Pepe Escobar: O eixo Turquia-Síria-Irã

Tempo de leitura: 6 min

O método, em Israel

9/6/2010, Pepe Escobar, “The Roving Eye”, Asia Times Online

Por que Israel, em operação deliberada e metódica, planejada com uma semana de antecedência* – segundo declarações de altos comandantes israelenses, falando em hebraico, dias antes do ataque –, atacou barco civil, desarmado, em operação humanitária, e que viajava sob bandeira de Comoros? (Diferente da Turquia, Comoros é signatária do Estatuto de Roma da Corte Criminal Internacional de Justiça, que tem competência para julgar crimes de guerra cometidos contra barcos dos estados-membros.)

Por que os fuzileiros israelenses atiraram contra nove ativistas desarmados, para matar, com balas calibre 9mm à queima-roupa, entre os olhos, na testa, na parte detrás da cabeça, no peito, nas costas e nas pernas – inclusive contra um cidadão dos EUA? (A lista final de mortos pode chegar a 15, porque ainda há seis ativistas desaparecidos; a rádio do exército de Israel falou de 16 mortos na 2ª-feira pela manhã, logo depois do ataque ao Mavi Marmara, parte da Flotilha da Liberdade.)

Como Israel pensaria que se safaria dessa, apenas com censurar vídeos e fotos – e depois se safaria outra vez apenas por recusar qualquer investigação por comissão internacional independente, que examinaria o incidente e a posterior manipulação do noticiário?

Por que, pensando em termos geopolíticos, Israel declararia guerra de facto a toda a comunidade internacional – dos países muçulmanos, aos membros da OTAN e a toda a opinião pública internacional?

Haverá aí mero “governo disfuncional”, como Bradley Burston escreveu no diário israelense Ha’aretz? E, estrategicamente falando, haverá método nessa loucura? Ou o método é só a loucura?

Medo. Muito medo.

Pode haver resposta muito simples a todas essas questões: medo.

Consideremos as possíveis motivações dos israelenses. Um dos motivos chaves para que Israel atacasse a flotilha humanitária seria mandar “um sinal” à Turquia sobre o acordo nuclear mediado por Turquia e Brasil, para troca de combustível nuclear do Irã – dado que o sucesso do acordo pôs por águas abaixo a ideia de ataque militar contra o Irã. Interessa a Israel que haja conflito aberto entre Washington e Teerã – o que implica usar o lobby israelense em Washington para sabotar o semidesejo do presidente Obama de encontrar algum tipo de acordo com Teerã para seu programa de enriquecimento de urânio.

Israel deseja uma Turquia fraca – fora do circuito tanto do Oriente Médio quanto da União Europeia (UE). A Turquia é poder emergente regional chave, hoje com boas relações com os vizinhos. A Turquia é chave para os EUA: 70% de tudo que abastece as tropas norte-americanas no Iraque chega até elas pela base de Incirlik na Turquia. Há soldados turcos fazendo a guerra (que é dos EUA) no Afeganistão. Para não falar que a Turquia – em palavras do próprio Obama – é ponte vital entre o Ocidente e o mundo muçulmano.

A Casa Branca produziu resposta frouxa, “Os EUA lamentam profundamente as mortes e os feridos, e trabalha para compreender as circunstâncias que cercaram essa tragédia”. Foi sinal de Washington, dirigido à Turquia, de que a mediação de Turquia e Brasil no acordo de troca de combustível nuclear não é exatamente bem-vinda. (…)

Mas, por mais que Israel deseje ver a Turquia às voltas com problemas imensos tanto com a Síria como com a Grécia, além de já enfrentar a difícil questão interna dos curdos, Ankara absolutamente não está tremendo de medo, ante a “mensagem” dos israelenses. Em termos de poder militar convencional, a Turquia é força superior a Israel e, não bastasse, é importante aliada de EUA e OTAN.

Outro motivo chave dos israelenses é minar e, de fato, trabalhar para abortar, quaisquer negociações produtivas de paz com palestinos e sírios – e tirar a Turquia do campo de jogo. A Turquia está muito profundamente envolvida na tragédia dos palestinos. Há tempos trabalha para aproximar os partidos Fatah e Hamás. Motivo crucial, dos israelenses, parece ser sabotar qualquer iniciativa de paz liderada pelos turcos para resolver o problema palestino – o que inclui a necessidade crucial de o Oriente Médio ser desnuclearizado – o que é anátema para a Israel jamais declarada, mas nem por isso menos, nuclear.

Amarrando tudo isso, há o elemento crucial do próprio medo. Hoje, as antes mitificadas invencíveis Forças de Defesa de Israel [ing. Israeli Defense Forces (IDF), o exército de Israel] já combateram contra o Hezbollah no Líbano em 2006 e contra o Hamás em Gaza em 2008. Sabem o que lhes custou enfrentar a dura realidade de que seus tanques são vulneráveis aos foguetes lança-granadas russos; sabem que seus barcos são vulneráveis aos mísseis do Hezbollah comprados da China. E não há dúvidas de que, a qualquer momento, seus aviões estarão vulneráveis aos mísseis terra-ar S-300 russos.

O novo eixo que está surgindo

O Curdistão iraquiano é hoje virtualmente independente – como Washington desejava. Israel é robustamente ativo em todos os pontos do Curdistão iraquiano. Ao mesmo tempo, os EUA apóiam ativamente os separatistas do Partido Trabalhista Curdo, que tem base no Iraque, na Anatólia Oriental, tanto quanto apóiam os separatistas do Partido Vida Livre do Curdistão [ing. Party of Free Life of Kurdistan (PJAK)] no Irã, e os separatistas curdos na Síria. Os estrategistas militares turcos dedicaram-se exaustivamente a analisar esses desenvolvimentos cruciais.

Conclusão dos turcos: a OTAN não é exatamente a panaceia dos sonhos turcos. E resolveram focar o Oriente Médio.

Assim se chegou ao pesadelo perfeito dos israelenses. O novo eixo no Oriente Médio está constituído: Turquia, Irã e Síria. Antes, eram só Irã e Síria. E não há quem conteste a legitimidade histórica dessa trindade, porque aí se unem os xiitas iranianos, a Síria secular e a Turquia sunita pós-otomanos.

Há inúmeros efeitos colaterais fascinantes dessa fertilização de todos por todos – como mais de um milhão de iraquianos, muitos dos quais muito bem educados, que encontram vida nova na Síria. Mas o efeito mais notável desse eixo é que detonou a velha lógica do ‘divide e governe’ do colonialismo ocidental, imposta ao Oriente Médio por mais de um século. O destino da Turquia pode não estar firmemente conectado à Europa e seus medos que, afinal de contas, não quer abraçar a Turquia; a Turquia prepara-se para voltar à liderança do mundo muçulmano.

A vida do novo eixo não vai ser fácil. Operações clandestinas dos EUA já tentaram desestabilizar o governo sírio do presidente Bashar al-Assad – sem sucesso. O mesmo se diga da ação secreta da CIA na província do Cistão-Baluquistão no sudeste do Irã, tentando desestabilizar o governo de Teerã. E os mesmos ‘comandos’ mascarados (nem sempre) e clandestinos (sempre) trabalham para impor nova ditadura militar na Turquia. Mas enquanto a secretária de Estado ia-se tornando cada dia mais vociferante, Assad, Hassan Nasrallah do Hezbollah e o presidente Ahmadinejad do Irã reuniram-se em fevereiro na Síria e organizaram a parceria.

Detalhe crucial, a Rússia saltou para dentro desse barco, para ocupar o vácuo gerado pelos EUA. O presidente Dmitry Medvedev já esteve em Ankara e Damasco e posicionou-se claramente a favor da reconciliação entre Fatah e Hamas, e pela criação de um Estado palestino funcional, que existirá ao lado de Israel.

Até o comandante geral do Comando Central dos EUA, general David (“estou-me posicionando para 2012”) Petraeus já teve de admitir publicamente que Israel, aliado estratégico dos EUA,  – tornara-se carga demasiadamente pesada a pesar nas costas dos objetivos estratégicos dos EUA, por causa da colonização sempre buscada da Palestina e do bloqueio imposto a Gaza.

A Rússia, por seu lado, apóia o novo eixo político-econômico de Turquia-Síria-Irã. Preparam-se agora as leis necessárias para permitir viagens sem exigência de vistos, entre Ankara e Moscou. As empresas russas Rosatom e Atomstroyexport estão concluindo a construção da usina nuclear iraniana em Bushehr; estará pronta em agosto. Estão também discutindo a construção de outras usinas; e já têm apalavrado um acordo para construir uma usina nuclear na Turquia, negócio de 20 bilhões de dólares (no qual a Síria também tem interesse). As empresas de gás Stroitransgaz e Gazprom levarão gás sírio até o Líbano – porque Israel impede que o Líbano extraia seu gás de reservas submarinas consideráveis. A Rússia está em movimento. Em breve, Teerã receberá os mísseis S-300 pelos quais já pagou. E a Síria, em breve, terá nova base naval.

No Oleoduto-stão, Rússia e Turquia são irmãs em armas. A Rússia construirá oleoduto crucialmente importante, de Samsun a Ceyhan, para levar o petróleo russo do Mar Negro ao Mediterrâneo. Não bastasse, a Turquia está a um passo de conectar-se ao gasoduto russo South Stream – o que, sim, será desafio ao enrolado empreendimento de Nabucco, apoiado por EUA e UE.

A Rússia – como a Turquia – também quer o Oriente Médio completamente desnuclearizado, o que implica desnuclearizar Israel. Assunto que será discutido na Agência Internacional de Energia Atômica.

Assim se explica que Israel tenha muito medo do novo eixo Turquia, Síria e Irã, tanto quanto teme o apoio russo àquele eixo. Está nascendo um novo Oriente Médio, no qual só há um lugar para Israel: o isolamento.

A estratégia “de cachorro louco” de Israel – concebida pelo ex-líder militar Moshe Dayan – não é exatamente um exercício de integração. Até Anthony Cordesman, conhecido analista centrista e ícone do establishment no Center for Strategic and International Studies, publicou ensaio essa semana, sob o título “Israel as a Strategic Liability?” [port. “Israel como risco estratégico?”[1]].

É possível que Washington “Grande Irmão” continue – eternamente – cega a tudo isso; mas se você for Estado e escolher estratégia que o torna parente próximo da África do Sul no crepúsculo do apartheid – e em momento, vale lembrar, que Israel tentava vender armas atômicas àquele governo de apartheid – nem adianta perdermos tempo com procurar método na sua loucura. É só loucura.

Pepe Escobar recebe e-mails em [email protected]

* Sobre a preparação do ataque israelense à Flotilha de Gaza, ver também Norman G. Finkelstein: “Israel is now a lunatic state”, entrevista (com vídeo) a Nadezhda Kevorka, RT (ex-Russia Today), 31/5/2010, [http://mrzine.monthlyreview.org/2010/finkelstein310510.html]. Aqui, transcrição de trecho da entrevista, apresentada em vídeo:

Norman G. Finkelstein: “O que aconteceu à Flotilha de Gaza não foi acidente. É preciso não esquecer que o gabinete israelense trabalhou, em reunião permanente, ao longo de toda a semana que antecedeu ao ataque. Todos os ministros discutiram e deliberaram sobre como enfrentar a questão da flotilha. Houve inúmeras matérias na imprensa israelense, inúmeras sugestões, inúmeras recomendações sobre o que fazer. No final do dia, optaram por um ataque noturno, por uma unidade de fuzileiros do serviço de contraterrorismo da Marinha (…).”

[1] 2/6/2010, em http://csis.org/publication/israel-strategic-liability


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Comentários

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mariazinha

Meu querido AZENHA E AOS SEUS COLABORADORES:
vou guardar o texto primoroso para le-lo, muitas vzs. O altaneiro povo muçulmano também aí incluídos os árabes, povo maravilhoso, subjugado e humilhado durante anos e anos começa a dar um basta nas humilhações sofridas, levanta-se e ruge acossado e aviltado e o solo sagrado vai tremer no dia do Juízo Final. Israel pecou e terá que pagar por seus pecados e haverá choro e ranger de dentes em seu seio; é a LEI DIVINA. http://blogdocyro.blogspot.com/2010/07/os-arabes-

Mando daqui, meu abraço comovido ao autor, PEPE ESCOBAR.
PARABÉNS!

Marat

Estados Unidos-Inglaterra-Israel… qual seria esse eixo?
Eixo do terrorismo de Estado? Eixo da burrice? Eixo da estupidez? Eixo da mentira? Eixo da hipocrisia? Eixo da leviandade? Eixo da soberba? Eixo do delírio? Eixo dos escolhidos? Eixo do suicídio lento e gradual?
Vade retro!!!

    mariazinha

    Perfeito, querido. É o eixo do mal, mesmo. Por isto, o BRASIL precisa ser enérgico e não confiar nessa gente demoníaca.

fernandoeudonatelo

Não acredito no alinhamento geopolítico entre as 3 nações, porque quanto ao Irã, não existem litígios territoriais fronteiriços.

Todavia, há uma importante disputa político- estratégica em curso sobre a influência no Médio Oriente e nas ex-repúblicas soviéticas da Ásia Central, que coloca normalmente turcos e iranianos em campos opostos nos conflitos da região (por exemplo, no conflito do Nagorno-Karabach a Turquia apoia o Azerbaijão,
enquanto o Irão apoia a Arménia).

Quanto à Síria, reclama a província turca do Hatay (onde se encontra a cidade de Antioquia), não
reconhecendo a soberania da Turquia sobre esse território, anexado em 1938, na sequência
de um referendo alegadamente fraudulento;

À semelhança do Iraque, a Síria contesta a diminuição unilateral dos caudais dos rios
Tigre e Eufrates e os planos de irrigação das províncias do território turco junto à sua
fronteira, que levam a seca e águas poluídas ao seu território.

Bonifa

Uma nova estratégia de Mubarak para enfrentar a Revolução: Infiltrar pequenos grupos de traíras (certamente pagos) por todo o imenso corpo da multidão, para fazerem explodir confusão e confronto por toda parte. Como se fossem injeções calculadas de bactérias nocivas. Enquanto isso, o Exército tira a máscara e dá, com voz mansa, um "ultimatum" aos manifestantes: "Já tá bom, já deram seu recado, vamos atender no que for possível, acabou, voltem para casa." Esta postura está cheirando ser a alvorada de um desastre de dimensões inimagináveis. Óbvio que daqui prá frente poderão dizer que o movimento está dividido, que há o perigo do caos, que baderneiros tomam conta das ruas, enfim, podem dizer o que quiserem, para justificar uma repressão brutal.

    Julio Silveira

    Analise perfeita, mas essa é a pratica das ditaduras.
    No Brasil não foi diferente, quem não lembra do Riocentro que se desse certo teria a mesma finalidade, de proporcionar argumento para prolongar o regime de excessão.

Marat

Os EEUU vão falir, e com ele certos países-parasitas, que pensam estar acima do bem e do mal. O dia deles está chegando, e o mundo inteiro vai acertas suas contas!

Mubarak vai cair. E nós com isso? | Viomundo – O que você não vê na mídia

[…] A Turquia começou a desenhar um eixo com Síria e Irã, como Pepe Escobar reportou em artigo reproduzido aqui. […]

Pepe Escobar: O eixo Turquia-Síria-Irã « Dukrai's Blog

[…] http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/pepe-escobar-o-eixo-turquia-siria-ira.html […]

dukrai

krai, véi, "seu" Pepe é um iluminado, junto com o Lula e Amorim e óia só o que o jênio aqui palpitou há 33 semanas.
"Uma pergunta, como pode Lula e Amorim perceber essa intrincada e polarizada política e posicionar o Brasil corretamente num momento crucial de fortalecimento dos países árabes no caminho da solução de conflitos que atravessaram o século XX, desvencilhando-se de uma política subalterna, não-soberana e até indigna, aliada dos EUA?
São uns iluminados, com certeza.

Paulo Roberto

Vendo viomundo, nassif e pha, além de me manter bem informado, ou digamos corretamente informado temos a interação dos internautas que demonstram conhecimento. Não vou negar, mantenho até hoje uma assinatura de Isto é, não me critiquem, ganhei, mas já disse que não renovarei. Causa-me espanto como eles "erram" em todas as previsões. O mais delicioso de ler foi a materia de Leonardo Attuch " novos ventos vindo do chile" onde Bachelet não conseguiu transferir seus votos ao seu candidato, demonstrando que os eleitores chilenos querem ficar ricos. Citou Honduras como exemplo de resistência a ser seguido. Citou o comportamento estabanado de Amorim/Lula no caso zelaya. Pergunto, o que ele pensa agora com o rumo que está tomando as pesquisas????. Hilario.

Calbercan

Tem edição portuguesa do Asia Times?

Paulo Roberto

Quanto aos misseis S-300, a Russia já havia deixado claro que as sanções não poderia afetar a entrega desses misseis e as obras das centrais nucleares no Irã. A propria mídia ja disse que as medidas não estavam fugindo das já existentes e portanto inócuas. Em resumo, sanções para inglês ver. Neste movimento do eixo Irã/Turquia/Siria , Israel que aposta no confronto so tem a perder. Vamos ver até quando os EUA suportarão este peso.

Wendel

Pepe Escobar como sempre brilhante em nos proporcionar este entendimento!
Quisera poder elogiar tb vários outros jornalistas, mas são poucos os que se dispõem a escrever pesquisando com detalhes os fatos passados e os relacionando com o presente.
A você nosso muito obrigado pela aula, E CONTINUE SEMPRE ASSIM, POIS ESTÁ FAZENDO A DIFERENÇA!

Klaus

Pepe, o time das Sançoes, que segundo você perdia de 1×0 para o combinado Brasil/Turquia, virou o jogo e ganhou de goleada: 12×2.

    Jairo_Beraldo

    Quem disse que o "jogo" acabou? Ainda faltam o segundo tempo e a prorrogação..talvez vá aos penaltys.

Tiago

Com o devido respeito aos comentários dos colegas, discordo do tom do artigo, demonstrando apoio à nascente geopolítica do Oriente Médio. De fato, me parece que a Turquia pretende assumir uma posição de liderança no mundo muçulmano, no entanto, não nos esqueçamos da discriminação que esse país promove internamente contra os curdos, da ocupação no Chipre (considerada ilegal pela ONU, assim como a de Israel na Cisjordância),e, claro, o histórico do massacre dos armênios na 1º Guerra, fato eternamente negado pela Turquia. Ainda sobre a Turquia, creio que o texto errou ao definir a "Turquia sunita pós-otomanos", uma vez que, por força de lei, a Turquia é um país secular. No mais, não posso acreditar que os prezados colegas que frequentam esse espaço apoiem o governo ditadorial dos déspotas iranianos (independente da questão nuclear), tampouco a ditadura na Síria. Obrigado.

    Jairo_Beraldo

    A Turquia é um país secular pelo tempo, não por "força de lei"…exagerou, colega!

    Tiago

    Prezado colega, o termo "secular" não se refere ao tempo de existência do país…e sim ao fato do Estado se manter separado da religião,um Estado laico. E essa determinação consta na Constituição turca.

    Klaus

    Jairo, olha no dicionário o que significa secular antes de corrigir os outros.

    Jairo_Beraldo

    Ok Klaus……vou olhar…

    Jairo_Beraldo

    Achei Klaus…."que se faz de século a seculo;relativo a século;que existe há séculos;que pertence ao século." E agora? Que faço?

    dukrai

    déspotas iranianos como, maibródi, o Irã e israel são os únicos paises com eleições livres ali naquele enrosco de Saud dono de país e país dando nome pra poço de petróleo. E os dois países com um regime teocrático, o que no caso de israel passa batido no PIG nacional e estrangeiro, mas para o Irã deixa de ser democracia e vira ditadura. Engraçado, né?

Jhumberto

Mais um brilhante "banho" analitico do Pepe Escobar. Grato por mais essa pessoal do site do Azenha. Continuem alimentando o nosso intelecto, e entendimento da situacao internacional com essas perolas que jamais sairiam nas paginas da "Plural Imprensa Gloriosa".

    O índio

    Interessante, também, para ir preenchendo os vazios da 'informação' que a imprensa brasileira oferece aos desgraçados brasileiros — é o artigo "Quem é Erdogan", de uma revista síria, que acabo de ler em blogdobourdoukan.blogspot.com/…/quem-e-erdogan-da-turquia-1062010-sami.html

    Muito interessante. Essa Fittipaldi tradutora é um fenômeno!

Tiron

Azenha, sugiro um posto sobre a declaração e queda de Helen Thomas,
"Eles podem ir para casa, para a Polônia, Alemanha e Estados Unidos, qualquer outro lugar".

Lenda do jornalismo aposenta-se após declarações polêmicas sobre Israel http://br.noticias.yahoo.com/s/afp/100607/mundo/e

Urbano

Provavelmente não conheçam ou ignorem o Estatuto de Roma da Corte Criminal Internacional de Justiça…
Não continuarei porque sei que não passa, embora eu fosse falar apenas de fatos da história.

rita

e eu que sempre pensei que a turquia seria sempre eua e otan, e quem sabe união européia.. …

Marat

Excelente!!!
Seria muito bom que esses países fizessem um amplo boicote a Israel, já que a ONU (risível) e a AIEA (grotesca) só estão interessadas nos estúpidos interesses estadunidenses contra o Irã…

Irani

Ora, ora, ora, se a Turquia voltar suas origens, Huntington estaria errado ao afirmar que o mundo árabe não teria condição de formar um Estado núcleo.

É necessário, por outro lado, estar atento à visita de Hillary na América Latina, no suposto apoio as sanções ao Irã. Ora, quem da América Latina que está no CS neste momento, são apenas Brasil e México, não? Como ficará a situação do sistema internacional se as sanções forem aplicadas ao Irã? A AIEA esteve lá, e, pelo que andou falando, sem dúvida deixou de ser uma agência técnica e tornou-se política, como o próprio El Baradei afirmou em entrevista ao JB.

Por outro lado, tem-se um Israel que viola o direito internacional, viola os direitos humanos e não permite que a ONU faça uma investigação independente bem como como corre o risco de não sofrer sanções no CS. Vamos aguardar como isso ficará.

    Leider_Lincoln

    Os turcos absolutamente não são árabes, Irani. São uralo-altaicos, enquanto os árabes são semitas. Os primeiros vieram de onde hoje é a China enquanto os semitas têm origem norte-africana. As pessoas confundem muçulmanos com árabes; aliás, nenhum dos seis mais populosos contingentes muçulmanos: indonésios, paquistaneses, bengalis, indianos, iranianos e turcos é árabe.

    Irani

    Rsrsrsrs. Não são todos os turcos que não são árabes. Não sabia que os semitas têm origem norte-africana. Confesso que essa é imeeeeeeeeeeeeeeesamente nova para mim. Aliás, dessa eu sabia que nem todos os países adeptos do islã são árabes. Mas não se pode afirmar que todos os turcos não são árabes, há não apenas muçulmanos, mas árabes também.

    Leider_Lincoln

    Os árabes cristãos são os chamados maronitas e vivem na Síria e Líbano. Há ainda um grupo etnicamente próximo aos árabes de cristãos no Oriente Médio, os assírios…

    José Vitor

    Não acho que dizer "Os árabes cristãos são os chamados maronitas" seja correto. Não conheço o assunto, mas meu palpite é que existem outras (talves muitas) seitas cristãs professadas por árabes.

    Bonifa

    Ele quis dizer o mundo muçulmano. Mas o mundo muçulmano do Oriente Próximo. Em suma, o antigo Império Otomano, destroçado pela guerra de 14 – 18.

aurélio

Pepe Escobar escreve muito bem e até com propriedade e conhecimento, mas algumas informações a respeito. tanto de Israel, quanto da Turquia, nas questões militares são falhas. 1) o ataque em aguas internacionais a um navio civil é perfeitamente cabivel na doutrina das FDI, tanto militar quanto politica, desde há guerra de 56, as FDI procuram atacar antes e violentamente, só não fizeram isto em 73, mas todas as outras operações desencadeadas pelas FDI são: inesperadas,a toda força, com objetivos politicos, tipo Osirak no Iraque em 82 ou 83 e na Siria em 2007 (destruição do reator nuclear sirio), eles sabem que não haverá reação (guarda chuva americano), a satisfação do publico interno, e um recado claro ao publico externo: "se fizemos assim, imaginem o que podemos fazer se em perigo" 2) As forças turcas, principalmente a aviação e defesa aerea são dependentes da industria b´lica israelense (radares,modernizaçõa de meios,misseis,comunicações,aviões-robo), fora alguns meios que são declarados a NATO e não podem ser usados sem autorização da Aliança Atlantica (Estados Unidos)

    Bonifa

    Em momento algum Escobar falou que alguma coisa não fosse cabível às FDI. Ele falou que Comoros, sob cuja bandeira o barco atacado navegava, é signatária do Estatuto de Roma da Corte Criminal Internacional de Justiça, que tem competência para julgar crimes de guerra cometidos contra barcos dos estados-membros. Quanto às FDI, qualquer coisa será perfeitamente cabível, desde que decidida pelo governo criminoso de Israel.

    Bonifa

    Quanto à dependência militar da Turquia a meios israelenses e da Otan, não pense de modo algum que a Turquia seja um país pequeno e bobo o suficiente para, com toda a sua história militar e diplomática, meter-se em semelhante ratoeira sem nenhuma cautela.

    john burs

    Análise sucinta e perfeita. Com tanta história militar [embora imperial] e com grandes guerreiros e estrategistas no passado a Turquia cansou-se de ser peão no tabuleiro das potências ocidentais.

    Supertramp68

    Vai ser peão fora do tabuleiro…

    dukrai

    A doutrina da FDI, forças de defesa de israel? É cabível o ataque em águas internacionais de um navio civil? Entendi certo?

    aurélio

    Sim, desde há guerra de 1973 a doutrina operacional das FDI foi alterada para a de ataque preventivo a qualquer tipo de ameaça que porventura seja identificada pelos seus serviços de inteligência, e de rapida descisão politica dada pelo hoje famoso gabinete dos 7, a primeira operação dentro deste enfoque foi o ataque ao reator nuclear iraquiano OSIRAk em 1982, seguida pela operação Paz na Galiléia (invasão do Libano), sempre assim: ataque violento, objetivo pontual, sem aviso, rápido – satisfaz o publico interno e manda um aviso bastante sonoro a qualquer outro pretenso ou provavel inimigo, e resoluções da ONU para Israel são inócuas.

Hans Bintje

Prezados leitores do Viomundo:

Pouco importa o que nós pensamos a respeito do Azenha, mas pelo menos um mérito ele tem na vida: pela primeira vez na internet brasileira nós podemos ler o que REALMENTE está acontecendo no Oriente Médio.

Para quem quiser continuar vivendo no universo paralelo da Plural Imprensa Gloriosa (PIG do Hariovaldo), sugiro que abandone as imitações de baixo nível e vá direto ao melhor site dos homens bons e das mulheres boas do Brasil, mantido pelo nobre professor doutor Hariovaldo Almeida Prado: http://hariprado.wordpress.com/

Caso contrário, se alguém ainda não quiser acreditar nas histórias divulgadas pelo Azenha, compre uma passagem de avião e vá direto para Istambul, a maior cidade da Turquia: http://www.passagensaereas.com.br/istambul.htm

Esqueça da internet, saia pelas ruas, converse com as pessoas do lugar. Esse é o espírito do Viomundo que eu mais aprecio. Os relatos – desde que honestos – costumam ser de excelente qualidade.

Supertramp68

Com o Irã nuclear deixaremos de nos preocupar com os homens bomba para nos preocuparmos com o país bomba.

    Leider_Lincoln

    Já temos que nos preocupar com país bomba fora-da-lei, assassino e terrorista, supertramp: é Israel!

    Jairo_Beraldo

    Tramp e Ubaldo…sempre com azedumes!

    dukrai

    já reparou que o Ubaldo trabalha o texto, alinha algumas idéias, a meu ver equivocadas, e esse rapaz aí custa a passar da primeira linha?

    Carlos

    "Ubaldo" é apenas uma assinatura, outras pessoas escrevem.

    Supertramp68

    É só por medo de confundi-lo, caro dukrai.

    Leider_Lincoln

    Três comentários iguais, e anda por cima de um troll? Alguém acordado! Por favor?!?

    Scan

    Pois é Leider, acho que o pessoal tá meio sonado ainda…

    Fernando

    Se quisermos não termos que nos preocupar com bomba atômica temos que torcer para o Irã ter logo essa bomba, se ninguém percebeu, essa é a única bomba construída para a paz, infelizmente o único sentimento que leva o ser humano para o dialogo é o MEDO.
    Israel só é um país por ter a bomba atômica, ou alguém tem alguma duvida que ele já teria sido exterminado pelas nações muçulmanas se não fosse isso.
    Por este motivo que EUA quer tanto abortar essa ideia do Irã ou mesmo pq eles são tão prepotente com os países do oriente, se algum deles tivessem a bomba…
    Exemplo a Coreia do norte, pq eles não invadiram ainda? E a CIA pq ainda não fez um golpe lá?
    Agora para os Ubaldos e Suprtramps da vida, que fica falando defendendo os EUA dizendo que eles só querem levar democracia, o que me dizem dos países da Africa, que entra e sai ditador entre um genocídio e outro e os EUA nem se manifestam, será que pq eles não tem PETRÓLEO?
    Quem tem tem medo…

    Allan Erick

    Caro Super…..blá blá blá….
    O País Bomba já existe, é governado por psicopatas sanguinários ensandecidos e possui arsenal de 200 ogivas atômicas ilegais. Se a sua preocupação é com a possibilidade de emprego de armas nucleares, não epere o Irã se nuclearizar, pois Israel já é potência nuclear…e como eu bem frisei, governada por psicopatas fundamentalistas ensandecidos.

    Marcelo Fraga

    Leu na Veja? Ahhhhh tá…

    Jairo_Beraldo

    Ao que me consta, iranianos e iraquianos, não são tradicionais terroristas.

    augustinho

    Meu amigo, pra essa tua ideia de um Ira nuclear vira bomba, precisas ser um CRENTE completo e acabado da fé norte-americana de demonizar pra dominar, especialidade de washington.
    Olhe o mapa, determine ali na região quem tem a bomba. Quase todos os vizinhos do irã tem.
    AI lembre de um cara que entendia tudo de politica internacional, chamado henry kissinger. Ele dizia sobre a propria URSS, ao tempo em que esse era um nome de respeito. HK dizia: "a Urss tambem tem interesses legítimos de Segurança".
    Com muito maior razao o Irã tambem tem interesses legitimos por sua segurança, cercado que esta de inimigos e alguns nucleares…
    Entao a conclusaõ e so uma: Nao aconteceria nada, rigorosamente nada na regiao se e quando o IRA tiver arma nuclear. Se fizesse algoerrado seria varrido por bombas.

dukrai

Me diz que jornal ou jornalista brasileiro produz um texto de tal abrangência? É pra fazer uma coleção dos melhores textos do Clóvis Rossi e jogar no lixo. Revela os eixos da política internacional no Oriente Médio que tem a Turquia como centro, desdobrados nos seus componentes étnicos e nacionais, trazendo a reboque Rússia, seus interesses comerciais, energéticos e militares, contraposta aos EUA e a sua mala sem alça da política nazi-sionista israelense.
Uma pergunta, como pode Lula e Amorim perceber essa intrincada e polarizada política e posicionar o Brasil corretamente num momento crucial de fortalecimento dos países árabes no caminho da solução de conflitos que atravessaram o século XX, desvencilhando-se de uma política subalterna, não-soberana e até indigna, aliada dos EUA?
São uns iluminados, com certeza.

    francisco.latorre

    lula e amorim.

    esses sabem fazer.

    pra desespêro do império.. e dos lacaios entreguistas.

    brasil na fita.

    ..

@fguimar

O artigo é excelente. Um senãozinho de tradução: em "Israel as a Strategic Liability", a palavra liability foi traduzido para confiabilidade. A meu ver, um equívoco. Liability aqui opõe-se a Asset, como nas colunas de um balanço. Portanto, a tradução literal, portanto,e não necessariamente a melhor, seria Israel como um Passivo Estratégico. Talvez a melhor tradução seria "Risco Estratégico". Seja como for, acho que não cabe confiabilidade. Abraços

    José Vitor

    Exatamente, quanto à tradução de "liability". E o último parágrafo está um pouco confuso.

    Aliás, o tradutor não foi creditado.

    Caia Fittipaldi

    PERFEITÍSSIMOm @fguimar! E muito obrigada! Eu não fiquei satisfeita, tampouco, com essa "confiabilidade". Mas não achei outra via pra traduzir, e não sabia dessa oposição com Asset. Se soubesse, minha cabeça teria tomado outro rumo. MUITO, MUITO OBRIGADA! Já corrigi na versão inicial e quem tenha guardado, por favor, corrija tb. Traduzir é operação conjunta, de muitos! Muito obrigada! 8-)

    Jairo_Beraldo

    Uma das coisas que gosto neste site, além da interação com comentaristas, é a humildade do blogueiro e sua equipe…é tudo para se dar bem no ofício. Parabéns!

    Leider_Lincoln

    E olhem que estamos falando de gente gabaritadíssima: Conceição Lemes e Caia Fittipaldi!

    dukrai

    plac plac plac

    francisco.latorre

    feras.

    ..

    Conceição Lemes

    Caros Caia e Fguimar, corrigido. Obrigadíssima. Beijo, Caia. Abs, Fguimar

    José Vitor

    Ainda acho que vocês esqueceram de creditar Caia Fittipaldi…

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