial mineira, no momento em litígio com a sua co-irmã branca e paulista.
Não é sem razão, que como já foi analisado aqui, Aécio quase não elegeu o seu candidato a prefeito de Belo Horizonte. O povo aproveita as eleições, para dar o troco, demonstrando a sua insatisfação com a opressão a que é submetido. Insatisfação que consegue vir à tona, apesar da “lavagem cerebral” a que é submetido com a propaganda quase onipresente de Aécio e sua “mineirice” nos meios de comunicação
Vamos ver o que vai acontecer nas eleições para governador e presidente. Boa parte do povo mineiro, tenho certeza, não votará em um candidato por ele ser mineiro, paulista, ou de qualquer outro Estado da federação mas votará naquele que apontar para a superação de sua condição de opressão e miséria.
Em tempo: Salve o frango com quiabo de minha cunhada mineira e o tutu, da minha outra cunhada mineira.
Responder

David R.Silva

Como Mineiro, achei um horror esse artigo. O Sr. Rudá surtou geral. de Belo Horizonte.

Beria

Sou mineiro há 36 anos e jamais ví aqui um governador que merecesse uma nota positiva. Francelino Pereira, Tancredo, Newton Cardoso, Helio Garcia, Itamar Franco, Aécio… nossa… só porcaria… O Aécio é o que é por causa da manipulação da imprensa por sua irmã, a carioquíssima Andreia GOEBBELS Neves, e tem como carro chefe o CHOQUE DE GESTÃO, que nao passou de uma manobra contábil, e obras inúteis como Cidade Administrativa, Linha Verde (que já está saturada) e uma obra em parceria com a Uniao, a ampliacao da Antonio Carlos…
Entao, é só fantasia vendida para a grande imprensa.
Aécio nao apoiou o Alckmin (ainda bem…), e duvido que apoioará o Serra a contento.
Agora, a briga interna do PSDB em Minas citada no texto é verdadeira, e os Aecistas odeiam os Azeredistas… Poderiam se matar, inclusive…
Abs.

Sagarana

É verdade, sabemos nos proteger. Inclusive de comentarios políticos ridículos, como esse.

Beto Crispim – BH

Rudá, afirmar que Márcio Lacerda poderia ser uma nova liderança, deve ser brincadeira ou você ficou muito ruim em analise. Márcio Lacerda, não tem nenhuma inserção partidária, sem qualquer vinculo com grupos sociais, sejam de direita ou de esquerda. Um cara que Aécio e Pimental tiraram da cartola, depois que a possível candidatura de Valfrido dos Mares Guias fez água. Péssimo empresário, suas empresas faliram depois que parou de "mamar" das tetas das empresas estatais. Se comporta na prefeitura como um xerife, autoritario, arrogante e de uma incompetência jamais vista por estas bandas. Rudá, liderança não surge da noite para o dia, se faz, constroi e isso leva tempo. Márcio Lacerda, cumpriu seu papel de coadjuvante para a estratégia de Aécio e Pimentel, não passará disso. Na próxima eleição para a PBH não terá o apoio de nenhum dos dois. Ambos são bem parecidos com o mandacaru, não dá nem sombra nem frutos e quem encosta nele ainda sai espetado.

francisco.latorre

patrus pode levar. três candidatos. dois turnos. tudo pode acontecer.

belorizonte e as cidades médias podem decidir.

e tem lula. e dilma.

patrus é lula . costa é globo45. o povo sabe.

a o anas.. será que aécio transfere mesmo?.. sei não…

..

paulo rafael pizarro

Helio Costa, que lástima.

Werner Piana

acheio o texto fraco, incoerente. E concordo com o Marcos acima: para o bem do PT seria melhor uma candidatura independente do Patrus. Sério e competente. E que não é "marinho's boy". Isto, pra mim, faz muita diferença. Apesar que Patrus no Senado seria também excelente. Quanto ao Faraó Aócio Carioca, marketing puro, com censura. Jornal mineiro independente só o NovoJornal.nethttp://www.novojornal.net/ . O resto são sofismas e platitudes…

Urbano

O mineiro, eu não sei. Agora, o paulista deveria estar abarrotado…

Jairo Beraldo

"….que demonstra o quanto a administração empresarial é radicalmente distinta da administração pública…"
Pode até ser,mas aqui em Goiás,temos um prefeito grande empresário,que fez uma administração espetacular em uma cidade do entorno de Goiania,Senador Canedo.Seu nomeé Wanderlan,e está pré candidato ao governo do estado,apoiado pelo governador Cidinho e também é da base de apoio do governo federal.

Marcos

Sou mineiro e não acho que estamos com essa bola toda. Afinal, como podemos ser espertos se um governo fantoche conseguiu nos enganar por mais de sete anos?
Rudá sei da sua competência, mas nesta questão acho que está totalmente errado. Como podemos ser espertos, como disse. Se o PT se sugeitar a ser vice de Hélio Costa, no mínimo vai perder o meu voto de filiado. E dizem na terra de Hélio Costa que um dos sonhos do nobre jornalista é "acabar com o PT".
Se sabemos nos defender, como podemos aceitar a intromissão de Lula no processo sucessório de Minas?
Sou filiado ao PT, mas se se confirmar essa teoria de PT ser vice de Hélio Costa, vão perder no mínimo um voto de um filiado. Hélio Costa é o que há de pior na política mineira.

Filipe Rodrigues

As chances do PT governar Minas a partir de 2011 são grandes. Apesar da alta popularidade, Aécio saiu enfraquecido das eleições 2008. Fiz uma pesquisa sobre as eleições 2008 e pude constatar, PSDB e PMDB possuem mais prefeituras que o PT em todo o estado de Minas, porém o PT governaas cidades mais populosas.

Alencastro Penaverde

Rudá, Minas não é para amadores. Como bom mineiro, aliás, como bom norte – mineiro e barranqueiro do Velho Chico que sou, digo: mineiro só discute depois de tudo combinado e o que lhe parece, não é. Minas tem o velho efeito
”Denorex”, inclusive na política: Parece… Mas não é! Por isso tudo lhe digo: ninguém conhece Minas. Minas são muitas. Por isso, nós próprios mineiros, não conhecemos Minas, e dizendo assim é que nós a conhecemos… O que é Minas? É muito trem bão junto sô! Não dá prá explicar. Imagina então quanto à política… Estou radicado no Rio, porém não esqueci nem do pão de queijo, muito menos da boa cachaçinha mineira. Quando volto a Minas, não procuro entendê-la e sim vivenciá-la! Quanta saudade…

Márcio

tenho muita dificuldade e má vontade com esse tipo de análise – mineiros agem assim, pernambucos agem assado, gaúchos, trespassado. O que se quer dizer com platitudes do tipo: "A diferença é que MG sabe se proteger"? Ou ainda: "Tem suas próprias manias, seus costumes diferentes, sua desconfiança, o 'come pelas beiradas' e o 'come quieto'. São hábeis políticos por natureza" (do comentarista Ubaldo).?
Não ignoro a participação das características culturais de um povo no seu comportamento político-eleitoral. Mas será que os mineiros são uns autorreferenciados que não se deixam influenciar por questões de outra natureza, tipo as econômicas? Será que não existe simpatia (ou militância) por esquerda, direita, essas coisas, em Minas?
Fecho com o comentarista Latorre:
"mitos mineiros.

há quem acredite.

…"

Eles, os mitos mineiros, estão espalhados por aí, pelas mãos de uma certa análise política que grassa na blogosfera de esquerda – Mauro Santayana (que, sim, tem seus méritos) à frente.

Antonio L Teixeira

"A diferença é que MG sabe se proteger.
" Para mim, mineiro de nasceça há 58 anos, esse foi o ponto máximo da piada contada. Popará. Essa história de que mineiro é mais esperto é folclore antigo, dos tempos que Minas entrava com o leite. Minas, e seu povo, é tão hipócrita ou tão sincera quanto qualquer outro estado da federação. Esse tempo que éramos mais já foi superado. Assim como em qualquer cidadela do Brasil, o povo só sai às ruas após o jornal das 8 (20:00 horas). Basta de soberbas, em todos o níveis.

    Jairo Beraldo

    Toinho…mas que nóis é diferenciado, ah…isso nóis é!Vem com essa não…se oc~e nun se deu bem lá,aí é outro pobrema!Ah…moro em Goiás,há 34 anos,e atualmente tenho 48.

Beto Crispim

Sobre o PT, há muito que Rudá tem uma grande má vontade, não sei se frustração ou algo mais…(Rudá sabe). Dizer que o Patrus nunca disputou internamente é uma "mentira". Patrus teve de disputar pra ser indicado candidato a prefeito, e mais recentemente assumiu claramente uma candidatura no PED, disputou quando foi preciso e buscou o consenso quando era viavel. No fim de seu mandato pra prefeito também disputou internamente, preferia o apoio ao Célio de Castro, então no PSB e foi derrotado e seguiu a decisão do PT em lançar candidato próprio, Virgilio Guimarães. Eu diria que Minas está muito protegida, encoberta e precisa urgentemente ser desprotegida, descoberta.

Beto Crispim

Rudá, finge não vê como Aécio usa a CEMIG e a COPASA para promover o a sua imagem. Não diz como Aécio, atraves de sua irmã, exerce um controle absoluto sobre a imprensa meneira e parece desconhecer (acredite quem quiser) a coação sobre os prefeitos do interior. Foi assim para sua reeleição e está sendo para a eleiçã do seu candidato. A imprensa fala que prefeitos de vários partidos aderiram ao Aécio. Não é nem adesão e nem cooptação é coação mesmo.

Beto Crispim

Rudá já foi melhor em suas analises, um pouquinho só, mas ja foi. Neste artigo fala pelos cutuvelos e ainda reproduz algumas avaliações da mídia. Finge fazer uma analise sobre Aécio, mas sem aprofundar. Fala de uma "organização da máquina", mas não diz como Aécio precarizou a educação, a saúde e a segurança. Não cita a arrogancia do "netinho" do Dr Tancredo, a forte atuação para desmantelar os partidos e a truculência no trato com os servidores públicos.

    Rudá Ricci

    Calma, Crispim. Basta discordar. Não precisa ofender a mãe! Se alguém da mídia repetiu minha análise me diga para cobrar o direito autoral.

francisco.latorre

mitos mineiros.

há quem acredite.

..

    Jairo Beraldo

    Sim,verdade..Zé Alagão substimou e vai se lascar purisso!

VanderResende

"a diferença é que MG sabe se proteger"
Bem, posso ter lido tudo errado, mas ao final da breve descrição da incapacidade de articulação e de estabelecimento de projetos, quer do PSDB, quer do Pt, afirmar que "a diferença é que MG sabe se proteger", vai além da minha limitada capacidade de compreensão.

Como mineiro, hoje em dia morando no principal dos curral eleitoral "dos Neves, São Joao Del Rei, em que a cada esquina se vê um outdoor de agradecimento ao Sr. Aécio Neves, eu só posso dizer o que os professores do estado, em longa e penosa greve nao noticiada, afirmaram tantas vezes: "A educação [e a saúde, como artigos publicados neste viomundo provam, e o trabalho e …] não tem nada a agradecer esse elemento.

Jose Emilio

Ô cabôco, só se for de "nasceça", aí eu creio que você é Mineiro "divera"!

dukrai

véi, sinto uma dificuldade enorme de formar uma opinião num ambiente deformado por uma mídia manipuladora e sem credibilidade. Daí que pra avaliar Aócio Never ou o Zé Tilápia, como articulador ou formulador é uma fantasia em que até o Rudá derrapa quando afirma que Aócio," fixou-se na organização da máquina pública, entregando a tarefa a Antonio Anastasia". Depois falam que o rapaz não gosta de trabalhar rs
Algumas ponderações:
– O próprio Rudá afirma que o Pimentel abandonou a pretensão de candidato a governador e se dedica a coordenação da campanha da Dilma. Mesmo assim vai participar das prévias com Patrus como forma de garantir a cabeça de chapa para o PT. Patrus e Pimentel são muito maiores que Hélio Costa e não é motivo de chacota alguma se da negociação isto não se realizar por motivos da eleição presidencial. Bom relativizar a intervenção do Lula na política mineira, a sua candidata e seus interlocutores são todos daqui.
– Mudei pra BH no mesmo ano que o Rudá e como acho que isto não significa nada em termos de compreensão da realidade política local me guio pela velha e boa ideologia, no seu sentido prosaico de esquerda e direita e voto sempre na legenda do partido. Tem funcionado, com todos os seus defeitos, quando vc compara BH com MG. Na educação BH tem salários mais altos e valoriza a formação do professor, em MG vc tem 8, digo, oito anos sem reajuste, greves e uma aumento que foi dado agora mas não saiu no contracheque dos professores. Saúde, MG foi denunciado por aplicar o dinheiro do SUS pra fazer caixa pro déficit zero. O mini-faraó Aócio fez uma cidade administrativa e socou os barnabés no mato, três horas de baú por dia pra ir e voltar do trabalho, esvaziou o centro, detonou com o comércio e fez a alegria das empreiteiras e especuladores.
– O que afetou o estado não foi a crise nos EUA, mas na China, a receita de MG é dependente, em boa parte, das mineradoras e da sua cadeia produtiva, as exportações secaram, o preço do minério foi pro ralo e está em recuperação só agora.

    Pedro Ayres

    Dukrai,
    embora sem ser mineiro, desde 1962, que acompanho a vida política mineira e nacional. Um acompanhamento profissional que me fez entender um pouco daquilo que alguns chamam de "espírito mineiro" na arte da política. Assim, a sua interpretação do quadro político nas Alterosas está mais próximo do concreto, que aquele quase exercício de realismo mágico decrito por Rudá Ricci, em que se fala de tudo e não há explicação alguma sobre a estratégia e os movimentos táticos que Minas realiza ou vai realizar para se defender.
    O espírito mineiro sempre foi o modo de fazer política comum a todas as estruturas oligárquicas brasileiras, tendo até àquela disputa que simulava divergências essenciais e fazia com que toda aquela encenação ganhasse foro de uma grande luta democrática. É por isso que o político das zonas rurais tem um jeito diferente do que surge nos grandes centros urbanos. Não há magia e nem ultrta sabedoria nisso.

    francisco.latorre

    encenação pra simular divergência.

    isso.

    ..

    francisco.latorre

    aécio foi um flagelo pros mineiros.

    e esse rudá não acerta uma.

    ..

Gilberto Torres

Rudá Ricci foi no âmago do problema

Paulo

Um abraço das serras de minas!

sergio

minas deve votar dilma

Jose Emílio

Meu Amigo,
Como você já deve ter ouvido por aqui e acolá, Minas são várias e para fazer uma radiografia das coisas de Minas, sobretudo na política, 17 anos é muito pouco e é o que acontece com o seu texto.
As lições da Política mineira são muitas. Pra começar, é preciso saber como o Jaboti apareceu em cima da árvore!
Tem várias outras e com o tempo vai se percebendo

Ubaldo

Minas Gerais é comparada ao Texas. Quando você pergunta a um americano: Você é americano? Logo vem a resposta:
Não. Sou Texano. Como se fora um outro país. Assim como o Texas, Minas é como se fora um outro país, dentro do Brasil.
Tem suas próprias manias, seus costumes diferentes, sua desconfiança, o "come pelas beiradas" e o "come quieto'. São hábeis políticos por natureza.
Não há como prever as coligações e como o povo vai votar. De certa forma isso é bom. Eles mantém o segredo e assim as eleições ficam indefinidas pelo povo que vai ser o fiel da balança.

    Arnold Bezerra

    Moro no Triângulo Mineiro. Nasci aqui há 69 anos. O povo Mineiro tem uma característica interessante: Mineiro nenhum gosta de política, mas se você afastar o verrzinho da pele do mesmo, debaixo está o político vivo. Pode ser qualquer um, se perguntar ele fala que não tal e coisa, mas!

jbmartins

Qual seria esta proteção meu estado tambem precisa.??????
"Enfim, um Estado com seus problemas políticos internos, como tantos outros Estados brasileiros. A diferença é que MG sabe se proteger."

Hilário

Excelnte tb, como político experiente e realizador , Marco Antonio Araujo (Mixirica) de Pedro Leopoldo

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