
Há pessoas que são gigantes, Quixotes que permanecerão sempre jovens na memória dos que lutam por uma vida melhor para a humanidade! E que viva Francisco: duvido que se encontre um Papa mais simpático!
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Comentários
Zé Maria
https://mst.org.br/wp-content/uploads/2025/04/imagem2-768×401.jpg
“Perdemos Papa dos Pobres, dos Trabalhadores,
dos Migrantes e dos Sem Terra”, destaca o MST
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
lamenta o falecimento do Papa Francisco.
Jorge Bergoglio, em seus 12 anos de papado,
foi um fiel aliado dos mais pobres, marginalizados,
excluídos e violentados pelo capitalismo.
Ao longo do período à frente da Igreja Católica, Francisco teve uma série de iniciativas no sentido de se aproximar dos movimentos populares.
Propôs, já no primeiro ano, realizando-se em outubro de 2014, os Encontros Mundiais dos Movimentos Populares com o Papa.
Os Encontros, que reuniram representantes de movimentos de todos os continentes, além de inédito por si só, representavam a defesa do Pontífice pela necessária organização dos explorados, para podermos conquistar mudanças sociais.
A encíclica Laudato Si, publicada por Francisco em 2015, representou um marco na Igreja Católica.
O documento, que trata dos “cuidados com a Casa Comum”, apresentou as preocupações do Papa com os mais pobres e com a crise ecológica.
“Lanço um convite urgente a renovar o diálogo sobre a maneira como estamos a construir o futuro do planeta”, afirma a encíclica.
Publicado em 2020, Fratelli Tutti também é outra manifestação importante de Francisco no sentido da preocupação com a “fraternidade e a amizade social”.
“O sonho de construirmos juntos a justiça e a paz parece uma utopia doutros tempos. Vemos como reina uma indiferença acomodada, fria e globalizada”, disse o Papa.
Divulgou em 2023 a Laudato Deum, a qual se dirige “a todas as pessoas de boa vontade sobre a crise climática”.
Seguindo o caminho da Laudato Si, Francisco afirma no documento que “deixará de ser útil apoiar instituições que preservem os direitos dos mais fortes, sem cuidar dos direitos de todos”.
Bergoglio foi um aliado dos camponeses.
Em 2020, em virtude do Dia do Trabalhador Rural, enviou uma mensagem àqueles que lutam pela Reforma Agrária no Brasil.
“Partilhar os produtos da terra para ajudar as famílias necessitadas das periferias das cidades é um sinal do Reino de Deus que gera solidariedade e comunhão fraterna”, disse.
Em 2014, durante o Encontro “Arena da Paz”, realizado em Verona, Itália, o Papa se encontrou com 12 mil pessoas.
Na ocasião, Francisco abençoou a bandeira do MST, a qual estará sempre protegida em todas as lutas e manifestações na nossa saga por uma Reforma Agrária Popular que beneficia todo povo brasileiro.
“Quando ele benzeu a bandeira, me disse que estava rezando pela pronta recuperação de todas as famílias gaúchas”, expressou João Pedro Stedile à época.
Foi um fiel defensor da ciência e do apoio aos mais vulneráveis durante a pandemia de covid-19.
“Se a luta contra a covid-19 é uma guerra, vocês são um verdadeiro exército invisível lutando nas perigosas trincheiras.
Um exército que conta apenas com as armas da solidariedade, da esperança e do sentido de comunidade que renasce nestes dias nos quais ninguém se salva sozinho”, afirmou em carta às organizações sociais à época.
O Papa Francisco também enfrentou os fortes setores conservadores da Igreja Católica.
Promoveu uma profunda renovação dos cardeais, ao nomear religiosos de países marginalizados. Em 2016, Francisco disse que a Igreja Católica deveria desculpar-se com a comunidade LGBTQIA+.
“Eu acredito que a Igreja não deve apenas se desculpar, não deve apenas pedir desculpas a essa pessoa que é homossexual e que foi ofendida, mas deve pedir perdão aos pobres, às mulheres exploradas, às crianças exploradas”, disse.
Sua última mensagem pública, feita durante as celebrações da Páscoa neste domingo, clamou pelo fim do genocídio em Gaza.
Francisco denunciou “uma situação humanitária dramática e ignóbil” em Gaza e pediu um cessar-fogo.
Também disse que “é preocupante o crescente clima de antissemitismo [principalmente criado pela Extrema-Direita] que está a se espalhar por todo o mundo”.
Exerceu seu papado de forma simples e despojada, abandonando muitos costumes luxuosos e teve sempre atitudes proféticas, como ao visitar Lampedusa (principal ponto de chegada na Europa dos refugiados da África), os presídios e os moradores de rua de Roma, entre outros atos.
Bergoglio se despede sendo uma referência social e política para toda a humanidade.
Guiou-se sempre ao lado dos mais pobres e marginalizados pelo capitalismo.
O MST se despede do Papa na expectativa de que sua vida sirva de exemplo para lutadoras e lutadores populares.
Que a Igreja e o próximo Papa siga o legado de Francisco e mantenha-se ao lado dos excluídos.
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
São Paulo, 21 de Abril de 2025.
https://mst.org.br/2025/04/21/perdemos-um-papa-dos-pobres-dos-trabalhadores-dos-migrantes-e-dos-sem-terra/
“Vi-vos trabalhar incansavelmente pela terra
e a agricultura camponesa, pelos vossos territórios
e comunidades, pela dignificação da economia popular,
pela integração urbana das vossas favelas e
agrupamentos, pela auto-construção de moradias e
o desenvolvimento das infra-estruturas do bairro e
em muitas atividades comunitárias que tendem
à reafirmação de algo tão elementar e inegavelmente
necessário como o direito aos ‘3 T’:
Terra, Teto e Trabalho’.”
Jorge Bergoglio / FRANCISCUS
https://cimi.org.br/2015/07/37414/
https://ihu.unisinos.br/562029-os-bancos-sao-salvos-mas-nao-as-pessoas-e-a-bancarrota-da-humanidade-afirma-o-papa-francisco-aos-movimentos-populares
https://ihu.unisinos.br/categorias/562030-ha-um-terrorismo-de-base-que-emana-do-controle-do-dinheiro-sobre-a-terra-denuncia-papa-francisco
https://ihu.unisinos.br/169-noticias-2015/544477-qesta-economia-mataq-afirma-papa-francisco
https://ihu.unisinos.br/categorias/186-noticias-2017/572360-terra-teto-trabalho-a-doutrina-social-do-papa-francisco
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Zé Maria
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“A Sucessão do Papa Mergulha a Igreja na Incerteza diante da Onda Ultraconservadora”
“Já despontam alguns possíveis candidatos
que simbolizam distintas ‘almas’ da Igreja.
Desde os mais conservadores (que há tempos
vêm promovendo seus nomes por meio de sites
ultracatólicos), aos mais progressistas (se é que
se pode falar em progressismo entre os purpurados),
passando por uma maioria que tende a dar continuidade
ao que Bergoglio tentou fazer, sem frear as reformas.”
Por Jesús Bastante,
no Religión Digital,
via IHU OnLine
A morte de Bergoglio acontece no momento em que ele
tentava destacar sua figura política internacional e
enquanto ganha espaço a ofensiva conservadora
dentro e fora da Igreja Católica.
A morte do Papa Francisco deixou uma instituição
como a Igreja Católica sem liderança em meio a uma
onda reacionária global (que também avança no
Vaticano) e no momento em que Bergoglio havia decidido
destacar seu papel como figura política internacional.
O Papa falece pouco depois de enviar uma carta aos
bispos dos EUA, pedindo que liderassem a resistência
contra as deportações em massa de migrantes,
iniciadas naquele país por ordem da Casa Branca
de Donald Trump.
E agora?
Essa é a pergunta que muitos se fazem no Vaticano
e nas sedes cardinalícias de todo o mundo.
A morte teve um elemento de surpresa, pois, apesar
de seu delicado estado de saúde, ninguém poderia
prever que Bergoglio faleceria nesta segunda-feira, justamente depois de ter presidido a bênção Urbi et Orbi
e de ter desfilado, pela última vez, no papamóvel
para saudar uma Praça São Pedro lotada de fiéis.
Francisco deixa muitas incógnitas.
Não houve tempo para negociar um sucessor,
ao contrário do que aconteceu com a morte de
João Paulo II – cuja agonia foi acompanhada durante
semanas e que foi sucedido por seu substituto natural,
Joseph Ratzinger – e do próprio Bento XVI, que renunciou
ao cargo numa decisão histórica, mas que proporcionou
algum tempo.
Entre as posições de Francisco que entram em choque
com a contraofensiva conservadora (a autodenominada
‘antiwoke’) estão desde a luta contra a mudança
climática – os EUA voltaram a abandonar o Acordo
de Paris –, os gestos em direção às mulheres e à
comunidade LGTBI, até a crítica ao rearmamento
internacional.
Ele também criticou a onda anti-imigrante que está
ganhando espaço não apenas nos EUA, mas também
na União Europeia.
A política em geral, e a ascensão de Javier Milei
à presidência da Argentina em particular, estão entre
os motivos pelos quais o papa argentino jamais visitou
seu país natal.
A oposição política que se formou na Espanha também
manteve Francisco distante do país.
A morte de Francisco, além de despertar as lógicas
ambições em vista de um conclave que se anuncia
mais aberto do que nunca, deixa a Igreja Católica
em uma espécie de orfandade que não se via desde
o falecimento de outro papa carismático: João Paulo II.
Quem sucederá Bergoglio?
Haverá um Francisco II?
Ou, ao contrário, como costuma acontecer sempre
que há um papa progressista, virá um pontífice mais conservador?
A Igreja aplicará sua “teoria do pêndulo” ou ousará
continuar com as reformas iniciadas por Francisco?
As reformas de Bergoglio não contaram com o apoio
de boa parte da máquina curial.
Algumas não chegaram a se concretizar, como a
valorização do papel das mulheres e dos leigos, mas
outras avançaram bastante, como a reforma da Cúria,
as bênçãos a casais homossexuais ou o esforço sério
para erradicar os abusos sexuais.
Também avançou na busca de unidade entre as diversas
confissões cristãs e na redefinição do papel do Bispo
de Roma.
Francisco morre sem tomar uma decisão definitiva,
por exemplo, sobre o futuro do Opus Dei ou, no caso
da Espanha, sem nomear o novo núncio apostólico.
De fato, os grupos ultracatólicos mais críticos ao papa
aproveitaram desde que Francisco adoeceu, em
fevereiro passado, para reativar sua campanha de
influência e posicionar seus candidatos de olho no futuro
conclave.
Por que tantas dúvidas?
Em grande parte, porque Francisco não quis ser um papa
tradicional.
Não quis governar a golpes de autoridade, nem tomar
decisões como um soberano absoluto da Igreja.
O estilo Bergoglio foi mais o de um pontificado
participativo, baseado na escuta e na consulta.
Assim, além de convocar um processo sinodal, criou
o famoso grupo dos “C9”, com vários cardeais (entre
eles, o espanhol Omella), para assessorá-lo no governo da Igreja.
Agora, em um Estado como o Vaticano, o sucessor
de Francisco será escolhido por uma eleição entre
os cardeais com menos de 80 anos.
Quem sucederá Bergoglio?
A incerteza também se estende aos nomes que
já circulam para se tornar o novo pontífice.
Como era de se esperar, surgiram muitos nomes.
No entanto, trata-se da eleição papal mais globalizada
da história, com 135 cardeais eleitores de 94 países.
Íntegra:
https://ihu.unisinos.br/categorias/650958-a-sucessao-do-papa-mergulha-a-igreja-na-incerteza-diante-da-onda-ultraconservadora-artigo-de-jesus-bastante
https://www.religiondigital.org/el_papa_de_la_primavera/sucesion-Francisco-incertidumbre-Iglesia-azotada_0_2772622711.html
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Zé Maria
https://rnod.bnportugal.gov.pt/ImagesBN/winlibimg.aspx?skey=&doc=1899134&img=58739
Livro: “Francesco Tra i Lupi”
Autor: Marco Politi
“Francisco Entre os Lobos:
O Segredo de Uma Revolução”
Tradução: Joaquim Soares da Costa, João Carlos Alvim. (Lisboa : Texto & Grafia, cop. 2014)
https://bibliografia.bnportugal.gov.pt/bnp/bnp.exe/registo?1899134
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“Jorge Mario Bergoglio / Franciscus:
Dignidade Humana, Misericórdia & Acolhimento”
Questionamento e Esperança:
“Esse papa deixará consolidada a reforma da Igreja
ou seu pontificado será uma breve ‘primavera’,
seguida de um retorno ao que o teólogo Karl Rahner
chamou de ‘inverno eclesial’?”.
Faço questão de repetir minha resposta:
creio que o pontificado de Francisco é historicamente
irreversível, como é irreversível o Concílio Vaticano II.
https://www.vidapastoral.com.br/edicao/jorge-mario-bergogliopapa-francisco-um-testemunho/
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Zé Maria
Felizmente Nada Simpático aos Reacionários.
Espera-se que o Próximo Não Seja Escolhido
pela Meloni em Articulação com o Trumposo.